domingo, 31 de julho de 2016

POLICIÁRIO 1304


  
  NO XXV ANO DE POLICIÁRIO

UMA FIGURA: RIP KIRBY - BARREIRO

O confrade Rip Kirby foi uma das grandes figuras do Policiário no PÚBLICO, como havia já sido no passado em outros espaços.
Natural de Olhão e residente no Barreiro, este confrade conseguiu tornar-se um dos produtores mais prolixos e celebrados, mercê de uma especial mestria para encontrar mistérios em situações aparentemente vulgares.
Quando deixou o nosso país e se fixou no Brasil, continuou sempre ligado a nós, participando nos torneios, obtendo mesmo o título máximo de Campeão Nacional na modalidade de decifração.
Membro e fundador da Tertúlia Policiária Valtejo e mais tarde da Tertúlia Policiária da Liberdade, este confrade, recentemente falecido, deixou marca de relevo ao longo das últimas décadas da nossa modalidade, merecendo o respeito e admiração de todo o nosso Mundo Policiário.
Ficaram célebres os convívios organizados no Barreiro, em conjunto com o Inspector Moka, que originavam autênticas romarias de “detectives” e que se prolongavam por horas e horas de acalorados debates.
Numa altura em que pretendemos deixar testemunho dos confrades que nos acompanharam ou acompanham nesta longa maratona de 25 anos, a referência a Rip Kirby torna-se inevitável e inteiramente merecida.
Recordamos hoje um dos seus problemas, que deixamos como um passatempo de férias para os nossos leitores testarem os dotes de investigador e “detective”.


“MISTÉRIO EM NOITE DE LUAR”
ORIGINAL DE RIP KIRBY – BARREIRO


Era uma formosa noite de Janeiro. Estava frio, é verdade, mas no céu não se via uma nuvem e lá no alto, embora já se aproximando do Ocaso, a Lua Cheia iluminava a Terra com a sua luz pálida.
Cerca das 05h00m da madrugada, mais minuto menos minuto, alguém, não identificado, telefonou para a esquadra de Polícia informando que em determinado andar de um prédio situado em certa rua tinha acontecido um crime. O informante disse que ouvira um tiro.
Chegado ao local o piquete da Polícia, depois de tocar a campainha e não obtendo resposta, resolveu arrombar a porta.
Efectivamente foi encontrada uma jovem estendida no chão, entre um sofá e uma mesa de centro, tendo no temporal direito o ferimento provocado por uma bala. A arma usada, uma pequena bareta havia sido atirada para debaixo de um móvel. Sobre a mesa, atrás referida, encontrava-se um balde com pedras de gelo já meio fundido e uma garrafa de champanhe aberta com o conteúdo intacto. Havia também dois copos próprios para o consumo da bebida referida.
O tiro fora disparado de muito perto pois o ferimento, além de outros sinais característicos dessa circunstância, tinha os bordos queimados e sinais de pólvora. O derramamento de sangue, devido à cauterização do ferimento, não tinha sido muito grande.
A vítima envergava roupas caras, mas bastante ousadas. Nas costas de um sofá repousava, como que atirado para ali ao acaso, um casaco de peles. Junto do casaco estava uma bolsa no interior da qual foram encontrados os documentos da vítima. Tratava-se de uma cidadã mexicana de nome Marga Romero que trabalhava como stripper num clube noturno da cidade.
Tão depressa quanto foi possível a Polícia iniciou as investigações. No clube, onde trabalhava a jovem, informaram que ela havia saído do estabelecimento pouco depois das 04h30m. Saíra sozinha, mas o porteiro informou que na rua alguém a esperava num carro. Ainda, por informações obtidas no clube, soube-se que a jovem naquela noite confraternizara com quatro clientes já bastante conhecidos cujos nomes foram fornecidos. Ainda não eram dez horas já a polícia havia interrogado os quatro indivíduos sinalizados.
Amílcar Cardoso, técnico de informática, declarou ter saído do clube com o seu vizinho e colega de trabalho cerca das seis horas da madrugada. Saíram tão tarde, ou cedo, porque era Sábado e não iriam trabalhar.
Óscar Afonso, técnico de informática tal como o seu vizinho, confirmou as declarações do seu colega.
António Fonseca, Inspetor aposentado da PJ, actualmente trabalhando como detective particular. Convidou os investigadores a entrarem. Disse que de facto estivera no clube naquela noite,  mas tinha saído cedo, cerca das 04h30m. Até tinha trazido de lá uma garrafa de champanhe pois pensava em telefonar a uma garota para lhe ir fazer companhia, mas não conseguira contactar com ela. Acabara por não beber o champanhe e ficar sozinho.
Enquanto um dos agentes recolhia as declarações o outro deu uma volta pela casa que até nem era muito grande, um quarto, uma cozinha e uma saleta de entrada. Este agente informou mais tarde o colega de que não tinha visto nada de anormal, nem sequer qualquer sinal de bebidas alcoólicas.
José Jeremias conhecido por “O Morcego”, não tinha profissão conhecida, mas nunca lhe faltava dinheiro. Irritado com o interrogatório afirmou desabridamente, que saíra do clube era já quase dia. Normalmente era sempre o primeiro cliente a entrar e o último a sair.
Todas estas declarações foram confirmadas pela gerência do Clube.
O médico legista que, contra o que é habitual, compareceu no local do crime pouco depois da chegada da polícia, depois de examinar a vítima, afirmou que a morte deveria ter ocorrido bastante perto da hora a que foi dado o alarme pois o corpo ainda não se encontrava frio.
Depois destas investigações a polícia depressa concluiu quem tinha sido o assassino. E os meus amigos quem acham que foi?


