PROBLEMAS POLICIAIS – 124 - # 121
(Diário Popular # 4974 – 11.08.1956)

«E depois?»
«O homem deitou para dentro do carro os
valiosos casacos que tinha roubado, sentou-se ao lado do motorista e partiu em
grande velocidade. Era impossível alcançá-lo, com o meu camião. Vi depois que
ele só podia ter aberto a porta do meu veículo com chave falsa…»
Perante o inspector Fauvel, Geo Demers
contou nestes termos o aventuroso roubo de que ele tinha acabado de ser, ao
mesmo tempo, testemunha e vítima.
«O ladrão devia ser grande conhecedor de
peles» - observou o inspector. «Ele só roubou os casacos que valiam mais
dinheiro».
«Não
é nada de extraordinário» - respondeu Demers. - «Esses tipos conhecem bem a
mercadoria…»
«Mas
por que foi você para o armazém do seu patrão em vez de ir logo avisar o posto
de polícia mais próximo?»
«Bem…
O patrão não gosta nada que se saiba que os casacos escolhids pelas melhores
clientes podem ser roubados ou sofrer qualquer dano. Isso já tem acontecido
algumas vezes… Eu já sei como é… A notícia de um roubo ou de um desastre com um
casaco de peles faz mau efeito. O cliente pode julgar depois que o que lhe
apresentam a substituir o roubado ou estragado não é tão perfeito como aquele
que ele tinha escolhido…»
«E
o seu ajudante, por que não o acompanhava?
«Estava
muito cansado depois de ter feito a distribuição e pediu-me que o deixasse
ficar em casa. Como não era muito longe, fui lá pô-lo…»
«O
que não percebo é como você ia com tamanha velocidade com um veículo tão
pesado» - comentou Fauvel, enquanto examinava a fechadura das pesadas portas
blindadas do camião, precisamente a meio do veículo.
Geo
não respondeu, envergonhado.
«Você
traz sempre luvas para conduzir?» - perguntou-lhe depois o inspector.
«Sempre.
É raro que a gente não suje as mãos e assim já não há o perigo de estragar as
peles quando tem de se lhes pegar. Tiram-se então, as luvas e as mãos estão
limpas…»
«É
claro». – concordou Fauvel, desta vez com um ar um pouco preocupado. Depois,
voltando-se para Geo, disse-lhe:
«Isto
não joga bem…»
E,
empurrando o motorista à sua frente, acrescentou:
«Vamos
lá para o meu gabinete. Você tem que me dizer toda a verdade. Não tem vantagem
nenhuma em estar a mentir…»
Como
é que o inspector Fauvel podia ser tão preciso nestas frases?
Por
que tinha mentido Geo?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial
deste caso)
Solução do problema
# 120
(Diário
Popular # 4967 – 04.08.1956)
Ernst Franchit, o dono da
agência de venda de propriedades. Só ele exercia uma profissão em que uma
doença que dava tremuras das mãos não o impedia de trabalhar.
Jarturice-121
(Divulgada em 02.Maio.2015)
DIVULGAÇÃO E APRESENTAÇÃO
DE: J A R T U R
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