segunda-feira, 28 de maio de 2012

POLICIÁRIO 1086



No dia em que decorre o VIII convívio policiário, promovido pela Tertúlia Policiária da Liberdade, mais uma vez na Quinta do Rio, na Estrada Nacional 397, entre Brejos de Azeitão e Sesimbra, no qual se vão encontrar inúmeros amigos da família policiária e com um programa aliciante, de que demos já a devida nota ao longo das últimas semanas, vamos publicar a solução oficial do problema de autoria do campeão nacional de produção em título, o confrade viseense Paulo, para que cada “detective” possa verificar se a sua proposta de solução está de acordo com a solução do autor.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 3 – PARTE I
A MORTE DO GENERAL – de PAULO
Existem indícios que apontam Caio como assassino do tio.
·         Discordância entre o local onde foi encontrado o projétil e a trajetória de um disparo feito da janela
·         Características do orifício de entrada do projétil incompatíveis com um disparo à distância
·         Discordância entre a declaração de Caio sobre a perseguição feita ao fugitivo e a trajetória que as pegadas demonstram que ele efetuou.
·         Caraterísticas das pegadas do desconhecido que indiciam que ele caminhava. Apenas as pegadas identificadas de Caio indiciam corrida.
·         Falta de tempo do fugitivo para esconder a arma.
a)      A morte imediata faria com que o corpo caísse no local onde foi atingido. Sendo o tiro disparado da janela, na direção da porta, uma vez que o corpo está nesse eixo, nunca a bala poderia estar entre o corpo e a janela, à frente da secretária, mas junto da porta, à frente do sofá.
b)      Os tapetes fofos que cobriam todo o chão não permitiriam o rebolar do projétil, que mesmo assim com a energia cinética que possuía deveria rolar sempre para o lado da porta.
c)       Temos um projétil num local incompatível com um disparo feito do exterior pela janela.
d)      O ferimento de entrada, ferida em estrela e queimadura, indica um disparo feito com a arma junto da cabeça.
e)      Conclui-se que o tiro foi disparado dentro de casa, e nunca no sentido da janela para a porta.
f)       A partir dos dados anteriores e do facto de as pegadas mostrarem que ninguém saltou para o exterior pela janela, a história de Caio fica sem consistência.
g)      Não terá havido então nenhum atirador fugitivo.
h)      A trajetória das pegadas não confirma Caio. O mais natural seria que ele corresse, em linha reta, em direção ao homem que fugia, e não que descrevesse uma trajetória que passava primeiro pela janela. Ele próprio afirma que foi atrás do fugitivo. A perseguição seria feita pela hipotenusa e não pelos catetos.
i)        As pegadas de Caio indiciam corrida, pela evidência do tacão sobressaindo. Nas pegadas do presumível fugitivo, o pé completo indica marcha normal sem corrida, contradizendo a descrição de Caio. O fugitivo não chegou nem partiu a correr.
j)        Mais estranho foi o aparecimento da arma num buraco da parede. Como é que alguém perseguido esconde a arma e ainda coloca uma pedra a ocultar o buraco, com Caio a correr e a chegar junto ao muro? Não faz sentido, pois não teria tempo para o fazer.
k)      Vemos uma história falsa que parece querer incriminar o Luís, como prova o uso da arma com as impressões digitais largada num local em que evidentemente seria descoberta.
l)        As impressões digitais de Luís na arma são justificadas por frequentemente andar com ela.
m)    A inexistência de impressões digitais de Caio na arma indica, apenas que ele usou luvas.
n)      Caio planeou o crime para a hora que sabia estar sozinho em casa: Eva na missa, Luís de folga e Cid no seu passeio habitual. Depois Cid, que ouvia mal, estaria como sempre a ouvir o seu programa na rádio.
o)       Comos se passou o caso? Poderá haver formas distintas de constituir uma cronologia dos factos, mas a mais óbvia e que terá que servir de base a possíveis variações, aponta para que Caio sabendo que iria estar sozinho em casa tenha assassinado o tio, depois do irmão e Eva saírem. Encostou-lhe a arma à cabeça, virado para a janela, e disparou caindo o tio junto do sofá. Pegou na cápsula e colocou-a fora da janela. Saiu com a arma, que sabia ter as impressões de Luís, calçou umas botas antigas ou que arranjara em algum lugar, levou as suas na mão, contornou a propriedade, colocou a arma no buraco do muro, saltou sobre ele, dirigiu-se à janela e voltou para trás. Colocou as luvas e as botas usadas no pinhal, calçou as suas novamente e regressou a casa. Esperou que o irmão estivesse em casa a ouvir o programa radiofónico, fez o trajeto da zona lateral da casa até à janela, da janela ao muro e novamente de regresso à janela em passo de corrida, saltou pela janela e foi alertar o irmão que ele sabia não poder afirmar que não houvera disparo, dado os problemas auditivos. Pensava ter cometido um crime perfeito, mas inventou uma história cheia de buracos.
p)      O móbil terá sido a herança, mas os motivos políticos não seriam de espantar vindos de um germanófilo em plena ascensão bélica de Hitler, perante o apoio do avô à posição inglesa.
q)      Finalmente uma observação para as fontes técnicas que utilizei. Os artigos de Artur Varatojo no ABC Policial e os textos que o L.P. escreveu no XYZ Magazine.

