DESVENDADO O MISTÉRIO DA ARMA DESAPARECIDA
Encontram-se já à disposição dos nossos leitores e
“detectives” os resultados e pontuações obtidas na prova n.º 3 das nossas
competições desta época, no blogue CRIME PÚBLICO, que pode ser acedido em http://blogs.publico.pt/policiario.
Lá poderão verificar as pontuações obtidas e fazer o
ponto da situação para o que resta do Campeonato Nacional. De qualquer forma,
queremos ressaltar o ainda elevado número de “detectives” que acumulam a
totalidade dos pontos em disputa, o que indicia que vamos ter uma competição
muito renhida, à semelhança, aliás, do que vem sendo habitual. E se alguns
confrades afirmam que isso se deve ao facto dos problemas, até aqui, terem sido
muito acessíveis, a nossa experiência diz-nos que há um maior cuidado dos
“detectives”, que se traduz em melhor qualidade na feitura das propostas de
solução.
Naturalmente, a competição vai tornar-se um pouco
mais dura, à medida que avança no tempo e o número de totalistas vai
reduzir-se, mas isso não invalida que cada qual faça o seu melhor, que cada
qual encontre o seu desafio, a sua marca a obter. Num campeonato apenas um
poderá ser campeão absoluto, mas cada um de nós pode e deve ser o “campeão” do
seu próprio campeonato, com a ambição de se chegar mais à frente e no futuro,
quem sabe, como produto dessa contínua evolução, chegar a número um!
Entretanto, vamos verificar como a dupla A Raposo
& Lena deu solução aos seus enigmas que compuseram a prova n.º 4:
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2013
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 4 - de A. RAPOSO & LENA
PARTE I – “TEMPICOS E O BACALHAU À PRESSUPOSTO”
Para se chegar à solução é preciso ordenar os factos
enumerando-os:
1º- Análise das balas, das cápsulas e calibres em
função das armas da panóplia.
2º- Análise das datas das ocorrências, local da
acção, controle das horas e situação meteorológica.
3º - Conclusões.
Analisemos o ponto 1:
A bala que ficou na cabeça da vítima, matando-a, era
de calibre 6,35 mm e a que se retirou do muro de 9 mm. Não se encontrou cápsula
junto ao corpo.
Das armas da panóplia só uma tem falta de munição e
corresponde à que foi encontrada no murete, ou seja, a que tem de calibre 9 mm.
As restantes três armas estão carregadas
inclusivamente a que tem o mesmo calibre da que atingiu a vítima.
Conclusão: A arma que disparou e matou o capitão
desapareceu, bem como a respectiva cápsula. Recordemos que o capitão só limpava
e recarregava as suas armas às terças-feiras e a acção decorre ao domingo.
Logo, alguém levou a arma e a cápsula e meteu na mão do capitão uma das suas
armas da panóplia. Logo, foi crime e não suicídio.
Análise do ponto 2:
Se a porta da rua estava fechada à chave quando
Tempicos chegou e foi a velhota com a sua chave que a abriu, conclui-se que
alguém que possuísse a chave da porta teria encenado o “suicídio”, sabendo que
a velhota levaria o seu tempo a descer as escadas o que lhe daria tempo para
colocar na mão do morto a arma, que teria já retirado da panóplia. Depois saiu,
fechando à chave a porta da rua. Lembramos que eram 13,30h e o sobrinho
Paulinho já saíra para almoçar.
A acção decorre na Primavera. O “jejum da carne”
mencionado sugere que os factos ocorreram na semana santa e o crime no domingo
de Páscoa. Dia 31 de Março de 2013.
Nessa altura o Benfica tinha 4 pontos de avanço na
tabela sobre o Porto. E foi naquele ano que Francisco foi entronado Papa.
Este dia foi de franca invernia. Os jornais do dia
seguinte afirmaram que houve na Grande Lisboa chuvas fortes, vento e frio.
Justifica-se Tempicos sair de casa com gabardina e chapéu mole.
Suspeitos e conclusões, no ponto 3:
O sobrinho Paulinho tem álibi que Tempicos
confirmou. A velha governanta não tem álibi, mas também não tem vantagem na morte
do patrão. Não herda e arrisca-se a perder o emprego.
O sobrinho Luizinho mente ao afirmar que esteve no
jardim quase duas horas a ler o jornal e a observar as crianças a brincar e os
velhos a jogar às cartas. Com o temporal não haveria ninguém que aguentasse
manter-se no jardim tanto tempo.
O facto de o sobrinho mentir só por si não prova a
sua implicação no caso mas investigações da polícia e inquéritos bem conduzidos
encurralariam o criminoso e levariam à confissão. É para isso que serve a
polícia, partir da investigação de um mentiroso e chegar ao criminoso
conseguindo a confissão, antes do julgamento.
PARTE II – O AMIGO BENEVIDES
Solução correcta: C - SIMÃO
Neste problema encontramos três indícios básicos que
ligados induzem à descoberta do caso:
1º A palavra pouco corrente “zelote” encontrada no
texto como pertencente ao sobrinho malandreco.
2º O facto de Benevides ser um reputado e
reconhecido conhecedor de arte antiga e afirmar que comunicava por analogias.
3º O Leonardo que aparece na história como o que
afirma que “ele” é o último da direita
A palavra “zelote” é sinónimo de falso mas também
indicia um grupo de indivíduos judeus do tempo de Cristo, que se opunham a
Roma.
No quadro do Leonardo da Vinci – o fresco conhecido
pela última ceia, tem ao fundo, à direita, SIMÃO, o zelote.
Leonardo da Vinci não se limitou a pintar a “Ultima
Ceia”, fez vários estudos prévios dos apóstolos e inclusivamente desenhou as
figuras e assinalou os respectivos nomes.
Tudo se encontra na internet. Basta fazer a busca…
Para a solução do nome do sobrinho que Benevides
sabe que o quer liquidar, terá que se indicar o nome C) Simão.
Chega-se lá, como diria Hercule Poirot, juntando os
três fios à meada.
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