segunda-feira, 9 de agosto de 2010

POLICIÁRIO 994

Policiário 994 (8/8/2010)


Concluímos hoje a publicação dos desafios que fazem a prova n.º 8 das competições deste ano.
Trata-se de um problema que refere um roubo misterioso, ou não tanto assim e é de autoria de Faraó.
Relembramos que estes desafios de resposta múltipla apenas carecem que os nossos “detectives” refiram a alínea por que optam, sendo facultativa qualquer explicação mais concreta que queiram fazer.
Recordamos, igualmente, que no nosso blogue Crime Público, que pode ser acedido em http://blogs.publico.pt/policiario, haverá sempre actualização de todos os movimentos do Policiário neste período de férias, estando disponível a possibilidade de deixarem mensagens e comentários sobre a nossa actividade.


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
PROVA N.º 8 – PARTE II

“AS RIQUEZAS DESAPARECIDAS”, Original de FARAÓ


A mansão era imponente, situada em lugar de relevo, no cimo de um cabeço cuidadosamente arrelvado, rodeado de vegetação luxuriante e bem tratada.
Foi construída por um nobre de ascendência inglesa, um viajante inveterado que se apaixonou pela ancestral cultura egípcia, tendo andado em escavações algures pelo Nilo, até a idade o conduzir até este local repousado, onde fez construir a mansão e terminou os seus dias.
Agora eram os filhos quem a habitavam, tendo mantido praticamente toda a traça original e a decoração que o pai introduzira, com baixos-relevos egípcios, peças artísticas e objectos de gosto duvidoso, todos vindos da terra das pirâmides, provavelmente à revelia das autoridades.
No cofre, situado na biblioteca, a fama fazia constar que havia documentos e preciosidades que ultrapassavam a imaginação e todas as pessoas que passavam pela mansão, em trabalho ou em visita social, eram levadas a acreditar que havia uma enorme fortuna por detrás daquelas portas pesadas e resistentes, praticamente inexpugnáveis para quem não dispusesse da chave milagrosa e do segredo.

Naquele dia, Jack regressou de Londres, fez uma paragem em Lisboa, para efectuar algumas compras que programara, antes de se dirigir para a mansão, onde foi saudado pelos irmãos, John e James. Mas a vedeta maior deste reencontro foi o cãozito, ainda pequenote que Jack trouxe, adquirido numa loja de Lisboa.
- Olhem só para este cão e vejam se não vos desperta nenhuma recordação…
- Jack, é igual aos cães que aparecem nas tumbas que o pai estudava!
- Tal e qual! Tinha de o trazer, parecia que me pedia para o adoptar! Digam olá ao Enji!

Nessa noite, cálida e serena, depois do animado jantar, servido pela velha criada que já vinha dos tempos do pai, cada um foi à sua vida. A criada recolheu à cozinha, depois de levantar a mesa; John foi para a sala de estar, assistir a um programa televisivo que não pretendia perder; James subiu ao seu quarto, no piso superior, porque queria ver se uns e-mails urgentes haviam chegado; Jack instalou a coleira no Enji e levou-o a passear pelo relvado.

Algum tempo depois, uma gritaria irrompeu do escritório. A velha criada viu o cofre aberto, vazio e alguns papéis espalhados pelo chão e viu logo que alguma coisa de anormal se passava, porque sabia que “os meninos” eram muito organizados e, em tantos anos, nunca vira tal coisa.

Um a um, foram chegando, primeiro John, que estava na sala ao lado, depois James, alertado pelos gritos e finalmente Jack, com o Enji.

As jóias, os objectos de ouro, o dinheiro, tudo desapareceu. Só os títulos e escrituras ficaram espalhados pelo chão.
Não havia marcas de arrombamento no cofre ou nas janelas, que estavam todas fechadas por dentro.

John: Estive na sala de estar a ver o meu programa de televisão favorito. Quando acabou, fui um pouco até lá fora, apanhar o ar fresco e vi o Jack a passear o Enji, saindo o portão com um saco do lixo na mão. Fiquei algum tempo lá fora, ao fresco e quando o Jack já fechava o portão, ouvi os gritos da Maria e corri para a biblioteca. Ela estava em pranto por ter visto o cofre vazio e os papéis espalhados. Vi logo que houve um roubo. Cada um de nós tem uma chave do cofre, que anda sempre connosco e sabe o segredo. Como é que o ladrão entrou e abriu o cofre, não sei. É muito estranho.

James: Estava no meu quarto a consultar e-mails e a navegar na net quando ouvi os gritos da Maria. Desci as escadas e ao chegar à biblioteca já lá estava o meu irmão John. É claro que tenho chave, que anda sempre comigo e sei o segredo, tal como os meus irmãos. Não percebo como é que algum ladrão conseguiu abrir o cofre, ou então alguém se esqueceu de o fechar, mas não eu porque há muito tempo que não o abro.

Jack: Fui passear o Enji. Aproveitei para levar um saco com lixo para meter no contentor que fica do outro lado da rua. Lá, o Enji ouviu alguma coisa e desatou a latir. Ouviu alguma coisa e agora vejo que se calhar era o ladrão a fugir, mas custa a acreditar. Quando estava a fechar o portão, vi o John à entrada da casa e logo depois vi-o correr para dentro. Ao entrar, vi a agitação na biblioteca e soube do roubo. Não sei bem o que lá estava dentro. Estive estes dias em Londres, mas o meu irmão já me disse que as jóias, os objectos de ouro e o dinheiro desapareceram. A chave está sempre comigo e conheço bem o segredo, tal como os meus irmãos.

