sexta-feira, 13 de agosto de 2010

MISTÉRIO E AVENTURA NO "GUIÃO"

O confrade Jartur prossegue a divulgação de muitos dos marcos do policiário, ao longo dos tempos, no seguimento dos estudos e investigações no âmbito do ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA.
Com a devida vénia, publicamos uma parte do seu trabalho.
Ora tomem a devida nota, por favor:

Prezados Amigos:Hoje, sexta-feira 13, que outrora servia para eventos "policiários", tomo a liberdade de vos remetermais um trabalho. Este já estava concluído (?) há alguns meses, e uma vez que parece ser esta a melhor forma de desde já o "distribuir", sem dispensa de futuras revisões, aí vai ele, (se fôr), com o pedidode que o critiquem e aconselhem alterações, se acharem necessário, para trabalhos futuros.Fiquem em guarda, pois em breve voltarei a "atacar-vos", em PROL DA MEMÓRIA POLICIÁRIA.Uma boa SEXTA-FEIRA 13, com a amizade e um grande abraço do"JARTUR" - João Artur Mamede


REVISTA "GUIÃO"
SECÇÃO "MISTÉRIO E AVENTURA"

SECÇÃO POLICIÁRIA DIRIGIDA POR: “SETE DE ESPADAS”
Junho de 1953 / Janeiro de 1956

Compilação de: “Jartur”
João Artur Mamede

NOTA DE ABERTURA:
É graças ao meu amigo Carlos Alberto Gonçalves,
grande coleccionador, estudioso e historiador das
revistas juvenis, e de banda desenhada, que eu
tenho a possibilidade de elaborar este trabalho, a
partir da colecção do GUIÃO, n.º 1 a 52, que fez o
elevado favor de me emprestar, para fotocopiar
com destino ao nosso A.H.P.P.P.
JARTUR

Na primeira quinzena de Maio de 1953, ao preço avulso de 1$50, apareceu à venda o n.º 1 – NOVA SÉRIE – do JORNAL PARA RAPAZES, «GUIÃO», do qual era director F. ELMANO ALVES, e tinha a chancela de: Propriedade e Edição do Comissariado da Mocidade Portuguesa.

Não me interessa, de forma alguma, defender ou repudiar as ideologias que originaram, ou eram propagandeadas por aquele órgão afecto à Educação Nacional. Apenas saberei dizer que, enquanto utente dos seus serviços formativos, literários e artísticos, adquiri bons ensinamentos, bastantes úteis para a minha actividade escolar e profissional, também complementados pela valia cultural e recreativa da revista CAMARADA, à qual devo, talvez, o meu encaminhamento escolar para a área das artes, ficando-me, profissionalmente, pela Pintura Cerâmica e pelo Desenho de Arquitectura.
De qualquer forma, para melhor introduzir os leitores no espírito editorial do GUIÃO, impõe-se transcrever o texto de apresentação, que abria a página 2 do número inaugural:

O teu Guião
Aqui está o «Guião» - o teu jornal, Rapaz Português!
O «Guião» está ao lado dos teus 15, dezoito anos, vibra com as mesmas inquietações, os mesmos porquês, os mesmos anseios.
Sofre contigo a incompreensão da sociedade por esta coisa infinitamente bela e digna de ser vivida que é a juventude.
O «Guião» vem bater-se pelos nossos ideais, dizer que não te envergonhes de os proclamar bem alto aos outros, embora sintas as asas feridas na lixa crua do seu encolher de ombros.

Ser-se Homem, enquanto Rapaz, é difícil!
Porque ser rapaz é ouvir constantemente o apelo dos que triunfaram, gritando ao ouvido: - SERÁS UM DELES!


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Depois, ao longo das 8 páginas (no formato 4?x3?) com algumas fotografias de actividades e eventos, e ilustrações desenhadas por MARCELO + MARCELO DE MORAIS, que também dirigia graficamente o jornal, desenvolviam-se textos literários e informativos, alguns de actividades da Mocidade Portuguesa, como é evidente, mas também sobre: a Bíblia, Profissões, História de Portugal, Literatura, Teatro, Poesia, Usos e costumes, Arte, Cinema, Desporto, etc., etc.
1 - Mas foi no n.º 3 do jornal, em Junho de 1953, que apareceu pela primeira vez, uma página com uma pequena CRÓNICA, assinada pelo “SETE”, apresentando o cabeçalho característico da “Secção Policiaria orientada por «SETE DE ESPADAS»: MISTÉRIO E AVENTURA.
Na coluna, o “SETE” escrevia sobre o que considerava ser um bom romance policial, e incitava: Portanto, rapaz de 15 ou mais anos e leitor Amigo: - Não tenhas receio de ler livros policiários…
E depois, introduzia na página a indispensável Problemística Policiaria, com uma frase motivadora;
… E aqui vai a, «primeira onda»:

Iniciava-se então, ainda sem título, o primeiro torneio, de que mais adiante apresentaremos o respectivo quadro cronológico de publicação, inserindo como separata deste Caderno Histórico, como nós já produzidos, todos os problemas e soluções oficiais.
O jornal é no formato (A3), e as secções nem sempre ocupam espaço rectangular, isto é, por vezes são utilizadas as 4 colunas da página, digamos que… “a pé coxinho”, umas mais compridas do que as outras, o que me obriga a bastantes cortes e colagens, para conseguir sequenciar o texto recortado, que por vezes tenho que prolongar para uma segunda página.
Outros obstáculos difíceis de vencer, são: o escurecimento das páginas queimadas por mais de 50 anos da encadernação, o que obriga a um fundo acinzentado nas fotocópias; o grande formato que na minha “multi-funções” obriga a reproduções parcelares e grande desperdício de papel; e o facto de os exemplares se encontrarem encadernados, o que prejudica a nitidez dos textos, em especial na união central das folhas.
No entanto, julgo ter conseguido uma qualidade aceitável na preservação do material, que poderá ser facilmente fotocopiado.

2 - No jornal n.º 4, referente a Julho de 1953, o problema “APÓS UMA DISCUSSÃO”, original, de “ÁS DE OIROS” – Sintra, que não vindo numerado seria o segundo do Torneio para o qual ainda não vimos o título, vem acompanhado de curtos textos sobre os seguintes assuntos:
Secções Policiárias, onde o “SETE” informa que até há bem pouco tempo, sòmente “Joe Match” mantinha, há mais de quatro anos, no “MUNDO RI” a secção «CRIME». E então, saudando esse persistente, envolve também os colegas de jornada: “Repórter Mistério”, com a secção «REPÓRTER MISTÉRIO» no MUNDO DESPORTIVO, e A. VARATOJO, com «SEJA DETECTIVE», no “CARTAZ”. E relembra… A UNIÃO faz a FORÇA!
Permutas e Noticiário, propondo-se trocar referências e noticiário com todos os jornais e revistas que mantenham secções policiais.
Escaparate, prometendo fazer referências, críticas ou noticiário editorial a todos os livros policiários de que sejam enviados dois exemplares.


