Damos hoje mais um passo rumo ao final das nossas competições desta época, com a publicação das soluções oficiais dos desafios que nos foram propostos pelo confrade Daniel Falcão e que compuseram a prova n.º 8.
Num momento em que o campeonato e a taça entram em fases completamente decisivas, onde o menor erro ou distracção podem ser verdadeiramente demolidores em termos de classificação final, é sempre útil verificar se a nossa solução está conforme com a do autor e se mais um desafio foi superado.
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 8 – PARTE I
“AZUL CELESTIAL” – Original de DANIEL FALCÃO
Dic Roland, KO e Sete de Espadas não resistiram, onde quer que estejam, a reagir ao repto lançado por Luís Pessoa, enviando uma mensagem aos decifradores que com eles deixaram de confraternizar e debater o policiário. Mas que, um dia, se irão sentar à volta da mesma mesa (já não hexagonal, claro!).
Movendo o seu dedo indicador, Dic Roland fez aparecer sobre a mesa a frase “AMIGOS DESEJAMOS LONGA VIDA AO POLICIARIO”. Recordando os quatro pilares enunciados pelo Paulo na sua ‘mensagem secreta’, transformou a frase, colocando as letras em quatro colunas no sentido ascendente:
A R I O
L I C I
A O P O
V I D A
O N G A
M O S L
S E J A
O S D E
A M I G
Foi esta distribuição das letras que KO encontrou pela frente. Não querendo complicar a vida aos decifradores, KO decidiu apenas recuperar o número do prisioneiro (1432) do ‘aprendiz de criminoso’ de Felizardo Lopes e modificar as posições das quatro colunas de letras, mantendo a primeira e a terceira nas mesmas posições e trocando a segunda pela quarta coluna:
A O I R
L I C I
A O P O
V A D I
O A G N
M L S O
S A J E
O E D S
A G I M
Sete de Espadas, embora achando que já estavam a ocorrer demasiadas transformações, também quis deixar a sua assinatura pessoal, “Sete”. Colocou as letras numa única linha, da esquerda para a direita, e de cima para baixo:
A O I R L I C I A O P O V A D I O A G N M L S O S A J E O E D S A G I M
A seguir, substituiu-as pela letra sete posições à direita no alfabeto, porque era pela direita que o conjunto de letras ia circulando, resultando a mensagem quase desvanecida:
H V P Y S P J P H V W V C H K P V H N U T S Z V Z H Q L V L K Z H N P T
Obviamente que foi isto o que aconteceu. Contudo, os decifradores, para chegarem à frase original, devem seguir o caminho inverso: em primeiro lugar, substituir cada letra pela sétima letra à sua esquerda no alfabeto e colocar as letras em quatro colunas, da esquerda para a direita e de cima para baixo (Sete de Espadas); a seguir, trocar a segunda pela quarta coluna, mantendo as posições das outras duas colunas (KO); e, por fim, ler a mensagem contida nos quatro pilares, da esquerda para a direita e de baixo para cima (Dic Roland).
Quem será aquele misterioso quarto personagem: Avarra? Fiquem calmos, porque não espero que os decifradores o consigam identificar. Mas ele não podia deixar de estar presente na dedicatória.
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 8 – PARTE II
“QUEM MATOU RAFA(ELA) – DE DANIEL FALCÃO
A resposta certa é: D – Rute.
A investigação apurou ainda que a vítima, a Rafa(ela), professora de Química, estava a apresentar aos alunos a Tabela Periódica. Foi, precisamente, esta informação que permitiu decifrar a mensagem escrita a sangue: 5-8 5-16.
A estrutura da tabela periódica dispõe os elementos químicos em períodos (linhas) e grupos (colunas). Assim, no período 5 e grupo 8, encontramos o Ruténio, símbolo Ru, e no mesmo período 5 mas no grupo 16, encontramos o Telúrio, símbolo Te. Ou seja: Ru Te.
Embora se refira, para despistar, o que cada professora leccionava, parece-nos óbvio que seria utilizado para codificar o nome da criminosa algo que estivesse relacionado com a disciplina leccionada pela própria vítima.
QUEM IDENTIFICA AVARRA?
Uma nota suplementar para o problema “Azul Celestial”, pela forma como o confrade bracarense nos fala de pessoas tão importantes para o Policiário, como são os casos de Dic Roland, KO e Sete de Espadas, ainda hoje e, esperamos que sempre, recordados com muita saudade pela generalidade dos cultores deste passatempo, pela extraordinária presença e importância que todos tiveram.
Uma referência final para o outro personagem envolvido, Avarra, que ninguém parece identificar e que o próprio autor resguarda da natural curiosidade de todos.
