HOJE HÁ CONVÍVIO EM SINTRA E SOLUÇÕES
XIV CONVÍVIO
TERTÚLIA POLICIÁRIA DA LIBERDADE
Decorre hoje, no Restaurante Taverna dos Trovadores, situado na Praça
D. Fernando II, nº 18, em S. Pedro de Sintra.
O programa previsto é o seguinte:
12:00 H – Início da concentração.
12:30 H – Apresentação de “O Livro de
Pantacruel”, edição TPL 2017.
13:15 H – Almoço Pantacruélico.
15:00 H – Homenagens ao blogue “Crime
Público” e ao site “Clube de Detectives”.
15:30 H – Momentos de Poesia e Música
Mesmo os confrades que não se tenham inscrito, ainda estão a tempo de
marcarem presença durante a tarde e conviverem um pouco com este nosso mundo
policiário.
Os contactos para uma ajuda a eventuais “perdidos” na belíssima Serra
de Sintra, são: 966102077 (Pedro Faria - Verbatim); 966173648 (António Raposo -
A Raposo & Lena); ou 965894986 (Rui Mendes – Búfalos Associados).
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL - 2017
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 3, DE INSPECTOR BOAVIDA
PARTE I - “SMALUCO E A MORTE DO CHEF JOCA GANITAS”
O camarada de Smaluco, após chamar os seus
colegas das perícias científicas e médico-legais, começou a esboçar mentalmente
o seu relatório da primeira ação relativa ao caso da morte do Chef Joca Ganitas. É claro que omitiria
a atitude do então jovem Smaluco e o seu estranho raciocínio que o levou a
admitir estar perante um acidente, quando era evidente que o caso configurava
um crime de homicídio. E o indício que desde logo apontava para essa conclusão
residia nos dois copos com resquícios de vinho da casta alvarinho que
acompanhavam a garrafa daquele delicioso néctar minhoto, ali mesmo tombada no
chão da cozinha, reveladores de que a vítima estivera acompanhada.
Os passos seguintes levá-lo-iam ao
conhecimento das relações que Ganitas mantinha com quatro predadores de
jogadores viciados, protagonistas na noite clandestina de jogos de fortuna e
azar, que tinham como processo de cobrança um método que combinava vinho verde
do agrado de todos com um petisco de preferência pessoal. E foi isso que o
levou ao criminoso, já que os quatro suspeitos tinham gostos gastronómicos
distintos: Alberto gostava de caldeirada de chocos com batata-doce, Bernardo
adorava migas à alentejana, Carlos tinha predileção por lombinhos de porco
gratinados e Daniel tinha um gosto particular por estufado de novilho com
ervilhas.
Apenas um dos suspeitos foi o autor
material do homicídio do Chef, embora
todos eles tenham chegado a exigir em conjunto o pagamento das suas dívidas,
uma vez que Ganitas estava a preparar apenas um prato, sendo que este é
cozinhado no forno, onde ele foi enfiado de cabeça. E dos quatro pitéus
apreciados pelos suspeitos, apenas um vai ao forno: lombinhos de porco
gratinados (gratinar é uma técnica culinária, de origem francesa, que significa
levar ao forno alimentos cobertos com bastante molho, queijo ralado e
polvilhado com pão ralado, para dar uma textura crocante por fora e que
permaneça macio por dentro). As três restantes iguarias dispensam em absoluto o
forno!
Recorde-se que Carlos Luís, o suspeito que
tinha preferência por lombinhos de porco gratinados, é um tipo divertido e
sempre de bom humor, traço psicológico que deixou bem patente na forma como
expôs a assinatura do crime, colocando quatro cartas de jogar, quatro ases, um
póquer de ases, junto ao fogão por onde enfiou o Chef Joca Ganitas. Tratou-se, pois, de um ajuste de contas
solidário, em nome de quatro “ases” do póquer, consumado pelo mais inteligente
dos quatro, que deixou o executado quase irreconhecível por via das queimaduras
sofridas. Tudo isto não sem antes o executante brindar, com o vinho verde
preferido de todos… talvez à saúde da sua própria vítima!
PARTE II – “O SUBCHEFE PINGUINHAS NO POSTO
DE TURISMO”
Na manhã do dia seguinte à ocorrência, com
a indispensável e obrigatória presença de um intérprete das várias línguas
nativas dos cidadãos envolvidos, as respostas dadas às perguntas que ficaram
por fazer devido à dificuldade de comunicação, o subchefe Pinguinhas ficará a
saber se a carteira pertence de facto a um dos turistas ou se ela é pertença de
alguém que foi alvo de amigos dos bens alheios.
Porém, perante os dados recolhidos no dia
da ocorrência, o proprietário da carteira só podia ser o cidadão turco (alínea
B), de acordo com o seguinte raciocínio:
A ocorrência teve lugar no início da noite
de um domingo (o sorteio da lotaria clássica decorria no dia seguinte – o que
acontece às segundas-feiras). A carteira continha um bilhete para esse sorteio,
uma aposta do euromilhões para terça-feira e um bilhete para a próxima sessão
do espetáculo do Teatro Nacional D. Maria II (o que acontece ao fim da tarde de
quarta-feira – não se realizam sessões às segundas e terças-feiras, sendo que a
última representação da semana tem lugar ao domingo à tarde).
Face ao acima exposto, o proprietário da
carteira em discussão teria de ser alguém que estivesse no nosso país até
quarta-feira à noite, pelo menos. E o único destes turistas desavindos com
estada prevista entre nós para além daquela noite é o cidadão turco, como se
pode concluir nos elementos fornecidos no enunciado do enigma: o cidadão romeno
estava em Portugal há cinco dias, o somali e o curdo há quatro, enquanto o
turco chegara na manhã da antevéspera da ocorrência (sexta-feira), sendo que
todos tinham viagem de saída marcada para sete dias depois da chegada
(alojamento reservado por seis noites). Assim sendo, o romeno sairia ao fim da
manhã de terça-feira; o curdo e o somali ao meio da tarde de quarta-feira; e o
turco ao início da manhã de quinta-feira. E como ninguém compra bilhete para um
espetáculo (neste caso, na quarta-feira) se não tiver qualquer possibilidade de
o ver… Em conclusão, até melhor esclarecimento do caso, a carteira pode ser do
turco e não dos outros três turistas.
Sem comentários:
Enviar um comentário