{PORQUE O DE ONTEM SAIU COM FALHAS, REPETE-SE HOJE}
(Diário Popular #
5393 – 12.10.1957)
Acompanhado do seu fiel adjunto,
o inspector Fauvel decidiu, naquela noite, tomar lugar no automóvel-patrulha da
Polícia. Uma vaga de agressão parecia submergir a capital, e tornava-se
indispensável meter aquilo na ordem.

Por volta das 23
horas, porém, um temporal violento envolveu o carro da Polícia. Os turbilhões
de chuva, sacudida por um vento terrível, que caía na frente dos faróis, davam,
por instantes, a impressão de uma autêntica parede de água.
«Com este tempo
não se pode andar no mar». – Comentou o adjunto. Neste momento, ouviu-se o
posto de rádio do automóvel: «Allô, carro 18… Allô, carro 18… Houve uma
agressão no primeiro andar do Boulevard Leopold, 103… Dirijam-se para lá, para
ver…».
O motorista não
demorou um segundo a dirigir o automóvel para o local indicado. Uma vez
chegados ao Bolevard Leopold, os polícias do carro patrulha encontravam duas
interessantes raparigas em grande estado de excitação. E o inspector Fauvel
viu-se em dificuldades até que as raparigas lhe contassem uma história que
tivesse alguma coerência.
Segundo as suas
próprias declarações, as raparigas tinham chegado de automóvel. Mas este vinha
ainda em movimento, já próximo do apartamento de uma delas, quando dois homens,
surgindo da escada se aproximaram e, encostando-lhes os revólveres às costas,
obrigaram a condutora do carro a parar. Então eles apoderaram-se das malas de
mão das duas vítimas e fugiram.
- Têm a certeza
de que as coisas se passaram assim? – perguntou-lhes o inspector Fauvel, pela
segunda vez.
- Absolutamente.
– Foi a resposta das raparigas, já um pouco calmas.
- Nesse caso,
vocês tem de nos acompanhar ao Comissariado mais próximo – disse o inspector. E
advirto-as já de que a acusação de ultraje aos agentes da ordem no exercício
das suas funções lhes pode custar muito caro. Na Polícia, temos coisas mais
sérias a fazer, do que ocuparmo-nos de gente como vocês! Venham».
E o inspector
Fauvel, abrindo caminho, desceu a escada.
Porquê
esta atitude?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 176
(Diário
Popular # 5386 – 04.10.1957)
Se a artista se tivesse
suicidado – como dava a entender a presença da cápsula na casa de banho – não
podia haver manchas de sangue na face exterior da porta. Manifestamente, o
crime fora disfarçado em suicídio.
Jarturice-177 (Divulgada em 27.Junho.2015)
APRESENTAÇÃO
E
DIVULGAÇAO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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