[Transcrição da secção n.º 1183 publicada hoje no jornal PÚBLICO]
AMIZADES COIMBRÃS ...
De Coimbra vem o próximo desafio,
de uma dupla recente, com um dos componentes bem conhecido de todos nós, o
confrade FLO:
CAMPEONATO NACIONAL
E TAÇA DE PORTUGAL - 2014
PROVA N.º 3 – PARTE
I
'' OS QUATRO AMIGOS''
– Original de FLO & TÂNIA
Esta é a História de quatro
jovens, oriundos de vários pontos do país, que se juntaram em Coimbra, com a
finalidade, de entrarem para a Universidade e por motivos que vamos saber e
outros, que nos passaram ao lado, acabaram por pedir auxílio à dupla
maravilhosa, Flo & Tânia.
O Rúben, filho de uma família
modesta, de uma aldeia para os lados de Bragança, ia ter direito a uma festa
porque completara o 12° ano. O pai trabalhava em Bragança para duas solteironas
que tinham vindo de Coimbra tomar conta dos bens que os pais lhes tinham
deixado e foram estas senhoras, que além da festa, iam fazer uma proposta ao
Rúben. No dia anunciado, após o “comes e bebes”, veio a declaração prometida.
Foi com emoção que a D. Laurinda proferiu as seguintes palavras: Se o Rúben
continuar os estudos em Coimbra, tem lá uma casa como se fosse dele. E o Rúben
rumou a Coimbra.
A casa era enorme, rés-do-chão e
primeiro andar, em baixo dois quartos, sala de visitas, sala de jantar e de
convívio, cozinha e casa de banho. Uma escada interior ligava os dois andares
que eram praticamente iguais, nas traseiras da casa um pequeno laranjal e uma
casa de arrumos.
A cem metros de distância, ficava
a ''Leitaria O Pirata'' ponto de encontro dos estudantes que chegavam e os que
já cá andavam, as amizades fizeram-se rapidamente e dois dias depois já tinha
companheiros em casa, o Luís Serôdio, já no segundo ano de medicina, o
Francisco Salgado, matriculado em Direito e o Hélder Cunha queria seguir
enfermagem. Na primeira conversa que tiveram para a atribuição dos quartos e
como ia ser o funcionamento da casa, chegaram à conclusão que a prioridade era
arranjar uma empregada urgentemente para tratar da casa, e na medida do
possível todos ajudariam. A casa estava mobilada, apenas alguns ajustamentos
seriam precisos nos quartos, ao gosto de cada um. Ficou também assente a
mensalidade do aluguer e o Rúben foi o escolhido para gestor das contas. Assim
que o escolheram lembrou-se da avó que sempre dizia: “uma caixa de papelão é o
melhor cofre”. Seguiu sempre esse conselho.
Serôdio e Hélder ficavam no piso
de baixo, Rúben e Salgado no piso superior.
Quando era possível, juntavam-se
todos, jogava-se uma Kingalhada ou Poker, cinquenta por cento da receita das
fichas, ficava para a casa - tinham investido num frigorífico, num aspirador e
em pequenas coisas que iam surgindo.
Todos os meses um depósito
chorudo aparecia na conta do Salgado, segundo o que ele nos contou, andava a
ajudar a gastar a fortuna da família. Ainda abordou o tema BPN na origem dos
biliões do papá, mas como estava bem bebido não ligaram muito e ele nunca mais
voltou ao assunto.
Ao fim da primeira quinzena,
surgiu-lhes uma senhora à procura de trabalho, Dulce de seu nome, quarentona
toda para a frentex, a quem o dono da Leitaria tinha dado a ''dica''. Senhora
de respeito que com o tempo os foi conhecendo melhor e de vez em quando fazia
um jantar, à maneira.
Hélder Cunha, acabou por seguir
enfermagem na área do gesso e ossos.
Luís Serôdio, vindo da Figueira
da Foz, passava horas a olhar para o tabuleiro de Xadrez e a estudar a maneira
de ganhar o Euromilhões.
O Rúben entrara nos quadros da
PT, assim que acabou o seu curso na área da Informática.
Entretanto, uma das manas tinha
falecido e os quatro amigos foram até Bragança ao seu funeral.
Os anos foram passando, a nossa
amizade era indestrutível e mantivemos sempre o respeito de não violar os
quartos uns dos outros. Um dia aconteceu o inesperado, tinham desaparecido 11
mil Euros das economias da casa, apenas tinham ficado as moedas que perfaziam
215,70 €. Como Hélder Cunha não estava, Rúben reuniu com os que estavam,
incluindo a D. Dulce e ficaram a saber o que se passava. Resolveram esperar
pelo Hélder para tomar decisões e é aqui que a dupla entra, após pedido de
auxílio.
O que eles contaram em separado e
o que a dupla averiguou:
D. Dulce viu o Hélder a sair
apressadamente do quarto do Rúben, estranhou o facto, mas nunca mais se
lembrou.
Rúben: ''Adoro a noite mas com a
responsabilidade que tenho na PT, praticamente só tenho as noites de sexta-feira,
o resto da semana é TV, Teatro e jogar cartas com os amigos da casa. Ate me
senti mal quando não vi as notas.''
''Falou a alguém aonde guardava o
dinheiro?" - interpelou o Flo.
Rúben: '' Nem pensar!"
Francisco Salgado: ''Vivo do que
o Papá envia, invisto no jogo, umas vezes ando na mó de cima outras em baixo,
como é o caso de agora. Adoro mulheres, beber e sou um bom garfo. Cheguei a
dizer aos colegas que punha o dinheiro, pois de certeza, a importância vai
aparecer. Talvez tivesse sido uma emergência ou um desespero. Eu não fui
garantidamente. Tenho sonhos, como todos nós. O meu é entrar no torneio de
Poker Americano, em que o primeiro prémio é um Mercedes-Benz, 260-D a diesel,
de 1932, mais 100.000 €, só que a inscrição são 1.000 dólares, ainda ando a
pensar.''
Serôdio, também arrisca na
roleta. Segundo Tânia apurou, quando lhe foi posta a questão, disse que jogava
em Espinho, a Figueira era um meio pequeno e quando assim é todo o mundo ficava
a saber.
Serôdio: '' Jogo desde 2006, os
porteiros já me conhecem, nem procuram pelo cartão de acesso, nem o Xadrez me
deixa tão feliz. Este caso é muito triste. Estou convencido que não foi ninguém
da casa e guardar o dinheiro numa caixa não é aconselhável."
Hélder: " Estive ausente,
assuntos familiares assim me obrigaram. "
Quando lhe contaram da D. Dulce,
respondeu secamente: - "Tentei despedir-me de alguém da casa, o que não
aconteceu. Espero que não duvidem de mim e que isto não passe de uma
brincadeira."
Flo e a Tânia também estavam
baralhados e por isso pedem a ajuda de todos: Digam-lhes se acham que alguém
dos quatro amigos tirou o dinheiro e como chegaram à vossa conclusão.
E pronto.
Resta esclarecer este caso,
enviando as propostas de solução, impreterivelmente até ao próximo dia 30 de
Abril, para o que poderão usar um dos seguintes meios:
- Pelos Correios
para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail para um
dos endereços:
- Por entrega em
mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
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