domingo, 21 de maio de 2017

POLICIÁRIO 1346



HOJE HÁ CONVÍVIO EM SINTRA E SOLUÇÕES

XIV CONVÍVIO
TERTÚLIA POLICIÁRIA DA LIBERDADE

Decorre hoje, no Restaurante Taverna dos Trovadores, situado na Praça D. Fernando II, nº 18, em S. Pedro de Sintra.
O programa previsto é o seguinte:
12:00 H – Início da concentração.
12:30 H – Apresentação de “O Livro de Pantacruel”, edição TPL 2017.
13:15 H – Almoço Pantacruélico.
15:00 H – Homenagens ao blogue “Crime Público” e ao site “Clube de Detectives”.
15:30 H – Momentos de Poesia e Música
Mesmo os confrades que não se tenham inscrito, ainda estão a tempo de marcarem presença durante a tarde e conviverem um pouco com este nosso mundo policiário.
Os contactos para uma ajuda a eventuais “perdidos” na belíssima Serra de Sintra, são: 966102077 (Pedro Faria - Verbatim); 966173648 (António Raposo - A Raposo & Lena); ou 965894986 (Rui Mendes – Búfalos Associados).


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL - 2017
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 3, DE INSPECTOR BOAVIDA

PARTE I - “SMALUCO E A MORTE DO CHEF JOCA GANITAS”

O camarada de Smaluco, após chamar os seus colegas das perícias científicas e médico-legais, começou a esboçar mentalmente o seu relatório da primeira ação relativa ao caso da morte do Chef Joca Ganitas. É claro que omitiria a atitude do então jovem Smaluco e o seu estranho raciocínio que o levou a admitir estar perante um acidente, quando era evidente que o caso configurava um crime de homicídio. E o indício que desde logo apontava para essa conclusão residia nos dois copos com resquícios de vinho da casta alvarinho que acompanhavam a garrafa daquele delicioso néctar minhoto, ali mesmo tombada no chão da cozinha, reveladores de que a vítima estivera acompanhada.
Os passos seguintes levá-lo-iam ao conhecimento das relações que Ganitas mantinha com quatro predadores de jogadores viciados, protagonistas na noite clandestina de jogos de fortuna e azar, que tinham como processo de cobrança um método que combinava vinho verde do agrado de todos com um petisco de preferência pessoal. E foi isso que o levou ao criminoso, já que os quatro suspeitos tinham gostos gastronómicos distintos: Alberto gostava de caldeirada de chocos com batata-doce, Bernardo adorava migas à alentejana, Carlos tinha predileção por lombinhos de porco gratinados e Daniel tinha um gosto particular por estufado de novilho com ervilhas.
Apenas um dos suspeitos foi o autor material do homicídio do Chef, embora todos eles tenham chegado a exigir em conjunto o pagamento das suas dívidas, uma vez que Ganitas estava a preparar apenas um prato, sendo que este é cozinhado no forno, onde ele foi enfiado de cabeça. E dos quatro pitéus apreciados pelos suspeitos, apenas um vai ao forno: lombinhos de porco gratinados (gratinar é uma técnica culinária, de origem francesa, que significa levar ao forno alimentos cobertos com bastante molho, queijo ralado e polvilhado com pão ralado, para dar uma textura crocante por fora e que permaneça macio por dentro). As três restantes iguarias dispensam em absoluto o forno!
Recorde-se que Carlos Luís, o suspeito que tinha preferência por lombinhos de porco gratinados, é um tipo divertido e sempre de bom humor, traço psicológico que deixou bem patente na forma como expôs a assinatura do crime, colocando quatro cartas de jogar, quatro ases, um póquer de ases, junto ao fogão por onde enfiou o Chef Joca Ganitas. Tratou-se, pois, de um ajuste de contas solidário, em nome de quatro “ases” do póquer, consumado pelo mais inteligente dos quatro, que deixou o executado quase irreconhecível por via das queimaduras sofridas. Tudo isto não sem antes o executante brindar, com o vinho verde preferido de todos… talvez à saúde da sua própria vítima!

PARTE II – “O SUBCHEFE PINGUINHAS NO POSTO DE TURISMO”

Na manhã do dia seguinte à ocorrência, com a indispensável e obrigatória presença de um intérprete das várias línguas nativas dos cidadãos envolvidos, as respostas dadas às perguntas que ficaram por fazer devido à dificuldade de comunicação, o subchefe Pinguinhas ficará a saber se a carteira pertence de facto a um dos turistas ou se ela é pertença de alguém que foi alvo de amigos dos bens alheios.
Porém, perante os dados recolhidos no dia da ocorrência, o proprietário da carteira só podia ser o cidadão turco (alínea B), de acordo com o seguinte raciocínio:
A ocorrência teve lugar no início da noite de um domingo (o sorteio da lotaria clássica decorria no dia seguinte – o que acontece às segundas-feiras). A carteira continha um bilhete para esse sorteio, uma aposta do euromilhões para terça-feira e um bilhete para a próxima sessão do espetáculo do Teatro Nacional D. Maria II (o que acontece ao fim da tarde de quarta-feira – não se realizam sessões às segundas e terças-feiras, sendo que a última representação da semana tem lugar ao domingo à tarde).
Face ao acima exposto, o proprietário da carteira em discussão teria de ser alguém que estivesse no nosso país até quarta-feira à noite, pelo menos. E o único destes turistas desavindos com estada prevista entre nós para além daquela noite é o cidadão turco, como se pode concluir nos elementos fornecidos no enunciado do enigma: o cidadão romeno estava em Portugal há cinco dias, o somali e o curdo há quatro, enquanto o turco chegara na manhã da antevéspera da ocorrência (sexta-feira), sendo que todos tinham viagem de saída marcada para sete dias depois da chegada (alojamento reservado por seis noites). Assim sendo, o romeno sairia ao fim da manhã de terça-feira; o curdo e o somali ao meio da tarde de quarta-feira; e o turco ao início da manhã de quinta-feira. E como ninguém compra bilhete para um espetáculo (neste caso, na quarta-feira) se não tiver qualquer possibilidade de o ver… Em conclusão, até melhor esclarecimento do caso, a carteira pode ser do turco e não dos outros três turistas.





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