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Os nossos Concursos… e uma casa patrocinadora, solicitando uma Casa Editora para patrocinar os “nossos” Torneios de 6 ou 12 Problemas.

3 - E em Agosto na quinzena de , no n.º 5, aparece a solução do Problema n.º 1, apresentada por “Ernest Winter” – Lisboa, bem como as respectivas classificações, onde aparecem alguns nomes ou pseudónimos que agora nos são familiares e pessoalmente conhecemos, como sejam, entre outros: Cloriano M. de Carvalho, António Raposo, Paula e Insp. Moisés, Álvaro Trigo

Escreve depois sobre PRÉMIOS, e a primeira nomeação vai para António Raposo – Lisboa.
Segue-se um texto sobre PSEUDÓNIMOS, incitando os novos a identificarem-se devidamente, mas a assinarem os seus escritos com um nome curto ou fictício, digo eu, só para não repetir a palavra…
E, em Secções Policiarias, pede desculpa por não ter referido, no jornal anterior, a existência da secção “PASSATEMPO” - «Romance Mistério», publicada em «ROMANCE MAGAZINE», que iniciou o seu primeiro «Torneio Policial Romance Magazine”.

4 -Chegado o n.º 6, em Setembro de 1953, sob o cabeçalho iniciava-se a rubrica assinada pelo “SETE”, «CHAMADA PARTICULAR», em que este se dirigia a um grupo de leitores, colocando atrás do nome curto ou pseudónimo, um número de ordem da mensagem. E assim eram contactados, por motivos vários relacionados com a secção, os seguintes concorrentes, alguns deles já conhecidos do «CAMARADA»: 1 - C. A. Ferreira – Lisboa; 2 - Pedro Silvestre – Lisboa; 3 – João Graça – Barreiras – Águeda; 4 – Marca Duas – (?); 5 – Luís F. Costa – Lisboa; 6 - «Miss» Aventura – Almeirim; 7 – José Vazquez – Lisboa; 8 – J. Bottencourt – Aveiro; 9 – Mandrake – Lisboa; 10 – Agente Raro – Faro; 11 – Cloreano M. de Carvalho – Lisboa.

Seguia-se o (Problema n.º 3), “NAQUELA NOITE…”, do agora designado TORNEIO DE PREPARAÇÃO.
O problema está ilustrado por três desenhos de Marcelo de Moraes, e, embora não assinado, é sem dúvida da autoria do “SETE”, já que é ali interveniente o “seu” jovem detective RUI DE MENDONÇA, nosso conhecido de outras produções.

5 - A «CHAMADA PARTICULAR» do n.º 7, saído na 1.ª quinzena de Outubro de 1953, dirigia-se aos leitores: 12 – Célula Cinzenta – Lisboa; 13 – António Raposo – Lisboa; 14 – Fernando Carrancho – Aveiro; 15 – Paula – Coimbra; 16 – A. Ramalho – Aveiro; 17 – Álvaro Trigo – Lisboa; 18 – Detective Said- Lisboa; 19 – Delo – Lisboa; e 20 – Lopimen – Lisboa.
Desta vez não é publicado qualquer problema policial, mas o espaço correspondente foi ocupado pela apreciação, referência, crítica, ao romance O ÚLTIMO SUSPEITO, de Agatha Christie, publicado pela Editora Minerva, na sua «Colecção XIS».
Foi divulgada, também, uma coluna de NOTICIÁRIO sobre secções policiárias, lamentando o desaparecimento da secção «CRIME!» que Joe Match orientava no mensário humorístico «O MUNDO RI», tendo acontecido o mesmo à secção «REPÓRTER MISTÉRIO”, do tri-semanário «MUNDO DESPORTIVO»,

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onde o mesmo “REPÓRTER MISTÉRIO” se aprontava para reatar as jornadas de empolgante interesse que arrastavam centenas de concorrentes nos seus famosos concursos de «VIDA MUNDIAL ILUSTRADA», «DETECTIVE», «CARTA POLICIAL» e «DIÁRIO POPULAR».
Aponta depois o aparecimento, no semanário «DOMINGO», da secção “O CRIME NÃO COMPENSA”, apresentada por GOMES SERRA.
* E finalmente, outra revolução e evolução do meio policiário:

Transcrevemos:
- O último número da «Colecção XIS», da Editorial Minerva, apresenta-nos, nas suas primeiras páginas, um esquema para uma grande secção, distribuindo livros a todos os leitores que, por postal ou carta lhe escrevam, e se inscrevam, até ao dia 10 do corrente mês de Outubro.
Essa promessa aguça-nos desde já o interesse e o engenho, porquanto propõe-se distribuir nos torneios, prémios de centenas de escudos. Reparem nisto: 1.º prémio: 500$00! É de aproveitar!
Saudamos esta nova iniciativa e fazemos votos para que não aconteça o mesmo que tem acontecido a tantas outras: Promessas, Planos e depois… zero!
Entretanto confiamos na Editorial Minerva e na arrojada empresa que se propõe levar a efeito. A Causa merece o sacrifício e agradece as boas vontades, e nós, saudamo-la com júbilo.

6 - Chega a 2.ª Quinzena de Outubro de 1953, o n.º 8 do «GUIÃO», e…
1.º TORNEIO é o título que encabeça o problema n.º 4, “SUBINDO PARA O 12.º ANDAR”, original de Pedro Silvestre – Lisboa, que já antes escrevera dois problemas publicados no «CAMARADA».

7 - De novo sob o título TORNEIO DE PRAPARAÇÃO, o n.º 9, na 1.ª quinzena de Novembro de 1953, apresenta o problema sem número A MORTE DA CONDESSA IRIA, original de Luís Filipe Cleto de Mendonça – Lisboa.
No NOTICIÁRIO, o “SETE” lamenta terem acabado mais duas secções: “ROMANCE POLICIAL” em «ROMANCE MAGAZINE» e o “CRIMME NÃO COMPENSA” em o «DOMINGO».
E depois, as NOVIDADES:
1.ª NOVIDADE – Apareceu no n.º 28 da Colecção XIS, uma grande colecção policiaria com um Regulamento do tamanho da légua da Póvoa, dois problemas e prémios, muitos prémios.
Traz também um esquema de trabalhos a longo prazo que é de se lhe tirar o chapéu…
A secção tem por título: «…Em Fim de Livro…» e o seu orientador é o «SETE»
2.ª NOVIDADE – Também o DIÁRIO POPULAR prometeu, para 31 de Outubro (lembro que este texto apareceu na 1.ª quinzena de Novembro), uma secção de problemas policiais americanos tendo como principal personagem e detective o Professor Fordney.
E prosseguindo, transcrevemos, porque tem bastante interesse:
Tal como o organizador, também estou convencido que a secção irá agradar e será mais um elemento a trabalhar em prol da Causa.
Os problemas com o Prof. Fordney são interessantes e têm, quanto a nós, a grande conveniência de serem sempre muito curtos – sabendo-se a aflitiva falta de espaço com que lutam todas as secções… Mas, e não há bela sem senão… são também, por isso mesmo, muito fáceis e por vezes mal construídos.

