No próximo domingo festejaremos
mais um aniversário da nossa secção. E não é um aniversário qualquer, já que
vai ser o vigésimo.
Vinte anos de Policiário no
PÚBLICO, uma marca que fica para sempre gravada na história do nosso
passatempo.
Devido a esse facto, a nossa
próxima secção, precisamente coincidente com o dia do aniversário (1 de Julho) vai
ser especialmente dirigida para o evento que se comemora, razão pela qual
decidimos antecipar para hoje a publicação do problema que constitui a primeira
parte da prova n.º 6 e que deveria ver a luz do dia no primeiro domingo de
Julho.
Perante as opções que se
apresentavam, de manter a publicação do problema, ou adiá-la para o dia 8,
provocando que a parte II apenas seria publicada no dia 15, tornando o prazo
para resposta mais curto, optámos por uma solução que, parece-nos, não causará
qualquer prejuízo para os nossos “detectives”.
Assim, a primeira parte da prova
será hoje publicada; no próximo domingo festejaremos o nosso aniversário; e no
dia 8 de Julho retomamos a publicação da segunda parte da prova, regressando à
normalidade.
Relativamente ao prazo para envio
das propostas de solução, à semelhança do ocorrido em anos anteriores, ele será
ampliado em alguns dias, até ao dia 20 de Agosto, de molde a que os
“detectives” que eventualmente gozem férias num mês inteiro, possam responder
sem grandes angústias.
CAMPEONATO NACIONAL E
TAÇA DE PORTUGAL
PROVA N.º 6 – PARTE I
“FALSÁRIOS
INCOMPETENTES” – Original de VERBATIM
Flávio Alves deu mais uma
olhadela para as quatro listas dos números das seis mil notas de vinte euros
apreendidas naquela manhã de Março de 2011. Verificara que bastaria considerar
pequenas amostras sequenciais de cada um dos quatro grupos em que as notas
estavam divididas para se tirarem importantes conclusões. Apresentam-se, a
seguir, amostras sequenciais dos quatro conjuntos.
……………....
M82738145002
M82738144993
M82738144984
M82738144975
……………….
U33376053505
U33376053496
U33376053487
U33376053478
……………….
V19232494609
V19232494591
V19232494582
V19232494573
……………….
X19584636493
X19584636502
X19584636511
X19584636529
……………….
Arsénio
Mendes, o dono da vivenda e do armazém anexo onde fora encontrado o dinheiro,
guardado em três caixas metálicas, defendeu-se como pôde: “Eu fazia lá ideia
que ali havia notas de banco! Aquilo para mim eram caixas de ferramenta. O Sr.
Inspector viu aí outras iguais ou parecidas que só têm material de canalizador
e electricista. E o dinheiro com que pago aos homens, guardo-o no cofre…”.
Justino
Pereira, conhecido pelo Tino Maluco, mal chegou de uma obra foi interceptado
pelo Agente Dias que, apontando para as caixas das notas, entretanto fechadas,
lhe perguntou de quem era aquilo. “Julgo que é do Sr. Mendes – respondeu o Tino
–. Nunca lhes mexo, porque ele e o Mestre Ernesto são muito esquisitos. Se lá
falta alguma coisa, posso jurar que não fui eu. Já há dois meses foi para aí
uma guerra por causa de um miúdo, que o Sr. Mendes até mandou embora, só por
ter pegado numa caixa do Mestre. Não me diga que, hoje, sou eu o lixado…”.
Mestre
Ernesto, tido como grande prático em canalizações, que fez temporadas de
trabalho em Espanha e até em França, sob contratos ilegais, explicou-se: “É
verdade, aquele dinheiro é meu. Aprendi muito nas minhas andanças e ganhei algum,
confesso, que fui pondo aí, pelos bancos. Mas sabe, Sr. Inspector, isto agora
está a apertar, querem saber de onde vem o bago de cada um, menos o dos
poderosos, e eu andei sempre meio clandestino. Fiquei com medo que me fossem à
massa que tanto me custou a ganhar. Por isso, na semana passada, resolvi
levantar tudo. E, quando se levantam quantidades assim maiores, vem o dinheiro
arrumado e em notas novinhas.”
Instado sobre
o lugar onde resolveu guardar o pecúlio, Mestre Ernesto não hesitou: “Desconfio
de uma pessoa que, com certeza, me viu levantar bastante dinheiro e era capaz
de me assaltar a casa. Por isso, à cautela, trouxe as notas para aqui, para o
armazém do Arsénio, sem dizer nada a ninguém, nem à minha mulher. Estou a ver
que essa pessoa se apercebeu da minha manobra de defesa e, por vingança,
resolveu denunciar-me, como se eu fosse um reles ladrão, tal como ele. Mas
garanto-lhe, Sr. Inspector, isto não é dinheiro roubado, foi todo ganho com o
suor do meu rosto”
Dirigindo-se
apenas ao Agente Dias, o Inspector Flávio Alves comentou: “Houve aqui fraude da
grossa. As notas passam facilmente como boas, mas os falsários foram
incompetentes num aspecto. Pode ser que se safem, pois a justiça portuguesa
ilibou, há tempos, um comprovado corruptor por não ter corrompido a pessoa
certa, isto é, por ter sido incompetente”.
Onde é que os
falsários foram incompetentes? Quem estará envolvido na distribuição do
dinheiro falsificado e porquê?
E pronto.
Como sempre recomendamos a máxima
atenção com a leitura e interpretação dos elementos fornecidos, após o que
devem responder, impreterivelmente até ao próximo dia 20 de Agosto, usando um
dos seguintes meios:
- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315
LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!