segunda-feira, 1 de novembro de 2010

POLICIÁRIO 1006

Precisamente no dia em que termina o prazo para envio das propostas de solução dos enigmas que compõem a prova n.º 10, a derradeira desta época competitiva, parece-nos ser chegado o momento de fazermos um pequeno balanço sobre a forma como os torneios decorreram.

Vamos, também, saber a solução oficial da parte II da prova n.º 9, “Que Grande Lata”, de autoria do confrade Lateiro.



COMPETIÇÃO DENTRO DOS PRAZOS

A nota dominante das nossas competições desta época, é indubitavelmente o cumprimento escrupuloso dos prazos estabelecidos, algo que já não ocorria há muito tempo, por vicissitudes várias. Pela primeira vez em muitos anos, o calendário vem sendo cumprido e vamos poder encontrar os nossos vencedores a tempo e horas.



A segunda nota é para a carência absoluta de desafios. Uma autêntica penúria que assola o nosso passatempo há muitos anos, mas que revela uma tendência de agravamento, capaz de inviabilizar, a curto prazo, qualquer tentativa de competição séria. Se revelarmos aos nossos “detectives” que se tornou necessário apelar aos produtores para não nos deixarem de mãos vazias, parecerá inacreditável, mas retrata a realidade!

Por isso, há que fazer opções, que procurar novas maneiras de mantermos o Policiário vivo, ou então, nada a fazer! Sem bons problemas a competição é impossível e inútil. Se numa competição com 10 desafios formos obrigados a abrir o crivo pontual em metade, tornamos o torneio num exercício de risco mínimo, sem a exigência que pretendemos, não podendo ir até ao limite do rigor.

No campo da produção, atrevemo-nos a dizer que estamos magnificamente servidos em termos de qualidade, com um naipe de excelentes produtores, mas falta-nos a escolha, a quantidade e a renovação que gostaríamos de poder anunciar. Quando algum dos nossos mestres da produção falta, não conseguimos encontrar um conjunto de boas revelações, capazes de assumir o seu lugar. Para além de quase tornar obrigatória a presença de todos os mestres, acabamos por ser conduzidos para uma certa monotonia, em que os confrades já estão a fazer contas aos produtores que ainda faltam em cada torneio, eliminando qualquer possibilidade de agradável surpresa!

Finalmente, ainda na produção, uma palavra para os desafios de escolha múltipla, uma fórmula que consideramos muito atractiva para ambas as partes, produtores e decifradores. Pensávamos nós, talvez de forma ingénua, que iria ser um tipo de problemas muito procurado e capaz de fazer despertar nos nossos confrades o desejo pela produção. Puro engano!

Terminámos a época com desafios “encomendados”, no que se refere aos de escolha múltipla! Nenhum dos confrades pretendeu “estragar” uma ideia num problema que consideram menor. Nem mais!

Ora, se olharmos para as tabelas classificativas podemos verificar que a realidade foi e é outra, que há confrades candidatos aos títulos máximos, que falharam em problemas com estas características, porque ali não entra só a sabedoria de bem solucionar, de bem decifrar, de bem interpretar, de bem redigir, mas também e igualmente, de estar atento, de não facilitar em nenhum momento!



A terceira nota entronca, precisamente, no quase desprezo a que alguns detectives parecem votar os problemas de escolha múltipla. Sempre que aqui falávamos das características especiais da Taça de Portugal, por exemplo, em que tudo se decide num único problema, sem margem para qualquer correcção futura, também nos problemas de escolha múltipla se passa um pouco isso. Os problemas parecem mais simples e a tarefa dos candidatos a decifradores mais facilitada, até porque há 4 hipóteses para escolher uma e normalmente ela é quase óbvia, daí haver a tendência de aliviar a tensão e guardar para o fim do prazo. Depois, surgem as surpresas! E, pela estrutura das pontuações, em que acertar vale 5 e errar apenas 2, falhar uma aposta é hipotecar uma boa classificação no final, tal é a dificuldade de recuperação. Talvez fosse útil, à luz da experiência adquirida, procurarmos outros métodos de classificar estes problemas, com menor intervalo pontual, por exemplo 2 pontos para quem acertar e 1 para quem errar…



Uma última nota, por agora, para relevar a extraordinária competitividade que os torneios continuam a exibir. À entrada para as duas últimas provas, portanto com 30 pontos em disputa, muitos são ainda os confrades que lutam pelo lugar mais alto do pódio, um lugar que continua a depender da qualidade das soluções e dos pontos especiais que cada qual consegue angariar. Fruto do elevado número de participantes e da sua qualidade, cada vez se torna mais complicado que algum seja capaz de se destacar e triunfar isoladamente.



O êxito e a qualidade das competições não podem obstar a que aspiremos a mais e melhor. Daí que o confrade Rip Kirby, lá do outro lado do oceano já tenha deixado o recado no nosso blogue Crime Público, para a necessidade de ser discutida esta época e avançarmos com propostas concretas para a próxima época, sempre com o fito principal de melhorarmos os aspectos menos correctos e traçarmos as vias para uma competição cada vez mais disputada e aberta.

Em http://blogs.publico.pt/policiario, a via está sempre aberta para quem quiser pronunciar-se, propor, alvitrar, enfim, dizer de sua justiça.

O Policiário agradece!



CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL

SOLUÇÃO DA PARTE II DE PROVA N.º 9

“QUE GRANDE LATA”, de LATEIRO

A resposta correcta é: “C”.

A revista Super Jovem foi uma publicação que reuniu apoiantes e seguidores entre os mais jovens, nos anos 90 do século passado, numa altura em que a internet ainda era uma quase miragem em Portugal e os meios de contacto passavam precisamente pela partilha de assuntos em revistas dirigidas aos mais novos.

A promoção e campanha das “bocas ecológicas” que é referida, ocorreu na revista que foi publicada a 27 de Maio de 1996, por conseguinte numa altura em que o Oceanário, bem como toda a zona de intervenção da Expo, não passavam de uma miragem a caminho da concretização, que apenas seriam inauguradas cerca de dois anos mais tarde. O lançamento dos autocolantes fazia parte das iniciativas inseridas no calendário da Expo 98 e foi publicitado na “Revista do Gil” de Maio de 1996.

Portanto, seria impossível que num estaleiro de obras e sem acessos, alguém pudesse ir sentar-se calmamente ao pé do Oceanário, a ler a revista. Um par de anos depois, isso já seria possível porque o Oceanário, ao contrário do que muita gente continua a pensar, não está rodeado de água por todos os lados.

TAÇA DE PORTUGAL

Termina hoje, precisamente à meia-noite, o prazo para envio das propostas de solução dos problemas “A Voz do Destino”, de autoria do mestre M. Constantino e “Mortes na Estrada”, de Rodoviário, um envio que tem ainda mais significado para os confrades DR. GISMONDO e DANIEL FALCÃO, que vão disputar a final da Taça de Portugal, após eliminarem nas meias-finais os opositores Mister H e Rip Kirby, respectivamente.



COLUNA DO “C”

O PONTO DA SITUAÇÃO

À passagem da 8.ª prova, comandam o campeonato nacional com 120 pontos, Daniel Falcão, Zé, Det. Jeremias, Mister H, Insp. Boavida, A. Raposo & Lena e Karl Marques, por esta ordem, mercê dos critérios de desempate, sendo perseguidos por Dr. Gismondo, com 119 e Insp. Aranha, Rip kirby, Medvet e Avlis e Snitram, com 117.

Na Taça de Portugal, DR. GISMONDO e DANIEL FALCÃO disputam a final.

No Troféu SETE DE ESPADAS (Policiarista do Ano), comanda Daniel Falcão, com 345 pontos, seguido de Mister H com 340 e Dr. Gismondo com 338.

No troféu Detective Misterioso (Ranking), comanda Daniel Falcão com 425 pontos, seguido de Rip Kirby com 411 e Zé com 407.

Saliência para o confrade Daniel Falcão, que comanda todas as classificações e está na final da Taça de Portugal, podendo fazer o pleno! Será mais um “Ano do Falcão”?