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Porque, digam o que disserem: para um bom problema é necessário espaço. E sem espaço, nada feito.
Por outro lado, em Portugal, apesar de não vendermos problemas, e não termos a expansão dos consagrados autores ingleses e americanos, incluindo os serviços de publicidade das grandes companhias cinematográficas FOX, COLÚMBIA e UNITED ARTISTS, produzimos, de longe, melhores problemas policiários. São mais longos, de facto, mas a sua grande maioria, não receia confronto com as produções estrangeiras.
E seria até interessante e daqui o propomos ao «DIÁRIO POPULAR»: Forneçam-nos 3 colunas e faremos e faremos um sensacional TORNEIO DE PRODUÇÃO, publicando em cada número de «FIM DE SEMANA», e a par, um problema de produtores estrangeiros, (orientador já escolhido), e um problema de produtores portugueses (orientado por nós). E a par do TORNEIO DE PRODUÇÃO, funcionaria, claro, um TORNEIO DE DECIFRAÇÃO.
A ideia aqui fica: - se nos reconhecerem direitos…

8 – Com data de 1.º de Dezembro de 1953, no n.º 10 do jornal para rapazes, chega o (ÙLTIMO PROBLEMA) do TORNEIO DE PREPARAÇÃO, um original de Luís Filipe Costa – Lisboa, com o título: ÀS NOVE, LIÇÃO DE CRIMINOLOGIA.
Em nota, abaixo, anunciando para dentro em pouco o I Grande Torneio, o “SETE” pede problemas e ideias, sugestões e alvitres: INTER-CIDADES? INTER-PROVÍNCIAS? 6 ou 8 Problemas? Eliminatórias, eliminando os menos classificados, de dois em dois problemas? De homenagem? Escrevam coisas.
E anunciava já poder contar com a produção: MORTO DUAS VEZES…, de Luís Filipe Cleto de Mendonça, de Lisboa

Conhecido que está o último problema do TORNEIO DE PREPARAÇÃO, para melhor consulta deste CADERNO, vamos apresentar, o quadro de produções e autores.

TORNEIO DE PREPARAÇÃO

QUADRO DE PROBLEMAS APRESENTADOS
Ord. Título do problema Autor «GUIÃO»
1.º A MORTE DO CONDE DE BIVAR Inspector Moisés - Coimbra 3 – Junho – 1953
2.º APÓS UMA DISCUSSÃO «Ás de Oiros» – Sintra 4 – Julho – 1953
3.º NAQUELA NOITE «Sete de Espadas» - Lisboa 6 – Setembro – 1953
4.º SUBINDO PARA O 12.º ANDAR Pedro Silvestre - Lisboa 8 – Outubro – 1953
5.º A MORTE DA CONDESSA IRIA Luís Filipe Cleto de Mendonça - Lisboa 9 – Novembro – 1953
6.º ÀS 9, LIÇÃO DE CRIMINOLOGIA Luís Filipe Costa - Lisboa 10 – Dezembro – 1953


9 – Atribuído à primeira quinzena de Dezembro de 1953, no n.º 11 aparece uma pequena caixa informando que:


Por absoluta falta de espaço não
podemos hoje publicar com o ha-
bitual desenvolvimento a nossa
Secção MISTÉRIO E AVENTURA

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Todavia, insere a seguir a rubrica «CHAMADA PARTICULAR» dirigindo-se aos leitores: 21 – Repórter X-2 – Lisboa; 22 – Maria Helena – Sesimbra; 23 – Luís F. Costa – Lisboa; 24 – Cloriano M. de Carvalho – Lisboa; e 25 – Miss Aventura – Almeirim.

10 – No Número Especial do NATAL DE 1953, divulgam-se os pontos fundamentais da solução do problema «APÓS UMA DISCUSSÃO…», de «Às Oiros» - Sintra, que contou com a participação de 28 concorrentes.

Referindo-se ao livro “A Morte bateu três vezes” de Edgar Allan Pöe, publicado no n.º 29 da «Colecção XIS», o orientador aproveita para noticiar a saída da Separata n.º 3, com a secção «… EM FIM DE LIVRO…»
A «CHAMADA PARTICULAR» dirigia-se aos leitores: 26 – Álvaro Trigo – Lisboa; 27 – Detective Said – Lisboa; 28 – José Fernando Bettencourt – Aveiro; 29 – Ernst Winter – Lisboa; 31 – Luís Filipe Cleto de Mendonça – Lisboa; 32 – Inspector Black – Faro; Marca Duas… - Lisboa; 34 – Agente Telha – Serpins; 35 – O Justiceiro – Torres Novas; e
37 – Detective de Saias – Covilhã; 38 – António Raposo – Lisboa; 39 – Della Street – Faro; e 40 – Álvaro Braga – Valença.
Termina a coluna saudando os novos concorrentes, e anunciando prémios atribuídos.

11 – Correspondendo à 1.ª quinzena de Janeiro de 1954, no n.º 13, a secção policiária orientada por “SETE DE ESPADAS”, prometia iniciar muito em breve o torneio constituído por 8 problemas, que se denominaria INTER-REGIÕES, assim demarcadas:
A ) Ao Norte do Douro; B ) Entre Douro e Tejo; C ) Ao Sul do Tejo
Haverá duas classificações: Por Região e Individual.
E, para prémios, já a famosa e conhecida Colecção XIS, da Editorial Minerva, onde o “SETE” mantém a sua secção «…EM FIM DE LIVRO…» está a velar e tratar do assunto.
Também já está nomeada, para deliberar sob a resolução dos casos omissos no regulamento, uma Comissão composta pelos concorrentes: A. Ramalho, de Aveiro; e Cloreano M. de Carvalho e Ernst Winter de Lisboa, sob o parecer final do Orientador da Secção.

12 – A solução do problema n.º 3, NAQUELA NOITE… foi publicada no jornal da M.P. n.º 14, e pela forma como se encontra redigida, julgo ter sido escrita pelo autor do problema, como se da continuação deste se tratasse.
Faz-se referência ao volume n.º 30 da Colecção XIS, “SANGUE AZUL”, de Mignon G. Eberhart, mas o “SETE” prefere:
Mas não falemos agora do livro: Falemos antes da sua extraordinária secção «…EM FIM DE LIVRO…»
E anuncia, para o próximo número: Solução do problema n.º 4 e Classificação Geral.

