quinta-feira, 29 de março de 2012

FESTA BONITA NA UNIVERSIDADE DE ÉVORA



Decorreu de forma excelente a sessão de encerramento e entrega de prémios no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Química (2011), que ocorreu hoje em Évora, no Colégio Luís Verney.





Infelizmente, um desagradável problema impediu que as fotografias do evento tivessem a qualidade mínima, razão pela qual aguardaremos pela disponibilização das tiradas pela organização.


Deixamos o testemunho possível, regressando ao tema, com uma reportagem, logo que tenhamos melhor material fotográfico:

quarta-feira, 28 de março de 2012

POLICIÁRIO EM ÉVORA, AMANHÃ!


No próximo dia 29 de Março, a partir das 14.30 horas, o Luís Pessoa dá uma conferência no Anfiteatro 1 do Colégio Luís Verney da Universidade de Évora, sobre o tema "Policiário, uma ferramenta para a vida", no âmbito da cerimónia de encerramento das comemorações do ANO INTERNACIONAL DA QUÍMICA (2011), numa organização do Departamento de Química da Universidade de Évora. 


Para mais informações, ver: www.desvendaocrime.uevora.pt



POLICIÁRIO 1077


O Policiário em Movimento

O Policiário continua a oferecer algumas propostas, que merecem a atenção dos confrades e “detectives”, quer no sentido da competição, mas também para que tomem conhecimento de iniciativas e de ensaios e estudos da temática policial.
Dessa diversidade, damos hoje conta de alguns exemplos:


BLOGUE “POLICIÁRIO DE BOLSO”

Há no ciberespaço mais um motivo para os policiaristas viajarem e, neste caso particular, se deleitarem com os muitos escritos de inegável valor e interesse do mestre M Constantino, indiscutivelmente o melhor produtor actual de desafios policiários. E quando a essa capacidade se junta a facete de ensaísta, com trabalhos de enorme interesse e valia, alguns já publicados pela extinta APP – Associação Policiária Portuguesa, maiores são os motivos para uma visita atenta e continuada ao blogue.
Pela mão da Detective Jeremias, que nos traz mais uma iniciativa “made in Santarém”, o blogue Policiário de Bolso está a divulgar a obra e o pensamento do almeirinense, M. Constantino e também uma espécie de Almanaque diário, em que se fala, sempre, de Policial.
Não é excessivo dizermos que o blogue é de visita obrigatória, todos os dias e durante muito e muito tempo, tão vasta é a obra do mestre e pode ser encontrado em http://policiariodebolso.blogspot.com.
Indiscutivelmente, a seguir com toda a atenção.


SECÇÃO “CORREIO POLICIAL”

Também com origem em Santarém, prossegue a secção policiária orientada por Domingos Cabral, o Inspector Aranha, no Correio do Ribatejo, um semanário que se publica desde 1891.
A publicação de problemas e contos policiários, de autoria de grandes mestres da arte de bem produzir e de bem contar histórias, é uma das suas vertentes mais interessantes, mas há muitas ideias e projectos em andamento, com convite aos leitores para decifração de enigmas
Para que os nossos “detectives” possam tomar contacto com a secção, que está a registar assinalável êxito, muito graças à sua excelente qualidade, podem enviar um e-mail para d.cabral@sapo.pt ou escreverem para Correio do Ribatejo, a/c Domingos Cabral, Rua Serpa Pinto, 94, 2000-214 SANTARÉM.
Acreditem que vale mesmo a pena ler e acompanhar.




SÍTIO “CLUBE DE DETECTIVES”

O sítio que o confrade Daniel Falcão mantém há muitos anos, em clubededetectives.net, prossegue a sua missão de divulgação e apoio a toda a actividade desenvolvida pelo Policiário, em todas as suas vertentes.
Assim, permanece na primeira linha na divulgação das classificações gerais e sectoriais das nossas competições, sendo possível, de modo rápido, cada concorrente verificar a sua localização nas diversas tabelas classificativas.
Ao mesmo tempo, ficam os “detectives” com acesso a todos os problemas que foram sendo publicados nas diversas secções, ao longo dos anos, por autores e com as respectivas soluções.
A mais recente iniciativa do Clube de Detectives tem a ver com o projecto editorial que abraçou e que inclui já a publicação de dois volumes dirigidos à actividade da nossa secção, com todos os problemas policiários que aqui foram postos à decifração dos “detectives” e respectivas soluções.
O primeiro volume, de 240 páginas, abarcou as épocas de 2001/2002 até 2004/2005, enquanto o segundo, com 276, nos trouxe as de 2005/2006 até à temporada de 2010. Outras iniciativas editoriais estão na forja, sendo aguardadas com muita expectativa.
O esforço que o confrade residente em Braga tem feito para manutenção do espaço devidamente actualizado, é merecedor dos mais efusivos agradecimentos do “tribo policiária”, porque se traduz em enorme quantidade de horas retiradas à sua vida pessoal e familiar.


