PAULO É O CAMPEÃO NACIONAL DE PRODUÇÃO - 2011
É hoje conhecido o primeiro campeão da época 2011!
Trata-se de Paulo, um dos melhores produtores de problemas policiários e sagra-se campeão nacional, precisamente na modalidade de produção, com um desafio que foi considerado pela maioria dos votantes, de excelente qualidade.
Praticamente desde o início deste nosso espaço, há quase 20 anos, o “detective” viseense Paulo revelou especial apetência para a produção de enigmas de grande valia, escrevendo histórias bem conseguidas, que foram recebendo rasgados elogios dos decifradores. Por outro lado, também no campo da decifração obtinha bons resultados, quase sempre muito perto dos lugares cimeiros, notando-se que muito pouco lhe faltaria para chegar ao topo.
A experiência entretanto acumulada, tornou Paulo num “detective” praticamente perfeito, quer como produtor, quer como solucionista, tendo aqui a sua primeira grande consagração, como campeão nacional de produção.
Nos lugares seguintes do pódio, dois produtores consagrados, A. Raposo & Lena e Daniel Falcão, à cabeça de um grupo de bons produtores, em que se incluem dois campeões nacionais de produção, Búfalos Associados e M. Constantino, sendo que este último é o, até agora, campeão em título.
Eis a classificação final:
1.º – Crónica do meu suicídio – Paulo
2.º - Tempicos e a Viúva Alegre – A. Raposo & Lena
3.º - Azul Celestial – Daniel Falcão
4.ºs - Crime em tempo de Guerra – Búfalos Associados
- Massacre na Quinta da Alegria – Rip Kirby
6.º – Smaluco e o Perigoso Bombista – Inspector Boavida
7.º - Os enigmas da tribo desaparecida – M. Constantino
8.º - Aprendiz de feiticeiro – Felizardo Lopes
9.º - Gato farrusco morre ao lusco-fusco - Onaírda
10.º - Mistério no Paraíso – Al-Hain.
Uma referência, também, para os problemas de escolha múltipla publicados no ano de 2011, que mereceram a atenção dos nossos “detectives” que os votaram e cujo resultado foi o seguinte:
1.º - Manual de interpretação de Sonhos – Búfalos Associados
2.º - O Douro tem muitas pontes – Paulo
3.º - O mistério da bala transviada – Penedo Rachado
4.º - O iate misterioso – Malempregado
5.º - Que estranha Pescaria - Inspector Boavida
6.º - Quem tirou o dinheiro? – Zé
7.ºs - S. Pedro Resolve – Al-Hain
- Branca de Neve – Branca de Neve
9.º – Quem matou a Rafa(ela) – Daniel Falcão
10.º – Desviaram um auto-tanque – Rip Kirby
Como por diversas vezes já referimos, esta modalidade de problemas não é vista por nós como uma “coisa menor”, mas sim como uma forma mais directa e por ventura menos trabalhosa de decifração policiária. Não por exigir menos, porque o trabalho de leitura, investigação e decifração é o mesmo dos restantes problemas, mas apenas porque é dispensada a justificação escrita das conclusões.
Na óptica do produtor, verdadeiramente não existe diferença relevante, como é óbvio, mas ainda persiste uma certa relutância e sentimento de desperdício, quando se “consome” uma ideia num problema desta espécie.
Prosseguiremos a nossa luta no sentido da obtenção da igualdade plena entre as produções de escolha múltipla e as de características tradicionais.
No ano de 2011, foi a dupla Búfalos Associados, um ex-campeão nacional de produção, quem conseguiu elaborar o problema que mereceu a preferência maioritária dos “detectives”, logo seguido de Paulo. Em terceiro, uma bela surpresa, Penedo Rachado, um confrade que aparece pela primeira vez, entrando logo para o degrau mais baixo do pódio.
PRECISAMOS DE PRODUÇÕES!
Como estamos em maré de falarmos de produtores e produções, até porque estamos a premiar aqueles que mais se destacaram no decorrer de toda uma época na arte de desafiar os outros, não queremos deixar de apelar aos nossos “detectives” para que elaborem desafios policiários, sem os quais não poderá haver competição que se preze.
