O INSPECTOR GARRETT PROCURA VÉNUS DE MILO
E INVESTIGA
MORTE DE D. LINA
Continuamos nas “asas” dos nossos confrades Búbalos
Associados para mais um desafio, desta vez de resposta múltipla.
Trata-se de um problema que exige alguma atenção
para que nada escape aos sentidos dos nossos “detectives” e não haja amargos de
boca pela perda de qualquer ponto.
Relembramos que é indispensável indicação da letra
correspondente à hipótese que for entendida correcta, podendo depois, se houver
interesse e vontade, explicar os motivos que levam a optar dessa maneira e não
de outra qualquer.
Vamos voar nas “asas da Vénus de Milo”… Enquanto
aproveitamos para refrescar as ideias nuns mergulhos no mar ou na piscina!
Boas férias, para quem as tem!
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
PROVA N.º 6 – PARTE II
AS
ASAS DA VÉNUS DE MILO – Original de BÚFALOS ASSOCIADOS
Pelas seis e meia da tarde, o 112 recebeu
de um tal Raul Beleza um pedido de socorro para a moradia de D. Lina de
Freitas, onde ela fora encontrada sem vida ao fundo das escadas do interior de
sua casa. Deixara na queda vestígios de sangue nos degraus e nas paredes,
provenientes sobretudo de uma grande ferida visível na nuca.
A entrada na casa fazia-se directamente
para uma grande sala que, por uma escada de tiro de 15 degraus, comunicava com
o andar de cima onde se situava o escritório. Não havia qualquer telefone fixo
e D. Lina não usava telemóvel. A casa era isolada, rodeada por um pequeno
jardim e situada num pequeno beco mal iluminado, sem saída e terminando num
alto muro. Das investigações realizadas o inspector Garrett apurou os seguintes
dados:
- D. Lina vivia sozinha, era viúva de um
rico industrial do norte e dedicava-se há alguns anos a emprestar largas
quantias em dinheiro, a troco da entrega de objectos de valor (jóias, obras de
arte, etc.) cobrando elevados juros. Tudo era feito em dinheiro e sem recibos.
Para aquele domingo de Dezembro tinha convocado pelo correio os quatro maiores
devedores com o intuito de lhes fazer um ultimato, pois há muito já que os
prazos tinham expirado e os juros atingiam montantes importantes.
- No escritório, sobre a secretária, foi
encontrado um papel com a ordem das entrevistas: às 15 horas Amílcar Santos, às
16 Raul Beleza, às 17 Luis Gomes e às 18 Daniel Aldeia. Garrett apurou que os
quatro homens não se conheciam entre si e ao ser-lhes perguntado, em separado,
como correra a conversa, declararam:
- Amílcar disse ter chegado à hora aprazada
e que a conversa com D. Lina fora rápida. Esperava poder pagar em breve, após
fechar um negócio. Ela não lhe parecera nada bem- disposta e chamou-lhe a
atenção uma estatueta em ouro, réplica da Vénus de Milo, poisada em cima da
secretária. Perguntou-lhe pelo valor da peça ao que ela respondeu ser
incalculável. Pesaria mais de 7 quilos, era em ouro maciço e o trabalho
artístico devia ser valioso.
- Raul disse ter chegado atrasado, pois
morava bastante longe de Lisboa, e ter prometido pagar em breve. Saíra de volta
a casa por volta das 16.45 e disse nem ter reparado em qualquer estatueta da
Vénus de Milo em cima da secretária. Mais tarde, seriam seis horas, quase a
chegar a casa, verificou que se tinha esquecido do telemóvel em cima da
secretária da senhora. Voltou e, ao arrumar o carro à entrada da rua, ainda viu
um vulto a correr na sua frente, levando algo debaixo do braço, mas não o
reconheceria pois só o viu de costas. Encontrou a porta da rua escancarada e a
D. Lina caída no chão ao fundo das escadas, aparentemente morta. Nem chegou a
subir e chamou o 112, tendo tido o cuidado de esperar na rua sem tocar em
nada.
- Luis declarou ter chegado um pouco antes
da hora e ter reparado num carro estacionado perto, com alguém dentro lendo um
jornal que lhe tapava a cara. Teve uma longa conversa com a senhora que lhe
pareceu muito irritada, tentou acalmá-la e até lhe entregou uma importante
verba para amortizar a dívida, em notas que ela colocou debaixo de uma curiosa
réplica em ouro da Vénus de Milo. Prometeu pagar o resto em breve. Quando saiu,
seriam quase seis horas, depois de fechar a porta da rua, recordava-se de ter
visto o mesmo carro com uma pessoa dentro, estacionado ali perto.
- Não foi fácil contactar com o Daniel, que
disse ter andado todo o dia em compras de Natal e ter-se esquecido
completamente da entrevista com a D. Lina. Mas não queria vir a perder o
direito a reaver uma estatueta em ouro representando "uma mulher sem
braços, nua da cintura para cima", que em tempos lhe tinha entregado como
penhor de um avultado empréstimo. Só que ainda não tinha com que lhe pagar. E
no fim exclamou: "Não me digam que aconteceu alguma coisa à gaja!"
- O relatório médico da policia concluiu
que a morte ficara a dever-se a uma fortíssima pancada na nuca com objecto
muito duro, pancada que antecedeu a queda pela escada abaixo, a qual provocou
outros ferimentos. Foi já depois dos interrogatórios que a polícia constatou
que a Vénus de Milo não foi encontrada na casa, nem sequer dinheiro algum. Um
cofre estava inviolado.
E o inspector Garrett acabou por concluir
que:
A ) Não há indícios que permitam
apontar um criminoso.
B ) O criminoso teve claramente um
cúmplice.
C ) Pelo menos cinco pormenores
denunciaram o criminoso.
D ) Tudo indica que o Daniel mentiu
e é ele o culpado.
E
pronto.
Resta
aos confrades identificarem explicitamente a hipótese por que optam e,
impreterivelmente até ao próximo dia 10 de Agosto enviarem a sua participação,
para o que poderão usar um dos seguintes meios:
- Pelo Correio: Luís
Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por entrega em
mão ao orientador, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
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