CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 2 – PARTE I
“ALI JAZ O ALI KATE” – de H. Rái
O Eng.º Ali Kate era director de fabrico e sócio da empresa SUGGYSOPRA, de Évora. Gostava de gatos e na 6ª feira, 20-03-2009, foi ao telhado da vizinha apanhar o seu, já passava da meia-noite, que lhe pagou com três pequenos arranhões paralelos na região temporal adjacente à orelha esquerda.
No domingo, foi necessário fazer trabalho extraordinário para ultimar uma encomenda. Como Évora estava sob um terrível temporal (Ver http://www.meteopt.com/forum/portugal/domingo-convectivo-trovoadas-no-alentejo-22-marco-2009-a-3222.html ), com muita chuva e trovoadas, o Eng.º Ali, depois de comprar o "Público" numa tabacaria da Praça do Giraldo e de tomar o pequeno almoço na pastelaria do lado, foi de táxi para a fábrica e não de bicicleta como de costume.
No seu gabinete, nos escritórios da fábrica, um pouco antes das 10h, entrou em conferência, pelo Skype, com o administrador da empresa, que se encontrava em Bruxelas para estudar as perspectivas de lançamento dos seus produtos na China. Com condições atmosféricas tão adversas, não admira que a imagem e o som fossem de muito má qualidade, como ocorreu. Por isso, o Eng.º Ali ligou os auscultadores do mp3 ao seu notebook, numa tentativa de se abstrair dos sons envolventes e perceber melhor o que o seu interlocutor dizia. Passado algum tempo, sentindo que alguém abria a porta do gabinete, olhou para esta e não pode evitar um ar de surpresa ao ver que a mulher do seu interlocutor estava ali à sua porta de arma na mão pronta a disparar sobre si. Procurou desviar-se, continuando o seu movimento para a direita, mas nesse instante um enorme estrondo ecoou por toda a fábrica, em consequência do violento raio que sobre ela caiu, pelo que o Eng.º Ali nem chegou a sentir a bala a perfurar-lhe o músculo do ombro esquerdo. A bala atravessou a grossa camisola e a camisa que o Eng.º Ali vestia, indo-se perder, inerte, junto à parede do fundo da sala. A ferida não provocou hemorragia, mas a morte foi imediata e nada teve que ver com o efeito letal do tiro que recebeu. Pelo contrário, sobrecarregando o computador e os fios dos auscultadores, que lhe provocaram dois ténues riscos negros no maxilar inferior, foi o facto de a descarga eléctrica ter penetrado fulgurante e intensamente na zona da pele adjacente aos pavilhões auditivos do Eng.º Ali, atravessando o seu corpo de alto a baixo, que lhe provocou a morte. A maior intensidade do “rigor mortis” na zona envolvente da entrada dos canais auditivos e as pequenas ampolas na pele dos tragos, de um e outro lado, atestam indubitavelmente a elevada intensidade da corrente eléctrica que penetrou, e o calor desenvolvido no ponto de entrada, no corpo do infeliz.
Dª Bertolinda ficou paralisada de espanto, mas rapidamente retomou o seu sangue-frio. Fechou a porta do gabinete, limpou o puxador com o lenço e saiu da fábrica o mais rapidamente que pôde. Agora, já bem longe do local, nem ela mesma percebia porque havia disparado para Ali. Certamente que iriam querer ouvi-la, mas só Cerrótrinco, guarda-portão da fábrica, sabia que ela estivera na fábrica e esse não iria denunciar a sua presença aí, pois devia-lhe o emprego, como outros conterrâneos de Asseiceira e de algumas aldeias vizinhas, como Arrouquelas, de onde era natural o Cerrótrinco. E se não ter maneira de justificar onde tinha estado naquele dia, àquela hora, já deixaria Bertolinda em maus lençóis, pior ainda ficou a sua situação quando o Sr. Com Praki, director comercial da empresa, que estava na fábrica àquela hora, muito ocupado com o seu staff a organizar a saída de uma encomenda, afirmou que lhe pareceu estranho vê-la passar rente à parede, a coberto do telheiro, em direcção aos escritórios. Não podia haver confusão entre D. Bertolinda e a Drª. Presumida, mulher do Dr. Cifrões, director financeiro da empresa, que também esteve na fábrica àquela hora a arrumar os seus papéis em consequência de ter sido despedido, pois a Drª, naquele momento, estava com uma amiga no Pavilhão dos Salesianos a assistir ao convívio das miúdas do basquete (Ver http://sebasquetebol.wordpress.com/2009/03/ ) .
Na manhã do dia seguinte, ao chegar ao escritório, o administrador da empresa empurrou a porta do gabinete do Eng.º Ali deparando-se com este morto e enrijecido, pelo que foi com naturalidade que comentou à polícia: "se o homem estava morto, como me poderia responder?". A presença de vestígios de comida, no estômago, e de cafeína e níveis não usuais de glicose, no sangue, ajudaram a confirmar que Eng.º Ali sucumbiu naquela manhã algum tempo depois de ter tomado o seu pequeno-almoço.
