domingo, 11 de janeiro de 2009

SOLUÇÃO DA PROVA N.º 2

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL

SOLUÇÃO DA PROVA N.º 2

UM CASO NEBULOSO – de DETECTIVE LUPA DE PEDRA (Malveira)


No que respeita ao desafio apresentado por Lupa de Pedra, que respostas deverão ser dadas?

Como ajudar Marcial a decifrar esta última linha do diário?
Quanto ao enigma, não é realmente “um teste com a tinta ou até um indício de senilidade do autor” como Nicolau inicialmente admitia. Pelo contrário.
Trata-se efectivamente de um enigma.

Para o decifrar basta adiantar uma letra ao alfabeto.
Desta forma A=B; B=C; T=U.


ltcdh qdfhrsn tL cd LCBBBVB

De acordo com esse critério, teremos então a seguinte solução.


mudei registo um de MDCCCXC

Ou seja “mudei registo um de MDCCCXC”, que é o mesmo que dizer “mudei registo um de 1890”.
Fica portanto desvendado qual o registo que foi forjado, ficando a saber-se qual o filho que não é legítimo.

E que outras imprecisões temos nesta história?

Quem chega a Gaia vindo do sul não vê o Porto nem a Ribeira do lado direito, mas do lado esquerdo. Talvez a fraca visão de Marcial Afonso, o denso nevoeiro e já alguma falta de memória tenham levado Marcial a fazer essa confusão;
Quem chega ao Porto vindo do sul, através de comboio Alfa Pendular, entra na estação de Campanha e não em S. Bento; para fazer a ligação a S. Bento é necessária outro comboio de ligação ou então ir noutro transporte, tal como metro, autocarro, táxi, etc;
A Rotunda da Boavista chama-se mais exactamente “Praça Mouzinho de Albuquerque” e as placas de trânsito da cidade não dizem Rotunda da Boavista nem o poderiam dizer;
Estes acontecimentos dão-se em 2003, ano em que a Casa da Música ainda não se encontrava inaugurada. Apesar de construída como parte do projecto Porto Capital Europeia da Cultura em 2001 (Porto 2001), a construção só ficou concluída em 2005. Novamente problemas de visão ou do nevoeiro?
O registo Civil não existia em finais do século XIX. O registo civil em Portugal apenas é oficialmente instituído pelo "Códigos do Registo Civil" de 18 de Fevereiro de 1911.

3 comentários:

Anónimo disse...

Solução honesta, dando resposta cabal às várias incorrecções do relato de Marcial.
Penso, porém, que o autor poderia ter ido mais longe, na solução oficial. Fiquei, sinceramente, convicto de que o próprio diário (pelo menos na parte relatada) era mais uma "invenção" de Marcial, dado que, num texto do final do Sec. XIX, não poderia estar uma designação do sec. XX - as Conservatórios do Registo civil.
Como poderia estar escrito, num documento do sec. XIX, que alguém entrara numa, para viciar um registo? Como se pode entrar numa coisa que só existirá mais de uma década depois???
Estarei a ver mal?
Não é que isso seja demasiado relevante, pois o erro da designação fica exposto. Mas um documento com uma falsidade destas não será, ele próprio, uma falsidade?
Ainda bem que este espaço nos permite trocar ideias...
Vocês acreditam que eu passei dias e dias a tentar perceber a razão por que o M de registo um aparece, no texto do problema, com maiúscula - uM (depois de descodificada a mensagem)?!
Afinal, como escrevi na minha solução, seria mesmo uma gralha!
Mais haveria a dizer, mas o essencial está, efectivamente na solução oficial.
Zé-Viseu

Anónimo disse...

Também acho que não havia Registo Civil e não percebo porque é que aparece no texto para decifrar um L e não um l como devia ser. Fica ali deslocado.

Deco

Anónimo disse...

Pois é meus caros.
Uma gralha num problema policial é tão grave que até o pode deixar sem solução.
Isso aconteceu com o primmeiro problema que ma atrevi a mandar para publicação numa altura em que era seccionista num jornal do Montijo.
O problema era de eliminatórias e o seu títilo "O Sargento Distraído".
Não sei se o compositor no jornal se enganou ou pensou que escrito de outra forma ficava melhor e o resultado é que o problema ficou sem solução.
O erro foi só este, se a minha memória não me falha, "Fulano não era" e o compositor escreveu: "Fulano era"
Penso também que no que respeita ao problema N.º2 a solução é honesta só lhe faltando, como o Zé refere, a referência à falsidade do documento por não poder ser feita uma referência que não existe nem se sabe se virá a existir.
Um abraço a todos
Rip Kirby