PONTO FINAL NA ÉPOCA 2016
Agora sim, ponto final nas competições desta época!
Com a publicação das soluções oficiais dos enigmas que fizeram a derradeira
prova, resta aos “detectives” relaxarem um pouco, “tirarem umas férias
policiárias”, enquanto aguardam os resultados que ditarão todas as
classificações finais.
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 10
PARTE I - “COMO NA LENDA DE
PILARZITO” – de MÁRIO CAMPINO
Esgotei todos os apontamentos do caderninho de capa
negra, que durante anos registei sobre o Avô Palaló. Assim, este será o último
enigma consagrado ao personagem, por mim, seu neto, relembrado. Aproveito para
dedicar o presente trabalho a todos os policiaristas, em especial, perdoem ao ZÉ, um admirador do Avô e que
instigou, tenazmente, à continuidade.
O caso é facílimo. Aliás, nesta altura do campeonato em que se luta
arduamente pela conquista dos pontos "da melhor", para fazer a
diferença este é um bom exercício.
É óbvio que o cabo André não podia agir sem uma declaração formal
resultante da autópsia, cujo relatório chegou cindo dias após os factos. Crime,
em resultado de asfixia. De facto, a face congestionada de cor azulada, lábios
e nariz macerados, eram sintomáticos da sufocação, uma vez que o médico, no
local, recusara a morte por submersão, e as equimoses para a hipótese de queda
contra a pedra de lavar roupa não eram bastantes para ocasionar a morte; aliás
teriam que ser duas quedas, de frente (para o rosto) e de costas (para a nuca).
Ora a sufocação, caracterizada pela suspensão dos órgãos respiratórios, resulta
de estrangulamento, esganação, enforcamento, deixam marcas identificativas
próprias, a olho nú, tal como a submersão, que o médico registou ao tirar-se o
corpo da água.
Numa remota hipótese de as equimoses do rosto terem sido produzidas pela
areia do fundo do riacho, lembremos que a cabeça da vítima não chegava ao
fundo. Resta a sufocação por asfixia, em vista dos indícios externos já
referenciados e dos internos que terão sido detectados na autópsia, estando
fora de causa a sufocação por acidente ou doença, não referidas.
A pergunta que se impunha seguidamente era: quem praticou o crime e como? O
cabo André, bem alicerçado pelo Avô Palaló, não tinha dúvidas. O primeiro
elemento de prova, para esconder "o como?", é o pequeno pedaço de
unha partida encontrado na almofada da cadeira. Depois de uma pancada com o
toco de madeira, na nuca, que atordoou a vítima, a tentativa consumada de
sufocação, que a vítima ainda tentou evitar puxando a almofada onde partiu a
unha, fraca tentativa contra a força bruta da assassina. Sim, assassina,
trata-se de uma mulher grande, uma "bisarma", no dizer do povo. Sem
apelo nem agravo, existem três provas contra "Zabel" , , mais concretamente Isabel.
1ª – O rasto de pés grandes, mais profundo nos calcanhares, identificou a
autora e transporte do corpo para o riacho (para simular suicídio, por
afogamento, talvez) de nada valendo a tentativa de escondê-lo com os sapatos da
morta e o carrinho de mão para indiciar que o transporte do corpo tinha sido
efectuado por uma pessoa sem poder físico para tal, possivelmente o
"meia-tigela" do "Barato-Fino".
2ª – A sua confissão inadvertida: quando perguntada se matara Alda, a boca
fugiu-lhe para a verdade ao responder "na abafi", isto é,
"abafei" (sufocar), uma vez que “afagui” (afogar) que era o que
parecia aos olhos de todos, ainda que os termos afogar e abafar sejam sinónimos
não era nem é habitual ou corrente usá-lo, entre o povo, para designar
afogamento. Só se usa o termo abafar no caso de sufocação. Ora, ao negar ter
abafado a morta, está a evidenciar ter conhecimento de um acto que só o
abafador conhecia, por tê-lo praticado, uma vez que só o médico, o Avô Palaló e
o cabo André tinham essa suspeita, posteriormente confirmada pela autópsia.
3ª – Requer um pouco de imaginação da parte do decifrador, tanta como o Avô
Palaló admirou em Alda, a "imaginação e sangue-frio" perante a morte.
Alda sabia, ao abrir aporta e deparar com Isabel, a "bisarma" e com
as suas ameaças de morte, que não tinha hipóteses de escapar. Ainda tentou
entretê-la dispondo-se a "ler as cartas da sorte", mas via morte nos
olhos da outra. Rasgou ao meio a carta da Tarot (que representa a
"papisa" e amassou a última parte na mão, que continha o nome da sua
assassina, ISA = ISABEL, a "Zabel" do povo... única esperança
suficiente e inteligente para que se entendesse a ligação carta-nome-assassina.
Última nota: Alda foi enterrada no cemitério de Almeirim, com o dinheiro
encontrado no colchão da cama, sendo o restante entregue à "Sopa dos
Pobres". Ao enterro, não tendo sido encontrados familiares, compareceram
somente as autoridades, e o Avô Palaló. Alda conquistara, depois de morta, um
admirador.
PARTE II - “ERA TÃO BOM RAPAZ…” - de ZECADIABO
Resposta
certa: B – MELO.
Facilmente
se vê que a resposta é entre a A e a B, porque a C e a D não contém nada que
possa ser posto em causa como mentira.
A
história do Tony poderia ser verdadeira ou falsa porque não há um verdadeiro
contraditório. É dito que a reunião falhou porque o falecido chegou atrasado a
um encontro por não ter feito o acerto da hora, logo a cena passou-se em Março,
após a noite de sábado para o último domingo, porque é nessa altura que os
relógios adiantam uma hora. Mas isso podia ter acontecido ou não, apenas o Tony
o referia e podia ser mentira. Só que é o Melo a confirmar essa história,
quando diz que se recorda desse episódio, acabando por validar o que foi
contado. E começa a sua história passada três meses depois quando o cão sujo de
neve lhe inutilizou o fatinho que envergou para a cerimónia. Três meses após o
fim de Março, atira-nos para o fim de Junho, uma época em que, para os lados de
Castelo Branco, não há neve!
1 comentário:
Não posso deixar de afirmar que foi com uma enorme emoção que vi que o último problema do Avô Palaló me foi especialmente dedicado. É verdade que mostrei ser o maior admirador de Palaló mas não contava com a dedicatória. É verdade que pedi ao Constantino mais um Palaló. SEI o que lhe custou escrevê-lo, mas fê-lo, apesar da sua debilitada saúde e da falta de vista. Por isso, tenho muito orgulho em ser policiarista e amigo do Constantino..Redobrada emoção porque sei, graças às notícias do Aranha, que o nosso querido amigo Constantino vive uma situação de saúde muito difícil.
Se este foi o seu último problema, saiu pela porta grande. Força, amigo, e tenhamos esperança.
Um grande abraço, que espero lhe seja transmitido pelo Aranha, deste seu grande amigo e enorme admirador
Zé
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