QUEM
ATENTOU CONTRA O MAJOR VALENTE TENRINHO?
É tempo de mais um desafio à capacidade
dos nossos “detectives”, inserido nas competições desta época, de autoria do
nosso “brasileiro”, recém regressado, Rip Kirby.
CAMPEONATO NACIONAL
E TAÇA DE PORTUGAL
PROVA N.º 4 –
PARTE I
“AFINAL ELE NEM
ESTAVA LÁ…” – Original de RIP KIRBY
Valente Tenrinho, senhor de apreciável
fortuna, era conhecido por Major. Começara a carreira como soldado, mas o estudo
dera-lhe a possibilidade de chegar a Major. Passou à reserva nesse posto. Fizera
a carreira na E.P. de Artilharia como amanuense, excepto em duas comissões em
Angola. A primeira como 2º sargento numa Com.ª de Art.ª no Norte da província
no início da guerra. A segunda também em Angola, Luanda, como chefe dos serviços
de manutenção de armamento. Dizia-se, que foi durante estas comissões que ele ganhara
a sua fortuna. Na primeira comprando produtos por preços muito abaixo dos apresentados
nos serviços da companhia e usando pesos falsificados. Na segunda era mais grave.
Dizia-se que vendia armamento aos grupos guerrilheiros. Se era verdade,
ignora-se, o caso nunca foi investigado, por vezes foram apreendidas armas, nas
mãos de negros, cujos números constavam
nos cadastrados do exército português e que nunca tinham sido distribuídas a
qualquer militar.
Mas esta história não nos interessa, ela
apenas tem a função de nos introduzir nos meandros da história que vamos
contar.
Tinha o Major, predilecção por
miniaturas de peças de artilharia com as
quais costumava saudar os seus visitantes com algumas salvas. Num dia 9 de
Junho, a casa do Major estava repleta de convidados, que começaram a chegar
logo pela manhã, reunindo-se no jardim da frente da moradia, para o almoço do
dia seguinte, comemorativo do dia de Portugal.
Entre os convidados, do dono da casa, estavam
militares, civis amigos do Major e alguns familiares. Nesse dia, véspera do
grande evento, iria acontecer um repasto para preparar os estômagos para o
banquete do dia seguinte. Como de costume o
Major não quis dar início à festa sem as usuais salvas pelas suas
miniaturas. Estas encontravam-se sobre a mesa de trabalho do Major, no seu
gabinete, viradas para um dos topos da sala onde havia sido colocado um alvo.
Os convidados estavam no lado oposto da sala.
Para proceder
aos disparos era aquecida uma agulha num bico de gás, e posteriormente
introduziada no respectivo orifício provocando a explosão da pólvora lá
colocada.
Entre os convidados encontrava-se Armando Roboredo,
sobrinho do Major que morava na mesma casa, filho de uma irmã deste e de um capitão do exercito morto em Angola,
em condições estranhas, quando da segunda comissão do Major. Apaixonado pelo aeromodelismo,
e alegando não estar interessado em
tiroteios, foi para o jardim onde colocou no ar o modelo de um Fiat da FAP.
As salvas começaram e quando faltava apenas disparar
uma peça, o telefone tocou.
O Major deixou a ponta de aço a aquecer e
sentando-se à secretária levantou o oscultador para atender. Mal ele executou
este gesto um reflexo iluminou e simultaneamente um estrondo fez tremer toda a
sala. Os convidados, ficaram paralisados pelo terror e também pela nuvem de
fumo que escureceu todo o ambiente. Quando a fumaça se dissipou e os ânimos ficaram mais calmos os convidados
viram o Major debruçado sobre a
secretária sem se mover.
Chamem um médico! alvitrou alguém. Não é preciso,
respondeu outro, sou médico, é melhor
chamar a polícia, o Major está morto.
Chegada a polícia assegurou-se de que nada havia
sido mexido e iniciaram os interrogatórios tentando encontrar algum suspeito
para a autoria do crime. Não havia dúvida de que se tratava de um homicídio.
Os agentes procediam aos interrogatórios
preliminares e o Inspector observou a mesa onde tudo ocorrera. O tampo
mostrava-se muito danificado, do telefone restava o oscultador que se mantinha na mão da vítima. A miniatura da peça, fundida em
bronze ficara reduzida a pó. Sobre a mesa viam-se ainda alguns bocados de fios
electricos possivelmente pertencentes ao telefone.
Foram constituídos 3 suspeitos. Jerónimo de
Albuquerque, capitão do exército na reserva; Fernando Mergulhão 1º sargento que
não terminara o curso da Escola Central
de Sargentos; e Alberto Xavier, Major já aprovado, havia dois anos, para ser
promovido a Tenente Coronel mas cujo
despacho não saía dos gabinetes.
Dos interrogatórios nada de útil se apurou, foi
provado que nenhum dos suspeitos podia ter preparado aquela armadilha, mas
corriam uns murmúrios sobre os motivos que cada um dos suspeitos teria para desejar
a morte do Major,
Jerónimo de Albuquerque fora passado à reserva
compulsivamente por ter colocado em dúvida a honestidade do Major o que não
conseguiu provar. Fernando Mergulhão não terminou com aproveitamento o Curso da
Esc. Cent. de Sarg. por ter sido reprovado numa disciplina ministrada pele
Major. Finalmente dizia-se que a promoção de Alberto Xavier estava a ser
atrasada por influência do Major.
Passara uma hora desde que a tragédia acontecera
quando Armando Roboredo entrou na sala perguntando o que se passava ali. Como
resposta perguntaram-lhe onde tinha estado. No Jardim fazendo voar o seu Fiat.
Voltara porque se acabara o combustível. Também das declarações de Armando nada
se apurou, os empregados diziam que Armando culpava o tio pela morte do pai,
mas isto, possivelmente, não passava de mexericos. O jovem dava-se bem com o
tio.
O que teria acontecido aqui? Justifique.
E pronto.
Resta aos nossos “detectives” elaborarem as
propostas de solução e enviarem-nas, impreterivelmente até ao próximo dia 31 de Maio, para o que poderão
usar um dos seguintes meios:
- Pelos Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23,
2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail para um dos endereços:
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer
que o encontrem.
Boas
deduções!
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