RESOLVIDO O MISTÉRIO DA CARTEIRA DESAPARECIDA!
Enquanto esperamos pelos
primeiros resultados classificativos, que não vão tardar e que serão publicados,
recordamos, no blogue CRIME PÚBLICO, que pode ser acedido em http://blogs.publico.pt/policiario,
vamos conhecer as soluções que os respectivos autores dão aos enigmas que
compuseram a prova n.º 1:
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL - 2013
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 1
PARTE I
O MISTÉRIO DA
CARTEIRA DESAPARECIDA – Original de TRYIT
A coisa principal que não joga
bem é a questão da chuva. Se tudo se passou como é dito e não foi desmentido,
choveu durante todo o jogo, sem parar e o João não tinha guarda-chuva, portanto
tinha de estar completamente encharcado, já que não chegou a entrar em casa, ao
que afirma, porque a mulher tinha ido visitar a mãe e ele esqueceu-se da chave.
Assim sendo, o casaco não poderia
estar muito bem tratado e cuidado como é afirmado, mas sim amachucado,
amarfanhado, completamente encharcado.
Também ficamos a saber que não
era esse o caso porque o casaco foi depositado na mesa do bilhar, entre os dos
amigos, um em baixo, outro em cima, o que faria com que estes também ficassem
molhados pelo contacto, se ele estivesse efectivamente encharcado.
Portanto, o João não tinha a
carteira, nem as chaves com ele, porque o casaco não era o mesmo que ele levou
ao futebol. O Tropas confirmou que o João pagou as bebidas no campo de futebol,
portanto tinha a carteira com ele. Logo, ele passou mesmo por casa ou por algum
local onde trocou de casaco, deixando a carteira, provavelmente para não ter de
pagar as bebidas no café.
PARTE II
UMA FESTA DE ARROMBA!
– Original de I. F.
Resposta correcta: C – A Menina C
porque se lembra de tudo tão bem, mas mente naquilo que diz.
Pelo texto verifica-se que esta
investigação é feita muito tempo depois das ocorrências porque o próprio agente
acha ridículo que o chefe quisesse esclarecer o caso tanto tempo depois.
A cena passa-se no dia em que
todos os algarismos mudaram e isso só aconteceu, no último milénio, na viragem
do ano 1999 para 2000, altura em que a Menina C afirma ter vasculhado os bolsos
dos seus parceiros de folia, para conseguir reunir os euros necessários para
pagar a conta, já que o multibanco do bar não estava operacional.
Esta afirmação, proferida no
momento da inquirição pelo agente poderia fazer todo o sentido, muito tempo
depois da ocorrência, mas naquela altura a moeda que circulava ainda era o
Escudo. O Euro apenas entrou em circulação em Portugal no dia 1 de Janeiro de
2002. A Menina C poderia ter vasculhado para reunir os Escudos, mas não os
Euros.
COMENTÁRIO
Num problema maneirinho, com um
grau de dificuldade relativamente reduzido, foram produzidas soluções de bom
nível, se bem que, em certos casos, elaboradas de forma anárquica.
Na verdade, os novos “detectives”
mostraram alguma dificuldade na elaboração dos seus relatórios, o que é
perfeitamente natural, face à sua inexperiência. De qualquer das formas,
genericamente, os resultados foram muito bons.
O primeiro aspecto a ter em conta
é o da correcta interpretação dos dados fornecidos, em que praticamente todos
estiveram muito bem. Depois, foi a questão da transmissão das conclusões
retiradas, em que muitos confrades sentiram algumas dificuldades.
Embora correndo o risco de nos repetirmos,
queremos relembrar os nossos confrades que um problema policiário é como um
organismo vivo, que tem de ser compreendido e estudado, para depois lhe
podermos dar o alimento necessário para a sua solução plena. Nunca uma resposta
dada depois de uma leitura precipitada conduziu a bons resultados. Daí que se
torne indispensável que o texto seja convenientemente lido, numa primeira fase,
para entendimento da globalidade da história que está a ser apresentada.
Depois, há que fazer uma nova leitura, desta feita mais pormenorizada e às
parcelas, por exemplo, parágrafo a parágrafo, anotando numa folha de papel os
aspectos que possam ser relevantes para a solução, incluindo as consultas a
fazer, para esclarecimento das dúvidas.
Inicia-se, então, o trabalho de
trazer ao problema a informação recolhida fora, na internet, em enciclopédias,
em consultas pessoais, etc.
Uma vez de posse da estrutura
geral dos dados fornecidos pelo próprio problema e daqueles que recolhemos nas
nossas consultas, arquitectamos uma proposta de solução para o caso, com as
justificações adequadas para todas as deduções.
Finalmente, há que fazer o teste,
ou seja, partir da solução que encontrámos e testá-la em todos os passos, para
termos a certeza que não há espaço para outras interpretações.
Outra questão relaciona-se com o
que é necessário para ter a pontuação máxima e isso já tem a ver com a
indicação de TODOS os pormenores incriminadores que cada problema apresenta.
Não é suficiente chegar à solução com apenas um pormenor, se existem mais no
problema. O dever de um “detective” é dar a quem vier a julgar o criminoso,
todos os indícios que conduzam à sua condenação, mesmo que bastasse apenas um e
só assim cumprirá correctamente a sua missão e terá direito aos 10 pontos em
disputa.
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