domingo, 27 de maio de 2012

HOJE HÁ CONVÍVIO!




VIII Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade
HOJE, 27 de Maio de 2012
"Núcleo Duro" da TPL:
Duplas Búfalos Associados (esquerda); A. Raposo & Lena (centro) e Verbatim e Mimi (direita)

Hoje, dia 27 de Maio, mais uma vez na Quinta do Rio, na Estrada Nacional 397, entre Brejos de Azeitão e Sesimbra, a Tertúlia Policiária da Liberdade promove o seu VIII Convívio anual, no qual espera encontrar inúmeros amigos da família policiária.
            O programa é o seguinte:
            11h00 – 12h00 – Concentração
            12h00 – Prova de Vinhos
            13h00 – Almoço
            14h30 – Homenagens da TPL
            15h00 – Concurso “Rapidinha Policiária”
Para participar deste programa e de muita alegria, bastará dispor de 16 Euros para o almoço. A entrada no concurso “Rapidinha Policiária”, cuja participação se recomenda, requer a cada concorrente um problema policial e respectiva solução, não excedendo uma página A4 cada um deles, identificados apenas com um título comum, sem qualquer assinatura, mais um livro para enriquecer a mesa dos prémios a atribuir.
Contactos para eventuais "perdidos":
A. Raposo & Lena: 966 173 648; Búfalos Associados: 966 435 564; Nove: 966 102 077  







