SOLUCIONADOS DOIS CASOS QUE VIERAM DO BRASIL
Cumprimos hoje
mais um capítulo das nossas competições desta época, tomando conhecimento das
soluções dos enigmas que fizeram a prova n.º 8.
São dois desafios que vieram do outro lado do Oceano
Atlântico e sairam da pena (fica sempre bem regressarmos a um passado que já
parece longínquo nesta era de múltiplos teclados) de um dos confrades mais
prolixos na produção de problemas policiários: Rip Kirby.
Estando este nosso confrade em convalescença depois de
uma intervenção cirúrgica, que felizmente correu bem, daqui enviamos um abraço
com votos de regresso em plena forma.
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2013
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 8
PARTE I - “O Último Caso do Inspector
Trindade”, de Rip Kirby
Apesar da sua extensão a solução deste problema não
oferece dificuldades por aí além.
Segundo
Clarisse, a secretária recepcionista de Vicktório Meneguci declarou que logo
após a sua chegada ao trabalho apresentou-se ali uma jovem, usando um vestido
azul, pedindo uma entrevista com Vicktório e para isso trazia um cartão de
Geovani Meneguci.
Clarisse reparou que embora a jovem não fosse feia de
todo apresentava umas feiçõesgrosseiras e no rosto, apesar do pó que o cobria,
notava-se o tom escuro da pele.
Este pormenor faz-nos suspeitar de que a jovem era
afinal um homem. O tom escuro da pele seria devido à barba muito cerrada.
Geovani apesar dos peritos afirmarem que a letra era a
dele negou ter dado algum cartão seu a uma mulher. No entanto só as suas
impressões digitais estavam presentes neste. Este pormenor mais à frente
veremos qual a sua importância.
Pelas declarações de Clarisse sabemos que essa jovem
era mais alta do que é normal em mulheres e o porteiro que a viu entrar reparou
que ela mal se equilibrava nos saltos dos sapatos oque frequentemente acontece
com homens que não estão acostumados a usa-los.
Este pormenor embora pareça importante, e deva ser
mencionado, não tem a importância que parece, há mulheres que não sabem andar com
sapatos de salto alto. A Margarida Pinto Correia é uma delas.
Isto pode
levar-nos à conclusão de que Geovani facilitou a entrada de um desconhecido nas
instalações da administração para liquidar o tio.
Contudo os cúmplices são sempre perigosos pelo que
Geovani resolveu ser ele próprio a executar o seu plano e nesta conformidade
apresentou-se na empresa, vestido de mulher, logo que Clarisse chegou
entregou-lhe o seu cartão de apresentação. Em presença do cartão a jovem
secretária mandou que aquele que ela pensava ser uma jovem entrasse para a sala
de espera.
Uma vez aqui Geovani entrou no seu gabinete e pelo
corredor que comunicava com o gabinete do tio dirigiu-se para o quarto de banho
deste tendo antes fechado a porta do corredor pelo lado de dentro. Um erro que
o incrimina.
Tratou de
limpar o batom dos lábios e as sombras dos olhos, daí os lenços de papel
manchados de vermelho. Depois tomou um banho no quarto de banho do tio para
tirar os restos de pintura e eliminar os vestígios do perfume que eventualmente
teria usado e de seguida foi ao seu quartovestir-se com os seus trajes
habituais. Mas teve um descuido, deixou ali a toalha de que se servira. Antes
limpou todos oslugares onde poderia ter deixado as suas impressões no banheiro
do tio.
Feito isto sentou-se no escritório do tio e esperou a
chagada deste que não se teria feito esperar. Logo que Vicktório chegou não lhe
deu tempo a tocar a campainha para chamar a secretária. Passou-lhe pelo pescoço
e apertou até estrangula-lo, o cinto de seda azul que pertencia ao vestido que
tinha usado para se disfarçar. Ele era bastante mais forte e novo do que o tio
pelo que isso não foi tarefa difícil.
Após isto ligou pelo telemóvel para uma das cabines de
telefones para serviço dos clientes e pediu para chamarem Clarisse. Como as
chamadas para aqueles telefones não podiam ser transferidas para o escritório
Clarisse teve que se deslocar até à portaria do lado nascente, mas afinal não
havia ninguém no outro lado e ela voltou para o seu posto,
Entretanto Giovani aproveitou a ausência da jovem para
sair da sala de espera e dirigiu-se para um dos corredores do lado poente e
aqui usando novamente o telemóvel ligou para as cabines obrigando o porteiro a
deslocar-se ali para atender o telefone.
Não se identificou e como o ruído era intenso isso não
permitiu que o vigilante lhe reconhecesse a voz. Quando o vigilante foi atender
o telefone ele aproveitou e escapuliu-se. Meteu-se no carro que precisamente
havia deixado ali a jeito e deu uma ou duas voltas ao quarteirão até às 11
horas quando entrou pela porta do corredor que dava acesso ao escritório o que
foi testemunhado pelo vigilante. Entretanto já se havia desfeito do vestido
azul e dos sapatos que usara.
Entrou no gabinete do tio e deu o alarme.
E assim está desfeito o rolo armado por Geovani
Meneguci.
PARTE II – “Mistério na Praia”, de
Rip Kirby
A solução deste mistério está escondida com o rabo de
fora na alínea D.
No texto não há qualquer pormenor que nos permita
suspeitar dos outros intervenientes na história, mas o Pic-Pau logo se
desmascarou ao afirmar que já havia uma semana que não ia à praia e muito menos
para a ponta Sul.
Ao fazer esta afirmação ele demonstra que sabe os
motivos porque está sendo interrogado pela Polícia.
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