13 – Na página do jornal publicado na 1.ª quinzena de Fevereiro de 1954, que recebeu o n.º 15, o “SETE” escreve sobre o TORNEIO INTER-REGIÕES, cujo início fica marcado, em definitivo, para o n.º 16 de o «GUIÃO».
Aparece depois a solução do Problema n.º 4, SUBINDO PARA O 12.º ANDAR… original de Pedro Silvestre – Lisboa, na versão dedutiva do

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DETECTIVE MISTERIOSO, de Cacilhas, nosso saudoso amigo Domingos Prata Rodrigues, em Homenagem e Honra de quem, há muitos anos atrás, o JARTUR instituiu o “TROFÉU DETECTIVE MISTERIOSO”, que já distinguiu e poderá continuar a distinguir alguns talentosos “policiaristas”.

E, aproveitando o facto da solução ser… algo sintética, desprezando, até certo ponto, o pormenor explicativo dos factos, para nos apresentar única e simplesmente, o resultado obtido, o “SETE” aproveita o exemplo para deixar umas ligeiras instruções sobre as formas de preparar os trabalhos raciocinativos.

14 – No n.º 16, da 2.ª quinzena de Fevereiro de 1954, MISTÉRIO E AVENTURA limita-se a divulgar a habitual «CHAMADA PARTICULAR», desta vez remetida aos colaboradores: 41 – Luís Filipe Cleto de Mendonça – Lisboa; 42 – Luís Filipe Costa; 43 - Álvaro Trigo – Lisboa; 44 – Almeida d’Eça – Lisboa; 45 – Gustavo Meneres – Leixões; 46 – Maria Helena Vaz – Sesimbra.
E dessas mensagens se depreende, entre outras coisas, que alguns dos concorrentes se reuniam em tertúlia, no Chiado, cerca das 13 até às 14, e Nacional das 17.20 às 18.30.
E nessa rubrica aparece, pela primeira vez nesse jornal, a verdadeira assinatura do “SETE DE ESPADAS”, a que ele nos habituaria por muitos anos.

15 – Começa aqui, no n.º 17 do “GUIÃO”, na 1.ª quinzena de Março de 1954, o I TORNEIO INTER-REGIÕES, com a publicação do 1.º Problema – ENTRE A LUA E A ESCURIDÃO… original de Álvaro Trigo – Lisboa.
A terminar a secção, insere-se a Classificação Geral até ao Problema n.º 4, do TORNEIO DE PREPARAÇÃO, onde se registara a presença de 64 concorrentes.

16 – Cumprindo com o regulamento estabelecido para o I TORNEIO INTER-REGIÕES, neste n.º 18 do jornal, da 2.ª quinzena de Março de 1954, publica-se o Problema n.º 2, “MORTO DUAS VEZES…”, original de Luís Filipe Cleto de Mendonça, - Lisboa.
Citam-se os pares de concorrentes premiados nos problemas 2, 3 e 4 do TORNEIO DE PREPARAÇÃO, respectivamente: Jopimen – Lisboa e O Justiceiro – Torres Novas; E. O. Abreu Neves – Olhão e Jopimen – Lisboa; e Álvaro Trigo e Delo, ambos de Lisboa.
Anuncia-se também a saída do n.º 32 da «Colecção XIS», PESADELO, de Bruce Graeme.
E a fechar, a solução do Problema n.º 5 do TORNEIO DE PREPARAÇÃO A , A MORTE DA CONDESSA IRIA, de Pedro Silvestre – Lisboa.

17 – Na secção relativa ao n.º 19, (1.ª Quinzena/Abril.1954) o “SETE” descreve a sua satisfação pelo interesse que o I TORNEIO INTER-REGIÕES está a despertar entre os leitores de o «GUIÃO», já que as primeiras 16 respostas recebidas são de leitores que nunca concorreram.
E na sequência, aparece o Problema n.º 3 do referido torneio, «O CASO MISTERIOSO DA ESTRADA 87», original do “Detective 123” – Porto, talvez o mais curto de todos os até então publicados na secção.
A «CHAMADA PARTICULAR», desta feita, contempla apenas os leitores: Pantufas – Caldas da Saúde; e António Raposo.

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18 – Prossegue, no n.º 20 do jornal (2.ª Quinzena/Abril.1954), o I TORNEIO INTER-REGIÕES, publicando-se ali o Problema n.º 4, “AS FÉRIAS DO COMISSÁRIO STANISLAS”, original de Luís Filipe Costa, de Lisboa.

Quanto ao TORNEIO DE PREPARAÇÃO, cujo expediente ainda não está terminado, publica-se a solução do problema “ÀS NOVE, LIÇÃO DE CRIMINOLOGIA”,

19 – TORNEIO DE PREPARAÇÃO (ENCERRAMENTO), dá título à secção que me vai mais ocupar quase na totalidade duas páginas do “Caderno”, e que foi publicada no n.º 22 do jornal, na 2.ª quinzena de Maio de 1954.
Ali se publicam as seguintes listagens, das quais desta vez vou fazer as transcrições mais ou menos como se encontram na secção, sem tentar enquadrá-las em tabela, como noutros Cadernos tenho feito.

A) – Classificação Geral Total (Soluccionistas)
1.ºs – Cloriano M. de Carvalho (Lisboa), Álvaro Trigo e Detective Said (Lisboa); Insp. Moisés e Paula (Coimbra) - todos com 57 pontos;
6.ºs – Luis F. Costa e Pedro Silvestre (Lisboa) - com 56 pontos;
8.ºs – Ernst Winter e Mandrake (Lisboa) - com 55 pontos;
10.ºs – Agente Telha (Serpins), E. O. Abreu Neves (Olhão) e João Menéres (Leixões) - com 54 pontos;
13.ºs – A. Ramalho (Aveiro), Delo (Lisboa), J. Fernando Bettencourt (Aveiro), e Jopimen (Lisboa) - com 53 pontos;
17.º - Maria Duaz… (Lisboa) - com 52 pontos;
18.º - Repórter X2 (Lisboa) - com 47 pontos;
19.º - Detective Misterioso (Cacilhas) - com 46 pontos;
20.º - Detective de Saias (Cacilhas) - com 45 pontos;
21.ºs – António Raposo (Lisboa) e Miss Aventura (Almeirim) – com 36 pontos:
23.ºs – Della Street (Faro), e Luís Filipe Cleto de Mendonça (Lisboa) – com 35 pontos:
25.º – Célula Cinzenta (Lisboa) - com 20 pontos:
26.º - João J. S. Graça (Barreiras – Águeda) – com 15 pontos:
27.ºs – Alberto Camacho (Lisboa), Maria Helena Vaz ( Sesimbra), Repórter Martins de Campos (Lisboa), Agente raro (Faro), Ás de Oiros (Sintra), C. A. Ferreira (Lisboa), Fernando Carrancho (Aveiro), J. Armando Tino (Covilhã), J. F. Mendes Pereira (Riachos), João José Cabrita (Silves), J. N. L. Carmo Manta (Gouveia) e Manuel Fernandes (Lisboa) – com 10 pontos:
39.ºs – J. L. Vilallobos Filipe (Coimbra), O Justiceiro (T. Novas), Ramiro Salgado (Larinho), e Ziul Sepol (Lisboa) – com 9 pontos:
43.ºs – Carlos S. Rocha (P. do Varzim) e José Vazgnes (Lisboa) – com 8 pontos:
45.ºs – A. J. Ferreira de Sá (Gaia), Álvaro Braga (Valença) e J. F. Barros Lobo (Lisboa) – com 6 pontos.