POLICIÁRIO 1085



VIII Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade
É já no próximo domingo, dia 27 de Maio, mais uma vez na Quinta do Rio, na Estrada Nacional 397, entre Brejos de Azeitão e Sesimbra, que a Tertúlia Policiária da Liberdade (TPL) promove o seu VIII Convívio anual.
Tratando-se de uma autêntica instituição policiária, este convívio é sempre aguardado com enorme expectativa pelos confrades e “detectives”, até porque mantém, no essencial, os ingredientes que já fazem parte do código genético do nosso passatempo, desde os tempos do saudoso Sete de Espadas, o seu verdadeiro introdutor e impulsionador: Amizade, camaradagem, prazer pelo convívio.
A TPL, com a direcção das duplas de confrades Búfalos Associados, A. Raposo & Lena e Verbatim (Nove) e Mimi, tem apostado na originalidade das suas apostas, apresentando sempre algo mais do já conhecido.
Assim aconteceu, por exemplo, em 2009 quando a convívio foi até Cabanas de Viriato e aí prestou uma homenagem ao cônsul Aristides Sousa Mendes, junto da sua casa, ou do que dela resta, porque continua em ruínas perante a indiferença de quem manda. Essa indiferença mereceu à TPL uma campanha que acabou por ter eco na imprensa e rádios regionais, embora só tenha encontrado “orelhas moucas”.
No momento de plantarmos uma oliveira no jardim fronteiro à mansão e de descerrarmos uma lápide alusiva à homenagem que o “mundo policiário” quis prestar a um vulto ilustre do nosso país, ouviram-se textos, excelentemente lidos pelo nosso confrade e actor Rui Mendes.
Na altura, a TPL havia lançado um concurso de contos, aberto a quem quisesse participar, subordinado à temática da vida e obra do cônsul, que teve os seguintes premiados:
1.º Prémio – Paula Marques, com o conto “Slhaf, Shlaf Befreites Herz”; 2.º Prémio – Luís Pessoa, com o conto “Brilho Perpétuo”; 3.º Prémio – João Rogaciano, com o conto “A Caixa de Bombons”.
Menção Honrosa – Luís Pessoa, com o conto “A Prateleira 13”.
 Prémios de Mérito – Categoria Jovem – Daniela Amaral, com o conto “A Invasão dos Nazis” e Juliana Campos, com o conto “O Grande Humanista e a sua Aprendiza”.
A mesma originalidade ocorreu no convívio que teve como pano de fundo o Museu do Teatro, em Lisboa e que contou com a decifração “ao vivo” de um crime em que a vítima foi a famosa “Nelinha”, uma personagem que alimentou grandes polémicas e exaltadas discussões e que acabou - sob a forma de um manequim em tamanho natural - morta e abandonada numa das salas do museu, por onde todos os participantes foram obrigados a passar e fazer a sua investigação.
Ou naquele outro, que ocorreu em pleno Teatro da Trindade, em Lisboa, em que os participantes tiveram de decifrar vários enigmas para chagarem à descoberta de objectos estrategicamente colocados e que até teve uma participação, ao piano, do nosso confrade Peter Pan, professor de música e pianista de reconhecidos méritos.
Ou ainda quando no ano transacto os policiaristas foram até ao Museu do Azulejo, numa jornada de confraternização com uma componente eminentemente cultural.
Em resumo, cada iniciativa da TPL constitui um novo desafio de originalidade, por cima de toda uma tradição que os confrades não deixam que se perca. Os valores que nos foram transmitidos pelo nosso mestre Sete de Espadas, estão lá todos! Depois, é o toque da diferença, o pormenor, o sentido original das novas propostas, a funcionar. Com a preocupação de acrescentar sempre uma vertente cultural.
Este ano, no mesmo ano em que completamos 20 anos de Policiário no PÚBLICO – o que ocorrerá no próximo dia 1 de Julho -, a surpresa vem da iniciativa de uma “competição presencial”, chamada “RAPIDINHA POLICIÁRIA – SEM PSEUDÓMINOS E SEM JÚRI”.
Para concorrer torna-se obrigatório que cada participante individual elabore um (e apenas um) problema policial, não podendo exceder uma folha A4 escrita só de um lado, sem assinatura e identificado apenas pelo título que o deverá encabeçar. O texto será apresentado ao Secretariado do Torneio, dentro de um sobrescrito, o qual deverá estar identificado exteriormente, esse sim, com o título do problema e o nome do seu autor. Apenas o Secretariado terá conhecimento destes dados. Cada autor deverá fazer-se acompanhar da respectiva solução, a qual manterá secreta e em seu poder até ao final da prova. Após a entrega dos problemas, cada autor será então chamado a solucionar um dos outros problemas a concurso, escolhido por sorteio.
Cada confrade que comparecer vai experimentar esta nova forma de competir e depois nos dirá como foi.
O programa de todo o evento é o seguinte:
            11h00 – 12h00 – Concentração
            12h00 – Prova de Vinhos
            13h00 – Almoço
            14h30 – Homenagens da TPL
            15h00 – Concurso “Rapidinha Policiária”
As inscrições deverão ser feitas até às 18h00 do dia 23 de Maio, para qualquer dos seguintes contactos:
  1. Raposo & Lena: 966 173 648; Búfalos Associados: 966 435 564; Nove: 966 102 077.
Em boa verdade, da TPL a única dúvida que se levanta, a cada ano de actividade que passa, é saber que surpresa reserva a todos os participantes nos Convívios!





