domingo, 1 de abril de 2018

POLICIÁRIO 1391




UM ROUBO MUITO ESTRANHO

Um novo desafio é lançado aos nossos leitores e “detectives” neste começo de Primavera, desta feita de autoria de um novo confrade, que assina um problema sem grande complexidade, que irá constituir, estamos certos, uma boa oportunidade para exercício das “células cinzentas”.

NOVO PRAZO PARA A PROVA N.º 2

Entretanto, dificuldades imprevistas, por um lado derivadas ao enorme número de concorrentes e por outro a questões de ordem pessoal do coordenador desta secção, ainda não foi possível publicar as classificações da prova n.º 1, bem como os confrontos da segunda eliminatória da Taça de Portugal em que estão envolvidos os 512 confrades autores das melhores respostas.
Uma vez que, por exigência regulamentar, nenhum prazo para resposta a um problema poderá terminar sem que sejam conhecidos os confrontos da taça, para que ninguém tenha de responder a um desafio sem saber quem é o seu opositor directo, as propostas de solução da prova n.º 2, que deveriam ser enviadas até ao passado dia 31 de Março, viram o seu prazo alargado até ao dia 10 do corrente mês, sendo previsível que nessa data já todos os resultados estarão publicados no blogue Crime Público (http://blogs.publico.pt/policiario).
Como sempre acontece, os confrades que já enviaram as suas propostas de solução, mesmo sem conhecimento dos respectivos opositores, poderão, dentro do novo prazo, substitui-las, indicando apenas que anula a anteriormente enviada.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2018
PROVA N.º 3 – PARTE I
“ROUBO NA NOITE ESCURA” – Original de STAGE 15

A noite foi muito escura e chuvosa, por vezes com ventos fortes e rajadas. Durante a madrugada alguém notou que caiu neve de forma pouco intensa, mas que conseguiu cobrir os campos ainda que só por alguns minutos.
O clima andava instável e aquelas condições já não deviam ocorrer se o ano fosse normal, mas não era o caso.
O Brocas, um possante cão que era excelente guarda, ladrou toda a noite, no dizer do seu dono, um velhote que não gerava simpatias em ninguém da vizinhança, não propriamente por fazer mal a alguém, mas por não se dar com ninguém.
Constava na aldeia que tinha uma fortuna imensa escondida em casa e quem lá entrou para fazer algum serviço veio dizer que tudo era muito escuro e provocava arrepios, era medonho, mas não referiam fortunas nem fausto, nem objectos de arte ou ouro.
- O Brocas não se calou um momento sequer. Já não o podia ouvir. Sabem, eu tomo uns comprimidos para conseguir dormir, mas nem assim preguei olho. Pensei que ladrava por causa do vento que fazia um barulho medonho, mas não era por isso, era porque andava alguém por cá a roubar-me.
- O que foi que lhe roubaram? – perguntou o guarda Felício.
- Foram ao meu cofre e levaram tudo.
- Está bem, mas o que é esse “tudo”? Se não sabemos o que lá estava, não podemos saber se foi muito ou pouco, se foi dinheiro ou objectos, está a perceber?
- Era só o que faltava estar a dizer o que tinha no meu cofre. Eram coisas minhas, de muito valor e que agora desapareceram.
- Vamos lá ver esse cofre…
Era um cofre instalado na parede, que parecia ser bastante robusto e não tinha sinais de arrombamento ou danos.
- O senhor desculpe, mas este cofre parece estar em boas condições, não tem marcas de violência, nada.
- Pois, mas o que lá estava dentro desapareceu, não vê que está vazio? Alguém esteve aqui e roubou tudo.
- Mas como, se não o arrombou?
- Ora, o cofre está sempre com a chave na fechadura e aberto. Para que havia de estar fechado se vivo sozinho e ninguém nunca cá veio roubar nada?
Felício percorreu as imediações do cofre e não registou nada de anormal, não havia marcas de arrombamento de portas ou janelas nem de pegadas ou outras, pelo menos à vista desarmada.
No terreno, maltratado, havia lama e poças de água por todo o lado, mas não havia marcas de alguém ter por ali andado nos últimos tempos. A terra não estava revolvida nem pisada e só as marcas de muita água eram visíveis.
 No fundo da garagem, agora preso por uma corrente, estava o Brocas, que o dono prendeu pouco antes da chegada da polícia, mas que quando não havia visitas andava solto por todo o lado. Era um cão possante e de pelo curto, limpo e brilhante, sinal de que era muito bem tratado. Isso mesmo fez Felício destacar ao velho:
- Tem aqui um belo cão, certamente não deixa ninguém aproximar-se…
- Sim, é verdade, mas esta noite foi uma desgraça, esteve agitado toda a noite, ladrou, ladrou, parecia doido e nem me deixou pregar olho. Um pavor!
Felício estava confuso, nada parecia jogar certo na história e não havia sinais de ladrão mas o velhote jurava que fora assaltado. Ia confirmar se havia algum seguro que pudesse receber e se foi actualizado recentemente. Eram mais as dúvidas que as certezas, mas já tinha algumas coisas para escrever no relatório da ocorrência, procurando responder às perguntas:
Será que houve mesmo assalto vindo do exterior?
Justifique todas as suas afirmações e retira as conclusões possíveis.

E pronto.
Lançados os dados, chega o momento dos nossos “detectives” elaborarem as propostas de solução para este problema, que deverão ser remetidas impreterivelmente até ao próximo dia 30 de Abril, podendo ser usado um dos seguintes meios:
- Pelos Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23 – 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail:
- Por entrega em mão ao coordenador deste espaço, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!



 

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