CLASSIFICAÇÕES
Estão já disponíveis as classificações da prova n.º 2, no blogue CRIME PÚBLICO, em http://blogs.publico.pt/policiario. Recordamos que por uma questão de poupança de espaço terminaram as longas e monótonas listagens de resultados que publicávamos nesta secção. Agora, quer no nosso blogue, quer de forma muito mais completa e evoluída na página do Clube de Detectives que o confrade Daniel Falcão mantém, os resultados vão sendo publicados e ficam disponíveis para consulta posterior.
TERTÚLIA DA LIBERDADE
O VI Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade vai tomando forma, avizinhando-se algumas novidades que irão sendo conhecidas à medida da sua confirmação.
Para já, ficamos a saber que o convívio vai decorrer no próximo dia 30 de Maio, no mesmo local onde ocorreu o de 2008, ou seja, na Quinta do Rio, a caminho de Sesimbra.
Porque os convívios também se fazem de véspera, a Tertúlia procurou as melhores condições e pode assegurar aos confrades, o seguinte:
A dormida, por quarto com pequeno-almoço fica por 50 euros e terá que ser confirmada até dia 26 de Maio.
O almoço do dia 30 de Maio custará 16 euros por pessoa, com tudo incluído e terá que ser confirmado até dia 27.
Quanto ao programa, que vai ter muitas surpresas, que a seu tempo irão sendo divulgadas, tudo ainda está no segredo dos deuses…
RECTIFICAÇÃO
Na publicação dos confrontos para a 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, na semana passada, feita a contagem, ficou a faltar um confronto!
Quem chamou a atenção foi o confrade Ego que ficou surpreendido por nem ele nem o seu opositor da eliminatória anterior, aparecerem agora. Na realidade, houve uma omissão e o confronto faltoso para esta eliminatória é entre os confrades EGO e FAMÍLIA ADAMS.
Feita a devida correcção, aqui ficam os habituais pedidos de desculpa aos envolvidos neste lapso.
COLUNA DO “C”
FALTAM 24 SEMANAS PARA A EDIÇÃO 1000
Na época de 2004/2005, o Campeonato Nacional de Produção foi muito disputado, com boas produções, a merecerem a aprovação generalizada dos confrades decifradores.
Para além dos desafios de autoria de Ecologista, Rip Kirby, Inspector Boavida, Severina, Paulo, Karl Marques e A. Raposo, os lugares do pódio foram ocupados da seguinte forma:
O saudoso Dic Roland, “detective” de Santo André, com o problema “A Vingança”, ficou em 3.º lugar;
Zé da Vila, outro pseudónimo do mestre da arte de bem produzir M. Constantino, residente em Almeirim, com o problema “O Morto era um dos Ponteiros do Relógio”, que conquistou o 2.º posto;
O Inspector Fidalgo que se sagrou campeão nacional com o problema “O Inspector Fidalgo e a Morte do Coronel”.
5 comentários:
No jornal nem aparece o nome do autor, foi cortada a apresentação do problema.
Deco
Caro Confrade Deco
Num jornal, todo o espaço é precioso e, por vezes, quem o gere tem de tomar opções que nem todos os leitores ou autores compreendem ou aceitam. No caso concreto, o essencial era o texto, já de si extenso, e este saiu integral.
Coldialmente
H. Rái
Meus caros Confrades e Amigos, mais uma vez há assunto.
Não é aceitável que um trabalho seja publicado sem a sua "paternidade". Como se pode ver no texto que publicamos semanalmente no blogue, a informação está lá e é esse texto que segue das nossas mãos para o jornal. Depois...
De qualquer forma, anotamos a falha e vamos reportá-la. A rectificação do "seu a seu dono" no jornal é que é mais difícil porque com as festas da Páscoa as secções estão feitas até à do dia 11!
Uma vez mais, embora alheio, aqui ficam as nossas desculpas.
O confrade HRaí está com muito fairplay, mas se fosse comigo mandava-me aos arames. E já estou a imaginar o Luís Pessoa a fumegar. Esta época o pessoal do jornal está mais abandalhado e já são muitos erros numa sevcção que ja´tem quase 18 anos e 1000 secções estão a desaprendr
IAlegria
Caro I Alegria, mesmo não nos conhecendo pessoalmente, já deve ter dado para perceber que o meu feitio não é lá grande coisa quando estão em jogo questões de bom profissionalismo. Sendo sabido que o nosso passatempo joga muito com a contradição, com o anti-natural, com factores de erro, há quem ainda não tenha entranhado na cabeça que é assim e não há volta a dar.
Normalmente quando se tentam fazer prioritários os critérios jornalisticos de tratamento de notícias, temos barraca assegurada. O Policiário não é jornalismo e as "notícias" não podem ser tratadas, ponto!
Neste caso, se um autor dá o corpo ao manifesto, arrisca "levar" com a malta em cima em caso de erro, tem o direito mínimo de ver o seu nome escrito.
Esperemos por melhores tempos...
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