Segue-se a classificação dos produtores, com comentários do “SETE” a cada uma das produções apresentadas, e uma tabela de médias obtidas que abaixo inserimos.


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B – Classificação dos Produtores
1.º - NAQUELA NOITE, 9,75 pontos;
2.º - SUBINDO PARA O 12.º ANDAR, 9,25 pontos;
3.ºs – APÓS UMA DISCUSSÃO e A MORTE DA CONDESSA IRIA,
8,5 pontos;
5.ºs – A MORTE DO CONDE DE BIVAR e ÀS 9 LIÇÃO DE
CRIMINOLOGIA, 7 pontos.

Seguia-se a Lista de Prémios:

1) - Solucionistas
1.º - Livros no valor de 30$00.
2.º ao 5.º- Livros no valor de 25$00 para cada.
6. e 7.º - Um livro no valor de 12$50 e uma assinatura semestral do GUIÃO para cada.
Como o 1.º classificado era da casa, o seu autor foi o “SETE”, o prémio correspondente foi dividido pelos 2.º e 3.º classificados.

2) – Produtores

Os livros devem ser escolhidos na Lista de Livros para Prémios, publicada no vol. N.º 32 da Colecção XIS, PESADELO, de Bence Graeme.

Prossegue, no n.º 20 do jornal (2.ª Quinzena/Abril.1954), o I TORNEIO INTER-REGIÕES, publicando-se ali o Problema n.º 4, “AS FÉRIAS DO COMISSÁRIO STANISLAS”, original de Luís Filipe Costa, de Lisboa.
Quanto ao TORNEIO DE PREPARAÇÃO, cujo expediente ainda não está encerrado, publicou-se a solução do problema n.º 5.

20 – Reaparece neste exemplar n.º 24, de Julho.1954, a secção que fizera “gazeta” nos três últimos números, e que reata o I TORNEIO INTER-REGIÕES, dando à estampa o Problema n.º 5, “ELEMENTAR, MEU CARO WATSON…”, original de António Raposo – Lisboa.
Na mesma página, ao lado da secção policiaria, insere-se o Problema n.º 2 dum CONCURSO DE PALAVRAS CRUZADAS, com orientação de THARUGA, que foi também pseudónimo do nosso saudoso “SETE DE ESPADAS”.

21 – Por não ter sido publicada no número anterior, insere-se neste, n.º 25, de 15 de Agosto de 1954, uma pequena gravura que deveria ter acompanhado o Problema n.º 5, do I TORNEIO INTER-REGIÕES, o que motiva, que seja prorrogado o prazo de entrega das soluções ou aditamentos.
E o torneio prossegue, divulgando-se a solução do problema n.º 1, “ENTRE A LUA E A ESCURIDÃO…”, original de Álvaro Trigo, o que leva o “SETE” a congratular-se, porque nas classificações desse problema, aparecem 65 concorrentes, o que é bastante encorajador, comparando com os 47 do TORNEIO DE PREPARAÇÃO.
Não faltou a «CHAMADA PARTICULAR», que apenas trazia mensagens de boas vindas para: 49 – Capuz Cinzento - Braga; 50 – Constantino – Almeirim; e Della Stret – Faro.




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22 – Estamos na 1.ª Quinzena de Setembro.1954, e neste número, o 26, aparece o Problema n.º 8, “DEPOIS DA TEMPESTADE, A BONANÇA” original de João Meneres – Leixões. (Pela ordem de publicação, este seria o problema n.º 6.)
Em três pequenas notas, pedem-se problemas para o torneio em curso, escreve-se sobre os livros da «Colecção XIS», “PESADELO” e “A GATA PERSA», e sobre o «CLUBE XIS» em cuja criação a secção «…EM FIM DE LIVRO…» está empenhada.
Desta vez, na «CHAMADA PARTICULAR», são contactados: 52 – Equipa T.M.3 - Amadora; 53 – Impressão Digital – XK-120 – Braga; e 54 – Inspector Falcão – Olhão, com mais incitamentos à fundação do «Clube XIS», para congregar a Grande Família dos Policiários.

23 – Saído em Outubro.1954, o n.º 28 do nosso jornal, publica na secção policiária, o problema “O ESTRANHO CASO DO QUADRO DE WATTEAU”, que não traz número de ordem, (mas deveria ser o n.º 7), nem identificação do autor ou do Torneio, o que talvez seja observado em futura secção.
Em curta coluna com o título VÁRIAS… esclarece-se que está em estudo uma classificação em separado, só para os concorrentes de Lisboa, da sua actuação no «Inter».
E noticia que «Na Pista… da Verdade» é a novel secção policiária (ali escrevia-se: publicitária) do jornal «Ordem Nova» de Vila Real.
Boletim
Sobre O CLUBE XYZ e o seu BOLETIM, informa-se que por proposta do camarada Constantino, de Almeirim, aprovada por unanimidade, vamos publicar o nosso Boletim.
Foi nomeada uma Comissão Angariadora de Fundos composta pelos colegas: «Dr. Aranha», Cloriano M. de Carvalho e Álvaro Trigo.

24 – Atestando o interesse que o “SETE” dedicava ao «Clube XYZ», pelo qual vinha há bastante tempo batalhando, e que muitas alegrias… mas também aborrecimentos lhe causaria, a «MISTÉRIO E AVENTURA» do «GUIÃO» n.º 29, com data de Novembro.1954, abria com o título, à largura das suas duas colunas: FINALMENTE O CLUB E O BOLETIM XYZ.

