terça-feira, 24 de agosto de 2010

KO - TRÊS ANOS DE SAUDADE

O POLICIÁRIO NÃO ESQUECE OS SEUS AMIGOS



K.O. (n. 1939.01.06, f. 2007.08.24)


“Fruto, talvez, de um certo envelhecimento do Policiário, pelo menos no que diz respeito aos confrades que normalmente ocupam o topo das classificações, no período de um ano passámos pela rude experiência do desaparecimento de alguns dos nossos Amigos e, ao mesmo tempo, “monstros sagrados” deste passatempo singular.
Podíamos seguir a táctica da avestruz e ignorarmos.
Podíamos levar até aos nossos leitores os torneios, as classificações, sem mais. Podíamos aplaudir vencedores sem rosto...
Mas, no Policiário não é assim. Nunca foi e nunca será enquanto por cá andarmos.
No Policiário nós queremos muito mais, queremos conhecer as pessoas, queremos ter um rosto associado a cada pseudónimo, queremos que todos os leitores e concorrentes sejam, também, confrades, companheiros de viagem, que partilhem connosco o prazer de decifrar enigmas e de conviver.
Nos últimos dias, foi o confrade Arlindo Matos, o KO, que se despediu do nosso convívio, depois de um período atribulado, de avanços e recuos face à doença que o atormentava.
Foi no dia 24 de Agosto que o confrade e Amigo Nove nos transmitiu a dolorosa - e já esperada – notícia:
- O K.O. faleceu!

Conhecemos o K.O. logo no início deste nosso espaço, no ano de 1992. Era já um policiarista antigo, que andara por muitos dos acontecimentos mais marcantes da nossa actividade e que naquele momento regressava “a casa”, à sua casa Policiária.
Decifrador de elevada craveira, entusiasta do Policiário, desde logo se destacou pelas soluções elaboradas que produzia, ao ponto de serem muitas as vezes em que combinava connosco um encontro no parque de estacionamento de um hipermercado no Cacém, para entregar um “embrulho” que continha a sua proposta de solução, à tarde, quando ele regressava a casa em Mem Martins, vindo da “sua” escola, onde leccionava e fazia parte da direcção.
Vencedor por natureza, K.O. acumulou títulos e prémios, espalhou a sua simplicidade, simpatia e entusiasmo por todos os locais por onde o Policiário passou, deixando um rasto de admiração pelas suas qualidades, muito bem secundado pela sua inseparável mulher, a D. Isaurinda, sua verdadeira “alma-gémea” em tudo, sendo difícil encontrar duas pessoas tão completas, tão Amigas dos seus Amigos, tão interessadas com o bem estar de todos à sua volta!...
Não são palavras de circunstância que nos levam a dizer que o Policiário ficou bem mais pobre. Há um vazio físico que fica, mas atenuado pela certeza de que todos nós ficámos bem mais ricos com o tempo que pudemos usufruir na sua companhia.”

Este texto foi publicado logo após a morte do confrade K.O. e traduzia a enorme sensação de perda do Policiário.
Hoje, três anos passados, registamos que o sentimento se mantém inalterado. O nosso “Mundo Policiário” tem a sensação de que todos os nossos confrades e amigos continuam connosco nesta luta diária pelo desenvolvimento do passatempo que elegemos como nosso.

2 comentários:

Anónimo disse...

Sabe bem estar numa família onde os que partem nunca desaparecem.
Também eu tenho muitas saudades...

Anónimo disse...

Que saudades querido amigo
Convivi contigo mensalmente durante cerca de 17 ou 18 anos e nunca te vi sangado.
Nunca te vi sangado é mentira, Aconteceu que uma vez te vi sangado no convívio de Algés.
Maas isso não foi de admirar pois todos estavamos, tinhamos entrado no restaurante pouco depois do meio dia e ás 15h30m ainda não tinhamos começado a ser servidos. Nesse dia deu até direito a peixe espada podre
Um abraço para ti lá onde tu estiveres

Rip Kirby