terça-feira, 21 de junho de 2011

POLICIÁRIO 1039

Com algum atraso, devido a esquecimento puro, de que nos penitenciamos, aqui fica,depois de alerta do confrade Daniel Falcão para a não publicação.
Os nossos agradecimentos e pedidos reforçados para que nos vão recordando o que vai ficando por fazer...



A reposição da verdade no texto do confrade Paulo, publicado na passada semana e a solução da primeira parte da prova n.º 5, de autoria de Onaírda, fazem a nossa secção de hoje.


CORRECÇÃO AO DESAFIO DO PAULO

Um erro acabou por cair no texto do confrade Paulo, que publicámos na passada semana. Apesar de não ser um daqueles erros que adulteram e inviabilizam todo um problema, não deixa de ser um factor de perturbação, que agora nos aprestamos a corrigir devidamente.

No parágrafo que republicamos a seguir, já devidamente alterado, é o Miguel que vai relatando e a certo momento refere que “viu surgir o Miguel, vindo de cima…”. É evidente que ele não poderia ver-se a si próprio surgir de cima! Quem ele viu, foi o Jacinto:

“O Miguel disse que verificara a porta à meia-noite. Continuava fechada à chave. Desde que me substituíra ficara ao fundo do corredor. Perto das 4 horas houvera uma falha de corrente eléctrica e ele ouvira o disjuntor do quadro eléctrico, no piso inferior, disparar. Descera às escuras, não demorara mais de um minuto, e quando voltou viu surgir o Jacinto, vindo de cima, do seu quarto, pelas escadas ao fundo do corredor, junto à porta do quarto. Viu-o verificar que a porta estava fechada e depois deixara-o sentado no sofá.”

Chamamos a atenção dos nossos “detectives” para o facto de no blogue Crime Público, em http://blogs.publico.pt/policiario estar o texto integral de problema, na sua forma correcta.

Para todos os leitores e principalmente para o autor do desafio, o confrade Paulo, as nossas desculpas.


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL


SOLUÇÃO DA PROVA N.º 5 – PARTE I
“GATO FARRUSCO MORRE AO LUSCO-FUSCO”, de Onaírda

1- É Diogo quem assassina Samuel.

2- É Pedro quem mata o gato farrusco

Para chegarmos a esta verdade eliminemos aqueles que não tiveram essas possibilidades

Farias: dá a impressão que está a mentir mas fala verdade. Garçôa é induzido em erro pelo facto de Pedro ser natural do Montijo, (sul do Rio Tejo) cidade do Distrito de Setúbal, Província da Estremadura. Portugal. Farias, gosta de imitar os comportamentos do Pedro. E como tal, a quente, Garçôa julgou que Farias era natural da mesma terra. Puro engano. Farias era natural do Montijo situado na comunidade da Extremadura espanhola. Saindo de lá pelas 18h30 horas, com uma viatura potente, teve tempo normal de fazer a viagem, ir pôr o donativo na Igreja de São Pedro (centro da pequena “ciudad”) vir pela Ponte Vasco da Gama (por ser mais directo a Lisboa e com transito mais fluido), meter gasóleo na área de serviço, mas nunca chegar a casa antes das 22 horas. Ninguém afirma que o viu na povoação antes daquela hora e se por acaso tivesse morto o Samuel, até mesmo o farrusco, teria de passar pelo café do Diogo e logo o veriam. A casa de Farias estava situada a sul do café. Quando Garçôa anota que cometeu o erro de uma letra no relatório refere-se ao x da palavra Extremadura (palavra espanhola) enquanto a palavra portuguesa leva um s. A diferença horária de uma hora entre Portugal e Espanha aqui não tem relevância

Mais importante é o facto de referir-se que Pedro foi pôr um donativo na Igreja Matriz do Montijo e esta igreja é a do Divino Espírito Santo, onde está lá, na verdade, uma imagem de São Pedro. A diferença é que existe mesmo a Igreja de São Pedro no Montijo espanhol.
Outra nota é que em Portugal a Estremadura onde está integrado o Montijo é uma Província e em Espanha a Extremadura é uma Comunidade Autónoma. Este Montijo onde esteve o Farias, e é de lá natural, pertence à Província de Badajoz.