BLOGUE “CRIME PÚBLICO”


Mantém a sua actividade o blogue que serve de apoio directo à nossa secção, quer publicando os desafios que vão saindo no PÚBLICO, quer os outros assuntos que ao Policiário digam respeito.
Mercê das dificuldades que mais recentemente se manifestaram, a nível de disponibilidade de tempo, o blogue experimentou algum abrandamento, mas prevê-se que retome, pelo menos, o ritmo que foi sua imagem de marca em tempos não muito distantes.
Tratando-se de um espaço aberto à participação de todos os confrades e “detectives”, aguarda pacientemente a discussão dos grandes temas do policiário.
O “Crime Público” pode ser encontrado e seguido em http://blogs.publico.pt/policiario.


“DESVENDA O CRIME”, EM ÉVORA

É já na próxima quinta-feira, dia 29 de Março, que se realiza em Évora, numa organização da Comissão do Centro de Química de Évora e o Departamento da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, para o Ano Internacional da Química (2011), tendo como promotor o professor João Nabais.
Tendo como local o Colégio Luís Verney da Universidade de Évora, Anfiteatro 1, a partir das 14.30 horas, a sessão pública de encerramento, culminará com a  entrega dos prémios aos vencedores, Tiago Rosa (1.º prémio) e Júlio Sousa, Jorge Barata e Miguel Félix (menções honrosas).
Haverá intervenções, por ordem: Luís Pessoa (Policiário, uma ferramenta para a vida); João Nabais (As actividades forenses na Universidade de Évora); Cruz Morais (A resolução do caso) e Cristina Galacho (entrega de prémios).

Tudo sobre este assunto, incluindo o problema proposto, poderá ser encontrado em www.desvendaocrime.uevora.pt, que recomendamos vivamente.






domingo, 18 de março de 2012

POLICIÁRIO 1076

Publicamos hoje as primeiras soluções desta época, aos desafios que integraram a prova n.º 1.


 CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL

SOLUÇÃO DA PROVA N.º 1 - PARTE I 

“A Madame Higy e a Vaca Malhada, de Professor Cebolas

Depois de alguns minutos de indecisão lá me decidi pelo bolo de nozes da Madame. E disse-lhe quem se tinha ocupado dos chocolatinhos. O pai até pode parecer suspeito por ter estado à procura de alguma coisa em cima do armário onde estavam os chocolates e por depois ter tentado desviar a conversa com elogios ao penteado da senhora. Também a velhota que se dedica à rega quando chove e diz não ter estado na cozinha, mas isso deve ser da idade. Mas um detalhe. A mãe não contava a ninguém onde escondia os chocolates, por isso como é que a tia sabia que tinha de subir a um banco para ir buscá-los? Só se ela os tivesse lá ido buscar.
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 1 – PARTE II
“A AGRESSÃO DA CÉU” , de General Inverno

A resposta certa é C – Teodorico.
A situação passa-se no mês das trovoadas, portanto em Maio e às 6 horas da tarde. Nesse mês, os dias prolongam-se e mesmo às 8 horas da tarde ainda há luz mais do que suficiente para ver e ser visto.
O Teodorico confirmou que não pôde ver quem estava a falar com a Céu porque à noite era difícil identificar, o que é falso e também não havia zona de escuridão porque pela disposição da casa, a porta da rua estava virada a poente.
Só podia ter sido o Teodorico.

COMENTÁRIO:
Este problema acabou por ser vítima de um erro de que nos penitenciamos, como únicos responsáveis: Por motivos que não conseguimos explicar, ficou de fora um parágrafo com o depoimento do Teodorico, que validava todas as afirmações que os restantes produziam e, assim, se denunciava.
Da forma como o problema foi publicado, qualquer dos restantes poderia estar a contar pormenores que não aconteceram e assim responsabilizarem um ausente que não podia apresentar a sua versão.
A omissão do parágrafo em que Teodorico entrava no café e confirmava os factos, acabou por prejudicar de forma irremediável a produção e o produtor, General Inverno, a quem apresentamos as nossas desculpas, extensíveis, como é óbvio, a todos os nossos confrades “detectives”.


