UM
ROUBO MUITO ESTRANHO
Um
novo desafio é lançado aos nossos leitores e “detectives” neste começo de
Primavera, desta feita de autoria de um novo confrade, que assina um problema
sem grande complexidade, que irá constituir, estamos certos, uma boa
oportunidade para exercício das “células cinzentas”.
NOVO
PRAZO PARA A PROVA N.º 2
Entretanto,
dificuldades imprevistas, por um lado derivadas ao enorme número de
concorrentes e por outro a questões de ordem pessoal do coordenador desta
secção, ainda não foi possível publicar as classificações da prova n.º 1, bem
como os confrontos da segunda eliminatória da Taça de Portugal em que estão
envolvidos os 512 confrades autores das melhores respostas.
Uma
vez que, por exigência regulamentar, nenhum prazo para resposta a um problema
poderá terminar sem que sejam conhecidos os confrontos da taça, para que
ninguém tenha de responder a um desafio sem saber quem é o seu opositor
directo, as propostas de solução da prova n.º 2, que deveriam ser enviadas até
ao passado dia 31 de Março, viram o seu prazo alargado até ao dia 10 do
corrente mês, sendo previsível que nessa data já todos os resultados estarão
publicados no blogue Crime Público (http://blogs.publico.pt/policiario).
Como
sempre acontece, os confrades que já enviaram as suas propostas de solução,
mesmo sem conhecimento dos respectivos opositores, poderão, dentro do novo
prazo, substitui-las, indicando apenas que anula a anteriormente enviada.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2018
PROVA
N.º 3 – PARTE I
“ROUBO
NA NOITE ESCURA” – Original de STAGE 15
A
noite foi muito escura e chuvosa, por vezes com ventos fortes e rajadas.
Durante a madrugada alguém notou que caiu neve de forma pouco intensa, mas que
conseguiu cobrir os campos ainda que só por alguns minutos.
O
clima andava instável e aquelas condições já não deviam ocorrer se o ano fosse
normal, mas não era o caso.
O
Brocas, um possante cão que era excelente guarda, ladrou toda a noite, no dizer
do seu dono, um velhote que não gerava simpatias em ninguém da vizinhança, não
propriamente por fazer mal a alguém, mas por não se dar com ninguém.
Constava
na aldeia que tinha uma fortuna imensa escondida em casa e quem lá entrou para
fazer algum serviço veio dizer que tudo era muito escuro e provocava arrepios,
era medonho, mas não referiam fortunas nem fausto, nem objectos de arte ou
ouro.
-
O Brocas não se calou um momento sequer. Já não o podia ouvir. Sabem, eu tomo
uns comprimidos para conseguir dormir, mas nem assim preguei olho. Pensei que
ladrava por causa do vento que fazia um barulho medonho, mas não era por isso,
era porque andava alguém por cá a roubar-me.
-
O que foi que lhe roubaram? – perguntou o guarda Felício.
-
Foram ao meu cofre e levaram tudo.
-
Está bem, mas o que é esse “tudo”? Se não sabemos o que lá estava, não podemos
saber se foi muito ou pouco, se foi dinheiro ou objectos, está a perceber?
-
Era só o que faltava estar a dizer o que tinha no meu cofre. Eram coisas minhas,
de muito valor e que agora desapareceram.
-
Vamos lá ver esse cofre…
Era
um cofre instalado na parede, que parecia ser bastante robusto e não tinha
sinais de arrombamento ou danos.
-
O senhor desculpe, mas este cofre parece estar em boas condições, não tem
marcas de violência, nada.
-
Pois, mas o que lá estava dentro desapareceu, não vê que está vazio? Alguém
esteve aqui e roubou tudo.
-
Mas como, se não o arrombou?
-
Ora, o cofre está sempre com a chave na fechadura e aberto. Para que havia de
estar fechado se vivo sozinho e ninguém nunca cá veio roubar nada?
Felício
percorreu as imediações do cofre e não registou nada de anormal, não havia
marcas de arrombamento de portas ou janelas nem de pegadas ou outras, pelo
menos à vista desarmada.
No
terreno, maltratado, havia lama e poças de água por todo o lado, mas não havia
marcas de alguém ter por ali andado nos últimos tempos. A terra não estava
revolvida nem pisada e só as marcas de muita água eram visíveis.
No fundo da garagem, agora preso por uma
corrente, estava o Brocas, que o dono prendeu pouco antes da chegada da polícia,
mas que quando não havia visitas andava solto por todo o lado. Era um cão
possante e de pelo curto, limpo e brilhante, sinal de que era muito bem
tratado. Isso mesmo fez Felício destacar ao velho:
-
Tem aqui um belo cão, certamente não deixa ninguém aproximar-se…
-
Sim, é verdade, mas esta noite foi uma desgraça, esteve agitado toda a noite,
ladrou, ladrou, parecia doido e nem me deixou pregar olho. Um pavor!
Felício
estava confuso, nada parecia jogar certo na história e não havia sinais de
ladrão mas o velhote jurava que fora assaltado. Ia confirmar se havia algum
seguro que pudesse receber e se foi actualizado recentemente. Eram mais as
dúvidas que as certezas, mas já tinha algumas coisas para escrever no relatório
da ocorrência, procurando responder às perguntas:
Será
que houve mesmo assalto vindo do exterior?
Justifique
todas as suas afirmações e retira as conclusões possíveis.
E
pronto.
Lançados
os dados, chega o momento dos nossos “detectives” elaborarem as propostas de
solução para este problema, que deverão ser remetidas impreterivelmente até ao
próximo dia 30 de Abril, podendo ser usado um dos seguintes meios:
-
Pelos Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23 – 2125-109 MARINHAIS;
-
Por e-mail:
-
Por entrega em mão ao coordenador deste espaço, onde quer que o encontrem.
Boas
deduções!
Sem comentários:
Enviar um comentário