Alguns confrades lembraram-nos que ainda não tínhamos publicado as soluções dos desafios da prova n.º 8, de autoria do confrade RIP KIRBY, que no Brasil vai procurando recuperar dos problemas de saúde que o atormentam. Para ele a nossa força, para que retome em pleno a sua participação no Policiário, que tanto lhe deve, pela dedicação e empenho com que lhe vai dedicando muito do seu tempo e engenho produtivo de problemas. Força, Amigo Rip!
Porque já divulgamos as classificações, resolvemos antecipar a publicação das soluções apresentadas pelo seu autor, que vai ocorrer no PÚBLICO, na edição de amanhã.
PARTE I
“O Último Caso do Inspector Trindade”, de Rip Kirby
Apesar da sua extensão a solução deste problema não
oferece dificuldades por aí além.
Segundo
Clarisse, a secretária recepcionista de Vicktório Meneguci declarou que logo
após a sua chegada ao trabalho apresentou-se ali uma jovem, usando um vestido
azul, pedindo uma entrevista com Vicktório e para isso trazia um cartão de
Geovani Meneguci.
Clarisse reparou que embora a jovem não fosse feia de
todo apresentava umas feiçõesgrosseiras e no rosto, apesar do pó que o cobria,
notava-se o tom escuro da pele.
Este pormenor faz-nos suspeitar de que a jovem era
afinal um homem. O tom escuro da pele seria devido à barba muito cerrada.
Geovani apesar dos peritos afirmarem que a letra era a
dele negou ter dado algum cartão seu a uma mulher. No entanto só as suas
impressões digitais estavam presentes neste. Este pormenor mais à frente
veremos qual a sua importância.
Pelas declarações de Clarisse sabemos que essa jovem
era mais alta do que é normal em mulheres e o porteiro que a viu entrar reparou
que ela mal se equilibrava nos saltos dos sapatos oque frequentemente acontece
com homens que não estão acostumados a usa-los.
Este pormenor embora pareça importante, e deva ser
mencionado, não tem a importância que parece, há mulheres que não sabem andar com
sapatos de salto alto. A Margarida Pinto Correia é uma delas.
Isto pode
levar-nos à conclusão de que Geovani facilitou a entrada de um desconhecido nas
instalações da administração para liquidar o tio.
Contudo os cúmplices são sempre perigosos pelo que
Geovani resolveu ser ele próprio a executar o seu plano e nesta conformidade
apresentou-se na empresa, vestido de mulher, logo que Clarisse chegou
entregou-lhe o seu cartão de apresentação. Em presença do cartão a jovem
secretária mandou que aquele que ela pensava ser uma jovem entrasse para a sala
de espera.
Uma vez aqui Geovani entrou no seu gabinete e pelo
corredor que comunicava com o gabinete do tio dirigiu-se para o quarto de banho
deste tendo antes fechado a porta do corredor pelo lado de dentro. Um erro que
o incrimina.
Tratou de
limpar o batom dos lábios e as sombras dos olhos, daí os lenços de papel
manchados de vermelho. Depois tomou um banho no quarto de banho do tio para
tirar os restos de pintura e eliminar os vestígios do perfume que eventualmente
teria usado e de seguida foi ao seu quartovestir-se com os seus trajes
habituais. Mas teve um descuido, deixou ali a toalha de que se servira. Antes
limpou todos oslugares onde poderia ter deixado as suas impressões no banheiro
do tio.
Feito isto sentou-se no escritório do tio e esperou a
chagada deste que não se teria feito esperar. Logo que Vicktório chegou não lhe
deu tempo a tocar a campainha para chamar a secretária. Passou-lhe pelo pescoço
e apertou até estrangula-lo, o cinto de seda azul que pertencia ao vestido que
tinha usado para se disfarçar. Ele era bastante mais forte e novo do que o tio
pelo que isso não foi tarefa difícil.
Após isto ligou pelo telemóvel para uma das cabines de
telefones para serviço dos clientes e pediu para chamarem Clarisse. Como as
chamadas para aqueles telefones não podiam ser transferidas para o escritório
Clarisse teve que se deslocar até à portaria do lado nascente, mas afinal não
havia ninguém no outro lado e ela voltou para o seu posto,
Entretanto Giovani aproveitou a ausência da jovem para
sair da sala de espera e dirigiu-se para um dos corredores do lado poente e
aqui usando novamente o telemóvel ligou para as cabines obrigando o porteiro a
deslocar-se ali para atender o telefone.
Não se identificou e como o ruído era intenso isso não
permitiu que o vigilante lhe reconhecesse a voz. Quando o vigilante foi atender
o telefone ele aproveitou e escapuliu-se. Meteu-se no carro que precisamente
havia deixado ali a jeito e deu uma ou duas voltas ao quarteirão até às 11
horas quando entrou pela porta do corredor que dava acesso ao escritório o que
foi testemunhado pelo vigilante. Entretanto já se havia desfeito do vestido
azul e dos sapatos que usara.
Entrou no gabinete do tio e deu o alarme.
E assim está desfeito o rolo armado por Geovani
Meneguci.
PARTE II – “Mistério na Praia”, de
Rip Kirby
A solução deste mistério está escondida com o rabo de
fora na alínea D.
No texto não há qualquer pormenor que nos permita
suspeitar dos outros intervenientes na história, mas o Pic-Pau logo se
desmascarou ao afirmar que já havia uma semana que não ia à praia e muito menos
para a ponta Sul.
Ao fazer esta afirmação ele demonstra que sabe os
motivos porque está sendo interrogado pela Polícia.
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