Nenhum deles sabia bem se o seguro cobria ou não os danos, porque ainda era do tempo do pai. Mas a convicção de todos era que não, porque alguns dos objectos de ouro eram muito valiosos, mas obtidos pelo pai de modo pouco claro, trazia-os das escavações e por isso não acreditavam que uma companhia de seguros aceitasse coberturas assim.
O visionamento das filmagens, das câmaras de vigilância, que controlavam o jardim, não revelou qualquer presença estranha, se bem que houvesse um ou outro ponto morto.

Quem terá roubado o conteúdo do cofre?

A- James.
B- Jack.
C- John.
D- Um ladrão do exterior.


E pronto!
Conhecidos os factos, ficam nas mãos dos nossos confrades os meios para decifração de mais um enigma, que deixa mais perto a linha de chegada, no término das nossas competições. Como sempre acontece, os nossos “detectives” poderão escolher um dos seguintes meios, impreterivelmente até ao próximo dia 20 de Setembro, para nos fazerem chegar as propostas de solução:

- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.

Boas deduções!



DIC ROLAND

Completam-se amanhã, dia 9 de Agosto, 4 anos sobre o desaparecimento deste nosso confrade, que deixou uma marca muito profunda no nosso passatempo e em todos os que tiveram o privilégio de com ele conviverem.
Pessoa de enorme estatura moral e intelectual, assumiu desde a primeira hora o Policiário como sua modalidade de eleição, quer na vertente de competição, em que conquistou praticamente tudo na modalidade de decifração ou na de produção, quer na vertente de convívio, em que foi um grande campeão, marcando presença em todos os eventos onde o Policiário estivesse.
Quatro anos passados sobre a sua morte, o confrade Dic Roland continua bem vivo entre todos os que se revêem na sua exemplar postura de sempre.






COLUNA DO “C”



FALTAM 5 SEMANAS PARA A EDIÇÃO 1000


Em termos de Ranking, no final da época 2008/2009, o confrade Zé-Viseu assegurou o 1.º lugar, mercê de uma excelente prestação. Nos lugares seguintes, Daniel Falcão e Rip Kirby fizeram valer os seus créditos, ocupando os restantes lugares do pódio.
Boa presença, igualmente, para a Detective Jeremias, Búfalos Associados, A Raposo & Lena, Agente Guima, Zé dos Anzóis, Inspector Boavida e Ego, que se classificaram nos dez primeiros.

O Ranking, por não ser apenas resultante de uma época mais bem sucedida, mas o somatório de um comportamento ao longo das épocas, funciona também como um exemplo de consistência competitiva.
Confere, assim, um sinal de regularidade, de prestação equilibrada durante várias épocas, razão pela qual se tornou um troféu muito desejado.

6 comentários:

Anónimo disse...

Luís:
Faltam 5 ou 6 semanas para o milénio??? Bem sabes que sou um bocado alérgico à Matemática. Por isso, se estou errado, desculpa qualquer coisinha...

luis pessoa disse...

Meu caro Zé, as tuas dúvidas são as minhas, mas os "entendidos" dizem que é assim...
Aqui o conceito é secções e não propriamente semanas (no sentido de 7 dias). Logo, publicada a 994 faltam 5 para chegarmos à 1000 (que não conta para o número)!
Custa a entender? A mim também! por mim faltavam 6, mas...

Anónimo disse...

Faltarão as que os entendidos entenderem! Mas acho que deveríamos comemorar o milénio no Domingo em que aparecer a secção 1000. E assim será, certamente...
Em Matemática, não sou entendido e aceito.
Seja quando for, o que é preciso é que esse Convívio seja INESQUECÍVEL!
Abraços

luis pessoa disse...

O convívio (onde?) está ainda em "banho maria". Estamos à beira do acontecimento, mas ainda não há novidades.
Era nossa intenção promover um evento digno e capaz, mas a disposição (ou falta dela), as férias e outras coisas, têm impedido a sua concretização.
A secção 1000, essa será uma realidade, sem qualquer dúvida!

Anónimo disse...

Meu caro Luis:
Sem pretender monopolizar a conversa, não posso concordar contigo! Digno e capaz será qualquer reunião de policiaristas, seja onde for, haja o que houver, esteja quem estiver. O que é preciso é aquilo que acontece todos os anos - estarmos em família, a matar saudades.
Delega, meu caro. Tu não tens tempo para isso de organizar (basta levares o carro cheio com os prémios do ano passado).
Tenho a certeza ABSOLUTA de que haverá gente que tratará da logística e programação do evento.
À portuguesa velha - no desenrasca, nem que seja na véspera....
Há muita gente que sentirá orgulho e prazer em organizar o convívio do milénio...
Um abraço

P. S. - Keep smilling!Sempre! Haja o que houver!!!

Anónimo disse...

Nem mais. Alô Coimbra, alô Norte, alô Santarém. alõ Lisboa, alô quem quer fazer a festa?
Jo.com