E assim começava o texto:
A Comissão Organizadora do primeiro e a Comissão Angariadora de Fundos para o segundo, resolveram arrostar com a Crítica e os mexericos dos que nada fazem, quebrar a inércia em que todos caíram, agitar o meio e gritar, ao romper a nossa marcha «em rodagem para as Duas Grandes Realizações», que – Quem não é por nós é contra nós!

Desta forma estava mais ou menos resumida a perseverança do estimado seccionista, que acrescentava mais adiante:

O Club e o Boletim XYZ, são duas realizações nossas, só nossas e muito nossas, onde focaremos e ventilaremos os assuntos que mais nos prendem a atenção desde os Contos à Crítica, aos Comentários, não esquecendo as secções de Damas, Xadrez, Charadas e Cruzadas, Criptografia e até de Filatelia, e os nossos tão conhecidos Problemas Policiários. Por isso mesmo, desejamos que todos os simpatizantes e praticantes de quaisquer das modalidades indicadas esteja connosco, como nós, em breve, estaremos com todos.

AHPPP – MISTÉRIO E AVENTURA (GUIÃO) 11
E mais adiante:
O Boletim XYZ vai sair por todo o mês de Novembro.

Estes são os tópicos que julgo resumirem a ideia geral, mas seguiam-se mais informações, que deixaremos para o Caderno Histórico que na ocasião própria será dedicado ao «Boletim XYZ».
Vamos então referir-nos à «CHAMADA PARTICULAR», desta vez dedicada a: 57 – Maria Helena Vaz – Sesimbra; e 58 – O Impostor –Figueira da Foz.

25 – O Problema n.º 7, “UM PEQUENO PORMENOR… Original de Victor Castro – Lisboa, prosseguia no n.º 31 de o «GUIÃO», em Janeiro de 1955, com o TORNEIO INTER-REGIÕES, ocupando todo o espaço da secção.

26 – A «MISTÉRIO E AVENTURA» referente ao n.º 32 do jornal, da 2.ª quinzena/Janeiro.1954, que comporta apenas a «CHAMADA PARTICULAR», onde o primeiro a aparecer é o nosso saudoso amigo António Barbosa, insigne charadista conhecido por “Anbar”, e que no policiário se assinava, como ali vinha: 59 – Viróbico – Porto; seguiam-se: 60 – Zanaus – Tavira; 61 – A Balcão R. – Lisboa; 62 – Agente O. K. – Oliveira de Azeméis; 63 – Agente Telha – Serpins; 64 – Camarada X – Leiria; e 65 – Detective de Saias – Covilhã.
Dentre essas mensagens, destaca-se a referência ao núcleo de camaradas do velho «CAMARADA» e do «POPULAR», que o “SETE” incita a participar no Torneio da Xis, que irá dar muito que falar. E dessa famosa colecção, assinala a saída do n.º 35 – “CRIME NA MESOPOTÂMIA» de Agatha Christie e n.º 36 “FLORES PARA O JUIZ» de Marghery Alingham.

27 – Também a secção do jornal seguinte, n.º 33, da 1.ª quinzena/Fevereiro.1954, está totalmente ocupada pela «CHAMADA PARTICULAR», sempre interessante de ler, por aquilo que o “SETE” revela sobre si, sobre este aliciante desporto raciocinativo, e sobre as biografias dos próprios concorrentes, que neste caso são: 66 – Detective Serrano - Fundão; 67 – Dionísio – Braga; 68 – Fernando Paulo Rodrigues Carrancho – Aveiro; 69 – Inspector Nocturno – Lisboa; 70 – João José Silva Graça – Barreiras – Águeda; 71 – José Fernando Bettencourt – Aveiro; 72 – Perry Mason – Lisboa; 73 – Raio de Luz – Coimbra; 74 – Repórter X-2 – Lisboa; 75 – Telmo Carmo – Portimão; 76 – Vítor Castro – Lisboa; 77 – A. Gomes Filipe – Estoril e José Luís Villalobos Filipe – Lisboa; 78 – H. D. – Fermentelos; 79 – O Justiceiro – Torres Novas; 80 – Inspector Felosal – Porto; 81 – Amílcar Ricardo Coelho – Zeleinho; 82 – Leitor Xis – Queluz e J. Sá Dias – Algueirão; 83 – Mais Duas – Lisboa; 84 – Paul Drake – Lisboa; 85 – Terribil Fornos de Algodres.

No n.º 34, notou-se a ausência da secção «MISTÉRIO E AVENTURA», mas, ocupando a toda a altura a metade esquerda da página 11, ao lado da habitual secção de “XADREZ” dirigida por Joaquim Durão, apareceu uma nova secção intitulada [ CHARADAS ], e assinada por “THARUGA”, que já atrás esclarecemos ser um dos pseudónimos do nosso querido amigo “SETE”, “SETE DE ESPADAS”, o saudoso José da Natividade Lattas. Todavia, o seu aparecimento foi efémero, pois tal secção, não mais voltaria a surgir nas páginas do “GUIÃO”.

28 – Mais uma secção que muito trabalho me deu para fotocopiar com razoável qualidade, e “encaixar” no formato A4 do papel que utilizo, foi sublinhada, no «GUIÃO» n.º 35, da 1.ª quinzena de Março de 1955, com o título:
AHPPP – MISTÉRIO E AVENTURA (GUIÃO) 12
JÁ NÃO ERA SEM TEMPO
TORNEIO INTER-REGIÕES
E duma assentada, publicam-se as soluções dos problemas números 2, 3 e 4, bem como as classificações (que apresento mais abaixo), neles obtidas pelos cerca de 80 concorrentes, com saudação aos novos que entraram já no decorrer do Torneio, e aos quase veteranos que também se apresentaram.

CLASSIFICAÇÕES
Com 40 pontos:
Mr. Pilot (Lisboa) – (M.H. – M.H. – M.H.); Cloriano M. de Carvalho e Mandrake (Lisboa); Constantino e Miss Aventura (Almeirim) – (10 - M.H.- M.H.); António A. C. Costa e António Raposo (Lisboa); Cris (Faro); Insp. Falcão (Olhão); Insp. Moisés e Paula (Coimbra), Dionísio (Braga), O Inspector (F. da Foz), e Célula Cinzenta (Lisboa) – (10 – 10 – M.H.); Fernando Madeira, Luís Filipe Costa, Repórter Martins de Campos e Victor Castro (Lisboa), A. Ramalho e J. Bettencourt (Aveiro), Detective Ignoto (V. do Castelo), Detective de Saias (Covilhã); Insp. K2 (Leça), João Meneres (Leixões), Morgado Guerra (Beja) e Zanaus (Tavira), - (10 – 10- 10).
Com 39 pontos:
Colacacos, Mr. All e Viróbico (Porto), Agente Telha (Serpins), Detective Misterioso (Cacilhas) e Leonardo G. Ferraz Carvalho (Lisboa) – (10 – 10 - 9); Telmo Carmo (Portimão) – (9 – 10 – M.H.); Álvaro Trigo e Detective Said (Lisboa) – (9 – 10 -10).
Com 38 pontos:
O Justiceiro (Torres Novas) – (10 – 10 -10); João José Silva Graça (Aveiro) (10 – 10 – 8); D. Juan, Miss Atómica e Miss Detective (Ponte de Sor) – (8 – 10 – 10).
Com 37 pontos:
H.D. (Fermentelos) – (10 -9 – M.H.) e Luís Filipe Cleto de Mendonça (Lisboa) – (10 – 8 – 9).
Com 33 pontos:
Paul Drake (Lisboa) – (10 – 10 - 8).
Com 32 pontos:
Marca Duas… (Lisboa) – (10 – 8 – 9) e Leitor Xis (Queluz) – (7 – 10 – 10).

