(Diário Popular # 5303 – 13.07.1957)

Junto
do braço direito da morta o adjunto do Inspector Fauvel recolheu com as maiores
precauções, o revólver de que a artista se servira. Logo depois verificou que a
arma não apresentava impressões digitais.
Fauvel
examinava silenciosamente o local, fumando um cigarro. Até que disse:
-
Mande chamar Maria, a criada.
Entretanto,
os seus olhos não se desprendiam da fotografia de um atraente jovem, assinada
«Jean», e próximo da qual se encontrava um bilhete em que se lia:
«Querido
Jean:
Perdoa-me,
mas sou uma louca. Vendi tudo para evitar que os credores me arrastassem ao
tribunal. Mas isso não bastou. Prefiro a morte… Claudine».
-
Não é comum vermos uma rapariga matar-se por causa das dívidas – murmurou o
adjunto do Inspector Fauvel ao sair do quarto para ir buscar Maria.
Quando
a criada chegou, extraordinariamente perturbada, Fauvel perguntou-lhe:
-
Quem é este Jean?
-
É a «vedeta» masculina do espectáculo.
-
Por que não lhe enviou este bilhete, pois que lhe era destinado?
-
Desorientada como estava, nem pensei nisso.
- Foi você quem descobriu o corpo da sua patroa?
- Sim. Vinha trazer-lhe o pequeno-almoço, como todas as
manhãs.
- Jean não esteve com ela ontem à noite?
- Sim. Mas, como frequentemente acontecia, deve ter saído já
depois de eu estar deitada.
- O Inspector Fauvel não teve necessidade de dizer nada: o
seu adjunto já se dirigia ao andar de cima e trouxera o amigo da artista.
A princípio Jean pareceu não ter compreendido o que se
passara. Depois, ajoelhou-se perante Claudine, desesperado:
- Claudine. Claudine, porque fizeste isto?
- No seu lugar, eu diria: «Porque fiz eu isto?» -
interrompeu o inspector, com ar de poucos amigos.
E acrescentou:
- Está preso, Jean.
O que levou Fauvel a tomar esta decisão?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 164
(Diário
Popular # 5296 – 06.07.1957)
O inspector sabia que era
impossível a Panel distinguir se o assaltante era um homem ou uma mulher
vendo-o apenas pelo buraco da fechadura, estando ele (ou ela) à distância de
trinta centímetros… mesmo que a luz estivesse acesa.
~
Jarturice-165 (Divulgada
em 15.Junho.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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