Os quesitos obrigatórios para um problema poder ver a luz do dia, estão vertidos nos regulamentos que já publicámos por diversas vezes e podem ser sempre consultados no blogue Crime Público, em http://blogs.publico.pt/policiario, mas queremos deixar aqui mais algumas notas sobre o tema, que julgamos poderem ser úteis para quem se quiser abalançar, pela primeira vez, à descoberta do prazer de produzir um problema policiário.
O PRODUTOR
É um dos elos principais do nosso passatempo. Sem produtores capazes de nos desafiarem em cada momento, nunca poderemos ter competição aliciante.
Todos os leitores podem ser produtores, bastando para isso que tenham um domínio capaz da língua portuguesa, algum gosto pelo mundo policial e capacidade para contar uma história que ele mesmo vai interromper no momento em que entender que estão fornecidos os elementos para que os outros confrades a terminem.
O produtor é “rei e senhor” da sua história, pode orientá-la para onde quiser e “fabricar” mundos e cenários que podem ser irreais, desde que todos esses dados sejam transmitidos aos decifradores.
O que é obrigatório é que haja uma coerência de discurso, que todos os dados se articulem devidamente e estejam inequivocamente colocados no enunciado, ainda que de forma dissimulada.
Será sempre tarefa dos decifradores recriarem o ambiente em que se desenvolve a acção e agirem em conformidade.
Em resumo, a importância do produtor é tal que podemos considerá-lo o verdadeiro “dono” do problema, com todas as implicações que esse conceito pode ter, também de propriedade.
Se um autor nos propuser um mundo ao contrário, em que a força da gravidade é inversa, em que a cabeça está nos pés, o dever do decifrador é aceitar esses elementos como concretos e não os poderá questionar à luz dos conhecimentos anteriormente adquiridos.
O que cabe ao produtor é explicar no concreto que mundo nos está a apresentar, em que as regras e leis da física, por exemplo, não se aplicam no todo ou na parte. Fazendo passar a acção dentro de uma nave espacial, por exemplo. Ou em que as cores não são as que conhecemos, o céu pode ser amarelo, a relva vermelha, o mar cor-de-rosa, etc.., não podendo o decifrador basear a sua solução na contradição da coloração. Se o autor assim construiu o seu mundo, assim é esse mundo.
Mas atenção: Falamos do problema, do mundo que aí é desenvolvido e não da resolução do problema, porque essa já não tem um proprietário, não tem um dono, não tem um rei nem um senhor, mas sim tantos quantos os respondentes!
Este conceito é, para nós, a base essencial do processo de criação de enigmas policiários, como iremos ver no capítulo seguinte.
A PRODUÇÃO
Tratando-se da obra de criação de um produtor, é ela a base do nosso passatempo.
Não tem, obrigatoriamente, regras definidas nem conceitos rígidos. Um conto de índole policial, em que a narrativa é interrompida pelo seu autor para abrir o espaço necessário à interpretação e análise dos elementos fornecidos, com vista à resolução do enigma, eis, no essencial, um problema policial.
O autor, como referimos, é dono e senhor da narrativa, coloca as personagens onde melhor servem os seus interesses, cria o ambiente onde se desenrola a acção, inventa, se assim quiser, situações.
Mas está refém da obrigatoriedade de fornecer os dados essenciais aos decifradores.
Ao invés, se as acções se passam no nosso “mundo real”, o autor está dispensado do dever de descrição aprofundada e completa do ambiente onde se desenrola a acção.
Queremos dizer com isto que se o produtor refere que a cena se passa em Lisboa, no Outono, não precisa de caracterizar a cidade ou referir os sinais outonais, porque é tarefa dos decifradores buscarem essa informação.
Mas se a acção se passa numa cidade algures no mundo, aí o produtor tem que fornecer a descrição pormenorizada que possa conduzir o decifrador até ao ponto que o produtor pretende que ele atinja.
Daí que digamos que um caso policial não tem que ser real, não tem que ser verificável à luz dos nossos conhecimentos anteriores, mas também pode ser assim. Essa escolha não é dos decifradores, mas sim dos produtores.
2 comentários:
Os meus parabéns ao Paulo, um produtor que nos oferece sempre algo de novo em cada produção e é um dos meus autores preferidos.
Um abraço
Zé
Caro Paulo
O seu vizinho e nosso confrade tirou-ma as palavras da boca se assim se pode dizer
Parabéns e um abraço
Rip Kkirby
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