O MÊS DE “SETE DE ESPADAS”
O mês de Fevereiro está sempre associado à figura
cimeira do nosso passatempo e seu principal divulgador: Sete de Espadas.
Foi, podemos dizê-lo com toda a propriedade, o virar
de página de toda uma geração de jovens, muito jovens mesmo, na casa dos 13, 14
anos, que apareceram em enorme explosão, criando um movimento imparável que nos
trouxe até aos nossos dias.
Muitos dos actuais policiaristas são produtos dessa
época, eram leitores de histórias aos quadradinhos e descobriram o policiário,
tornando-se detectives!
O primeiro sinal de que algo se movia, foi a grande
afluência à literatura policial, a corrida aos alfarrabistas, a ânsia de ler os
clássicos do policial, antes da procura dos modernos escritores. Depois, foi a
quantidade de malta nova a tratar-se por nomes escolhidos pelos próprios, que
podiam ser de uma personagem dos quadradinhos, de um detective da literatura,
de uma abreviatura do próprio nome, de uma invenção pura… Tudo servia para nos
identificarmos perante os outros. Era o Detective Invisível, o Inspector
Moisés, o Ubro Hmet ou o Satanás… Poucos sabiam o nome real do confrade que
estava à sua frente, nem isso era importante! Poucos sabiam o que faziam os
outros na vida profissional, mas também não era necessário! O importante era o
facto de estarem todos irmanados no mesmo gosto pela dedução, pelo exercício
das “células cinzentas”, estarem disponíveis para se reunirem em Tertúlias
Policiárias e todos os meses percorrerem o país para os Convívios, na altura
única forma de travarmos conhecimento para além das fronteiras próximas.
No centro de tudo, a figura simpática de um homem de
barbas brancas, cabelo ralo, sorriso aberto e simpático: O Sete de Espadas.
Nos dias dos Convívios, era digno de ser visto o
número de pais que chegavam perto do Sete e lhe confiavam os miúdos de 11 ou 12
anos, como se confia a um avô e lhe diziam que eram os próprios miúdos que
insistiam em ir e não aceitavam um não como resposta! E o Sete, com a calma e o
espírito positivo que sempre teve, lá os tranquilizava, dizendo-lhes que na
tribo policiária eles estavam no local certo para crescerem, num são convívio,
numa camaradagem exemplar.
Ainda hoje sentimos isso. Mesmo nós, muitos já avós,
ainda olhamos para o exemplo do Sete como um aspecto importantíssimo no nosso
processo de desenvolvimento. Todos crescemos muito com ele e com o Policiário.
Todos lhe devemos muito daquilo que conseguimos ser. O seu exemplo, de
persistência na demonstração dos benefícios do exercício de uma actividade tão
saudável para o desenvolvimento harmonioso de um espírito científico, como é o
caso do Policiário, merece ser sempre realçado.
Mais tarde foi o XYZ Magazine, o Clube dos Amigos do
XYZ e muitas outras coisas, sempre com a relevância da Amizade e da
Camaradagem, suas imagens de marca.
Foi no dia 10 de Dezembro de 2008, depois de cumprir mais
um dos seus grandes objectivos que era assistir e participar na viragem do
milénio, que a notícia do seu falecimento correu no seio da imensa família
policiária, que assim viu partir o seu principal divulgador, deixando um rasto
de pesar entre a imensa legião daqueles que com ele cresceram física e
mentalmente.
O SETE DE ESPADAS permanecerá sempre como simbolo máximo e referência maior do Policiário.
1 comentário:
Inesquecível...
Zé
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