A) — José Jeremias
B) — Amílcar Cardoso
C) — António Fonseca
D) — Óscar Afonso

E pronto.
O confrade Rip deixou este desafio, curiosamente e em contraste passado em época de frio, que vamos aproveitar para, também nós, desafiarmos as “células cinzentas” dos “detectives”, em férias bem quentes, entre dois mergulhos refrescantes. E quem não tiver a sorte de estar em férias, pode aproveitar um intervalo, um momento de descompressão para desafiar as suas capacidades dedutivas.
Em breve revelaremos a solução.


Boas férias, para quem as tem!

quinta-feira, 28 de julho de 2016

O MISTÉRIO DA "PEN" PERDIDA

FOMOS ADIANDO A COMUNICAÇÃO, NA SECRETA ESPERANÇA DE QUE A "PEN" FOSSE RECUPERADA.

NUMA DAS VIAGENS DIÁRIAS DE LISBOA PARA MARINHAIS, COM 3 PARAGENS PELO MEIO NUM POSTO DE ABASTECIMENTO, NUM SUPERMERCADO E NUMA LOJA DE PRODUTOS AGRÍCOLAS, A "PEN" DESAPARECEU!

NÃO SABEMOS SE FUGIU POR MAUS TRATOS OU SE SIMPLESMENTE SE PERDEU. O QUE SABEMOS É QUE TODA A INFORMAÇÃO LÁ CONTIDA, CLASSIFICAÇÕES, PROBLEMAS E SOLUÇÕES, TEXTOS, TUDO PASSOU À HISTÓRIA!

COM A AJUDA DO CONFRADE DANIEL FALCÃO, AS CLASSIFICAÇÕES ATÉ À PROVA 3 FORAM RECUPERADAS E ESTAMOS AGORA A RELER AS SOLUÇÕES DO 4 PARA RECLASSIFICAR E PUBLICAR...

PEDIMOS A TODOS OS CONFRADES UM POUCO MAIS DE PACIÊNCIA E AOS AUTORES DOS PROBLEMAS JÁ PUBLICADOS E DE QUE AINDA NÃO SAÍRAM AS SOLUÇÕES, QUE NOS FAÇAM CHEGAR CÓPIA DOS FICHEIROS.
O MESMO PEDIMOS AOS AUTORES DOS PROBLEMAS E SOLUÇÕES AINDA NÃO PUBLICADOS.

LAMENTAMOS O OCORRIDO, FRUTO DE PENSARMOS QUE ESTAS COISAS NUNCA ACONTECEM E NÃO HAVERMOS FEITO CÓPIAS DE SEGURANÇA.

MAIS UMAS FÉRIAS ESTRAGADAS...

domingo, 24 de julho de 2016

POLICIÁRIO 1303





NO XXV ANO DE “POLICIÁRIO”

UMA FIGURA: JARTUR


O confrade Jartur não pode ser apenas conhecido e reconhecido pelo imenso trabalho que tem vindo a desenvolver na recolha e compilação de todos os documentos que se relacionem com o nosso passatempo, no Arquivo Histórico da Problemística Policiária Portuguesa (AHPPP), uma realidade já bem presente.

