domingo, 22 de agosto de 2010

POLICIÁRIO 996




EVOCANDO SETE DE ESPADAS

Sempre que falamos de Policiário, a referência ao Sete de Espadas aparece como uma inevitabilidade, tal a sua importância primeiro para a divulgação e depois para a consolidação deste passatempo exemplar, amplamente reconhecido como um veículo importante para estimular a leitura, a interpretação, a análise, o poder de síntese, o espírito observador e científico.
O Sete de Espadas nasceu no Ribatejo, na vila da Chamusca em 1 de Fevereiro de 1921 e em 12 de Janeiro de 1947 iniciava a sua actividade como orientador de um espaço policiário, no Jornal de Sintra, com o título Mistério e Aventura, que ele mesmo definia, em subtítulo, como uma “secção policial orientada por Sete de Espadas”.
Depois foi um nunca mais acabar, na divulgação da literatura policial e, sobretudo, na vertente da competição policial.
Que me desculpem os confrades mais antigos, aqueles que viveram com ele as aventuras do Clube de Literatura Policial, das secções no Camarada, no Cavaleiro Andante e em tantos locais, mas nós apontamos um marco que nos parece decisivo em toda a História do Policiário: O dia 13 de Março de 1975.
Nesse dia, em todas as papelarias, quiosques, pontos de venda de jornais e revistas, apareceu, apenas, mais um número do “Mundo de Aventuras”, uma revista de histórias aos quadradinhos, editada pela Agência Portuguesa de Revistas, que já vinha dos anos 40 do século XX, mas que trazia algo de novo: As últimas páginas eram identificadas como “Mistério… Policiário” e assinadas por um não menos misterioso “Sete de Espadas”!
Foi, podemos dizê-lo com toda a propriedade, o virar de página de toda uma geração de jovens, muito jovens mesmo, na casa dos 13, 14 anos, que apareceram em enorme explosão, criando um movimento imparável que nos trouxe até aos nossos dias.
Muitos dos actuais policiaristas são produtos dessa época, eram leitores de histórias aos quadradinhos e descobriram o policiário, tornando-se detectives!
O primeiro sinal de que algo se movia, foi a grande afluência à literatura policial, a corrida aos alfarrabistas, a ânsia de ler os clássicos do policial, antes da procura dos modernos escritores. Depois, foi a quantidade de malta nova a tratar-se por nomes escolhidos pelos próprios, que podiam ser de uma personagem dos quadradinhos, de um detective da literatura, de uma abreviatura do próprio nome, de uma invenção pura… Tudo servia para nos identificarmos perante os outros. Era o Detective Invisível, o Inspector Moisés, o Ubro Hmet ou o Satanás… Poucos sabiam o nome real do confrade que estava à sua frente, nem isso era importante! Poucos sabiam o que faziam os outros na vida profissional, mas também não era necessário! O importante era o facto de estarem todos irmanados no mesmo gosto pela dedução, pelo exercício das “células cinzentas”, estarem disponíveis para se reunirem em Tertúlias Policiárias e todos os meses percorrerem o país para os Convívios, na altura única forma de travarmos conhecimento para além das fronteiras próximas.
No centro de tudo, a figura simpática de um homem de barbas brancas, cabelo ralo, sorriso aberto e simpático: O Sete de Espadas.
Nos dias dos Convívios, era digno de ser visto o número de pais que chegavam perto do Sete e lhe confiavam os miúdos de 11 ou 12 anos, como se confia a um avô e lhe diziam que eram os próprios miúdos que insistiam em ir e não aceitavam um não como resposta! E o Sete, com a calma e o espírito positivo que sempre teve, lá os tranquilizava, dizendo-lhes que na tribo policiária eles estavam no local certo para crescerem, num são convívio, numa camaradagem exemplar.
Ainda hoje sentimos isso. Mesmo nós, muitos já avós, ainda olhamos para o exemplo do Sete como um aspecto importantíssimo no nosso processo de desenvolvimento. Todos crescemos muito com ele e com o Policiário. Todos lhe devemos muito daquilo que conseguimos ser. O seu exemplo, de persistência na demonstração dos benefícios do exercício de uma actividade tão saudável para o desenvolvimento harmonioso de um espírito científico, como é o caso do Policiário, merece ser sempre realçado.
Daí a justeza desta homenagem singela, numa altura em que se aproxima a passos largos uma data que passará a ser parte integrante da nossa História Policiária, por atingirmos as 1000 edições deste nosso espaço. É que esta secção, se teve o seu nascimento formal no dia 1 de Julho de 1992, verdadeiramente nasceu muitos anos antes, algures pelo ano de 1975, quando o Inspector Fidalgo encontrou o Sete de Espadas e ficou fascinado com o Mundo que este lhe abriu!
Mais tarde foi o XYZ Magazine, o Clube dos Amigos do XYZ e muitas outras coisas, sempre com a relevância da Amizade e da Camaradagem, suas imagens de marca.
Foi no dia 10 de Dezembro de 2008 que a notícia do seu falecimento correu no seio da imensa família policiária, que assim viu partir o seu principal divulgador, deixando um rasto de pesar entre a imensa legião daqueles que com ele cresceram física e mentalmente.
Ao “velho” Amigo Sete de Espadas queremos dedicar a data histórica de 19 de Setembro de 2010, porque nas comemorações da efeméride há muito dele e daquilo que ele nos deixou…



CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 7 – PARTE II
“OS WOBBLY”, de KOPI PEIXTE

Resposta: a certa, é a alínea D.
A -Tomadas no seu conjunto, as evidências justifica a condenação de Haze.
Não justificam, porque os vestígios de sangue nas roupas de Broke eram da mulher e dos filhos. Como o texto só fala do contacto de Broke com Rogue, fica por explicar a presença dos vestígios assinalados, o que faz de Broke também suspeito.
B -Não há evidências que possam contribuir para incriminar Broke.
Há, como se refere na resposta anterior.
C -É claro que houve envolvimento de um intruso neste caso.
Não é claro que tenha havido o envolvimento de um intruso pois, para além do que ficou dito no tribunal:
-a impressão digital na sala de estar e a outra na porta da garagem, que não pertenciam a qualquer dos presentes na cena do crime, poderiam pertencer a familiares ou amigos da família e terem sido feitas noutra ocasião;
-a rede da janela foi cortada do lado de fora da cozinha pela faca encontrada. Mas, como a garagem tinha acesso pela cozinha, o corte da rede pode ter sido feito por um dos habitantes da casa sem necessitar de ir à rua (por iniciativa individual ou de ambos em conluio);
-os vizinhos assinalaram a presença de um carro estranho na área uma semana antes e na noite do crime, mas carros estranhos podem circular em qualquer bairro pelas mais variadas razões
D -Nenhuma das alíneas anteriores permite uma afirmação segura.
-pelas razões apontadas em cada alínea anterior, na realidade, nenhuma delas permite uma afirmação segura, pelo que é esta, a 4ª, a que está correcta.


COLUNA DO “C”

FALTAM 3 SEMANAS PARA A EDIÇÃO 1000
Desde 1992 que o Policiário está presente nas páginas do PÚBLICO e durante os mais de 18 anos que já decorreram, muitas foram as estruturas que os nossos confrades criaram e desenvolveram, no sentido de incentivarem o convívio e a discussão saudável dos assuntos policiários.
Algumas dessas estruturas marcaram épocas, revelando muito dinamismo, como é o caso da tertúlia que hoje homenageamos, a Tertúlia Policiária Valtejo.
Nascida da persistência de confrades como Rip Kirby, Inspector Moka, Abrótea, Professor Cebolas, Virmancaroli, e outros, reunia-se no Barreiro e muitos foram os contributos dados ao nosso passatempo, que culminaram com a orientação do espaço “Lazer e Tempos Livres”, no jornal regional “Nova Gazeta”, do Montijo.
Ficaram famosos os convívios do Barreiro, para onde convergiam, anualmente, confrades de todo o país, sempre superiormente organizados pela TPV.

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