(Como estas pontuações se referem, por ordem, aos 2.º, 3.º e 4.º problemas, os pontos atribuídos ao 1.º, que o “SETE” já publicara, é a diferença entre o somatório destes, e o total atrás atribuído.)

Daqui para baixo, todos faltaram a um ou vários problemas, e tiveram 30 pontos apenas os dois primeiros: para os restantes, a pontuação foi decrescendo.
Dr. Aranha (Lisboa) e José António (Aveiro); A. Gomes Filipe (Estoril), Boavista (Porto), Repórter X2 (Lisboa), J. Dias Sá (Algueirão), Álvaro Braga (Valença), Capuz Cinzento (Lisboa), Equipa TM3 (Amadora), A. Balcão R. (??), Agente O.K. (P. Granja), Fernando Lopes Salgado (Porto), Detective Invencível (Funchal), Bonequita Misteriosa e Namorado do Sor (Ponte de Sor), F. Carrancho (Aveiro), João Oliveira Duarte (Guimarães), Insp. Felosal (Porto), Roy Rogers (Faro), Páduas (Canas de Senhorim), Duque Domingos, Impressão Digital XK120 e Insp. Nocturno (Lisboa), Maria Helena Vaz (Sesimbra), Camarada Xis (Leiria), Detective Serrano (Fundão), Raio de Luz (Coimbra), Insp. Calavera (Setúbal), J. M. Gamelas (Aveiro), Vilalobos Filipe (Lisboa), Amílcar Ricardo Coelho (Rossio ao Sul do Tejo) e Terríbil (Fornos de Algodres)


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29 – É publicada na 2.ª quinzena de Março de 1955, no “GUIÃO” n.º 36, a solução do problema n.º 5 do TORNEIO INTER-REGIÕES M, “ELEMENTAR MEU CARO WATSON, de António Raposo, redigida por Mandrake – Lisboa.
E a esse respeito, o orientador escreve:

E com a solução assim apresentada, que nada fica a dever à lógica, nem à chamada dedução ou indução, com raciocínio perfeito sobre os dados apresentados, de um caso «elementar» parece-nos que entrámos num caso verdadeiramente «complicado»…
Esta foi uma hipótese que escapou a António Raposo e – a certo grupo de solucionistas… Agora, que os mesmos se pronunciem e todos os leitores que assim o desejarem…

Mais abaixo, começamos a pressentir um certo desencanto nas palavras do “SETE”, no que concerne ao…

Problema n.º 6 – “Depois da Tempestade a Bonança”, de João Meneres. E já que demos um prazo, esse mesmo prazo, 15 de Abril, impreterivelmente, será válido para todos os que ainda não enviaram a solução do n.º 6 e seguintes. Chamo a atenção, porquanto de 82 concorrentes, somente 12 enviaram a solução do problema n.º 6. Que é feito dos outros SETENTA?
Não, Amigos! Assim não vale. E não é assim, acreditem, que bem poderão representar as REGIÕES do nosso INTER. Desistir a 3 problemas do fim? Porquê? Que cada um responda por si.
Com um até breve, abraços para todos, do vosso camarada e amigo e amigo
“SETE DE ESPADAS”

I TORNEIO INTER-REGIÕES

QUADRO DE PROBLEMAS APRESENTADOS
Ord Título do problema Autor «GUIÃO»
1.º ENTRE A LUA E A ESCURIDÃO Álvaro Trigo – Lisboa 17 – Março – 1954
2.º MORTO DUAS VEZES Luís Filipe Cleto Mendonça - Lisboa 18 – Março – 1954
3.º O CASO MISTERIOSO DA ESTRADA 87 «Detective 123» - Porto 19 – Abril – 1954
4.º AS FÉRIAS DO COMISSÁRIO STANISLAS Pedro Silvestre - Lisboa 20 – Abril – 1954
5.º ELEMENTAR, MEU CARO WATSON… António Raposo – Lisboa 24 – Julho – 1954
6.º DEPOIS DA TEMPESTADE, A BONANÇA João Menéres - Leixões 26 – Setembro - 1954
7.º O ESTRANHO CASO DO QUADRO DE WATTEAU 28 – Outubro – 1954
6.º UM PEQUENO PORMENOR Victor de Castro - Lisboa 31 – Janeiro – 1954

30 – Lamentavelmente, a secção esteve ausente do n.º 37 ao n.º 49, ressurgindo neste n.º 50 – NÚMERO ESPECIAL – 1.ª quinzena de Janeiro de 1956.
E quando esperaríamos encontrar expediente relacionado com o TORNEIO INTER-REGIÕES, tão abruptamente interrompido, nem uma palavra vimos a esse respeito.
A abrir a secção, aparece o pequeno título:


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O REGRESSO
Olá, amigos! Muito bom dia, boa tarde ou boa noite, segundo o momento do dia em que me lerem.
Ao reiniciar a nossa conversa amena, cabe-me apresentar-vos, senhoras e senhores, as minhas desculpas pelo tempo que vos fiz esperar e… desesperar!
São coisas que nem sempre acontecem, mas que às vezes o «velho» «SETE» faz para que aconteçam… Depois o tempo passa e este cantinho que nada vale dentro do nosso «GUIÃO», começa a primar pela ausência, ao mesmo tempo que todos lamentam essa ausências e se atiram ao “SETE” como «gato a bofe», porque lhes falta a camaradagem, o movimento e a acção de «Mistério e Aventura»… (Presunção e água benta, cada qual toma a que quer!...).
… E para já, prometo-vos que não que não voltarei a faltar, por minha vontade, dentro do ano agora iniciado – o bissexto 1956 que vos trará, estou certo, as maiores Felicidades e a maior Força de Vontade, sempre em frente e na ascensão para o Mais Alto!
E posto isto
Reparem que o “SETE” escrevia ali atrás:
… prometo-vos que não que não voltarei a faltar, por minha vontade…
Será que ele pressentia que vontades alheias o pretendiam calar, e a essas era dirigido o texto que continuava, e que transcreverei na íntegra, por se tratar dum relato importante para a admissão ou não, do desaparecimento da secção «MISTÉRIO E AVENTURA», das páginas do «GUIÃO».

