QUEM MATOU A
CABELEIREIRA?
Em pleno tempo de férias, para quem as
pode ter, o Policiário não sofre interrupções e as “células cinzentas” dos
nossos “detectives” têm que dar resposta ao desafio que o confrade Paulo lhes
coloca. Ora tomem nota:
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL - 2013
PROVA N.º 7
– PARTE II
A MORTE DA
CABELEIREIRA – Original de PAULO
Narciso Morais, maldizia a sua sorte.
Depois de uma noite sossegada, quando pensava que ia para casa dormir, viera
aquela chamada.
Parou em frente do bloco de apartamentos
onde fora solicitada a sua presença. Ao entrar no prédio reparou que a porta da
rua não fechava.
A vítima morava no 1º andar esquerdo, um
apartamento T1 com algum grau de desarrumação.
O corpo estava no quarto e a causa da
morte era evidente. Uma faca ao lado do corpo servira para executar a degola.
Grande quantidade de sangue sujava o chão.
Duas pessoas aguardavam-no à espera de
serem interrogadas. Ouviu-as isoladamente na cozinha.
- Chamo-me Manuela Rebelo e moro nesta
rua, logo no início, com os meus pais. Sou cabeleireira e era colega de
trabalho da Luísa. Como todas as manhãs, passei aqui para a vir buscar. Hoje
cheguei mais tarde, cerca das oito e meia, pois o meu carro não pegava.
Estranhei ela não estar à minha espera e
como a campainha da rua está avariada subi. Ao chegar à porta, vi o Arnaldo a
sair com sangue na roupa e nas mãos. Ficou assustado ao ver-me, disse que a
Luísa estava morta e que ia chamar a polícia. O Arnaldo é o namorado da Luísa,
embora ela estivesse a pensar acabar com tudo. Disse-me que ele era violento e
que andava a pedir-lhe dinheiro. Sei que por vezes ele passava cá a noite.
Narciso Morais disse que, para já, não tinha
mais perguntas a fazer. Mandou sair Luísa e chamou o Arnaldo.
- O meu nome é Arnaldo Moura e trabalho
num café aqui em Lisboa, embora more em Almada. Moro sozinho. Saí de casa eram
sete horas e apanhei o autocarro para Lisboa. Embora o meu turno só comece às
dez horas, vim mais cedo para falar com a Luísa, que andava bastante
preocupada. Tinha recebido telefonemas do ex-namorado, um tal Luís Almeida, que
lhe não tinham agradado. Cheguei aqui eram quase oito e meia. Subi e vi que a
porta estava aberta, o que achei estranho. Eu conhecia bem os hábitos dela e
sei que jamais deixaria a porta aberta. Entrei e já sabe que a vi no quarto.
Peguei-lhe para ver se ainda estava viva e saí para chamar a polícia. Nas
escadas encontrei a Manuela, que me pareceu um pouco irritada ou nervosa. Não
sei bem explicar.
Narciso Morais mandou-o sair.
Viu as horas. Dez e meia. Devia estar a
dormir e ainda estava a trabalhar, mas já que tinha começado também queria
acabar. Dirigiu-se à sala, pegou no telefone e contactou o seu chefe
dizendo-lhe que tinha perdido o sono e que ia continuar a tratar do caso
durante o resto do dia.
O médico legista informou-o que a morte
ocorrera já depois das oito. Mais pormenores, só depois da autópsia.
Chamou novamente Manuela e Arnaldo de
forma a obter alguns elementos que achou necessário possuir para prosseguir a
investigação.
Em casa dos pais de Manuela estes
referiram ter a filha saído de casa às oito horas ou talvez um pouco depois.
No local de trabalho de Manuela e Luísa
disseram-lhe que tinha havido uns mexericos acerca de roubo de namorados, mas
que elas nunca tinham demonstrado qualquer tipo de inimizade.
Na sede da Judiciária verificou que
Arnaldo e Luís possuíam cadastro. O primeiro fora condenado duas vezes por
agressão. O segundo fora apanhado na posse de droga mas não fora provado que
fosse traficante. Apenas consumidor.
No local de trabalho de Arnaldo Moura o
patrão referiu que nunca tivera qualquer problema com ele. Por vezes chegava um
pouco atrasado e cheio de sono, mas nada de muito grave que afectasse o
serviço.
Chegou a casa de Luís passava das duas
da tarde. Luís vivia com os pais e quem lhe abriu a porta foi a mãe. O filho
estava a dormir e Narciso Morais teve que esperar alguns minutos até que um
jovem ensonado lhe aparecesse à frente.
Quando soube o motivo da visita ficou
baralhado e durante alguns momentos não conseguiu exprimir qualquer ideia.
Quando finalmente acalmou, disse:
- Não é possível! Ainda há dois dias lhe
telefonei. Tivemos um caso, mas a amiga dela, a Manuela, estragou tudo. Ofereceu-se
e eu aproveitei. A Luísa soube e acabou tudo. Devia era ter-se zangado com a
Manuela. Mas zangou-se comigo. As duas continuaram amigas.
A última vez que a vi foi há dois meses,
no Terreiro do Paço, no concerto de comemoração dos vinte anos do 25 de Abril.
Já tínhamos terminado tudo, mas eu continuo a gostar dela e ultimamente
telefonei-lhe algumas vezes para tentar recomeçar.
Passei esta noite no Porto. Todos os
anos vou lá passar a noite de S. João. Fui sozinho. Já de manhã apanhei o
comboio e cheguei a casa pouco antes da uma hora. Agora estava a recuperar o
sono. Como estou desempregado tenho todo o tempo do mundo para mim.
Narciso Morais abandonou a casa de Luís
Almeida, tendo já uma ideia precisa do que teria acontecido
Tal como Narciso Morais também o leitor
não tem dúvidas.
Das hipóteses seguintes, indique a que
considera correcta.
Narciso Morais acredita que…
A - Manuela
é a criminosa
B- Arnaldo
matou a namorada
C- Luís é o
criminoso.
D- Nenhum
dos três cometeu o crime.
E pronto!
Agora resta indicar a alínea correcta,
impreterivelmente até ao dia 20 de Setembro, para o que poderão escolher um dos
seguintes meios:
-Pelos Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar,
23, 2125-109 MARINHAIS
-Por e-mail para um dos endereços: lumagopessoa@gmail.com;
pessoa_luis@hotmail.com
ou luispessoa@sapo.pt.
-Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer
que o encontrem.
Boas deduções!
Sem comentários:
Enviar um comentário