domingo, 13 de maio de 2012

POLICIÁRIO 1084


UMA NOVA INVESTIGAÇÃO DE TEMPICOS

No momento em que se aproxima a passos largos o VIII Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade, a realizar no próximo dia 27, publicamos um desafio de autoria de um duo que se assume como um dos grandes animadores e impulsionadores da TPL: A. Raposo & Lena.
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
PROVA N.º 4 – PARTE II
“TEMPICOS INVESTIGA” – Original de A. RAPOSO & LENA
Tempicos bebia, aos poucos, o apreciado néctar duma “imperial” fresquinha enquanto se entretinha, numa esplanada da Av. da Liberdade, a ver passar o tempo e o pessoal. O pessoal feminino, sobretudo. Corria a última semana do mês em que os romanos homenagearam Juno, Deusa protectora das mulheres, tal como Tempicos, actualmente  
Entretinha-se a praticar um jogo que aprendera nos cursos da “Judite”. Via passar uma pessoa, memorizava os detalhes fechando os olhos e depois ia repetindo os dados visualizados. Cor do cabelo, cara, físico, vestuário, calçado, adereços. Tudo o que a memória conseguira registar em breves segundos.
E, aquela brincadeira acabou por ser útil. Passara por ele uma miúda, jeitosa, azougada, com um andar vivo e apressado.
Tempicos fechou os olhos e fez o retrato após breve observação: cabelo loiro oxigenado, saia preta curta, sapatos castanhos bem como a mala a tiracolo sustentada por corrente metálica dourada. Blusa rosa velho com folhos, manga curta. Braços e pernas torneadas, “Bum-bum” cheiinho e saltitante.
Quando voltou a abrir os olhos, reparou ao longe a rapariga no chão, esbracejando e pedindo socorro.
Saltou da cadeira e correu para ela. Fora assaltada. Contou-lhe em poucas palavras o sucedido, enquanto limpava os olhos chorosos num lencinho vermelho:
“Fui roubada. Um rapaz veio por detrás de mim e com uma navalha cortou-me a alça da mala e fugiu com ela “
Tempicos foi mais à frente umas dezenas de metros junto a uns contentores de lixo, lá no meio, encontrou a mala da pequena, aberta, sem alça, Trouxe a mala e ambos foram para a esplanada onde a cerveja de Tempicos aquecia ao sol. A jovem disse chamar-se Mimi. Tinha, guardados, dois mil euros na mala, em notas, para pagar uma conta e o relógio que herdara do seu avô que acabara de trazer da ourivesaria onde estivera a fazer a revisão anual. Felizmente que ela mantivera o seguro contra roubo que em tempos o avô fizera pois tratava-se de uma relíquia, um James Foxton de prata de 1804.
Junto com o relógio “voara” um lindo isqueiro Dupont que Mimi adorava. Fora-lhe oferecido pelo namorado e daí o valor sentimental. Era o modelo Minijet girly Pink, modelo de senhora de cor rosa.
Tempicos pediu mais uma imperial para ele e perguntou a Mimi se queria tomar algo ou se a poderia levar a casa. Qualquer das solicitações não foram aceites. Ficaram só a fervilhar na cabeça de Tempicos algumas perguntas:
A-    As marcas indicadas do relógio e do isqueiro não existiram.
B-    A menina Mimi enganou o Tempicos.
C-    A acção passa-se na primavera.
D-    A menina Mimi foi vítima de roubo.


E pronto.
Agora resta aos nossos “detectives” assinalarem qual a alínea que acham que resolve o problema e depois responderem, impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Maio, podendo usar um dos seguintes meios:
- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Relembramos os conselhos que sempre damos, sobretudo aos confrades com menor experiência nestas coisas do Policiário, no sentido de procederem a leituras cuidadas dos enunciados dos problemas, antes de qualquer opção.
Boas deduções!

VIII Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade
27 de Maio de 2012
"Núcleo Duro" da TPL:
Duplas Búfalos Associados (esquerda); A. Raposo & Lena (centro) e Verbatim e Mimi (direita)

No próximo dia 27 de Maio, mais uma vez na Quinta do Rio, na Estrada Nacional 397, entre Brejos de Azeitão e Sesimbra, a Tertúlia Policiária da Liberdade promove o seu VIII Convívio anual, no qual espera encontrar inúmeros amigos da família policiária.
            O programa é o seguinte:
            11h00 – 12h00 – Concentração
            12h00 – Prova de Vinhos
            13h00 – Almoço
            14h30 – Homenagens da TPL
            15h00 – Concurso “Rapidinha Policiária”
Para participar deste programa e de muita alegria, bastará dispor de 16 Euros para o almoço. A entrada no concurso “Rapidinha Policiária”, cuja participação se recomenda, requer a cada concorrente um problema policial e respectiva solução, não excedendo uma página A4 cada um deles, identificados apenas com um título comum, sem qualquer assinatura, mais um livro para enriquecer a mesa dos prémios a atribuir.
As inscrições deverão ser feitas até às 18h00 do dia 23 de Maio, para qualquer dos seguintes contactos:
A. Raposo & Lena: 966 173 648; Búfalos Associados: 966 435 564; Nove: 966 102 077  








segunda-feira, 7 de maio de 2012

POLICIÁRIO 1083




Publicamos hoje um problema de autoria do confrade Penedo Rachado, que constitui a primeira parte da prova n.º 4.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
PROVA N.º 4 – PARTE I
“MATARAM O TEJO”, Original de PENEDO RACHADO
             