Tratando-se de um confrade com mais de cinco décadas de Policiário, de que se assumiu divulgador de excelência, quer na orientação de múltiplos espaços em jornais e revistas de expressão nacional, quer como decifrador de enigmas, com variados torneios e prémios conquistados, quer ainda como produtor de excelentes problemas policiais, torna-se difícil definir os pontos mais altos de uma vida dedicada ao nosso passatempo.

Talvez por isso mesmo, este nosso confrade nascido em Aveiro e residente na cidade do Porto, tem marcado sucessivas gerações de policiaristas, mercê do seu estilo desprovido de qualquer conflitualidade ou arrogância, apesar de possuir um currículo absolutamente impressionante.

Após muitas décadas de orientação de secções e de participação activa nos torneios que proliferavam, respondendo aos desafios e elaborando intricados problemas, que faziam as delícias dos “detectives”, Jartur abraçou um projecto notável quando, sem quaisquer meios adicionais, se lançou na recolha de todos os indícios da presença de policiário em Portugal, para organizar o AHPPP, não perdendo nunca de vista o que se vai fazendo em termos da problemística policiária, fazendo parte da Tertúlia Policiária do Norte e sendo o patrocinador do troféu “Lupa de Honra”, com que tem distinguido os mais ilustres vultos do nosso passatempo.

O Jartur é hoje uma das figuras maiores e mais respeitadas do nosso “pelotão” policiário, mercê de uma postura que sempre se manifestou equilibrada e simples. Nunca negou a sua ajuda quando solicitado para produzir um problema policiário e por isso vamos publicar hoje um dos seus desafios, que viu a luz do dia no semanário regional “O Almeirinense”, no dia 15 de Julho de 2007, na secção Mundo dos Passatempos, superiormente orientada pelos “Três Zés”, o Zé propriamente dito (o de Viseu), o Zé dos Anzóis (o Inspector Aranha, de Santarém) e o Zé da Vila (o M. Constantino, de Almeirim).


VAMPIROS DE PRATA
Um problema de JARTUR

 “Vampiros de Prata” era o nome da heróica esquadrilha que se exibia naquelas manobras militares, efectuadas numa extensa região montanhosa…
Durante a manhã, no decurso dos exercícios, os aparelhos supersónicos sulcaram o céu em todas as direcções, desenhando, a velocidades incríveis, as mais arriscadas acrobacias.
Incapazes de dar valor às suas próprias vidas, os pilotos lamentaram sinceramente a morte do sargento Barradas, cuja causa foi atribuída à temeridade dos jovens aviadores.
O corpo caíra da alta pedreira, quase verticalmente, parcialmente despedaçado, junto à base da elevação de onde se despenhara.
Como é costume fazer-se nestes casos, foi aberto um inquérito para tentar apurar as causas do sucedido. Com os depoimentos das testemunhas oculares, elaborou-se o respectivo processo, de modo a encontrar-se a quem (ou a que) atribuir as responsabilidades do acidente.
O cabo Félix, única pessoa que no momento do desastre se encontrava próximo do sargento Barradas, afirmara aos inquiridores:
– Nós estávamos a planear o itinerário para o exercício da tarde, quando ouvi o ruído dos jactos. Voltei-me imediatamente e, ao aperceber-me de que eles vinham na nossa direcção, no máximo da velocidade e a pequena altura, atirei-me ao solo, gritando ao sargento que fizesse o mesmo. Ele, porém, não deve ter ouvido a minha advertência e… foi projectado no abismo...
Por sua vez, o major J. Ramos, comandante da esquadrilha, declarara:
– Efectivamente, nós picámos várias vezes, na velocidade máxima, sobre o sítio da pedreira, mas retomávamos altura sempre no momento conveniente, de modo a não fazer perigar a nossa própria vida ou a de qualquer pessoa que se encontrasse no solo. É muito estranho, pois, que o militar possa ter sido projectado pelo sopro de algum dos nossos aparelhos…

Quinze dias depois, em Tribunal Militar, foi o caso dado por encerrado, tendo-se concluído que…


Pois é, o confrade Jartur interrompeu a sua narrativa neste ponto e lançou o desafio a todos os leitores. É também o que vamos fazer, neste tempo de férias para alguns confrades e prenúncio das mesmas para outros, convidando todos os nossos leitores a desafiarem-se a si próprios e darem uma solução a este problema.
Só depois devem conferir com a solução que Jartur lhe deu e que vamos passar a divulgar:

