quarta-feira, 29 de julho de 2015

JARTURICE 209

   
               PROBLEMAS POLICIAIS – 212 - # 209
                    (Diário Popular # 5688 – 09.08.1958)
                                                                                             
         A porta do gabinete onde trabalhava o inspector Pauvel abriu-se bruscamente e ele viu um rapaz de 25 anos que ele conhecia bem, mas que naquele momento parecia estar transtornado.
         - Venha depressa, inspector! – disse o visitante. – Acabam de forçar o cofre de meu tio. Eu estava só em casa quando isso se passou. Que é que ele pensará?
         - Está bem, iremos ver isso – disse Fauvel. – Conta-me primeiro o que sabes.
         - Eu estava no meu quarto, situado no terceiro andar da vivenda de meu tio. – disse Alfred Lattore. – De súbito, ouvi ruído na escada. Corri ao escritório de meu tio. Compreendi logo o que se passara: o cofre-forte fora forçado e a porta estava escancarada.
         - Não olhaste para ver o que havia no interior? – perguntou o inspector.
         Nem tive tempo para isso. Corri rapidamente para a porta principal e cheguei a tempo de ver um homem que se precipitava para um automóvel e nele seguia a grande velocidade. O meu carro estava a cinquenta metros dali. Mas perdi tempo em chegar lá e em o pôr em marcha. O ladrão havia desaparecido e por isso vim directamente para aqui…
         - Tomaste nota do número do carro?
         - Impossível. A lama não o deixava ver.
         - Vamos – disse o inspector. – Devemos lembrar-nos de que deixaste escancarada a porta do cofre e que, na precipitação, é possível que não tenhas fechado a porta da rua, o que seria um convite a novos ladrões.
         - Não há perigo, pois essa porta fecha-se automaticamente. De resto, os ladrões entraram pelas traseiras, por um respiradouro que dá para a cave, depois de terem partido o vidro.
         Mas vamos lá ver.
         Verificou-se imediatamente que o prejuízo não era grande. O inspector viu nas prateleiras do cofre-forte várias pilhas de valores ao portador. Não lhes tinham tocado. Parecia faltar apenas um maço de notas de 500 francos que devia estar arrumado ao lado de outros que se viam ali. O total do dinheiro desaparecido não devia ultrapassar cinquenta mil francos.
         - Que dirá meu tio quando voltar? – perguntou o jovem, com uma voz angustiada.
- Certamente que não ficará contente – respondeu Fauvel. – Mas talvez haja maneira de arranjar isso. Sobretudo, se tu disseres a verdade e devolveres o dinheiro que falta…

         Porque é que o inspector Fauvel falava assim?   

      (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 208
(Diário Popular # 5674 – 26.07.1958)

É preciso notar que o inspector descobrira o cadáver numa rua de muito movimento. E Fauvel notara que o cadáver já estava frio. Ora naquele dia fazia calor, o que indicava que a morte ocorrera já há várias horas. Na verdade não podia tratar-se de um acidente, mas sim de um crime praticado noutro local.

 Jarturice-209 (Divulgada em 29.Julho.2015)

APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


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