O
VELÓRIO DO ZECA NA DESPEDIDA DA COMPETIÇÃO DESTE ANO
Chegamos
ao problema final das nossas competições desta época! Depois de muitos meses
árduos para os nossos “detectives”, é altura de um último esforço, em busca da
melhor classificação possível.
Na
semana passada tivemos um problema do Mestre Manuel Constantino, com o
inevitável Avô Palaló, um homem sábio e observador, que no ambiente rural da
lezíria ribatejana consegue decifrar casos policiais que podiam ser absolutamente
reais, como devem ser todos.
Esta
semana temos o derradeiro desafio que o confrade Zecadiabo nos deixa com uma
certa nota de humor, para descomprimir de todo um ano de tensão competitiva.
Sabedores,
por experiência de quase duas décadas e meia de Policiário no PÚBLICO, que em
todos os anos a competição é renhida e decidida em pequeníssimos detalhes,
queremos deixar pela derradeira vez este ano, o apelo para que todos tenham a
máxima atenção na leitura e interpretação dos textos, deste e do da semana transacta,
do confrade M. Constantino.
Por
falta de espaço, não publicámos no domingo transacto as habituais indicações
sobre prazos e endereços para envio das propostas de solução, que são
exactamente as mesmas do desafio de hoje.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL - 2016
PROVA
N.º 10 – PARTE II
“ERA
TÃO BOM RAPAZ…” - ORIGINAL DE ZECADIABO
Nos
velórios, há sempre tempo para ressaltar as boas atitudes de quem parte deste
mundo. Mesmo que o desaparecido tenha sido a pior peste, só tivesse defeitos,
naquele momento transforma-se num santo.
Naquele
dia, foi o Zeca que viu terminada a sua viagem neste mundo e no velório iam-se
juntando as pessoas da vila, a poucos quilómetros de Castelo Branco. Pouco a
pouco, a reunião aumentava e todos começaram a contar cenas passadas com o
Zeca, muitas delas ficcionadas, certamente, porque ele não era assim tão
virtuoso como o pintavam.
Com
o aproximar da noite e da hora das novelas, o salão foi-se esvaziando,
permanecendo apenas quatro amigos, talvez os que mais privavam com o Zeca. A
conversa foi deslizando e quando deram consigo, já estavam a contar histórias
em que entraram, com o defunto.
O
primeiro a falar foi o Tony:
-
O gajo era um bocado maluco e tinha a mania que tudo rodava à sua volta. Um dia
combinámos um encontro bem importante com um tipo alemão que vinha com ideias
de arranjar parceiros em negócios. Era o que queríamos e por isso marcámos um
encontro para as 17 horas. Pois o Zeca só apareceu perto das 18, nas calmas e
quando lhe disse que o alemão tinha ido embora porque não aceitava atrasos,
ainda se riu com o esquecimento em acertar o relógio por causa da mudança da
hora! Ficámos de mãos a abanar, sem negócio…
O
Melo pegou na deixa…
-
Lembro-me de ouvir isso e olha, três meses depois, o Zeca lixou-me bem. Eu ia
para uma reunião importante no meu emprego, o patrão ia distinguir os melhores
e eu estava com o meu melhor fato, todo aperaltado e engraxado, quando ele
soltou o estabanado do cão, que ele sabia que vinha logo atirar-se a mim, todo
porco por andar a patinhar na neve. O bicho sujou-me as calças todas e tive de
ir a correr a casa mudar-me para não aparecer imundo na cerimónia. Um raio de
uma brincadeira mais estúpida e o Zeca ainda me perguntou se ia a um casamento!
O
China contou:
-
A mim, trocou-me a chave de casa quando estávamos no café e depois
acompanhou-me até á porta, para apreciar o espectáculo. Eu a tentar abrir a
porta, a tirar e a meter a chave, sem conseguir e ele a apreciar, a dar
palpites: “vira os dentes para cima… não são os teus, são os da chave!”. E
ria-se. Só quando eu decidi chamar os bombeiros e a polícia para abrirem a
porta é que ele me deu a chave certa, mas sempre a gozar: “Experimenta esta e
se precisares de mais, também se arranjam…”.
Finalmente
foi o Joca a recordar um episódio:
-
Pois ele tramou-me quando eu terminei o namoro com a Marília e andava muito em
baixo. Convidou-me para jantar e levou-me ao restaurante do tretas, que como
sabem, é caro para burro. Comemos e bebemos à farta e de repente ele
levantou-se para ir à casa de banho e não voltava. Fiquei em pânico, sem saber
o que fazer. Fui esperando, mas o Zeca não dava sinal. Depois de muito esperar,
tive de chamar o empregado para lhe dizer o que acontecera e que não tinha
dinheiro para pagar, mas afinal ele tinha deixado tudo pago! Sacana de um raio,
fez-me sofrer a bom sofrer e depois ainda me disse que o fizera para eu sentir
o que era estar enrascado e esquecer a Marília! Francamente…
Fez-se
um silêncio prolongado. Cada um deles estava a recordar os episódios de uma
amizade que durava há muito, ainda que com algumas situações menos ortodoxas,
como era bom de ver…
Até
que um dos amigos elevou a voz e confessou:
-
Desculpem, mas eu contei uma história falsa. Não consegui resistir…
O
autor desta confissão foi…
A- TONY
B- MELO
C- CHINA
D- JOCA
E
pronto.
Resta
aos nossos “detectives” escolher a hipótese que refere o nome do amigo que
mentiu na sua história e enviar, impreterivelmente até ao próximo dia 30 de
Novembro, podendo usar um dos seguintes meios:
- Pelo Correio para: Luís Pessoa, Estrada
Militar, n.º 23, 2125-109 MARINHAIS (agradece-se que não sejam enviados sob
registo, pela dificuldade em resgatá-los no distante posto de correio, quando
não é possível estar em casa);
-
Por entrega em mão ao orientador, onde quer que o encontrem.
Boas
deduções!
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