Quase podíamos lançar a pergunta: Quem identifica AVARRA?
Para já, uma pergunta sem qualquer resposta, aguardando os esclarecimentos de Daniel Falcão.
PROBLEMA DE M. CONSTANTINO
Recordamos, entretanto, que decorre até ao final deste mês de Outubro, dia 31 e não 30 como por lapso indicámos em devido tempo, o derradeiro prazo para envio das últimas propostas de solução dos enigmas que compõem a prova n.º 10, sendo que um deles é um “bico-de-obra” (mais um!), do confrade M. Constantino.
Como muitos dos nossos “detectives” verificaram (e deram-nos a devida nota), o problema de M Constantino excedia o número de caracteres que regulamentarmente ficaram definidos. No entanto, dada a qualidade do desafio, não hesitámos um só momento em publicá-lo, mesmo que à revelia do regulamento, uma vez que o texto não permitia mais cortes, sem perda das suas características.
Em boa verdade, pensamos ter agido correctamente, mas sujeitamo-nos democraticamente, ao escrutínio dos nossos companheiros de Policiário, até pelo facto de alguns já terem manifestado a sua discordância, um direito que lhes assiste e aceitamos sem reservas, havendo propostas de que o problema de M Constantino seja eliminado da classificação do campeonato nacional de produção, por violação dos regulamentos.
Compreendemos que outros confrades produtores se sintam prejudicados por terem sido obrigados a verdadeiros exercícios de malabarismo, para poderem encaixar os seus desafios no número de caracteres e elogiamos o seu poder de síntese para o conseguirem, mas também entendemos que um problema como o apresentado por M Constantino merecia a publicação sem mais cortes, porque evidenciava uma coerência que jamais se obteria de outra forma.
Assumimos, pois, que foi deliberada a quebra regulamentar que praticámos, sem termos comunicado, sequer, ao autor a excessiva extensão do seu problema, porque entendemos que aquela texto não permitia mexidas, não era susceptível de cortes, sem alterar completamente a lógica daquela aldeia comunitária, do posicionamento de cada um dos seus membros e da sua relação sentimental e física.
Sujeitamo-nos ao veredicto dos nossos confrades, não havendo da parte do autor do desafio qualquer outra responsabilidade, para além de ter produzido um excelente problema policial, um pouco mais extenso do que o tamanho que o regulamento permitia.
5 comentários:
A minha identificação possível de Avarra está na minha solução...
AVARRA - trata-se de António Vareliano Ramires, que não conheço mas que surge identificado no n.º21 do "Lidador das Cinzentas" (2006), publicação da Tertúlia Policiária do Norte.
Inspector Gigas
Caro Luis, por acaso, na minha solução do problema (poderá conferir se quiser) coloquei lá o nome daquele que me parecia ser AVARRA, pois tal como o Inspector Gigas, verifiquei tal nome em pelo menos dois números do "LIDADOR das CINZENTAS": o cruzadista António Vareliano Ramires.
Aliás, se mo permite, coloquei também, extra-concurso uma curiosidade (tipo charada malabarista) que poderia, fora do contexto da professora de química, indiciar a RENE como suspeita. Ria-se um pouco com tal "malabarismo" de língua cirílica.
Um abraço do Dr GISMONDO
Sobre a questão colocada pelo Luís Pessoa, eis um excerto do Clube de Detectives:
Uma destas provas, das quais fomos produtores, tinha a particularidade de ser dedicada a quatro policiaristas desaparecidos nos últimos anos: Dic Roland, KO, Sete de Espadas… e Avarra. Se é verdade que os três primeiros são sobejamente conhecidos, o mesmo não se pode dizer sobre o último. Ou talvez não! Este último tem apenas a particularidade de ser apresentado com o último pseudónimo que utilizou na orientação de uma secção no também saudoso O LIDADOR… das CINZENTAS. Não era fundamental conhecer a identidade deste grande policiarista para decifrar o problema e, por isso mesmo, nem o próprio autor o identificou na sua proposta de solução. Nós sabemos quem é o Avarra e, tal como nós, também muitos de vós o conheceram muito bem…
Daniel Falcão
O problema do M. Constantino ultrapassa o espaço regulamentar?
Certamente que sim, ultrapassa um bom bocado.
O problema do M. Constantino é Bom?
Indubitavelmente que é.
Então se o problema é bom porque o havemos de excluir do C.N. de Produção?
Será que por ser tão extenso ele é de solução mais díficil?
Penso que não, se ele fosse mais curto certamente que as pistas para a sua solução seriam menos ou estariam mais disfarçadas.
Por tudo isto e mais alguma coisa penso que não há que colocar em causa a sua legitimidade para concorrer ao C.N. de Produção.
Rip Kirby
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