PRESSA
E POLICIÁRIO, NÃO CASAM!
Enquanto
decorre o prazo para envio das respostas aos dois desafios já publicados, que
integram a prova n.º 1 das nossas competições deste ano, queremos deixar aqui
algumas indicações que poderão ser úteis, principalmente aos novos
“detectives”, sempre muito lestos na resposta.
No
Policiário, a pressa é, normalmente, inimiga de uma boa prestação. Na
realidade, após uma primeira leitura, há ideias que ficam, há rumos que se
apontam, mas ninguém pode deixar de pesar a circunstância de no outro lado,
entenda-se no lado do produtor, haver, quase sempre, uma clara intenção de
“desviar” as atenções para factores laterais à própria solução.
Quem
seja um leitor atento dos bons romances policiais, certamente se apercebe que
todos os mestres conduzem os seus casos para decifrações completamente
imprevistas, mas lógicas.
Assim,
sem qualquer intuito paternalista, recomendamos aos novos participantes que
releiam os problemas, reavaliem as suas conclusões e, se assim entenderem,
refaçam as soluções. Durante o período de resposta, até ao dia 28 de Fevereiro,
poderão substituí-las, fazendo apenas menção que a resposta que enviam anula e
substitui a já enviada. Será sempre considerada a última recepcionada.
UM
DRAMA CHAMADO PRODUÇÕES!
Meus
caros confrades e “detectives”, o drama é permanente e não mostra forma de
abrandar! De ano para ano nota-se uma dificuldade crescente em produzir
problemas em quantidade e em qualidade, susceptíveis de assegurar um normal
desenvolvimento da actividade policiaria.
Repetem-se
os apelos, respondem sempre os mesmos confrades, aqueles que são já e sempre
“clientes habituais”. Criou-se um ambiente quase hostil aos produtores, em que
estes são questionados e inquiridos sobre as suas produções, muitas vezes de
forma desabrida.
Pois
bem, ninguém está acima da discussão, ninguém pode arvorar-se num paladino das
sãs virtudes de um produtor inatacável e olhar com desprezo para as críticas,
mas todos temos o direito de ver o nosso trabalho reconhecido, estudado,
criticado com decoro e respeito.
Estamos
no início de 2013 e já em 2010 escrevíamos aquilo que vamos publicar em seguida.
Desafiamos os nossos leitores a verem se há alguma palavra, algum conceito,
alguma ideia que esteja desactualizada e que não seja aplicável, hoje mesmo:
PRODUÇÕES
Agora que vamos iniciar
as nossas competições, queremos reafirmar que temos necessidade de problemas
policiários, de ambas espécies: tradicionais e de escolha múltipla.
Assegurada, como
sempre, a disponibilidade dos produtores mais activos da nossa secção, uma
disponibilidade que não nos cansamos de agradecer, a verdade é que necessitamos
de “sangue novo”, novos métodos e processos de escrita, novidades, em suma, que
evitem uma certa estagnação. É que, após alguns anos de Policiário, com o
conhecimento dos autores e dos seus processos, começamos a perceber e antecipar
as suas conclusões, quase resolvemos os problemas pelo conhecimento que temos
dos seus autores. Claro que é um exagero, mas quer dizer algo.
A nossa actividade
baseia-se, em primeira instância, na qualidade dos desafios que temos para
propor aos “detectives”. É frustrante chegarmos à conclusão de que um
determinado problema não tem a resposta adequada, depois de imenso tempo
perdido na sua análise, ou que é anulado após tanto esforço.
Por isso vamos lançando
o nosso apelo para que os nossos “detectives” elaborem um desafio, de qualquer
dos tipos e o façam com o espírito de propor aos restantes confrades aquilo com
que gostariam de ser confrontados. Aquilo que lhes daria prazer resolver.
Um problema passa
sempre pelo contar de uma história, por retratar uma cena verosímil, capaz de
ter ocorrido em qualquer lugar, que envolva um enigma e a sua resolução.
Terminada a exposição dos factos, no exacto momento em que o investigador vai
passar à fase de apresentação das conclusões e exibir as provas em que se
baseia para apontar o responsável, o produtor interrompe o seu conto e lança os
seus desafios. Alguns produtores escolhem o método de fazer algumas perguntas,
que querem ver respondidas, outros optam por simplesmente interromperem o texto
e aguardarem pelos relatórios. No caso dos de escolha múltipla, o texto termina
com as quatro hipóteses de solução, de entre as quais o decifrador terá que
escolher uma.
Caríssimos
“detectives”, queremos que este ano de 2010 seja um marco, também no que se
refere à produção de enigmas. Não é aceitável que tenhamos hoje um universo de
participantes nos nossos desafios de mais de dois milhares de confrades, que os
lêem e estudam, se dão ao trabalho de escreverem as soluções, mas não tenham a
curiosidade de testarem os seus dotes de escrita de desafios!
Fazendo o paralelismo
com o que foi a nossa actividade nos anos 70 e 80 do século passado, a produção
fica a perder, já que nesses tempos o universo de decifradores rondaria as
cinco ou seis centenas, para um número de produtores que rondaria a centena!
Tal disparidade não é
aceitável! As pessoas não deixaram de utilizar a Língua Portuguesa, desde logo
porque o nosso passatempo, como já referimos, exige que se escrevam as
soluções, no mínimo. Portanto, será por preguiça?
Vamos todos dar uma
resposta, produzindo um desafio?
O Policiário agradece!”
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