Os “Vampiros de Prata”, não tiveram quaisquer culpas na tragédia ocorrida, e só o Cabo Félix é responsável por aquilo que aconteceu.
Ele mentiu, nas suas declarações, pois se os aparelhos eram supersónicos, e vinham na velocidade máxima - por conseguinte superior à do som - o Cabo não poderia ter ouvido o ruído dos jactos a tempo de se atirar para o solo e avisar o Sargento, pois o som só chegaria depois dos aparelhos.
Além disso, se o avião tivesse tocado no militar, este não cairia quase verticalmente da alta pedreira, mas seria projectado a grande distância, não se imobilizando, portanto, junto à base da elevação. Além disso, se as coisas se tivessem passado assim, o Cabo também teria sofrido consequências.
E, como é óbvio, seria demasiado arriscado para os pilotos, voarem, ainda que momentaneamente, a tão curta distância do solo.
Assim, considere-se que não houve, realmente, culpabilidade da parte dos aviadores.
Em virtude das mentiras formuladas pelo depoente, o mais provável é ter o Cabo assassinado o seu superior, após a passagem dos jactos, lançando-o então para o abismo.
                                                          



quinta-feira, 21 de julho de 2016

PONTUAÇÕES... CLASSIFICAÇÕES...

NADA ESTÁ ESQUECIDO!

APENAS NÃO TEM HAVIDO TEMPO DISPONÍVEL... E NÃO É POR CAUSA DAS FÉRIAS!

OU MELHOR, É MESMO POR CAUSA DAS FÉRIAS... DOS OUTROS, QUE FAZEM COM QUE O TRABALHO DE VÁRIOS COLEGAS RECAIA EM BEM MENOS...

CONFRADES E "DETECTIVES", APENAS UM POUCO MAIS DE PACIÊNCIA, QUE TUDO VAI "APARECER"...

OBRIGADO!


domingo, 17 de julho de 2016

POLICIÁRIO 1302


MEIO CAMPEONATO PERCORRIDO

Chegamos ao meio das nossas competições de 2016, com a publicação das soluções oficiais dos dois desafios que integraram a prova n.º 5.
A parte I, problema de características tradicionais, tem como autor o confrade Inspector Boavida, que nos traz ainda uma excelente notícia: Há uma nova secção policiária!

“O DESAFIO DOS ENIGMAS”
ABRE PORTAS NO QUINZENÁRIO “NOVO AUDIÊNCIA”

No jornal quinzenal “NOVO AUDIÊNCIA”, que se publica em Vila Nova de Gaia, o confrade Inspector Boavida, iniciou um espaço designado “O Desafio dos Enigmas”, que vai ser mais um divulgador do nosso passatempo e para o qual ficam, desde já, todos os “detectives” convidados.
A experiência do confrade, bem como a sua qualidade na produção e na decifração de enigmas policiários, são a garantia de que o nosso passatempo passa a dispor de mais um bom instrumento para divulgação dos inegáveis méritos do Policiário no desenvolvimento de um pensamento lógico e estruturado.
Os contactos poderão ser efectuados directamente para o orientador, pelo endereço salvadorpereirasantos@hotmail.com.
Para a nova secção, desejamos vida longa e objectivos cumpridos, para bem do Policiário!


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 5
PARTE I - “SMALUCO NO RÉVEILLON” - de INSPECTOR BOAVIDA

