(Diário Popular #
5845 – 17.01.1959

O
inspector terminou o exame do cadáver do afogado e pediu a Gabrielle e a
Jean-Pierre que contassem o que sabiam.
- Jean-Pierre e
eu – disse Gabrielle – assim como Laurente, devíamos encontrar-nos esta manhã,
aqui na baía. Enquanto nós mudávamos de roupa na praia, Jean-Pierre viu que não
tinha cigarros. Foi buscá-los no carro dele, à pequena localidade que fica a
alguns centos de metros daqui. Entretanto eu meti-me na água. Já lá estava,
quando vi chegar o carro de Laurent. Ele desceu e fez-me um aceno alegre. Foi
nesse instante que eu senti uma cãibra violenta no estômago. Era uma dor de
enlouquecer. Senti-me afundar. Perdi o conhecimento…
- Foi nesse
instante que eu cheguei – continuou Jean-Pierre, interrompendo Gabrielle. Mal
saíra do carro quando o drama se desenrolou ante mim, com uma rapidez
fulminante. Vi Laurent despir o casaco e os sapatos e atirar-se à água. Eu
sabia que ele era um fraco nadador. Por meu turno atirei-me à água vestido,
cheguei até junto de Gabrielle e consegui trazê-la para a praia. Depois, pensei
em Laurent. Estava
em dificuldades a vinte metros da margem. Mergulhei de novo. Estava quase a
atingi-lo quando ele mergulhou. Tive imensa dificuldade em o trazer par terra.
Mas era demasiado tarde…
- Ele
descalçou-se ou tirou primeiro o casaco? – perguntou Fauvel.
- Creio que ele
tirou primeiro os sapatos – respondeu Gabrielle, com pouca convicção.
- Não: primeiro
tirou o casaco. – disse Jean-Pierre.
O inspector
olhou os sapatos de Laurent, que estavam perto do automóvel.
- O vosso amigo usava
geralmente um casaco? Isto não é costume, no Verão, aqui na costa…
Gabrielle,
resmungando, respondeu:
- Sabe, Laurent
era um rapaz estranho…
- É possível. –
murmurou Fauvel. Mas de momento, o que eu acho estranho é a vossa atitude.
Queiram seguir-me. A Polícia tem mais perguntas a fazer-lhes…
Porque
é que o inspector Fauvel falava assim?
(Divulgaremos
amanhã, a solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 228
(Diário Popular #
5831 – 03.01.1959)
O
inspector Fordney sabia que era impossível, mesmo a um homem dotado de
excelente memória visual, percorrer trezentos metros, seguindo rigorosamente
uma linha recta, até um determinado objectivo, em pleno e denso nevoeiro. Lou
Mallorini tinha preparado o cenário do seu rapto e deixado as suas pegadas na
areia. O nevoeiro que caíra durante a noite, no entanto, provava que ele
mentira.
Jarturice-229 (Divulgada em
18.Agosto.2015)
APRESENTAÇÃO E
DIVULGAÇÃO DE:
J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário