ESTÃO DECIFRADOS OS DESAFIOS DA PROVA
4!
Com as pontuações da prova n.º 3 já
acessíveis no blogue Crime Público, em http://blogs.publico.pt/policiario,
vamos hoje tomar conhecimento das soluções oficiais dos dois desafios que
formaram a prova n.º 4.
Qualquer dos problemas apresenta
situações que, ou muito nos enganamos ou vão causar grandes complicações a
alguns “detectives” menos atentos. Sobretudo no que se refere à parte II, de
autoria do confrade Inspector Boavida, que apresentou um desafio que exigia
alguma consulta e mais uma redobrada dose de atenção, que terá faltado em
muitos casos!
Por vezes os nossos leitores referem
que abusamos nos alertas que vamos deixando, no sentido de terem a máxima
atenção na leitura e interpretação dos elementos que cada autor coloca nos seus
problemas, mas a realidade é que é nesses pormenores que se decidem as
competições e são a chave de sucesso para os “detectives” que aparecem mais vezes
nos lugares cimeiros.
Vamos acompanhar as soluções que os
autores A. Raposo & Lena e Inspector Boavida criaram para os seus desafios:
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE
PORTUGAL – 2016
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 4
PARTE I – “TEMPICOS E OS TRÊS AMIGOS”
– de A RAPOSO & LENA
Neste caso temos que investigar
primeiro as personagens (suspeitos) que entram na história, pois ninguém do
exterior poderia vir a ser suspeito.
Dois dos três sobrinhos da vítima
estão fora, um em Madrid, outro no Porto, não podendo fazer parte dos
suspeitos.
Na casa estavam a criada e o
jardineiro bem como os dois velhos amigos mais a sobrinha Paula que acaba
saindo posteriormente.
Na confecção do chá, na cozinha,
estaria a Maria a aquecer a água ao mesmo tempo que informava a Paula sobre as
compras a fazer para a casa.
É enquanto a água aquece e Maria se
dirige ao jardim pedir ao jardineiro um pezinho fresco de hortelã, que a Paula
tem oportunidade para colocar no caneco do tio que era diferente (tinha tampa)
das chávenas dos amigos.
É possível entrar com a suspeita
sobre a Maria que teria também oportunidade de juntar veneno ao caneco. Mas
aqui não aparece qualquer vantagem para ela para além de perder o emprego, por
morte do patrão. Nós gostamos – mesmo nos problemas policiais – de alguma lógica.
Ninguém mata por desporto!
Maria não era herdeira mas unicamente
os três sobrinhos em igual percentagem, não havendo testamento.
Porém há algum tempo que Antunes
desconfiava de que lhe estavam a preparar a viagem para o além. Só que não
tinha provas!
Quando se apercebeu que estava a
ficar sem condições de falar e com pouco tempo para comunicar, resolveu
utilizar o alfabeto egípcio antigo, como pista para os seus amigos mas para
ocultar a informação à sobrinha.
A letra P corresponde ao rectângulo.
Seria a pista para a polícia poder
“apertar” a sobrinha Paula e levá-la à confissão.
Com isso, a herança ficaria só para
os sobrinhos ausentes se tudo se descobrisse e fosse levantado o manto diáfano
da fantasia à nudez forte da verdade.
PARTE
II – “A CRIATURA VISITA O CRIADOR” – de INSPECTOR BOAVIDA
Resposta: alínea a) pedir uma
audiência ao Presidente da Câmara, Rui Rio.
Numa primeira e menos atenta leitura
do problema poder-se-ia pensar que a ação decorre no dia 10 de dezembro de
2015, duas semanas após a tomada de posse do XXI Governo Constitucional,
liderado por António Costa, viabilizado a contragosto por Cavaco Silva, por já
não poder dissolver a Assembleia da República. E aí a resposta certa seria a
alínea b): visitar o Museu do Futebol Clube do Porto. Mas… a responsabilidade
pela Pasta da Cultura era de uma mulher (leia-se ministra)! E o responsável
pela Pasta da Cultura do Governo de António Costa é… um ministro.
Até hoje apenas três mulheres
lideraram o Ministério da Cultura em Portugal, mas somente uma integrou um
Governo empossado a contragosto pelo Presidente da República: Maria João
Bustorff. Logo, a ação decorre duas semanas após a tomada de posse do XVI
Governo, chefiado por Pedro Santana Lopes. Jorge Sampaio, que preferia optar
pela dissolução do Parlamento, decidiu ceder a Durão Barroso, quando este
colocou como condição para aceitar ser Presidente da Comissão Europeia, que
aquele seu companheiro de partido fosse indigitado Primeiro-Ministro. Portanto,
a ação decorre a 31 de julho de 2004. E nessa altura quem dirigia os destinos
do Porto era… Rui Rio.
Pedir uma audiência a Rui Rio,
enquanto Presidente da Câmara Municipal do Porto, no dia 31 de julho de 2004
era, assim, o único dos desejos do subchefe Pinguinhas passível de ser
concretizado. Assistir a um concerto de Pedro Burmester no Porto nessa data era
impossível de concretizar, uma vez que aquele pianista decidira, em 2003, em
protesto contra a política cultural municipal, não tocar mais naquela cidade
enquanto Rui Rio fosse Presidente da Autarquia, o que gerou uma polémica de
grande projeção mediática. Por outro lado, o desejo de visitar o Museu do
Futebol Clube do Porto era também impossível de concretizar, simplesmente
porque nessa época esse equipamento não passava ainda de um sonho anunciado,
tendo sido inaugurado apenas em 28 de setembro de 2013 por altura das
comemorações do 120.º aniversário da fundação do clube. O mesmo se passa com a
desejada ceia no restaurante DOP, que só abriu as suas portas em 2010, apesar
de projetado pelo chef Rui Paula desde 2004.
Outro facto que remete a ação do
problema para meados da primeira década deste milénio é a circunstância do
subchefe Pinguinhas ter surgido no mundo policiário apenas em 2006 (como se
pode constatar no site do confrade Daniel Falcão, Clube dos Detetives, no link
“Todos os Enigmas”) e a sua viagem ao Porto ter como um dos principais
propósitos fazer com que o seu criador o inscreva finalmente nestas lides…
2 comentários:
Diz-se na Secção de hoje:
"Com as pontuações da prova nº 3 já acessíveis no blogue Crime Policiário"...
----
Todavia... não estão ainda na totalidade. E já lá vão dez dias---
"Inspector Aranha"
O confrade Inspector Aranha tem carradas de razão, como sempre!!
Sá há um culpado e esse... é conhecido e está a dar a cara. A falta de tempo não justifica tudo e por isso aqui fica um formal pedido de desculpas...
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