É verdade que o tipo de sangue mais raro do mundo é o AB Rh negativo, sendo encontrado em média apenas numa pessoa em cada 170. Mas isso não prova que aquele sangue seja de Smaluco, a não ser que um exame de ADN o comprove. Mas, mesmo assim, o detetive pode ficar descansado. Tudo o que aconteceu no CBS não passou de uma partida, na qual colaborou Natália Vaz, que no momento em que faltou a luz no salão cirandava feliz e sorridente pelo bar. E quando Smaluco lhe comunicou que era suspeito de ter assassinado o Dr. Brotas, por ser seu o sangue que constava do cartão-de-visita encontrado junto ao corpo, ela rebentou de riso, para desespero do seu amado.
Recorde-se que Smaluco considerou insólito o convite para participar na festa do CBS, onde não conhecia ninguém, embora não lhe fosse estranho um dos presentes, um tal sujeito de porte altivo e com modos de anfitrião (o dirigente que tinha a seu cargo a receção dos convidados): o médico analista (por quem passam vários tipos de sangue!). E isto pode explicar a origem do sangue com que foi escrito o seu nome. E o sangue até pode nem ser dele. É certo que aquele é o seu grupo sanguíneo, mas qualquer pessoa pode saber isso, desde que conheça alguém da sua intimidade (Natália) ou tenha acesso ao seu sangue recolhido para análises ou… à sua ficha de antigo funcionário da PJ.
E será que o tal jovem inspetor era mesmo… inspetor da PJ? Atente-se no facto de ele ter aparecido no CBS menos de uma hora depois de o tesoureiro do clube se ter ausentado com o propósito de telefonar para a polícia. E será que telefonou? A verdade é que o tal inspetor apareceu bem cedo demais, numa noite de fim de ano em que os efetivos de plantão são escassos, sem que antes tenha aparecido um guarda da PSP, como seria normal. Estamos portanto perante um falso inspetor da PJ, que se dispôs a fazer parte desta brincadeira de mau gosto para atormentar o pobre detetive Smaluco.
A forma como os convivas se encontravam vestidos (Cinha Quintal estava mascarada de pobre, Lili Malveira fantasiada de Marilyn Monroe, Gaya vestida de futebolista…), pode muito bem ser a prova de que aquele Réveillon tinha como mote o Carnaval. E, como muito bem sabemos, o Carnaval é pródigo em partidas, sendo fértil no uso de armas: espingardas, pistolas e… punhais. O que parece certo é que toda a gente sabia da brincadeira, exceto Smaluco, que acreditou mesmo no assassinato do presidente do CBS. Mas como é possível que não tenha percebido que ele não morrera?
Quando o tal falso jovem inspetor chegou ao CBS certificou-se de que o salão já tinha sido evacuado, o que quer dizer que todos os convivas foram afastados do local logo que o Dr. Brotas foi encontrado caído no chão, mal dando tempo a Smaluco para reparar que aquele não havia morrido. Até porque estava no meio de médicos das mais várias especialidades e acreditou que a morte fora imediata e devidamente certificada por aqueles. Mas, na realidade, o que acontecera fora simplesmente isto: conforme combinado, mal a luz do salão foi apagada, o Dr. Brotas aproximou-se o mais possível de Smaluco; Lili, Cinha e Gaya gritaram: “não empurrem!”, “cuidado, não me pisem!”, “larguem-me!”; o presidente do CBS encaixou um punhal de carnaval no lado esquerdo do seu peito, onde havia uma bolsa de sangue que rebentou, molhando-lhe a mão direita. Atirou-se de seguida para o chão e a sua mão esquerda ficou a segurar o punhal, deixando, antes, junto de si o cartão-de-visita com o nome de Smaluco. E a luz voltou!...

PARTE II – “O ASSALTO AO BOLO DE CHOCOLATE” – de PAULO

1 - O Luís não gosta de Chocolate nem de Morangos;
2- A Sofia será a quem está destinado o pão com passas;
3 – O Marco por ser o único que gosta de maçã é aquele a quem se destinam os folhados de maçã;
4- De 1, 2 e 3 conclui-se que o Luís não comeria o bolo de chocolate, a tarte de morango (1), o pão com passas (2) nem os folhados de maçã (3), ou seja o Luís ficaria com os croissants;
5 – Ficam ainda sem destino o bolo de chocolate e a tarte de morango;
6 – Como a Raquel é alérgica ao chocolate, fica com a tarte de maçã;
7 – Por exclusão de partes, o bolo de chocolate estava destinado à Beatriz;
8 – Como no texto é dada a indicação que quem “assaltou” o bolo de chocolate foi a criança a quem ele estava destinado, não restam dúvidas que terá sido a Beatriz a “assaltante”.


domingo, 10 de julho de 2016

POLICIÁRIO 1301

            




O INSPECTOR GARRETT PROCURA VÉNUS DE MILO
 E INVESTIGA MORTE DE D. LINA


Continuamos nas “asas” dos nossos confrades Búbalos Associados para mais um desafio, desta vez de resposta múltipla.
Trata-se de um problema que exige alguma atenção para que nada escape aos sentidos dos nossos “detectives” e não haja amargos de boca pela perda de qualquer ponto.
Relembramos que é indispensável indicação da letra correspondente à hipótese que for entendida correcta, podendo depois, se houver interesse e vontade, explicar os motivos que levam a optar dessa maneira e não de outra qualquer.
Vamos voar nas “asas da Vénus de Milo”… Enquanto aproveitamos para refrescar as ideias nuns mergulhos no mar ou na piscina!
Boas férias, para quem as tem!