Farias, desta maneira, porque falou verdade e porque chegou a casa depois das 22h00 nunca poderia ter morto o Samuel e nem o farrusco.

Jacques Bonet: dá a impressão que está mentir e assim Garçôa coloca-o na lista de suspeitos. Mas de facto Bonet fala verdade. O facto de ter a alcunha do “Francês” e de sonhar desde criança fazer uma viagem a França, leva Garçôa a pensar que a actual viagem foi a Bayonne no sudoeste de França, mas de facto a viagem de uma semana foi a Bayonne em New Jersey, Estados Unidos. Talvez o motivo turístico da viagem não fosse Bayonne, mas sim New York. E assim tudo confere: saída de Bayonne pelas 10 horas da manhã (15 horas em Lisboa) e chegada depois das 23 horas a casa. E, claro, o voo foi todo sobre o mar.

Logo, Bonet não matou Samuel nem o farrusco.
Eva: o facto de ter visto o vulto a deixar o saco com o farrusco no contentor de lixo, e ter logo ido para o café e estar sempre com a freguesia a ver o gato morto iliba-a das mortes referidas. Nem se extrai do texto que seja cúmplice de Diogo ou tenha animosidade contra Samuel. Apesar de divorciada controlava os movimentos de Pedro. Logo abriu o saco e viu o farrusco morto.
Diogo: Samuel morre entre as 20h30 e as 21h30. Ele diz que não se ausentou do café, mas de facto poderia tê-lo feito sem ninguém se aperceber. Como o café ficou vazio de clientes uns minutos depois das 20h30 até às 21h30, com eles a deslocarem-se para sul em direcção ao contentor de lixo, Diogo vai para norte e entra na casa de Samuel. Acesso à casa de Samuel assegurado, porque Eva tem a chave da casa e Diogo já teve oportunidade de fazer um duplicado, sem ela saber. Ele premedita a morte de Samuel com recurso a um tronco das árvores de Farias para deste modo apontar para outros a autoria do crime. Já tem o tronco em seu poder, vê o caminho livre, segue para a casa de Samuel, entra nela, vê-o sentado à secretária e rápido desfere-lhe várias pauladas na cabeça. Samuel tenta desviar-se das pauladas, arrasta a cadeira e cai para o chão. Nesta queda a cadeira levanta-se pela parte de trás e quando assenta no chão uma das pernas vai pisar uma pastilha elástica que Diogo estava a mascar e que a cuspiu involuntariamente. Diogo depois das pauladas desferidas retira-se. A pastilha elástica torna-se rija mas aderente à perna da cadeira, ficando esta com um ponto de apoio falso que vai provocar oscilações à menor corrente de ar. São estas oscilações que provocam os batimentos no chão da sala do crime, por acção da corrente de ar que se gerou, quando Garçôa abriu uma das janelas. A pastilha é a prova incriminatória que Garçôa precisa para incriminar Diogo mais tarde.
Pedro: Tinha deixado uma janela entreaberta e quando regressou a casa viu que esta estava mais afastada. Calculou que o “farrusco” estava dentro de sua casa. Pensou logo que havia estragos e preparou-se para o pior. Pegou num tronco de árvore surripiado ao Farias. A sua intenção era só pregar um pequeno susto ao gato, mas quando viu o cortinado arrancado da galeria e rasgado “ferveu em pouca água” e foi dar com o gato ainda em sua casa e em posição de levar uma paulada certeira no lombo. Foi o que aconteceu e o bichano foi desta para melhor. Meteu-o num saco e depositou este junto ao contentor do lixo. Eva espreitava-o. As horas de chegada coincidem com a altura em que o gato é morto e depositado junto ao contentor: chegada a casa pelas 20h00 e chegada ao café às 20h30. Como o gato morreu pelas 20h00, portanto foi o único com possibilidade de dar a cacetada no farrusco. A duração da viagem foi normal para o percurso percorrido e as duas paragens referidas. (Igreja do Divino Espírito Santo no Montijo e área de serviço a sul da Ponte Vasco da Gama).

3 comentários:

Anónimo disse...

