NATAL
REPLETO DE TRADIÇÕES
O
Natal vai ser o motivo de mais um desafio, o penúltimo desta época, no que diz
respeito aos problemas chamados “tradicionais”. E é de tradições que este
desafio vive, provocando a busca nas nossas memórias e, como é óbvio, em algo
mais, que hoje a internet está sempre à distância de um “clic”.
Entretanto,
algumas dificuldades pessoais do coordenador deste espaço, fizeram com que se
registem atrasos na publicação das pontuações e classificações, situação que
está, cremos, em vias de cabal resolução. Pedimos aos confrades que acompanhem
todas as evoluções no nosso blogue Crime Público, em http://blogs.publico.pt/policiario,
onde tudo acontecerá em primeira mão!
Finalmente,
uma nova chamada de atenção aos confrades para a necessidade de um maior
envolvimento na produção de enigmas policiários, a base efectiva de toda a
nossa actividade e de que dependemos.
Sem
problemas policiários, sem matéria-prima, não poderemos desafiar-nos na nossa
capacidade para decifrar enigmas, para pormos as nossas células cinzentas em
movimento, num exercício mais do que recomendável, em qualquer idade.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2018
PROVA
N.º 9 – PARTE I
“UMA
NOITE DE NATAL EM SOLAR MINHOTO” – Original de EMIL
Aquela
família era muito antiga, havia relatos e histórias que passavam de boca em
boca, sobre coisas que se passaram naquela propriedade verdejante e de que o
solar brasonado foi testemunha.
Hoje,
passados séculos sobre o primeiro ocupante, as tradições ainda eram as mesmas e
havia um esforço para que qualquer dos ancestrais se sentisse em casa, se por
qualquer acaso pudesse regressar.
Era
Natal e no solar vivia-se a azáfama do costume, num corrupio de empregados a
percorrerem a cozinha e áreas adjacentes, tratando alimentos e preparando o
repasto que tradicionalmente era servido nessa noite mágica. Por todo o lado
sentiam-se os odores próprios do banquete que se aproximava em passos largos,
com natural destaque para o do bacalhau cozido, esse rei por uma noite.
A
D. Mafalda, a actual senhora da casa, supervisionava todos os detalhes para que
a festa fosse aquilo que sempre fora ao longo dos séculos, desde a forma como
se confeccionavam os alimentos e iguarias, até aos apetrechos e até a
electricidade era desligada, dando lugar aos archotes e à fogueira que ardia
incessantemente no centro da sala, numa lareira gigante.
Longe
ia o jantar, que naquela casa era servido pontualmente às 12.30 horas e a
merenda que aconchegava os estômagos até à ceia, essa sim, a verdadeira estrela
de um dia especial, por que crianças e adultos esperavam durante todo um ano.
Algumas
“novidades” em relação à tradição mais radical, eram afastadas da sala,
ocupando outros compartimentos, não faltando mesmo uma televisão ou um enorme
pinheiro de Natal, se bem que este fosse decorado à antiga, com bolas coloridas
de vidro e pequenas molas que se prendiam aos ramos e ostentavam velas de
várias cores, que eram acesas alguns momentos antes da meia-noite. Mas essa
tradição não era completamente nossa, fora herdada de locais nórdicos e, apesar
de ter sido adoptada pelas nossas gentes, aqui eram relegadas para outros
espaços.
-
Senhora Dona Mafalda, os meus parabéns pela manutenção de toda a nossa tradição
mais arreigada e por este repasto maravilhoso. – agradeceu o Dr. Fonseca, um
historiador famoso, amigo da família e convidado neste ano – é com exemplos
destes que conseguimos manter uma identidade nossa. Muito obrigado por me
permitir regressar aos meus tempos de infância.
-
Senhor doutor, é muita amabilidade sua. Esforço-me por manter bem viva a
herança que transporto de toda a minha Família que nestas terras sempre habitou
e respeitou as tradições. Tenho procurado nas minhas memórias de infância o que
a minha avó me transmitiu e aconselho-me com muitos anciãos destas terras e
desejo não ter defraudado a tradição, mas o senhor doutor, como renomado
historiador, certamente melhor poderá avaliar o esforço.
-
Minha senhora, a sua acção foi valorosa e importante e apenas consegui
encontrar uma coisa nesta sala, que não corresponderá integralmente ao que os
nossos ancestrais praticavam naqueles tempos, nesta época natalícia… As
tradições vão mudando, como sabemos e muitas delas acabam por ser assumidas
como sendo muito mais antigas do que são na realidade. Muitas coisas com apenas
meia dúzia de décadas são tratadas como herança cultural quando são praticadas
com regularidade em certas épocas do ano e nos acompanham ao longo do nosso
crescimento. É um fenómeno natural e normal.
-
Senhor doutor, obrigada pela sua franqueza, creia que foi completamente
involuntário qualquer erro cometido. Peço-lhe que o revele, para não mais
ocorrer nesta casa!
É
isso que se pretende. Que nos digam qual terá sido o erro cometido naquela sala
e justifiquem devidamente a resposta.
E
pronto.
Depois
de efectuadas todas as leituras que forem necessárias, resta aos nossos
“detectives” enviarem os relatórios, impreterivelmente até ao próximo dia 31 de
Outubro, podendo usar um dos seguintes meios:
- Pelo Correio para Luís Pessoa, Estrada
Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail para pessoa_luis@hotmail.com;
lumagopessoa@gmail.com;
luispessoa@sapo.pt.
- Por entrega em mão ao
coordenador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
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