DESVENDA O CRIME
 A Comissão do Centro de Química de Évora e o Departamento da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Évora, para o Ano Internacional da Química (2011), tendo como promotor o professor João Nabais lançou uma iniciativa de grande interesse, em redor da intervenção fundamental da Química na resolução dos crimes.

Para esse efeito efectuou um desafio policial, convidando à sua decifração, que vai ter, no próximo dia 29 de Março o seu epílogo, com a sessão pública de encerramento, para a qual estão convidados todos os nossos confrades e “detectives”, a ocorrer no Colégio Luís Verney da Universidade de Évora, Anfiteatro 1, a partir das 14.30 horas e que culminará com a  entrega dos prémios aos vencedores, Tiago Rosa (1.º prémio) e Júlio Sousa, Jorge Barata e Miguel Félix (menções honrosas).

Haverá intervenções, por ordem: Luís Pessoa (Policiário, uma ferramenta para a vida); João Nabais (As actividades forenses na Universidade de Évora); Cruz Morais (A resolução do caso) e Cristina Galacho (entrega de prémios).

Tudo sobre este assunto, incluindo o problema proposto, poderá ser encontrado em www.desvendaocrime.uevora.pt, que recomendamos vivamente.








terça-feira, 13 de março de 2012

UNIVERSIDADE DE ÉVORA - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA


No dia 29 de Março de 2012, Química, Crime e Policiário vão estar de mãos dadas, pelas 14.30 horas, no Colégio Luís Verney da Universidade de Évora, Anfiteatro 1.


Numa iniciativa de enorme significado e interesse, face ao valor acrescentado que a Química sempre teve e cada vez mais tem, na Investigação Criminal, a Universidade de Évora, através do seu Departamento de Química e o Centro de Química de Évora, dão um exemplo, a seguir com toda a expectativa!

Recomendamos, vivamente, aos nossos confrades, uma visita a:


http://www.desvendaocrime.uevora.pt/ 


Estão, desde já, todos convidados a aparecer e participar!

domingo, 11 de março de 2012

POLICIÁRIO 1075


A competição não pára e hoje é a vez de apresentarmos a segunda parte da prova n.º 2 do Campeonato Nacional de 2012, um desafio de resposta múltipla, com a assinatura de um dos melhores e mais prolixos produtores policiários nacionais, que todos os anos faz questão de colaborar connosco: o confrade Rip Kirby, actualmente a residir no Brasil.
Tratando-se de um “veteranos” nestas questões, mais deve aumentar a “desconfiança” dos nossos “detectives” perante uma situação que pareça clara e simples. O mais natural é que o confrade Rip Kirby tenha envolvido a sua produção numa teia mais complicada. Ou não!
Todos os confrades que tenham lido os principais autores de romances policiais, os chamados clássicos, Agatha Christie, Simenon, Stanley Gardner, Chesterton, Dickson Carr e muitos outros, para além do inevitável Conan Doyle, devem manter bem presentes os “golpes de teatro” que as derradeiras páginas de cada romance constituem! Na verdade, toda a construção do romance é um continuado avolumar de provas contra um dos suspeitos, ao ponto de cada leitor estar completamente elucidado e seguro da sua culpabilidade, que no entanto se desfaz em absoluto quando a lógica da exposição do detective/investigador se coloca em movimento, provando, geralmente, a culpabilidade do personagem menos suspeito, à partida!
Pois bem, a lógica do nosso passatempo passa também um pouco por aí. Quando um “detective” está a ler um problema, tem que se precaver contra as eventuais armadilhas que o mesmo pode conter e desconfiar, sempre, do mais óbvio. Normalmente, depois de várias leituras e de fazermos uma reconstituição mental das cenas que nos são propostas pelos autores, conseguimos entender o que cada um deles pretende que nós pensemos.
Daí a importância de assumirmos a atitude correcta de pensarmos por nós próprios, desconfiarmos sempre daquilo que nos é proposto e servido como evidência, analisarmos todos os dados com um espírito suficientemente aberto para aceitarmos todas as hipóteses e excluirmos, igualmente, todas as hipóteses!

