domingo, 11 de dezembro de 2016

POLICIÁRIO 1323




PONTO FINAL NA ÉPOCA 2016

Agora sim, ponto final nas competições desta época!
Com a publicação das soluções oficiais dos enigmas que fizeram a derradeira prova, resta aos “detectives” relaxarem um pouco, “tirarem umas férias policiárias”, enquanto aguardam os resultados que ditarão todas as classificações finais.


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016

SOLUÇÕES DA PROVA N.º 10

PARTE I - “COMO NA LENDA DE PILARZITO” – de MÁRIO CAMPINO


Esgotei todos os apontamentos do caderninho de capa negra, que durante anos registei sobre o Avô Palaló. Assim, este será o último enigma consagrado ao personagem, por mim, seu neto, relembrado. Aproveito para dedicar o presente trabalho a todos os policiaristas, em especial, perdoem ao ZÉ, um admirador do Avô e que instigou, tenazmente, à continuidade.

O caso é facílimo. Aliás, nesta altura do campeonato em que se luta arduamente pela conquista dos pontos "da melhor", para fazer a diferença este é um bom exercício.
             
É óbvio que o cabo André não podia agir sem uma declaração formal resultante da autópsia, cujo relatório chegou cindo dias após os factos. Crime, em resultado de asfixia. De facto, a face congestionada de cor azulada, lábios e nariz macerados, eram sintomáticos da sufocação, uma vez que o médico, no local, recusara a morte por submersão, e as equimoses para a hipótese de queda contra a pedra de lavar roupa não eram bastantes para ocasionar a morte; aliás teriam que ser duas quedas, de frente (para o rosto) e de costas (para a nuca). Ora a sufocação, caracterizada pela suspensão dos órgãos respiratórios, resulta de estrangulamento, esganação, enforcamento, deixam marcas identificativas próprias, a olho nú, tal como a submersão, que o médico registou ao tirar-se o corpo da água.
Numa remota hipótese de as equimoses do rosto terem sido produzidas pela areia do fundo do riacho, lembremos que a cabeça da vítima não chegava ao fundo. Resta a sufocação por asfixia, em vista dos indícios externos já referenciados e dos internos que terão sido detectados na autópsia, estando fora de causa a sufocação por acidente ou doença, não referidas.
A pergunta que se impunha seguidamente era: quem praticou o crime e como? O cabo André, bem alicerçado pelo Avô Palaló, não tinha dúvidas. O primeiro elemento de prova, para esconder "o como?", é o pequeno pedaço de unha partida encontrado na almofada da cadeira. Depois de uma pancada com o toco de madeira, na nuca, que atordoou a vítima, a tentativa consumada de sufocação, que a vítima ainda tentou evitar puxando a almofada onde partiu a unha, fraca tentativa contra a força bruta da assassina. Sim, assassina, trata-se de uma mulher grande, uma "bisarma", no dizer do povo. Sem apelo nem agravo, existem três provas contra "Zabel" , , mais concretamente Isabel.
1ª – O rasto de pés grandes, mais profundo nos calcanhares, identificou a autora e transporte do corpo para o riacho (para simular suicídio, por afogamento, talvez) de nada valendo a tentativa de escondê-lo com os sapatos da morta e o carrinho de mão para indiciar que o transporte do corpo tinha sido efectuado por uma pessoa sem poder físico para tal, possivelmente o "meia-tigela" do "Barato-Fino". 
2ª – A sua confissão inadvertida: quando perguntada se matara Alda, a boca fugiu-lhe para a verdade ao responder "na abafi", isto é, "abafei" (sufocar), uma vez que “afagui” (afogar) que era o que parecia aos olhos de todos, ainda que os termos afogar e abafar sejam sinónimos não era nem é habitual ou corrente usá-lo, entre o povo, para designar afogamento. Só se usa o termo abafar no caso de sufocação. Ora, ao negar ter abafado a morta, está a evidenciar ter conhecimento de um acto que só o abafador conhecia, por tê-lo praticado, uma vez que só o médico, o Avô Palaló e o cabo André tinham essa suspeita, posteriormente confirmada pela autópsia.
3ª – Requer um pouco de imaginação da parte do decifrador, tanta como o Avô Palaló admirou em Alda, a "imaginação e sangue-frio" perante a morte. Alda sabia, ao abrir aporta e deparar com Isabel, a "bisarma" e com as suas ameaças de morte, que não tinha hipóteses de escapar. Ainda tentou entretê-la dispondo-se a "ler as cartas da sorte", mas via morte nos olhos da outra. Rasgou ao meio a carta da Tarot (que representa a "papisa" e amassou a última parte na mão, que continha o nome da sua assassina, ISA = ISABEL, a "Zabel" do povo... única esperança suficiente e inteligente para que se entendesse a ligação carta-nome-assassina.

Última nota: Alda foi enterrada no cemitério de Almeirim, com o dinheiro encontrado no colchão da cama, sendo o restante entregue à "Sopa dos Pobres". Ao enterro, não tendo sido encontrados familiares, compareceram somente as autoridades, e o Avô Palaló. Alda conquistara, depois de morta, um admirador.

                                                                                                                                                                                                    
PARTE II - “ERA TÃO BOM RAPAZ…” - de ZECADIABO

Resposta certa: B – MELO.
Facilmente se vê que a resposta é entre a A e a B, porque a C e a D não contém nada que possa ser posto em causa como mentira.
A história do Tony poderia ser verdadeira ou falsa porque não há um verdadeiro contraditório. É dito que a reunião falhou porque o falecido chegou atrasado a um encontro por não ter feito o acerto da hora, logo a cena passou-se em Março, após a noite de sábado para o último domingo, porque é nessa altura que os relógios adiantam uma hora. Mas isso podia ter acontecido ou não, apenas o Tony o referia e podia ser mentira. Só que é o Melo a confirmar essa história, quando diz que se recorda desse episódio, acabando por validar o que foi contado. E começa a sua história passada três meses depois quando o cão sujo de neve lhe inutilizou o fatinho que envergou para a cerimónia. Três meses após o fim de Março, atira-nos para o fim de Junho, uma época em que, para os lados de Castelo Branco, não há neve!





1 comentário:

Anónimo disse...

Não posso deixar de afirmar que foi com uma enorme emoção que vi que o último problema do Avô Palaló me foi especialmente dedicado. É verdade que mostrei ser o maior admirador de Palaló mas não contava com a dedicatória. É verdade que pedi ao Constantino mais um Palaló. SEI o que lhe custou escrevê-lo, mas fê-lo, apesar da sua debilitada saúde e da falta de vista. Por isso, tenho muito orgulho em ser policiarista e amigo do Constantino..Redobrada emoção porque sei, graças às notícias do Aranha, que o nosso querido amigo Constantino vive uma situação de saúde muito difícil.
Se este foi o seu último problema, saiu pela porta grande. Força, amigo, e tenhamos esperança.
Um grande abraço, que espero lhe seja transmitido pelo Aranha, deste seu grande amigo e enorme admirador