(Diário Popular # 5386 – 04.10.1957)

«Farei o que
possa» - respondeu o inspector enquanto penetrava no quarto n.º 121 – acrescentando:
«Mas...» - não terminou a sua frase.
Uma vez a porta
aberta, o inspector observou a cena. Partindo da esquerda da sala, os seus
olhos observadores notaram a presença de uma mala com fechadura e um pequeno
armário cheio de roupa e no fundo do qual havia duas malas.
Dirigindo
lentamente o seu olhar para a direita, notou a presença de gotas de sangue
ainda fresco sobre a porta da casa de banho, que estava fechada; um saco de
viagem cujo conteúdo fora esvaziado sobre uma cama, onde se viam igualmente roupas
interiores femininas, atiradas em desordem. Sobre uma pequena mesa, um pouco mais à
direita, ainda podiam ver-se os restos de um jantar e uma garrafa de champanhe,
vazia.
O inspector
entrou na sala de banho onde encontrou, vestida para sair, mas sem chapéu, a
encantadora artista Carole Simon. Ela estava caída por terra e uma bala de
revolver atravessara-lhe a cabeça. Segurava com a mão esquerda uma pistola
automática. A um canto do compartimento, no chão, via-se uma cápsula.
«Ainda não há
uma hora que ela morreu», disse o médico que acorreu. «A bala era dirigida para
a fonte, mas passou ao lado. A vítima perdeu imediatamente os sentidos mas não
morreu logo…».
«O seu
comportamento era bizarro desde há algum tempo», disse a directora do hotel,
que havia seguido o inspector Fauvel. «Por duas vezes tinha provocado escândalo
em vários estabelecimentos. Mas pergunto a mim própria por que motivo resolveu
ela suicidar-se.
De qualquer
maneira, inspector, peço-lhe que tente dar a isto a menor publicidade possível».
Pensativo, o
inspector aproximou-se da pequena mesa e observou a marca do champanhe. Gostaria
de lhe ser agradável – disse ele – mas creio que será impossível. Porque não se
trata de um suicídio, mas de um crime.
Como
é que o inspector Fauvel chegou a essa conclusão?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste
caso)
* *
* * *
Solução do problema # 175
Diário Popular #
5380 – 28.09.1957)
A falta de provas neste caso
era precisamente uma prova. Farioli não teria tido razão para apagar com tanto
cuidado as suas impressões digitais, se não tivesse o seu sinistro projecto.
Jarturice-176 (Divulgada em 26.Junho.2015)
APRESENTAÇÃO
DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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