O pai do insp. Jau dá-se bem com toda a gente. Ninguém lhe conhece qualquer pendência. Contudo, possuía o velhinho um perdigueiro por quem tinha grande predilecção e, que lhe arranjava problemas e o fazia entrar em despesas.
O “Tejo”, assim se chamava o cão, escapava-se e ia “visitar” capoeiras da vizinhança, causando prejuízos que o dono tinha que pagar. Havia vizinhos que não se importavam de ser bem compensados pelos danos, o que a alguns até dava jeito, pois era forma de venderem a criação, havia quem não achasse graça às tropelias do “Tejo” e tivesse  afirmado que um dia o matava.
Naquele sábado, como era hábito, o ti Jacinto, tal o nome do pai do Insp., foi de manhã ao mercado semanal da vila próxima. Ao voltar a casa, ao meio dia, deu com o “Tejo” agonizante, deitado junto da porta do quintal. Pela boca semiaberta, do animal escapava uma espuma de cor indefinida e mal cheirosa. Pressentindo o dono abanou a cauda e tentou levantar-se. Esforço  inútil, acabou caindo morto. Alguém cumprira a ameaça.
Só a chegada do filho, na sua visita semanal, conseguiu animar  o ti Jacinto. O Insp. Jau preocupou-se com o choque que o velho acabava de sofrer e decidiu, tirar a coisa a limpo  e perguntou ao pai se tinha algumas suspeitas. O ti Jacinto, na sua boa índole, disse que não, mas “apertado” pelo filho, lá foi adiantando haver três vizinhos que, por diversas vezes, tinham ameaçado de morte o “Tejo”. De referir que, aqui, o conceito de “vizinho” não é o de imediata continuidade de habitação, aproximando-se do sentido com que tal palavra é geralmente usada nas zonas rurais, especialmente do Norte do país. Jau exclamou: Ora vamos lá visitar esses três! Pai e filho puseram-se a caminho: Os três suspeitos foram visitados e, para todos eles, a pergunta  foi a mesma: Porque matou o cão do meu pai?. As respostas foram diversas!
O João das Cabras, primeiro visitado, mostrou-se admirado e respondeu: Então eu ia lá matar o cão? É verdade, que várias vezes disse que o fazia, mas isso eram só palavras da boca para fora! Hoje fui ao mercado da vila e só voltei há aí uns cinco minutos. Olhe, ti Jacinto, eu até ia à sua frente e o senhor só me passou quando eu parei em Santa Quitéria, para apanhar o Quim Ferrador, que estava à minha espera. Depois fui atrás de si até à vila.
A segunda entrevista foi com o Zé da Quinta, que respondeu à pergunta de modo agressivo. O quê?...eu? Vocês não estão bons da bola! Eu passei, a manhã na tasca  do Manuel dos Petiscos, bebendo uns copos e a jogar à sueca com uns amigos. Quando de lá saí faltavam dez minutos para o meio-dia, eu me lembro bem disso pois, quando vinha a sair, reparei que era a hora que o relógio que o Manel tem por cima da porta marcava! Saí a correr para ir à Junta de Freguesia, mas já não cheguei a tempo... E também não ganhava nada em envenenar o cão. É certo que muitas vezes disse que o matava, mas do dizer ao fazer vai um caminho comprido...
O último dos três suspeitos a ser visitado foi o Joaquim Ferrador, que respondeu: Eu não matei cão nenhum! Quando é que isso foi? Olhem hoje fui ao mercado com o João das Cabras, e só há pouco voltamos. Tinha combinado esperar por ele em Santa Quitéria, para irmos juntos, e, quando o João parou para me levar, o ti Jacinto passou por nós, é bem capaz de nem ter dado por isso. Depois tivemos que ir atrás de si até ao mercado, a comer toda a fumarada que a sua “chocolateira” larga... está a precisar de levar aquilo à revisão, está sim  senhor!.
Acabadas as visitas, como no regresso a casa passavam pela taberna do Manel, Jau sugeriu, que entrassem, para se dessedentarem. Demoraram alguns minutos na conversa. comentando o filho que para volta tão grande se justificava que tivessem trazido o carro. Até que, num salto, olhando o relógio, o ti Jacinto exclamou raios! Temos que ir andando, com estas voltas já são dez para as duas e ainda temos que  fazer o almoço!
O taberneiro, atalhou rápido: Não faça caso, senhor Jacinto, eu tenho aquele relógio sempre adiantado uns vinte minutos, que é por mor dos fregueses que acham sempre ser ainda cedo para fechar e há sempre tempo para mais um copo.
O inspector e o pai saíram da taberna, dez minutos depois, estavam em casa! Jau disse: Bem, meu pai, quem matou o cão já eu sei, resta saber agora se quer que se proceda contra ele!. A resposta a esta pergunta nós não a ouvimos, mas gostaríamos saber qual a conclusão a que o Insp. chegou e qual o raciocínio que a esta  conduziu.