Já no passado domingo vi esta solução do autor, Onairda, um senhor nestas andanças com problemas intrincados e que geram dúvidas, por vezes inoportunas. Desta feita e sem pretender ser polémico, parece-me que não é de todo seguro afastar Eva da autoria da morte do farrusco. Primeiro porque o facto dela ter visto o vulto, não a iliba pois poderia estar a desculpar-se e a tentar despistar a sua culpabilidade, pois sabia que Pedro tinha chegado e andava a vigiá-lo. Se o vigiava até poderia dizer que viu Pedro sair de casa com o gato morto, dentro do saco. Como sabemos ela naquela noite até ficou com o Diogo, pelo que não será de afastar a hipótese de estar feita com ele e ter utilizado o estratagema para afastar toda a gente do café e permitir que Diogo se movimentasse à vontade. Se ela quizesse dar a notícia sem afastar as pessoas do café, teria levado consigo o saco com o gato morto e, ali no café, onde todos estavam, mostrava o bicho indesejado. Esta atitude seria lógica e escusaria de arrastar a curiosidade até ao caixote do lixo.
Obviamente o autor do problema sabe melhor que ninguém a verdadeira trama da história engendrada, mas na realidade não me parece haver qualquer evento que faça ilibar, também, Eva da morte do bichano. É claro que acabaria assim por ser conivente com Diogo, mas esse aspecto até parece ter cabimento face à noite passada com ele.

Que me desculpe o confrade Onairda, mas na realidade sem qualquer demérito para a verdadeira solução apresentada, não me parece de rejeitar esta hipótese, mas outros confrades poderão comentar o facto se legal e permitido.

Abraço amigo a todos do confrade Dr Gismondo

Anónimo disse...

Concordo com o confrade Dr Gismondo. Também não acho que seja assim tão certo como o confrade Onaírda pretende fazer ver.
Deco

Anónimo disse...

Não era minha intensão, este ano, apresentar qualquer reclamação contra sa soluções dos autores. Queria evitar ser adjectiivado de preguiçoso~
Inicialmente gostei deste problema mas depois de ter lido a sus solução oficiaal muitas dúvídas se me levantaram.
Não há dúvida nenhumma dee que foi o Pedro mas acusar o Diogo da autoria da morte de Samuel é um bocado forçado alegando para isso o tempo que o café esteve sem clientes o que lhe dava a possxibilidade de se esgueirrar e ir a casa de Samuel e o matar.
É verdade que o tempo que os clientes ficaram na rua velando o defunto Farrusco era uma possibilidade para o Diogo se esgueirar até casa do seu vizinho Samuel. Mas quem lhe garantia a ele que durante essa sua ausência, por muito curta, que esta fosse, que algum dos clientes não se lembrava de entrar no estabelecimmento para pedir uma cerveja ou um copo de vinho.
A possibilidade teria sido boa se Diogo adivinhasse quanto tempo iria ter o estabelecimento vazio.
Outro pormenor a destacar refere-se à diferença ortográfica entre a Estremadura portuguesa e a espanhola. No texto não há o mais pequeno pormenos que nos permita descobrir de que o autor se está a referir a uma ou a outra quanto à letra em que diz se ter enganado isso não passa de uma adivinha tanto mais que existem outros erros que nos podem induzir em erro. Dou como exemplo as palavras Jaques e Jacques.
Por outro lado não sei porque não podemos atribuir a morte de Samuel a Eva. Ela possuia chaves que lhe permitiam entrar em casa da véítima e surpreende-la.essas mesmas chaves que lhe permitiram violar a porta da sala fechada pela polícia e muito possivelmmente lacrada.
Depoiis da surpresa da primeira paulada as seguintes não oferecims dificuldade.
Quanto ao balanço da cadeira devido ao vento isso só seria possível ddevido a qualquer objeccto colocado sob dois pés diametralmente opostos da cadeira.
Nós sabemos que as cadeiras assentavam perfeitamente no chão pelo que para balançarem só poderia ser devido a algo debaixo dos pés.
A princípio ainda pensei nas pastilhas do Diogo mas nesse caso nessanoite ela não teria dormido com ele. Se ela pretendia incriminar alguém só poderia ser o Jacques tendo colocado sob as pernas da cadeira quaisquer duas pequenas pessas tornedas pelo Jacques.
Desculpem alguns erros
Um abraço do

Rip Kirby