PRODUÇÕES POLICIÁRIAS
No momento em que a nova época de competições se aproxima a passos largos – recordamos que já no próximo dia 5 de Fevereiro vamos publicar o primeiro desafio, de características tradicionais e inserido na prova n.º 1 – regressamos a um tema que é particularmente importante e recorrente: As produções.
Havendo no nosso país excelentes produtores, capazes de elaborar problemas de elevada craveira e complexidade, a realidade é que não são em número suficiente para garantir competições sem sobressaltos. Os orientadores acabam por criar quase uma obrigação a todos os produtores, sob pena de não terem material para publicar.
Posto isto, esta secção é dedicada a essa “espécie em vias de extinção” - como referiu, com alguma graça mas também com alguma verdade - um confrade que nos acompanha há muitos anos, o Inspector Alegria.
Apesar de tudo, temos de entender que a sua extinção, ou não, depende inteiramente de todos nós. Se cada um de nós se abalançar na criação de um enigma, por mais simples e ingénuo que possa parecer, está a dar um contributo essencial ao Policiário, na luta por possuir muitos e bons desafios.
O “DRAMA” DAS PRODUÇÕES!
Meus caros confrades e “detectives”, o drama é permanente e não mostra forma de abrandar! De ano para ano nota-se uma dificuldade crescente em produzir problemas em quantidade e em qualidade, susceptíveis de assegurar um normal desenvolvimento da actividade policiária.
Repetem-se os apelos, respondem sempre os mesmos confrades, aqueles que são já e sempre “clientes habituais”. Criou-se um ambiente quase hostil aos produtores, em que estes são questionados e inquiridos sobre as suas produções, muitas vezes de forma desabrida.
Pois bem, ninguém está acima da discussão, ninguém pode arvorar-se num paladino das sãs virtudes de um produtor inatacável e olhar com desprezo para as críticas, mas todos temos o direito de ver o nosso trabalho reconhecido, estudado, criticado com decoro e respeito. Assim acontecerá, sempre, nesta nossa casa.
Alguns confrades dirigiram-nos missivas no sentido de prestarmos alguns esclarecimentos para que pudessem iniciar-se como produtores.
Anualmente vamos renovando o desafio aos nossos leitores para que possam criar, com entusiasmo, novos problemas, novas formas de dar vida a este nosso passatempo, em constante renovação, tanto mais que alguns confrades dirigiram-nos missivas no sentido de prestarmos alguns esclarecimentos para que pudessem iniciar-se como produtores.
Isso significa que o interesse em produzir continua vivo e nunca poderá ser uma má crítica ou um deslize em algum dos aspectos dos problemas, que poderá inibir-nos de continuarmos a produzir.
Correndo o risco de nos repetirmos, aqui deixamos algumas palavras que, assim desejamos, podem ser um indicador:
PRODUÇÕES
Agora que vamos iniciar as nossas competições, queremos reafirmar que temos necessidade de problemas policiários, de ambas espécies: tradicionais e de escolha múltipla.
Assegurada, como sempre, a disponibilidade dos produtores mais activos da nossa secção, uma disponibilidade que não nos cansamos de agradecer, a verdade é que necessitamos de “sangue novo”, novos métodos e processos de escrita, novidades, em suma, que evitem uma certa estagnação. É que, após alguns anos de Policiário, com o conhecimento dos autores e dos seus processos, começamos a perceber e antecipar as suas conclusões, quase resolvemos os problemas pelo conhecimento que temos dos seus autores. Claro que é um exagero, mas quer dizer algo.
A nossa actividade baseia-se, em primeira instância, na qualidade dos desafios que temos para propor aos “detectives”. É frustrante chegarmos à conclusão de que um determinado problema não tem a resposta adequada, depois de imenso tempo perdido na sua análise, ou que é anulado após tanto esforço.
Por isso vamos lançando o nosso apelo para que os nossos “detectives” elaborem um desafio, de qualquer dos tipos e o façam com o espírito de propor aos restantes confrades aquilo com que gostariam de ser confrontados. Aquilo que lhes daria prazer resolver.
Um problema passa sempre pelo contar de uma história, por retratar uma cena verosímil, capaz de ter ocorrido em qualquer lugar, que envolva um enigma e a sua resolução. Terminada a exposição dos factos, no exacto momento em que o investigador vai passar à fase de apresentação das conclusões e exibir as provas em que se baseia para apontar o responsável, o produtor interrompe o seu conto e lança os seus desafios. Alguns produtores escolhem o método de fazer algumas perguntas, que querem ver respondidas, outros optam por simplesmente interromperem o texto e aguardarem pelos relatórios. No caso dos de escolha múltipla, o texto termina com as quatro hipóteses de solução, de entre as quais o decifrador terá que escolher uma.
Caríssimos “detectives”, queremos que este ano de 2012 seja um marco, também no que se refere à produção de enigmas. Não é aceitável que tenhamos hoje um universo de participantes nos nossos desafios de mais de dois milhares de confrades, que os lêem e estudam, se dão ao trabalho de escreverem as soluções, mas não tenham a curiosidade de testarem os seus dotes de escrita de desafios!
Fazendo o paralelismo com o que foi a nossa actividade nos anos 70 e 80 do século passado, a produção fica a perder, já que nesses tempos o universo de decifradores rondaria as cinco ou seis centenas, para um número de produtores que rondaria a centena!
Tal disparidade não é aceitável! As pessoas não deixaram de utilizar a Língua Portuguesa, desde logo porque o nosso passatempo, como já referimos, exige que se escrevam as soluções, no mínimo. Portanto, será por preguiça?
Vamos todos dar uma resposta, produzindo um desafio?
O Policiário agradece!”
ESCLARECIMENTOS
Algumas dúvidas recorrentes, quanto à produção dos enigmas policiários:
A primeira refere-se à obrigatoriedade de cada produtor elaborar dois desafios, um de cada espécie, para que cada prova seja do mesmo autor.
Como resulta do regulamento publicado, tal não é obrigatório. Cada “detective” pode elaborar o desafio para que se encontre mais motivado ou habilitado. Se for publicado, o autor ficará dispensado de responder novamente, como é óbvio, mas terá de responder à outra parte, sob pena de perder os pontos em disputa.
Outra questão que foi colocada referia-se à extensão dos problemas, ou seja, uma vez definido o máximo de caracteres, se haveria um mínimo, também.
A resposta é negativa. Cada produtor pode e deve elaborar os seus desafios da forma que melhor entender, sendo certo que apenas existe um limite máximo devido ao espaço limitado de que dispomos, nada mais.
A última diz respeito à obrigatoriedade, ou não, do uso de pseudónimo para identificar o autor.
Na verdade, nada há de regulamentado que obrigue à adopção de pseudónimo ou nome curto, ou abreviaturas. Cada produtor pode identificar-se como quiser.
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