E pronto.
Resta aos nossos “detectives” elaborarem os relatórios e participarem, enviando-os impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Maio, para o que poderão usar um dos seguintes meios:

- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Relembramos os conselhos que sempre damos, sobretudo aos confrades com menor experiência nestas coisas do Policiário, no sentido de procederem a leituras cuidadas dos enunciados dos problemas, factor muito determinate na resolução correcta dos mesmos.

Boas deduções!




 

            

terça-feira, 1 de maio de 2012

VIII CONVÍVIO DA TPL


TERTÚLIA POLICIÁRIA DA LIBERDADE
VIII CONVÍVIO

No domingo 27 de Maio a partir do meio-dia, mais uma vez na Quinta do Rio, na Estrada Nacional 397 entre Brejos de Azeitão e Sesimbra, a Tertúlia Policiária da Liberdade promove o seu VIII Convívio anual, no qual espera encontrar muitos amigos da família policiarista. Além do tradicional almoço de confraternização, que será antecedido de uma prova de vinhos de alta qualidade (patrocínio da firma WINE 4 YOU) haverá, além de várias surpresas, um pequeno torneio policiário verdadeiramente democrático e original em que cada um será simultaneamente produtor de um problema, solucionista de outro, júri dos dois e fornecedor de prémios a atribuir. Como irá isso ser possível, é o que adiante se esclarece. Mas entretanto podemos informar que o preço do almoço será de 16€ por conviva e a ementa uma bela “paella”.



RAPIDINHA POLICIÁRIA – SEM PSEUDÓMINO E SEM JÚRI

Cada concorrente deverá fazer-se acompanhar de um livro à sua escolha que irá enriquecer a mesa dos prémios a atribuir. Terá ainda de ter elaborado um pequeno problema policial, bem como a respectiva solução, em textos separados, não excedendo uma página A4 cada um deles, identificados apenas com o título comum e sem qualquer assinatura. Deverá introduzir as duas folhas num sobrescrito, esse sim, identificado com o nome do concorrente e o título do problema, que entregará ao Secretariado da prova. Receberá por sorteio um dos outros problemas a concurso para solucionar num máximo de 20 minutos. Depois de entregar esta solução, receberá a oficial, devendo então classificar o trabalho do autor com uma apreciação de 0 a 5 pontos. Finalmente cada autor será chamado a avaliar a solução concorrente ao seu próprio problema, também com uma pontuação de 0 a 5. Somando as duas avaliações (autor + solucionista) obtém-se uma classificação final de 0 a 10 pontos.
Os mais bem classificados terão então oportunidade de escolher os prémios da mesa onde estarão os livros que cada um terá trazido. A TPL fará também a sua oferta de livros que se juntarão aos restantes e determinará a quantidade de livros a premiar cada concorrente. Pretende-se que tudo decorra no melhor espírito de camaradagem e são desportivismo mas fica estabelecido que a Comissão Organizadora decidirá sobre reclamações. Claro que a presença no Convívio não obriga a concorrer à prova, mas a TPL lança um desafio a todos os convivas para esta inovadora competição. O importante é participar.