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016

PROVA N.º 6 – PARTE II

AS ASAS DA VÉNUS DE MILO – Original de BÚFALOS ASSOCIADOS

     Pelas seis e meia da tarde, o 112 recebeu de um tal Raul Beleza um pedido de socorro para a moradia de D. Lina de Freitas, onde ela fora encontrada sem vida ao fundo das escadas do interior de sua casa. Deixara na queda vestígios de sangue nos degraus e nas paredes, provenientes sobretudo de uma grande ferida visível na nuca.
     A entrada na casa fazia-se directamente para uma grande sala que, por uma escada de tiro de 15 degraus, comunicava com o andar de cima onde se situava o escritório. Não havia qualquer telefone fixo e D. Lina não usava telemóvel. A casa era isolada, rodeada por um pequeno jardim e situada num pequeno beco mal iluminado, sem saída e terminando num alto muro. Das investigações realizadas o inspector Garrett apurou os seguintes dados:
    - D. Lina vivia sozinha, era viúva de um rico industrial do norte e dedicava-se há alguns anos a emprestar largas quantias em dinheiro, a troco da entrega de objectos de valor (jóias, obras de arte, etc.) cobrando elevados juros. Tudo era feito em dinheiro e sem recibos. Para aquele domingo de Dezembro tinha convocado pelo correio os quatro maiores devedores com o intuito de lhes fazer um ultimato, pois há muito já que os prazos tinham expirado e os juros atingiam montantes importantes.
    - No escritório, sobre a secretária, foi encontrado um papel com a ordem das entrevistas: às 15 horas Amílcar Santos, às 16 Raul Beleza, às 17 Luis Gomes e às 18 Daniel Aldeia. Garrett apurou que os quatro homens não se conheciam entre si e ao ser-lhes perguntado, em separado, como correra a conversa, declararam:
    - Amílcar disse ter chegado à hora aprazada e que a conversa com D. Lina fora rápida. Esperava poder pagar em breve, após fechar um negócio. Ela não lhe parecera nada bem- disposta e chamou-lhe a atenção uma estatueta em ouro, réplica da Vénus de Milo, poisada em cima da secretária. Perguntou-lhe pelo valor da peça ao que ela respondeu ser incalculável. Pesaria mais de 7 quilos, era em ouro maciço e o trabalho artístico devia ser valioso.
    - Raul disse ter chegado atrasado, pois morava bastante longe de Lisboa, e ter prometido pagar em breve. Saíra de volta a casa por volta das 16.45 e disse nem ter reparado em qualquer estatueta da Vénus de Milo em cima da secretária. Mais tarde, seriam seis horas, quase a chegar a casa, verificou que se tinha esquecido do telemóvel em cima da secretária da senhora. Voltou e, ao arrumar o carro à entrada da rua, ainda viu um vulto a correr na sua frente, levando algo debaixo do braço, mas não o reconheceria pois só o viu de costas. Encontrou a porta da rua escancarada e a D. Lina caída no chão ao fundo das escadas, aparentemente morta. Nem chegou a subir e chamou o 112, tendo tido o cuidado de esperar na rua sem tocar em nada. 
    - Luis declarou ter chegado um pouco antes da hora e ter reparado num carro estacionado perto, com alguém dentro lendo um jornal que lhe tapava a cara. Teve uma longa conversa com a senhora que lhe pareceu muito irritada, tentou acalmá-la e até lhe entregou uma importante verba para amortizar a dívida, em notas que ela colocou debaixo de uma curiosa réplica em ouro da Vénus de Milo. Prometeu pagar o resto em breve. Quando saiu, seriam quase seis horas, depois de fechar a porta da rua, recordava-se de ter visto o mesmo carro com uma pessoa dentro, estacionado ali perto.
    - Não foi fácil contactar com o Daniel, que disse ter andado todo o dia em compras de Natal e ter-se esquecido completamente da entrevista com a D. Lina. Mas não queria vir a perder o direito a reaver uma estatueta em ouro representando "uma mulher sem braços, nua da cintura para cima", que em tempos lhe tinha entregado como penhor de um avultado empréstimo. Só que ainda não tinha com que lhe pagar. E no fim exclamou: "Não me digam que aconteceu alguma coisa à gaja!"
    - O relatório médico da policia concluiu que a morte ficara a dever-se a uma fortíssima pancada na nuca com objecto muito duro, pancada que antecedeu a queda pela escada abaixo, a qual provocou outros ferimentos. Foi já depois dos interrogatórios que a polícia constatou que a Vénus de Milo não foi encontrada na casa, nem sequer dinheiro algum. Um cofre estava inviolado.
     E o inspector Garrett acabou por concluir que:

            A ) Não há indícios que permitam apontar um criminoso.
            B ) O criminoso teve claramente um cúmplice.
            C ) Pelo menos cinco pormenores denunciaram o criminoso.
            D ) Tudo indica que o Daniel mentiu e é ele o culpado.


E pronto.
Resta aos confrades identificarem explicitamente a hipótese por que optam e, impreterivelmente até ao próximo dia 10 de Agosto enviarem a sua participação, para o que poderão usar um dos seguintes meios:

- Pelo Correio: Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por entrega em mão ao orientador, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!

           

                                                                        

domingo, 3 de julho de 2016

POLICIÁRIO 1300

           


ENTRADA NO 25.º ANO DE POLICIÁRIO
COM “TRAGÉDIA FAMILIAR”


Entramos no 25.º ano de publicação ininterrupta do Policiário no PÚBLICO!
Foi a 1 de Julho de 1992 que pela primeira vez nos apresentámos aos leitores do então jovem jornal, iniciando uma série absolutamente fora das melhores previsões, à época. Esta longevidade deve-se, por inteiro, aos nossos leitores e “detectives” que jamais deixaram de comparecer e participar, sempre em crescendo, fazendo a secção que somos hoje. Para todos, o nosso sincero agradecimento.
Durante todo este ano que se vai seguir, iremos falando dos nossos 25 anos, daqueles que nos acompanharam e dos que deixaram de o fazer, por saturação ou motivos de maior força e recordar aqueles que mais desejariam estar connosco fisicamente, sem o poderem fazer…
Procuraremos fazer de cada edição uma festa e um espaço de recordação, para o qual chamamos todos os nossos confrades, “detectives” e leitores, para que ninguém falte nem fique esquecido!
O problema que hoje publicamos tem a autoria de uma dupla que retracta em absoluto aquilo que somos e queremos ser: Decifradores de grande nível; produtores sempre disponíveis e de qualidade reconhecida; convivas de excelência, presentes em todas as iniciativas policiárias; militantes na organização da Tertúlia Policiária da Liberdade. Referimo-nos aos BÚFALOS ASSOCIADOS, a quem saudamos, como representantes de todos e de cada um dos nossos “detectives”, razão única para estarmos aqui.
Muitos parabéns!