Caríssimos “detectives”, aqui fica o problema do confrade Rip Kirby:


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2012

PROVA N.º 2 – PARTE II

“Roubar, é Fácil! Difícil, é Escapar da Polícia!” – de Rip Kirby

Meus amigos! Permitam-me que me apresente.
O meu nome é Norberto de Albuquerque e sou Inspector da P.J. Fui encarregado pela hierarquia da nossa corporação de substituir o Inspector Eduardo Trindade que recentemente se aposentou.
Hoje entrei em acção pela primeira vez como Chefe de Brigada. Dado os resultados obtidos posso afirmar que me saí muito bem mas diga-se em abono da verdade que para o êxito da operação muito contribuiram os detectives que trabalharam com o Inspector Tindade e que agora estão sob as minhas ordens.
Nesta conferência de imprensa posso fazer o relato de todos os acontecimentos que deram origem à nossa operação de hoje uma vez que o problema já está resolvido nos seus minimos detalhes.
Havia já algum tempo que, na região, em diversas empresas de tecnologia avançada vinham acontecendo alguns assaltos que estavam a causar grandes prejuízos nas empresas lesadas.
Devo acrescentar que o êxito desta operção de certa forma teve a sua origem num acaso.
Fomos alertados por uma denúncia anónima de que certo sucateiro aqui da região estava a negociar com traficantes de droga e que o seu armazém seria um autêntico depósito de cocaína.
A operação de busca foi marcada, no maior segredo, para hoje. Para ser sincero devo dizer que, tendo em conta o seu objectivo, a operação foi um autêntico fiasco. Nem um pózinho de cocaína, para amostra, foi encontrado. No entanto descobrimos outra coisa, descobrimos que o sucateiro em causa estava a ser o receptador dos produtos que há tempos vinham sendo roubados na região.
Prendemos o homem que foi interrogado.
À nossa primeira pergunta disse-nos que tinha comprado aqueles materiais a três irmãos que lhe garantiram que nada daquilo era roubado. Como eles não tinham trazido a mercadoria ficou combinado que ele iria a casa deles para a ver e avaliá-la.
Foi combinado o dia em que lá devia ir. Foi num dia de Janeiro do ano passado, lembrava-se muito bem, pois estivera para não ir devido ao frio que se fazia sentir. Contudo, acabara por ir e passara uma tarde muito agradável em casa dos rapazes. A lareira estava acesa e a temperatura era bastante amena, lembrava-se que tinha olhado para um relógio que tinha incorporado um termómetro e este marcava 20 graus.
Depois de se terem demorado algum tempo a conversar os três irmãos, mostraram-lhe o que tinham para venda. Eram alguns lingotes dos mais variados metais, uns preciosos mas outros não. Todos os lingotes tinham as mesmas dimensões, 200x70x50mm e havia ainda cinco caixas de ferro, com a espessura de 3mm, cheias de mercúrio. As referidas caixas deveriam ter servido como lingoteiras, pois as suas dimensões interiores condiziam exactamente com as dos lingotes.
Declarou o referido comerciante que, depois de verificar toda a mercadoria, acedeu a comprá-la e para isso propôs um determinado preço por quilo, independentemente da qualidade de cada um dos metais.
Os três irmãos, António, Alberto e Anastácio, pensaram um pouco, discutiram entre eles, discutiram depois com o sucateiro mas este manteve-se irredutível. Ou eles aceitavam as condições dele ou não havia negócio. Perante a intransigência do negociante os rapazes acabaram por ceder e aceitaram a oferta que lhes fora feita. O António apresentou para venda três lingotes de ouro, dez de chumbo e as cinco caixas com mercúrio. O Alberto tinha dez lingotes de cobre, nove de ferro e nove de níquel. Finalmente o Anastácio vendeu quatro lingotes de platina, quatro de irídio e quinze de titânio.
Depois de terminado este relato fiquei com vontade de perguntar ao Inspector Albuquerque qual dos três rapazes tinha realizado mais dinheiro com o seu negócio mas tive receio de ser mal interpretado e resolvi colocar essa pergunta aos meus amigos policiaristas.

                                             A -O António?
                                            B -O Alberto?
                                            C -O Anastácio?
                                            D -Todos o mesmo?