2 comentários:

Anónimo disse...

Venho a este fórum policiário fazer dois pedidos:
1- que o LP abra, logo que lhe pareça oportuno, um tópico sobre a preparação do próximo ano policiário. Um tópico que eu definiria como permanente, cedendo o seu lugar à actualidade vinda do Orientador - resultados e classificações, mas reaparecendo logo que o LP considerasse cada informação como "digerida"
2 - Aos confrades produtores pedia que fizessem problemas em que cada solucionista não tivesse de sair da sua casa (vá lá, da sua terra) para os resolver.
Vem isto a propósito da solução da Rápida 9, em que eu escolhi a alínea certa, por exclusão de partes e por ignorância.
Tive sempre a suspeita de que a chave estava na Revista Super Jovem. Tentei consultar a colecção completa, para ver quando saíram as Bocas Ecológicas (vantagens de estar aposentado). NÃO CONSEGUI. Teria de arriscar algumas idas a uma Biblioteca onde ela existisse. Isso custava-me muito "tempo" (leia-se €€€). E era eu, que tinha disponibilidade para isso.
Tentei a Editora da Revista (A Impresa). Foram rápidos e muito atenciosos na resposta - a Super Jovem acabou no nº240, de 30/11/99.
Quanto aos cromos referidos, por ter terminado há muitos anos, NADA ME PODIAM DIZER! Se eles não podiam, eu muito menos! Agradeci e tentei googlar todas as opções; e nada! Sem saber a data, não poderia imaginar, sequer, que teria sido citada na abertura da Expo 98.
Portanto, optei pela C, porque julgava que o Oceanário era rodeado de água por TODOS os lados.. Vi fotos de vários ângulos, na Net e vi sempre água, mesmo por baixo do passadiço do público e da ponte de serviços (tem arcos por baixo dos quais tem água e não é de acesso livre).
Daí, ficar espantado por ter acertado, com uma argumentação diferente da solução. Não conta a argumentação, mas a opção! Mas Nem por isso passei a gostar das Rápidas. Acho, porém que, quando sai um problema, todos devemos estar em pé de igualdade para chegar à solução. Eu não tive acesso, por nenhum meio, à Super Jovem citada, de 96.
Estou certo de que os colegas produtores tomarão o meu apelo em consideração, para o futuro.
Muito obrigado

Anónimo disse...

Em apoio ao que o confrade Zé deixou dito quero acrescentar, que gastei horas procurando na Internet por alguma referência a essa revista Super Jovem e não encontrei nada que desse uma pista.
Por outro lado vi algumas fotos do Oceanário e por elas não se pode ter uma ideia concreta.
Contudo numa Enciclopédia da Porto Editora, tambem na internet, encontrei um texto do qual incluo o primeiro parágrafo:

Oceanário

Situado no centro do recinto, rodeado pela água da Doca dos Olivais, e considerado como uma das principais referências da EXPO'98, encontra-se o Pavilhão dos Oceanos (Oceanário), um aquário gigante concebido pelo arquitecto norte-americano Peter Chermayeff que visa recriar o oceano global.

Ora se está no centro do recinto, rodeado pela água da Doca dos Olivais isto significa que tem água por todos os lados.
No Porto Editora 2010 diz que "rodear"é igual a "circundar" "dispor em volta"etc...
...Por outro lado "circundar" entre outros significados significa "cingir" que por sua vez significa "cercar" que pode significar:" Colocar muro em redor de"
Creio que todos estes significados chegam para se concluir que o Oceanário está rodeado de àgua por todos os lados funcionando aqui o "por todos os lados" como um pleonasmo porque, se está rodeado, só pode ser por todos os lados.
Curioso o facto relatado pelo confrade Zé de nem a editora da revista "Super Jovem" se lembrar dos citados autocolantes.
Possivelmente só quem a colecionou e ainda tem os exemplares é que dela se recorda
Já agora, para terminar, porque não seguir a sugestão do Zé. Deste modo não estariamos em constante suspence
Um abraço do
Rip Kirby