O MISTÉRIO DOS DOCUMENTOS DESAPARECIDOS
Publicamos hoje a primeira parte da prova n.º 2 da
competição desta época. Trata-se de um problema a merecer, como todos, a máxima
atenção de todos os leitores e “detectives”.
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2013
PROVA N.º 2 – PARTE I
UM CASO DE ESPIONAGEM? – Original de RUBRO PÁLIDO
O
general Arménio Teixeira estava uma fera. A cólera era tanta que o rosto estava
vermelho que nem um tomate e os olhos brilhantes pareciam chispar.
Afinal
o que se tinha passado para que o chefe dos serviços secretos estivesse naquele
estado de irritação. Havia chegado pela manhã ao seu gabinete e dirigira-se ao
grande cofre de aço onde eram guardados os documentos secretos que estavam em análise.
Na véspera, antes de sair, tinha-os colocado no cofre e agora não estavam lá.
O
desaparecimento dos documentos punha em perigo a segurança nacional, mas pior
do que isso punha em perigo aquele tacho que lhe rendia cerca de 15.000,00
euros mensais. Por essa razão queria manter em segredo o desaparecimento dos
documentos, mas como conseguir isso. Pensando numa solução o general andava no
seu gabinete de um lado para o outro, rogando pragas, parecia uma fera
enjaulada.
Andando
neste vai e vem lembrou-se do seu amigo o coronel Faria de Freitas director da
Polícia Judiciária Militar. Ele podia ajuda-lo a descalçar aquela bota e como
lhe devia uns favores até investigaria o caso sem deixar que nada do acontecido
saísse lá para fora. E se bem o lembrou melhor o fez, dirigiu-se ao telefone e
ligou para o coronel que se prontificou a ir falar com ele.
Cerca
de uma hora mais tarde o coronel Faria de Freitas era recebido na sede dos
serviços secretos portugueses pelo chefe destes Arménio Teixeira que pôs o seu
amigo ao corrente daquilo que desejava. Quando terminou Faria de Freitas
perguntou:
Quem
possui a chave do cofre e quem conhece o código de segurança.
A
chave só eu a tenho quanto ao código de segurança para além de mim há três
outros oficiais que o conhecem só que, enquanto eu o conheço totalmente, eles
só conhecem duas letras cada um. Em todo o caso sem a chave eles não podem
abrir o cofre.
E
ontem não deixaste a chave abandonada em qualquer lado? Insistiu Faria de
Freitas.
Impossível,
sempre a trago ao pescoço num cordão de ouro, só a tiro à noite quando me deito
e deixo-a debaixo do travesseiro.
Então
quem são os oficiais que conhecem letras do código de segurança do cofre?
O
tenente-coronel Alvarenga, o major Braz e o capitão Torquato.
Manda-os
chamar por favor.
O
primeiro a chegar foi o tenente-coronel Alvarenga. Faria de Freitas sem mais
delongas dirigiu-se a ele e perguntou-lhe quase em jeito de afirmação: Coronel
o senhor ontem à noite ou hoje de manhã abriu o cofre do gabinete do general Arménio
Teixeira.
Eu!?...
Não estão bons da cabeça, respondeu Alvarenga de modo colérico. Como ia eu
abrir o cofre se não tenho a chave, além disso só conheço duas das letras do
código de segurança. Bem pode-se retirar, se precisarmos de si voltaremos a
chamar.
Poucos
minutos depois, cantarolando, entrou o Major Braz. Então o que há? Mandaram-me
chamar, precisam de um parceiro para a sueca? Ou será para a lepra?
Deixe-se
de brincadeiras, ordenou o coronel Faria de Freitas, e repetiu nos mesmos
termos a pergunta que havia feito a Alvarenga.
O
quê? Arrombaram o cofre do general? Ah! Ah! Ah! Devia ter sido alguém muito
forte ou então usaram uma bazuca! Exclamou o major e continuou a rir.
Deixe-se
de risotas, ordenou Faria de Freitas já irritado com a boa disposição do Major.
Não foi arrombado nem usaram bazuca, foi aberto com a própria chave.
Com
a própria chave! Exclamou o Major, não pode ser. O General não passava aquela
chave nem para as mãos do avô e muito menos para as minhas pelo que eu não
podia abrir o cofre por não ter a chave e por necessitar de alguns outros
elemento. Dito isto voltou a soltar nova e estridente gargalhada.
Saia
imediatamente! Ordenou o Coronel em tom colérico, saia antes que o mande
prender.
O
Major dirigiu-se para a porta, mas não deixou de retrucar. Preso! Seria
engraçado! E saiu imediatamente antes que a ameaça fosse cumprida.
O
General Arménio Teixeira e o diretor da PJM ficaram conversando enquanto esperavam
a chegada do Capitão Torquato mas passados 30 minutos cansados de esperar
abriram a porta e perguntaram pelo Capitão ao funcionário que trabalhava na
sala ao lado. Este depois de consultar umas fixas respondeu: O Capitão não veio
hoje.
O
Coronel voltou ao gabinete do General dizendo: Pronto já temos o nosso culpado,
não veio hoje e certamente não virá nunca mais, fugiu. Vou já fazer a
participação e sentou-se à secretária e iniciou o preenchimento do imprenso
próprio para esse efeito. Tão entretido o Coronel estava naquela tarefa que nem
deu pela entrada de um sargento na sala, que veio entregar uma pasta de couro
ao general dizendo-lhe que ele a tinha deixado na tarde anterior sobre uma
secretária num outro gabinete.
O
General agradeceu e sorrateiramente foi meter a pasta numa gaveta da sua mesa
de trabalho. Em seguida foi até junto do Coronel Faria de Freitas dizendo: Deixa isso que eu faço a
participação. Vamos até à cantina beber um Whisky.
Será
que os nossos detectives nos contam pormenorizadamente o que ali se passou?
E
pronto.
Apresentado
o caso, é chegada o momento dos nossos “detectives” entrarem em acção, tentando
dar resposta ao apelo do autor e depois das leituras necessárias, responderem,
impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Março, podendo usar um dos seguintes
meios:
-Pelos Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar, n.º 23, 2125-109
MARINHAIS;
-Por e-mail para um dos endereços: lumagopessoa@gmail.com;
pessoa_luis@hotmail.com
ou luispessoa@sapo.pt.
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o
encontrem.
Boas deduções!
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