SORTEIO
DA TAÇA EM DIA DE HOMENAGENS
Para
além dos confrontos dos oitavos de final da Taça, vamos poder recordar dois
“monstros sagrados” do nosso Policiário, ambos falecidos no mês de Agosto e que
tanta falta nos fazem, ao Policiário e a nós, que tivemos o privilégio de com
eles convivermos: Recordamos DIC ROLAND e KO.
OITAVOS
DE FINAL DA TAÇA DE PORTUGAL
Com
a aproximação do final da nossa época competitiva, a selecção vai sendo feita e
os “detectives” mais apetrechados ou mais sortudos, vão conseguindo impor-se e
passar eliminatórias, rumo à desejada final.
Eis
os resultado do sorteio dos oitavos de final da taça deste ano, com a preciosa
ajuda da inevitável “D. Sorte” a que se referia o nosso saudoso Sete de
Espadas:
Daniel
Falcão – Karl Marques; Búfalos Associados – Mister H; Inspector Boavida –
Detective Jeremias; Paulo – A Raposo & Lena; Zé - Ribeiro de Carvalho;
Rigor Mortis – Ego; Inspector Aranha – Alex; Inspector Moscardo – Deco.
Destaque
para o confronto entre a Detective Jeremias e o Inspector Boavida, que vai
deixar pelo caminho um forte candidato à vitória. Grande equilíbrio vai estar
certamente nos embates de Daniel Falcão com Karl Marques, bem como do “mano”
deste, Mister H, com a dupla Búfalos Associados; emoção e dúvida até final, vai
estar presente quando Paulo e a dupla A. Raposo & Lena medirem argumentos!
Em
suma, oito belíssimos confrontos, que vão abrir as portas dos quartos de final
da competição aos oito “detectives” que conseguirem suplantar os seus adversários
directos.
DIC ROLAND (n.
1921.04.11, f. 2006.08.09)
Este nosso confrade apareceu no Policiário com a nossa secção. Leitor do
PÚBLICO desde o primeiro número, como fazia questão de frisar, cedo foi atraído
pelos desafios policiais e desde logo neles se embrenhou.
Com uma vida riquíssima e cheia de episódios, de que se destacam os
passados na Índia, onde chegou a ser comandante da polícia em Goa, até à sua
fixação junto de Castelo Branco, onde era gerente de uma unidade hoteleira, nos
primórdios da sua participação no Policiário, tendo depois passado pelo Fratel,
até se fixar em Vila Nova de Santo André, Dic Roland era, podemos dizê-lo sem
exagero, um “Cavaleiro Andante” do Policiário, percorrendo o país de lés-a-lés,
para onde houvesse um acontecimento, fosse ele qual fosse: campeão dos
convívios, presença certa nas reuniões da Tertúlia da Liberdade, sempre pronto
para dois dedos de conversa ou para a discussão de qualquer caso mais
intricado!
Dic Roland vivia o “seu” Policiário com uma intensidade única e eram
inúmeros os telefonemas para nos dar a conhecer factos erradamente
transmitidos, ou gralhas que alteravam o sentido das coisas, ou a confirmar o
envio das soluções dos enigmas…
O seu apurado gosto pelo convívio ficou sempre amplamente documentado nas
realizações em que se empenhou. Na estalagem junto à Barragem do Fratel, de que
era gerente na altura, com almoço e passeio por Nisa, na companhia do
Presidente da Câmara da vila alentejana e visita das termas da Fadagosa. Nos
convívios do litoral alentejano, já a partir de Santo André, onde fundou uma
tertúlia, com os confrades Vilnosa e Sinid Agiev e que tinham sempre uma
componente cultural e lúdica a não desprezar. Houve safaris no parque temático
Badoka Park; houve buscas nas praias do litoral alentejano, à procura da prova
necessária para a decifração de mais um caso; houve visita às ruínas da cidade
romana de Miróbriga, em Santiago do Cacém…
Dic Roland foi um “detective” completo: Foi campeão nacional, conquistou a
taça de Portugal, foi policiarista do ano, comandou o ranking, esteve em todos
os acontecimentos importantes da nossa história, foi um mestre na arte de saber
conviver.
K.O. (n. 1939.01.06, f. 2007.08.24)
Conhecemos o K.O. logo no início deste nosso espaço, no ano de 1992. Era já
um policiarista antigo, que andara por muitos dos acontecimentos mais marcantes
da nossa actividade e que naquele momento regressava “a casa”, à sua casa
Policiária.
Decifrador de elevada craveira, entusiasta do Policiário, desde logo se
destacou pelas soluções elaboradas que produzia, ao ponto de serem muitas as
vezes em que combinava connosco um encontro no parque de estacionamento de um
hipermercado no Cacém, para entregar um “embrulho” que continha a sua proposta
de solução, à tarde, quando ele regressava a casa em Mem Martins, vindo da
“sua” escola, onde leccionava e fazia parte da direcção.
Vencedor por natureza, K.O. acumulou títulos e prémios, espalhou a sua
simplicidade, simpatia e entusiasmo por todos os locais por onde o Policiário
passou, deixando um rasto de admiração pelas suas qualidades, muito bem
secundado pela sua inseparável mulher, a D. Isaurinda, sua verdadeira “alma gémea”
em tudo, sendo difícil encontrar duas pessoas tão completas, tão Amigas dos
seus Amigos, tão interessadas com o bem-estar de todos à sua volta!...
O K.O., presença assídua e constante em todos os acontecimentos
policiários, com a sua “metade” Isaurinda, pertence ao restrito número dos
nossos Maiores e será recordado pelo seu exemplo de luta, também contra a
doença que o minou. Poucos dias antes de falecer, telefonou-nos para saber se
passara uma eliminatória da Taça de Portugal! O “nosso” K.O. esteve connosco
até encerrar este capítulo da sua vida, sempre na convicção de poder vencer a
doença e regressar. Lutador, sempre, até ao fim! Em tudo na sua vida, onde o
Policiário desempenhou um papel importante.