TRÊS JUSTAS HOMENAGENS
O Policiário deve muito a Sete de
Espadas, como grande responsável por estarmos aqui, mas não esquece outros
vultos enormes, a quem muito devemos pela sua dedicação, entusiasmo e riqueza
humana que espalharam à sua volta:
DET.
MISTERIOSO

Assim se referia ao facto o
mestre M. Constantino na sua obra monumental “O Grande Livro da Problemística
Policiária”, edição da Associação Policiária Portuguesa, num texto evocativo da
figura deste nosso confrade excepcional, com o título “Perda Irreparável”:
“ Quase a findar o ano, quando se
preparava para, mais uma vez, comparecer no Convívio Anual de Torres Vedras,
exactamente na madrugada de 24 de Novembro de 1990, faleceu um dos mais activos
mestres da Problemística Policiária Portuguesa: Domingos Prata Rodrigues, o
Detective Misterioso.
É uma perda irreparável... Exímio
decifrador, área em que destacou a pontos de ser considerado quase imbatível,
foi igualmente produtor de mérito, contista, fundador da Tertúlia Policiária de
Almada, destacava-se, sobretudo, como Campeão na Modéstia, na Camaradagem, na
Amizade!”.
É este vulto importante da nossa
história policiária, com quem tivemos a felicidade de conviver inúmeras vezes
ao longo de muitos anos, um pouco por todo o país onde os nossos convívios
chegavam, que homenageamos singelamente, com a atribuição do seu nome ao troféu
que premeia o n.º 1 do Ranking.
DIC ROLAND

Com uma vida riquíssima e cheia
de episódios, de que se destacam os passados na Índia, onde chegou a ser
comandante da polícia em Goa, até à sua fixação junto de Castelo Branco, onde
era gerente de uma unidade hoteleira, nos primórdios da sua participação no
Policiário, tendo depois passado pelo Fratel, até se fixar em Vila Nova de
Santo André, Dic Roland era, podemos dizê-lo sem exagero, um “Cavaleiro
Andante” do Policiário, percorrendo o país de lés a lés, para onde houvesse um
acontecimento, fosse ele qual fosse.
Dic Roland vivia o “seu”
Policiário com uma intensidade única e eram inúmeros os telefonemas para nos
dar a conhecer factos erradamente transmitidos, ou gralhas que alteravam o
sentido das coisas, ou a confirmar o envio das soluções dos enigmas…
O seu apurado gosto pelo convívio
ficou sempre amplamente documentado nas realizações em que se empenhou. Na
estalagem junto à Barragem do Fratel, de que era gerente na altura, com almoço
e passeio por Nisa, na companhia do Presidente da Câmara da vila alentejana e
visita das termas da Fadagosa. Nos convívios do litoral alentejano, já a partir
de Santo André, onde fundou uma tertúlia, com os confrades Vilnosa e Sinid
Agiev e que tinham sempre uma componente cultural e lúdica a não desprezar.
Houve safaris no parque temático Badoka Park; houve buscas nas praias do
litoral alentejano, à procura da prova necessária para a decifração de mais um caso;
houve visita às ruínas da cidade romana de Miróbriga, em Santiago do Cacém…
Dic Roland foi um “detective”
completo: Foi campeão nacional, conquistou a Taça de Portugal, foi policiarista
do ano, comandou o ranking, esteve em todos os acontecimentos importantes da
nossa história, foi um mestre na arte de saber conviver.
Realmente, anos volvidos sobre o
seu desaparecimento físico, em 9 de Agosto de 2006, cada vez notamos mais a sua
ausência, sinal evidente que a sua marca ficou presente, quer em todos os que o
conheceram e com ele privaram, quer naqueles que apenas tiveram oportunidade de
lerem os seus problemas ou soluções.
K.O.

KO, Arlindo Matos, lutou
bravamente contra a doença que o minava até sucumbir no dia 24 de Agosto de
2007, quando o confrade e Amigo Nove nos transmitiu a dolorosa - e já esperada
– notícia.
Conhecemos o K.O. logo no início
deste nosso espaço, no ano de 1992. Era já um policiarista antigo, que andara
por muitos dos acontecimentos mais marcantes da nossa actividade e que naquele
momento regressava “a casa”, à sua casa Policiária.
Decifrador de elevada craveira,
entusiasta do Policiário, desde logo se destacou pelas soluções elaboradas que
produzia.
Vencedor por natureza, K.O.
acumulou títulos e prémios, espalhou a sua simplicidade, simpatia e entusiasmo
por todos os locais por onde o Policiário passou, deixando um rasto de
admiração pelas suas qualidades, muito bem secundado pela sua inseparável
mulher, a D. Isaurinda, sua verdadeira “alma-gémea” em tudo, sendo difícil
encontrar duas pessoas tão completas, tão interessadas com o bem-estar de todos
à sua volta!...
O exemplo do confrade K.O., na
busca da perfeição, na procura do tal pormenor que fazia a diferença, que o
conduziu aos lugares mais cimeiros das nossas classificações, é hoje plenamente
actual.
O K.O., presença assídua e
constante em todos os acontecimentos policiários, com a sua “metade” Isaurinda,
pertence ao restrito número dos nossos Maiores e será recordado pelo seu
exemplo de luta, também contra a doença que o minou. Poucos dias antes de
falecer, telefonou-nos para saber se passara uma eliminatória da Taça de
Portugal! O “nosso” K.O. esteve connosco até encerrar este capítulo da sua
vida, sempre na convicção de poder vencer a doença. Lutador até ao fim! Em tudo
na sua vida, onde o Policiário, sempre soubemos, desempenhou um papel
importante.
3 comentários:
Três grandes, enormes nomes do policiário. Não os esquecendo-o continuamos a honrar a sua memória e a comprovar que somos de facto uma Família.
"Inspector Aranha"
Está-nos no ADN de policiaristas honrar a memória dos nossos colegas e amigos que saíram do nosso convívio mas não da nossa saudade...
Um abraço
Zé
Só hoje tive conhecimento destas três justas homenagens por isso só hoje me me Associo a elas.
Ao relembrar hoje estes quatro enormes nomes do nosso passatempo não pude deixar de recordar com
imensa saudade outros não menos importantes
Rip Kirby
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