E pronto.
Agora, depois de feitas todas as “manobras” para uma decifração correcta, os nossos “detectives” apenas terão de nos remeter as propostas de resolução do enigma, que neste saco apenas passará pela indicação da alínea por que optam.
Recordamos que não é obrigatória a justificação da escolha, mas também não é interdita. Fica, pois, ao critério de cada um. O que é obrigatória é a opção clara por uma das alíneas.
O prazo para envio, decorre impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Março e pode ser efectuado por um dos seguintes meios:

- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;

- Por e-mail para policiario@publico.pt;

- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;

- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.

Boas deduções.





domingo, 4 de março de 2012

POLICIÁRIO 1074

A HISTÓRIA DE ALVES, O EMIGRANTE FORÇADO

Apresentamos hoje a primeira parte da prova n.º 2 da competição deste ano, com um problema que retrata uma situação cada vez mais frequente, de emigração forçada pelas circunstâncias.
Como sempre acontece, reforçamos a recomendação, no sentido de que uma leitura correcta de qualquer problema, constitui uma ajuda fundamental para a sua decifração.
Aliás, uma das maiores virtudes do Policiário reside precisamente no facto de ser uma actividade intelectual quase, se não completamente perfeita, que exige saber ler correctamente um texto, interpretá-lo com rigor, proceder às pesquisas necessárias, usar adequadamente o poder de análise e depois de síntese, de modo a conseguir captar os elementos essenciais que conduzirão à decifração plena dos enigmas.
Não sendo uma tarefa fácil para os confrades que agora se iniciam no Policiário, a
experiência fará com que, a breve espaço, consigam criar um método pessoal de abordagem dos problemas, com resultados que se revelarão interessantes a médio prazo, digamos assim.
Entretanto, prestem atenção ao desafio que hoje se publica, em que o autor não faz perguntas no final, deixando os candidatos a decifradores sem saberem bem o que ele pretende. Há uma história, que tem um fio condutor que a leva a uma conclusão óbvia. O personagem, Alves, acabou emigrado, sem sabermos se com um final feliz ou não. Será aí que o autor procura e desafia a nossa capacidade de saber mais, de retirarmos do pouco que ele nos fornece, aquilo que, com lógica, podemos inferir.



CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2012

PROVA N.º 2 - PARTE I

“O ALVES, EMIGRANTE OBRIGATÓRIO”, original de LUMAPE

O Alves deitou o olhar pela planície e até onde a vista alcançava, no horizonte mais profundo, só via aquela cor amarela de secura.
O gado vagueava à procura de qualquer sinal verde, que não havia.
A seca já durava há muitos meses e não dava sinais de retroceder. As reservas alimentares que guardara para os meses de verão, quando os pastos desaparecessem debaixo do sol abrasador, já estavam em vias de terminar. A crise agudizava-se e a fome parecia inevitável, tanto mais que no céu imenso, nem rasto de nuvens.
Alves desesperava.
Do Banco, onde era cliente há décadas, só vinha indiferença quanto à sua situação. De lá, só cartas de ameaças de execução, de penhoras e de tribunais. A última, recebida no dia 21, dava-lhe 15 dias para regularizar uma importância elevada, completamente fora do seu alcance.

O Alves já nem tinha cara para aparecer aos seus outros credores, ao merceeiro, ao padeiro, ao Manuel das rações, onde tinha contas avultadas por saldar. Não que algum deles o afrontasse com as dívidas, porque tinha junto deles o crédito que uma seriedade muito antiga cimentara, já desde os tempos do pai, também ele um homem apegado à terra e aos animais, que sempre cumprira a sua palavra.
A sua palavra, que por ali não era preciso papel assinado, excepto para os bancos, mas esses não faziam parte da terra, eram organismos estranhos.
Do governo, promessas e mais promessas, mas ajuda real, nem vê-la. Os homens do governo falavam em dar valor à palavra dada, mas prometiam tudo, até perante as câmaras de televisão, mas logo faziam o seu contrário, com o desprezo próprio dos incapazes.

Apesar de tudo, considerava-se um homem de sorte, porque não tinha família, ainda podia dar outros rumos à sua vida, mas pensava sempre nos seus vizinhos, com problemas iguais aos seus e com bocas, muitas bocas para alimentar em casa. A esses o Alves tentava dar uma ajuda, quando podia. Valendo-se do seu nome, conseguiu um pouco mais de crédito no merceeiro e produtos indispensáveis para os putos dos seus vizinhos, que rondavam perigosamente a fome.