HÁ DIAS EM QUE NÃO SE PODE SAIR DE CASA

Não há ainda muito tempo, um daqueles «amigos da onça» - como os nossos irmãos brasileiros tão acertadamente os definiram – dizia-me não compreender a razão do XYZ – Clube de Literatura Policiaria e da sua Antologia.
Claro que este é dos tais que nada fez nem deixa fazer, autêntico «velho do Restelo» que passa a vida a lamentar-se - «isto está mau», «não há iniciativas», ou «jovens já não são jovens», etc. Mas logo que aparece algo fora do ramerrão do dia a dia, ele lá está, derrotista cem por cento, a desfazer e a deitar fora por terra os sacrifícios de uns tantos e os ideais de uns outros… Depois de repelir toda a sua bílis, fica muito satisfeito consigo mesmo, e lá do alto vem as últimas frases: «isto não vale nada», «são uns ignorantes», «não têm consistência», etc.
Porque sei tudo isto e muito mais, limitei-me a olhá-lo de alto a baixo, como se o visse pela primeira vez, e à queima-roupa, desfechei-lhe: «Ouve lá, que conheces ou sabes tu de Literatura Policiaria? Que ideia fazes tu do Clube, do qual ainda não «viste nem leste os Estatutos, ou da Antologia?»
O nosso homem embatucou, olhou-me com aquela carinha de menino do coro, redondinha e quase imberbe, olhou-me e ficou-se… Ficou-se, porque sabia «que eu sei» que ele jamais passou do Rocambole e daqueles livros baratos que antigamente se penduravam à porta das capelistas e tabacarias ou de alguns alfarrabistas, presos por molas de segurar a roupa, a um cordel… que nem sequer era cisal… e hoje, para se disfarçarem, apresentam «capas bonitas e brilhantes», algo pornográficas e violentas, vindas de Espanha, e que por aí se encontram em escaparates iluminados a “néon”, e mais baratos do que outros…
E como este, ignorantes por «conhecimento», existem centenas, mas também existem milhares deles que ignoram o que seja a boa, a sã, a verdadeira Literatura Policiaria, porque, até hoje, não se fez em Portugal, sistematicamente (salvo algumas e raras excepções periódicas – que por isso mesmo mais e melhor confirmam a regra!), uma crítica conscienciosa, de responsabilidade, sabendo o que quer e para onde vai e com aquele mínimo indispensável de conhecimentos sobre as obras, os autores e as várias correntes literárias.


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Conhecimentos que, não sendo muito profundos – e seria o ideal se o fossem? – tenham, no entanto, as bases indispensáveis para saber criticar um livro ou um autor, e porquê. Não basta dizer mal por dizer, por derrotismo ou por má vontade, nem dizer bem por comodidade ou interesse monetário ou compadrio – há que saber fazer a «comparaçãozinha» e distinguir as tais «correntes literárias»…
Sem isto, sem esta sequência mensal, com princípio, meio e fim, a maioria dos leitores, essa grande massa anónima que periodicamente se vai renovando e mantém, ou aumenta mesmo com essa renovação, o poder de comprar dos livros policiários, irá pouco a pouco, sabendo o que vale como força e sabendo o que a maioria dos editores lhe tem oferecido e continuam a oferecer embrulhado em «capas atraentes»…
Claro que não vamos desejar desde já que se constitua uma classe eleita de editores e leitores, porque isso seria impossível ou, melhor, impraticável, devido à velha máxima «cada cabeça, cada sentença», ou a esta outra «gostos não se discutem»… Mas queremos e desejamos e, por isso, lutamos, que a pouco e pouco, no campo editorial e no campo da massa leitora, se constituam as correntes com os elos necessários e devidos, capazes de orientar e cuidar de uma ou várias colecções, sem altos nem baixos de um lado ou do outro, saber escolher o que é bom e porquê. Isto é: nem os editores editarem tudo, fornecendo «gato por lebre», nem o leitor tudo comprar ou ler – o que ainda é pior!... Se no meio tempo está a virtude, que se adopte como lema esse meio-termo – sabendo o editor o que edita e aprendendo o leitor a ler e a destrinçar o «trigo do joio»!
Eis porque teimamos em fundar o XYZ – Clube de Literatura Policiaria e em manter a sua antologia!
…«TUDO VALE A PENA, SE A ALMA NÃO É PEQUENA»!...

De seguida, em duas curtas colunas de cerca de 25 linhas cada, o “SETE” resume as “biografias” de EDGAR ALLAN PÖE e SHERLOCK HOLMES.

E a derradeira secção, pois outra não voltámos a encontrar no jornal para rapazes, terminava assim:


XYZ – Clube de Literatura Policiaria

E não podia terminar sem falar no nosso «XYZ».

Seguiam-se algumas informações sobre as finalidades do clube, e o conselho para que os leitores não esquecessem o “XADREZ”, cuja secção publicada desde há muito no «GUIÃO», era orientada por Fernando Lima.
… E concluía:
Para 1956 aqui ficam os votos de muitas felicidades, caminhando sempre em frente, na ascensão firme e contínua para o Mais Alto!
Senhoras e senhores, muito prazer pela conversa e até à próxima. Para todos, saudações amigas e um grande abraço do sempre

“SETE DE ESPADAS”
NOTA FINAL:

Será que os leitores da época,
encararam aquela página, como
se de uma despedida se tratasse?

JARTUR

3 comentários:

Anónimo disse...

Olá, Cloriano, Contantino e Raposo!
Ainda mexem, há tantos anos!
Olá, múmias!!!
A sério - são trabalhos destes que mostram a difença entre os problemas de há 60 anos e os de hoje. E como os muito bons daquele tempo continuam a ser MUITO bons.
E tantos que já cá não estão (fisicamente, claro...)...
Obrigado, Jartur, por este trabalho de valor inestimável...
Um grande abraço

Anónimo disse...

Que riqueza nos anos 50, ainda eu nem projecto era!
Saudações muito especiais aos "velhotes" dessas guerras e aos guerreiros de hoje com o Fidalgo á frente! Estou espantado

Deco

Anónimo disse...

Havia muitas coisas mas com pouca participação. Havia mais revistas mas aqui no guião só havia 46 concorrentes? Era mesmo assim?
Estamos quase a atingir 1000 secções e mais de 2200 concorrentes, há uma diferença ou não? Vamos põr as coisas no lugar, nessa altura.
I Alegria