domingo, 17 de julho de 2011

POLICIÁRIO 1043

DECIFRADO O DESAFIO DE RIP KIRBY


Chegou o momento de ficarmos a saber quem foi o autor do massacre na Quinta da Alegria, que o confrade Rip Kirby nos propôs:

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 6 – PARTE I
“MASSACRE NA QUINTA DA ALEGRIA”, de RIP KIRBY

Quem teria feito aquela chacina na Quinta da Alegria? Algum dos empregados?
Esta é uma hipótese pouco provável, eles estiveram todos na piscina e, segundo afirmaram estiveram sempre juntos, apenas o mordomo que, por ordem antecipada do patrão, ás 15 horas foi servir as bebidas aos convidados. Mas o mordomo foi também uma das vítimas. Portanto, também não foi ele o autor daquele morticínio.

Teria sido o individuo alto e mascarado referido por Andréia Niemeyer? Esta referência parece querer indicar-nos Norberto Castro, que não se pode dizer que seja baixo. Mas Norberto tinha ido a Lisboa e apresentou os talões das portagens, que pagou reforçando o seu álibi, apresentando o bilhete do teatro a que fora na véspera, que para além da data impressa, tinha o autógrafo de um actor, que participara na peça a que tinha assistido, com a data manuscrita. Por tudo isto temos que considerar que Norberto não foi o autor daquela matança.

Segundo o depoimento de um dos guardas Norberto teria estado na Quinta da Alegria mas, o mesmo guarda confessa que apenas viu o motorista porque os vidros do carro eram escuros e não dava para ver quem ia dentro pelo que a sua afirmação é irrelevante. Se ia alguém lá dentro não sabemos, mas se ia não era Norberto, que já sabemos estava em Lisboa. Também não é provável que o motorista levasse algum passageiro pois não foi encontrado ninguém estranho na Quinta. Se levasse este teria que ser encontrado na propriedade já que não passou pelo portão para sair nem foi encontrado qualquer sinal de que tivesse saltado o muro. A saída pelo portão seria notada pelo guarda que estivesse de serviço naquela hora. Também não podemos acusar o guarda, que estava de serviço na hora do crime, pois ao contrário do que o italiano afirmou este era baixo e atarracado. Se fosse um dos outros guardas o colega tê-lo-ia visto.

Não tendo sido nenhuma das personagens atrás referidas teríamos que apontar para um desconhecido mas já vimos que até essa hipótese não é aceitável porque nenhum estranho foi visto a entrar nem a sair e mesmo que tivesse sido levado pelo motorista de Gilberto Castro este voltou a sair logo depois pelo que, neste caso, esse tal possível estranho não teria tempo para fazer aquele trabalho e voltar a sair no mesmo carro que entrara. Se tivesse entrado teria que ser encontrado na propriedade pois não tendo saído pelo portão forçosamente que teria que escalar o muro e nessa operação deixaria marcas, que como já vimos não foram encontradas.

Parece que estamos num impasse mas o Inspector Trindade que já anda nesta profissão há muitos anos não desistiu e pondo o cérebro a funcionar chegou à seguinte conclusão:

Se todos os convidados tomaram um sonífero com as bebidas servidas por volta das três horas estas só podiam ter sido administradas pelo mordomo ou pelo dono da casa.

De acordo com a opinião do médico, o mordomo teria morrido, devido à hemorragia, 30 minutos depois de ter sido atingido no intervalo de tempo calculado para a morte dos convidados, portanto, cerca das 16 horas.

A hipótese de ele ter feito aquela chacina e se ter suicidado de seguida não é aceitável. Pelos sinais que a ferida apresenta, ou antes não apresenta, o tiro que o atingiu foi disparado à distância. O facto da cápsula da bala que o atingiu estar distante do seu corpo é mais uma prova do que antes é afirmado

Por outro lado os cálices onde as bebidas foram servidas não apresentam qualquer sinal das ditas, apenas têm no fundo umas gotas de água e não têm qualquer impressão digital o que indica que os cálices foram lavados após as bebidas consumidas. Ora não faz sentido os cálices serem lavados e depois levados de novo para a mesa o que significa que quem colocou o sonífero nas bebidas pretendia que isso não fosse descoberto. Ora esta é mais uma prova de que o mordomo não se suicidou nem quem fez aquele serviço. Se tivesse sido ele e tencionasse suicidar-se a seguir não teria tido o trabalho de limpar os copos.

Portanto o autor daquele morticínio só podia ter sido o Italiano, Andréia Niemeyer.

Vejamos o que levou o Insp. a esta conclusão.

Andréia encontrava-se estendido junto da porta que dava para outra sala o que em princípio nos poderia levar a pensar que ele havia sido atingido quando tentava fugir da sala de jantar. Mas se assim tivesse sido ele teria sido atingido pelas costas, mas ao contrário disso foi atingido pela frente como provam os sinais do ferimento que apresenta.

Por outro lado, se assim fosse, teria sido atingido quando já se encontrava a alguma distância pelo que a cápsula da bala não estaria perto dele.

Pela quantidade de sangue que ele perdeu o médico calculou que ele tivesse sido atingido cerca de quinze minutos antes de ter sido encontrado pelos empregados. Perante estes pormenores Trindade concluiu que Andréia Niemeyer colocou na bebida que ia ser servida aos seus convidados o sonífero que foi encontrado no estômago destes. A dose deveria ter sido forte para que estes adormecessem rapidamente. Quando os viu a dormir disparou sobre o mordomo para que este, cúmplice ou não, o não denunciasse. Depois foi só encostar a arma à nuca das suas vítimas e disparar. Como estas estavam tombadas sobre a mesa a trajectória das balas tem a aparência de ser ligeiramente ascendente. Os ferimentos sangraram pouco porque a queimadura os cauterizou

Por fim esperou a hora a que os empregados deveriam voltar e um pouco antes disparou sobre si mesmo após o que, depois de limpar a coronha, lançou a arma juntamente com a luva na direcção do ponto onde estava estendido o corpo do mordomo. A tragectória seguida pela bala é a característica de quem dispara sobre si mesmo, com a mão direita, tendo o cuidado de apontar para um ponto onde nenhum órgão vital seria atingido.

Que motivação teve ele para cometer estes crimes não sabemos. Possivelmente pretendia desfazer-se dos sócios para facilitar a aquisição das outras cotas. Gilberto estaria também incluído no número de vítimas mas o tal compromisso de última hora salvou-o.



PRAZO DA PROVA N.º 7

Em pleno tempo de férias para muitos dos nossos “detectives”, a recordação de alguns compromissos policiários não deve ser entendida como um motivo para as estragar, até porque uma expansão de prazos é sempre bem-vinda, mas apenas e só como mera informação “anti-esquecimento”:

Até ao dia 20 de Agosto, decorre o prazo para envio das propostas de solução das duas partes da prova n.º 7, cujos problemas foram publicados nos dia 3 e 10 deste mês de Julho, respectivamente!

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