Mas, a verdade era cruel.
A chuva teimava em não aparecer. Os pastos estavam secos e mortos. As rações de reserva estavam no fim. As contas acumulavam-se e o Banco fazia o cerco final. A vergonha fazia a sua parte e já não tinha cara para confrontar os seus fornecedores.
Restava-lhe vender o gado que ainda resistia, praticamente a qualquer preço e lançar-se na aventura, emigrando. As terras, essas ninguém as queria, por ali não estavam planeadas auto-estradas nem urbanizações. Restava abandoná-las à sua sorte, deixar o mato tomá-las e um dia… talvez regressar às origens e retomar o que sempre fez e sempre quis fazer.
A venda do gado e das máquinas chegava para liquidar as dívidas e ainda daria para o bilhete, só de ida.

Chegou o dia final.
Da soleira da porta, observava o movimento dos camiões transportando o “seu” gado e seguia a trajectória até a perder no horizonte. Com a partida, seguia uma parte dele, com cada animal, com cada camião.
Do aparelho de rádio de um dos camiões, ouviu-se o sinal horário. Era meio-dia certo, o locutor debitava as notícias, a ritmo martelado, certeiro. Lembrava que era dia de “são senhorio” e reproduzia com veemência as afirmações de governantes a convidarem quem estivesse mal a mudar-se, a procurar na emigração o que não tinha cá!
Sorriu para não chorar.
Não lhe restava mais nada. Correcto e empenhado, como sempre fora, discreto e trabalhador, certamente que sentia que o seu lugar era aqui, onde gostava de estar e onde pretendia dar o seu contributo para melhorar as coisas. Tinha terras, tinha gado, tinha vontade e querer, só não tinha quem lhe desse a mão na adversidade climatérica.
Nesse dia, uma grande parte do seu mundo desabou, mais ainda quando, pela tarde entrou no banco, com o dinheiro para pagar a dívida, precisamente em cima do prazo que lhe foi concedido.
A venda dessa parte do seu mundo, permitiu-lhe sair de cabeça levantada, pagar aos seus credores e comprar o bilhete, só de ida, para um local distante, onde durante alguns meses teria trabalho assegurado, com excelentes condições, arranjado por um indivíduo que andava à procura de gente trabalhadora, persistente, honesta e capaz, tudo atributos que o Alves sabia possuir. Aquilo que mais o entusiasmou, para além de poder ter trabalho e ganhar algum dinheiro, melhorando a sua situação, foi ouvir da sua boca que ia ter participação activa e ficar ligado aos acabamentos de grandes obras das Olimpíadas que iam ocorrer poucos meses depois, algures no Mundo.

O Alves não voltou a ser visto pela planície e as suas terras, se ainda são dele, estão ao abandono. Também não consta que algures no cabo do Mundo tenha ficado marca de um tal Alves, português emigrado por obrigação, em algum pilar de estádio ou piscina olímpica, mas a vida continuou, os dias foram-se sucedendo e a chuva acabou por cair e fazer brotar o pasto que já não tinha quem o comesse…
Fala-se, sem confirmação, que o Alves vagueia pelo Mundo, que foi enganado por promessas vãs, que nunca mais conseguiu reencontrar o caminho para casa, mas provavelmente o que aconteceu foi que descobriu um novo lar, junto de pessoas mais honestas e solidárias.
A verdade, nunca a saberemos toda. Ninguém sabe a verdade toda!

Ah! Os governantes que aconselharam a emigração aos seus cidadãos, já ninguém se lembra deles, mas as marcas ficaram, irremediavelmente, na pobreza e miséria que deixaram atrás de si, como um sulco profundo que não consegue cicatrizar.  


E pronto.
Depois das leituras que forem necessárias e que nunca são demais, resta aos nossos confrades “detectives” tentarem responder ao problema e deixarem a sua parte na descoberta da verdade sobre este emigrante obrigatório.
Para esse efeito, poderão responder, impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Março, utilizando um dos seguintes meios:

- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.

Boas deduções.







quinta-feira, 1 de março de 2012

CLASSIFICAÇÕES DA PROVA N.º 10 - 2011

Caríssimos, estamos a ultimar as derradeiras classificações do ano de 2011, que definirão os campeões de toda uma época atribulada, com atrasos inaceitáveis, que são da nossa inteira e exclusiva responsabilidade.


Se não houver mais contratempos, no domingo vamos ter AQUI os derradeiros resultados e conhecer os vencedores das diversas classificações.


Até breve...