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016

PROVA N.º 6 – PARTE I

“UMA TRAGÉDIA FAMILIAR” – Original de BÚFALOS ASSOCIADOS
             

O inspector Garrett nunca perdera o hábito de, antes de adormecer, reler algumas páginas de um bom romance, num prazenteiro regresso ao passado, o que lhe estimulava recordações, melhores ou menos boas conforme os casos. Naquela noite chegara mais uma vez ao fim do livro e não conseguiu reprimir o gesto de voltar ao início e ler as primeiras palavras que lhe lembravam sempre a tragédia familiar que tantas vezes a sua tia Laurinda comentara com ele: "As famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são-no cada uma à sua maneira."
O sucedido remontara aos finais do século dezanove, quando a trisavó Carolina faleceu esmagada por um combóio na estação do Rossio, tragédia que enlutou a família e chegou mesmo a agitar a sociedade lisboeta da época, uma vez que a senhora era basto conhecida e detinha uma importante fortuna, a qual veio a acabar nos bolsos do marido, o trisavô Leopoldo, que também ficou curador da parte que caberia à criança que tinha nascido algum tempo antes. E a tia Laurinda, sempre que contava a história, não reprimia o desespero por o seu bisavô Leopoldo ter esbanjado toda a fortuna, em lautas estúrdias em Paris no seu luxuoso apartamento dos Champs-Élysées, onde reunia a melhor sociedade de Paris. Graças ao gastador bisavô ficou a família na penúria, lamentava-se amiúde a tia Laurinda aos amigos mais chegados.
Tudo aconteceu numa manhã dos primeiros dias de Março de 1900, e durante anos permaneceu a dúvida se teria sido suicídio ou se alguém teria empurrado a senhora para a linha quando da partida do combóio. Essa dúvida era um dos pormenores em que o episódio familiar se afastava do romance. Havia na altura dois suspeitos: o marido e Adérito, um amigo que por vezes era visto na companhia da senhora. O caso chegou aos tribunais, pois não faltaram as acusações contra cada um dos homens, os quais, segundo a boataria popular, teriam razões para o possível crime. A verdade é que corriam vozes por entre a sociedade lisboeta de que a Carolina, à época no esplendor dos seus vinte e sete anos, se teria envolvido, já depois de casada, num "affaire" com o tal Adérito, um jovem oficial de cavalaria, o que dificilmente escapara á bisbilhotice nacional e todos sabiam ser verdade. Isso e a fortuna da senhora levantavam as maiores suspeitas de um crime passional. Mas a verdade é que todos saíram ilibados do julgamento, no qual acabou por concluir-se que tudo não passara de suicídio, por falta de provas contra o Leopoldo, contra o Adérito, ou contra quem quer que fosse. Talvez que, de facto, a Carolina, num acto quase tresloucado, não tenha conseguido resistir ao remorso e ao vexame do adultério, atirando-se para debaixo de um combóio.
Mas mais tarde, de vez em quando, em família, o caso vinha à baila. E não faltavam as suspeitas sobre o Leopoldo, das quais ele se defendia, enquanto foi vivo, calorosa e veementemente. E Garrett ainda se recordava de ter ouvido falar das razões que o seu velho trisavô apontava, sempre que a sua inocência era posta em causa. Que nem sequer estaria em Portugal à data do incidente, já teria partido para Paris, pois não queria perder todos os acontecimentos ligados à Exposição Universal desse ano, principalmente porque por nada deste mundo queria faltar à inauguração da Torre Eiffel. Lembrava-se perfeitamente da data porque foi nesse ano que em Agosto viria a morrer em Paris o Eça de Queiroz. Lembrava-se ainda porque esse ano era bissexto e não mais esquecera ter partido para Paris no dia 29 de Fevereiro. Outra coisa que não esquecera tinha sido o falecimento do poeta António Nobre ocorrido em Março desse ano.
Quanto ao Adérito, foi ilibado por ter conseguido provar que à hora da tragédia, estava muito pacatamente a comer um belo arroz de lampreia numa casa de pasto em Tomar.
    -"O bisavô nunca foi muito dado a falar verdade e o facto de se ter livrado da acusação talvez tenha ficado a dever-se à ineficácia da justiça da época. Mas as dúvidas perduraram." -concluía a Tia Laurinda. 
E o inspector Garrett inquiria os seus alunos, quando lhes contava a história: "Será que ficarão sempre dúvidas sobre o sucedido?
Há certamente coisas a dizer sobre esta tragédia familiar e tudo o que a rodeia.
Quem começa?"




E pronto.
Resta aos nossos “detectives” responderem ao apelo e começarem, dando resposta ao problema, impreterivelmente até ao dia 10 do mês de Agosto (prazo mais alargado, de férias!), para o que poderão usar um dos seguintes meios:

- Pelo Correio: Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por entrega em mão ao orientador, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!

                                                           

sexta-feira, 1 de julho de 2016

XXIV ANIVERSÁRIO DO PÚBLICO-POLICIÁRIO

Entramos hoje no 25.º ano da nossa secção policiária no jornal PÚBLICO!


São memórias já algo longínquas que vamos chamando à realidade e logo sentimos quão distantes no tempo elas estão!


Foi um longo percurso, com altos e baixos, momentos de euforia pelas conquistas que iam sendo feitas e outros de tristeza, sobretudo por assistirmos ao desaparecimento de muitos confrades queridos...


24 anos ininterruptamente nas páginas do PÚBLICO é um feito que não estava nas mais optimistas previsões, mas a realidade é que todos nós o conseguimos! Muitas vezes com esforço, outras com sensações de fim de linha, mas sempre caminhando em frente!



Hoje, pela 24.ª vez, estamos de parabéns, todos nós...


Para o ano, se tudo correr como esperamos, festejaremos o 25.º, uma meta que, pensamos, nunca foi alcançada no Policiário!