A alteração dos prazos para resposta, motivada pela
necessidade de os adequar às férias, impedindo que alguns confrades
abandonassem a competição por não poderem cumpri-los, produziu alguma
perturbação, que foi suprida no blogue CRIME PÚBLICO, em http://blogs.publico.pt/policiario onde foi
possível acompanhar tudo, passo a passo.
Por isso, apesar de no blogue já estarem publicados os
resultados da prova n.º 7, apenas agora vamos conhecer as respectivas soluções:
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL - 2013
SOLUÇÕES DA PROVA
N.º 7
PARTE I
A TIA LAURINDA E A MORTE DE DONA PERPÉTUA,
de BÚFALOS ASSOCIADOS
Grave erro cometeu a polícia ao não recolher o telemóvel
encontrado debaixo do corpo da falecida Perpétua. Ficou assim privada de obter
a informação que determinou a suspeita da Tia Laurinda sobre quem poderia ter
sido o autor do crime. Para já não falar de eventuais impressões digitais
reveladoras da identidade da proprietária.
Na
realidade, ao verificar que na lista de contactos gravados apenas constavam
nomes conhecidos e expectáveis com excepção dos da vítima e da filha Mercês, é
lógico supor que o telemóvel deverá pertencer a uma dessas duas personagens.
Mas a Tia Laurinda sabia bem que a perecida Perpétua era avessa a todas as
modernas tecnologias, portanto não possuía certamente telemóvel. No caso
contrário até nem seria natural que faltasse na agenda de endereços o nome de
apenas uma das filhas. Assim sendo, o aparelho de comunicação aparecido debaixo
do corpo da finada Perpétua não podia deixar de pertencer à Mercês, certamente
tombado durante a discussão e a luta corpo a corpo testemunhadas pelo
jardineiro.
Que pode ter
acontecido? As mensagens lidas no telemóvel pela Tia Laurinda revelavam
problemas no pagamento de avultadas dívidas, o que a fez então desconfiar de
que o conflito daquela noite entre mãe e filha poderia bem ter origem, além da
música ouvida demasiado alta, na exigência por parte da Mercês de apoio financeiro
para a liquidação das mesmas. Não se esqueça que ela estava desempregada. O
adiantado da hora, a existência muito provável de quezílias anteriores e os
efeitos produzidos pela ingestão de whisky em doses exageradas, terão mesmo
levado a Mercês a mostrar à mãe o testemunho das mensagens gravadas. Os ânimos
exaltaram-se, o telemóvel terá caído, o atiçador da lareira estava ali mesmo à
mão, e pronto: a ocasião faz a agressão! Depois o grito da agredida Perpétua, a
queda do corpo sobre o telemóvel, o alarme provocado pela voz assustada do
Zenóbio que nem sequer deu tempo à desnaturada filha para recuperar o aparelho
e a fuga precipitada pela escada acima. E foi certamente ela que, perturbada
pelo acontecido, nem terá tido a lucidez de mudar de roupa e terá descido a
escada sem dar mostras de ter estado a dormir, pois apareceu vestida como tinha
andado durante o dia, tal como constatou a Umbelina.
Concluindo, mercê da Mercês verifica-se que não há nada
que seja verdadeiramente perpétuo e que ainda não foi desta vez que nem o mau
feitio de uma dona de casa desesperada, nem os maus resultados do Sporting, nem
uma janela aberta nas traseiras, provocaram um crime.
PARTE II
A MORTE DA CABELEIREIRA, de PAULO
1- Para chegar a esta conclusão
contribuem três pormenores que mostram que Arnaldo mentiu.
a) -Se ele conhecia bem os hábitos
da vítima, sabia que esta saía de casa um pouco antes das oito e meia. Não se
compreende que fosse a essa hora que ele lá chegasse para falar com ela,
correndo até o risco de já não a encontrar.
b) - É incompreensível que ele
saísse de casa para chamar a polícia quando tinha um telefone à mão. Seria mais
fácil, telefonar. Arnaldo ía a fugir após ter cometido o crime, e ao ser
apanhado por Manuela improvisou uma história.
c) - Finalmente, temos que localizar
a história no tempo. Vinte anos depois do 25 de Abril, remete para o ano de
1994, e o dia a seguir à noite de S. João é o próprio dia de S. João, 24 de
Junho. Nesse dia houve o bloqueio da ponte sobre o rio Tejo, a partir das 6
horas e 55 minutos, como se pode ler na imprensa da época, e à hora a que
Arnaldo diz que apanhou o autocarro já este não poderia passar na ponte. Logo,
Arnaldo não dormiu em casa nessa noite.
2- Arnaldo terá ficado em casa de
Luísa e de manhã, por motivo de qualquer discussão, provavelmente dinheiro,
matou-a. Ao tentar fugir, encontrou Manuela e o resto já é conhecido.
3- Quanto a Manuela, o tempo que
demorou de sua casa até à casa da amiga, pode ser explicado pela avaria no
carro. Não havendo nada que prove o contrário podemos acreditar na sua
história.
4- No que se refere a Luís Almeida
nada indica que ele possa estar a mentir.
CONFRONTOS DOS
QUARTOS DE FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL
O sorteio dos
confrontos ditou o seguinte resultado:
Detective Jeremias
(Santarém) – Inspector Aranha (Santarém)
Paulo (Viseu) –
Custódio Matarratos (Évora)
Inspector Boavida
(Porto) – Zé (Viseu)
Inspector Gigas
(Porto) – Flo (Coimbra)
Estes confrades já responderam
aos desafios da prova n.º 8, com vista ao apuramento para as meias finais da
competição desta época.
Tratando-se de uma
fase em que todos os “detectives” vão apresentar os seus melhores argumentos
para poderem aspirar à conquista do troféu, não podemos deixar de relevar o
confronto escalabitano, em que vão estar dois dos mais fortes candidatos e já
detentores da Taça de Portugal em edições anteriores.
Vamos ver o que nos
reserva esta eliminatória, que desperta enorme expectativa.
1 comentário:
Caro Luís Pessoa,
Não sei se teve ocasião de ver o mail que lhe enviei no passado dia 13 de Outubro anexando quadros classificativos actualizados. Lembrei-me de os fazer no sentido de o ajudar, admitindo que o confrade Rip Kirby possa estar ainda convalescente da intervenção cirúrgica.
Um abraço
José Gigante (Inspector Gigas)
Enviar um comentário