segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

POLICIÁRIO 967

PRAZO TERMINA HOJE!

Termina hoje, à meia-noite, o prazo para envio das propostas de solução à prova n.º 1 do Campeonato Nacional e, simultaneamente, da Taça de Portugal.
Como já temos referido, cada prova é composta de duas partes: uma com um problema de “rápidas”, ou seja, de resposta múltipla, em que cada “detective” apenas terá de indicar qual a alínea, de entre as propostas, que escolhe para solucionar o caso; a outra, do tipo “tradicional” em que é obrigatória a justificação de todas as conclusões a que chegue.
Como hoje é o último dia do prazo, ainda dispõe da possibilidade de participar nos torneios, mediante o envio das propostas de solução até à meia-noite, para o endereço policiario@publico.pt ou entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa.
Na próxima semana teremos a publicação da 1.ª parte da Prova n.º 2, dando assim seguimento a uma competição que promete todas as emoções!





O GATO PRETO
No remoto ano de 1952, precisamente no mês de Janeiro, uma publicação de pequenas dimensões, mas que se veio a revelar de grande conteúdo, viu pela primeira vez a luz do dia. Era uma “antologia de mistério e fantasia” e logo cativou a grande legião de amantes destas coisas do Policial e do Mistério.
Organizada e dirigida por Francisco A. Branco e Manuel do Carmo, este primeiro número contava com uma capa planeada por Victor Palla e reunia um conjunto de excelentes contos, com destaque para o intitulado “Branca de Neve Assassinada”, de autoria do próprio Francisco Branco. Na apresentação, era referido que o ano de 1951 tinha sido o Ano do Gato Preto e foi nessa sequência que a antologia aparecia. Para reforçar o espírito eclético da publicação, era dito: “Mistério e Fantasia inclui muita coisa. Gosta de literatura policial? Leia O Gato Preto. Não gosta de literatura policial? Leia O Gato Preto…”
A “pedrada no charco”, ou a “lufada de ar fresco”, como foi dito na altura, teve uma curta duração, apenas 6 números, findos os quais ficou a sensação de alguma frustração pela perda de uma publicação que estava vocacionada para ser o ponto de encontro dos contistas nacionais.



EDGAR ALLAN POE

Em 19 de Janeiro de 1809, em Boston, Estados Unidos da América, nasceu aquele que é, hoje em dia, considerado o pai do Policial dedutivo, aquele que pela primeira vez articulou uma história de mistério e aventura com um raciocínio lógico e dedução pura.
Numa época em que a informação era transmitida sobretudo pela palavra escrita, em jornais e revistas, um pouco por todo o mundo, com muito sensacionalismo à mistura, fruto da impossibilidade de confirmação dos factos relatados, Poe inicia muito cedo uma vida de escrita, como romancista, poeta, crítico literário e editor, vindo a revelar-se um dos grandes “escritores malditos” da Literatura Americana.
Muito mais conhecido na Europa, uma sociedade mais aberta a novas correntes e novas ideias, ao contrário do que seria de esperar, Poe acaba por criar um novo género, um tipo de escrito que tornava o leitor mais activo, que punha à prova as suas capacidades de dedução, apresentando soluções para os mistérios que não passavam por artifícios metafísicos ou iluminações do além, mas coisas simples, muito lógicas, tão lógicas que ninguém se dava ao trabalho de imaginar!
A publicação de “Os Crimes da Rua da Morgue”, em 1841 no “Graham’s Magazine” marca o nascimento desse género literário, mas é sobretudo no conto, “A Carta Roubada”- que mereceu ao próprio autor um comentário “é a melhor das minhas histórias baseadas no raciocínio” - que se revela o seu génio criador.
Mais de dois séculos após o seu nascimento, este escritor que teve vida breve, apenas 40 anos, tendo falecido em 7 de Outubro de 1849, em Baltimore, resiste ao esquecimento, mercê de uma genialidade universalmente reconhecida.



ELLERY QUEEN

Em 11 de Janeiro de 1905 nasceu em New York, Manfred Lee um dos primos (o outro era Frederic Dannay que também nasceu nesse ano) criadores, em 1928, de Ellery Queen, um dos ícones da moderna literatura policial americana, autor de inúmeros romances e contos.
Tudo começou mais ou menos por acaso, quando ambos trabalhavam em publicidade e viram um anúncio de um concurso de romances policiais que dava um prémio de 7500 dólares. Assim nasceu “O Mistério do Chapéu Alto”, que conquistou o primeiro lugar, mas sem o prémio, porque o promotor faliu entretanto.
A sua publicação foi a chave do êxito, a par com o exemplar “marketing” que se seguiu, ao ponto de cada primo ir aparecendo aos diversos compromissos publicitários, devidamente mascarados para evitar reconhecimentos. Primeiro Lee, como Rllery e depois Dannay como Barnaby Ross.
O contraste entre o policial britânico, mais cerebral e “honesto” e o americano, mais desafiante e especulativo, alimentou um imenso negócio, mas também nos deu uma série de obras notáveis, onde teremos de incluir algumas desta dupla, que levou o policial a milhões de leitores em todo o mundo.




A RAINHA DO CRIME

Ainda em Janeiro, dia 12, ano de 1976, o “Reino do Policial” perde a sua “Rainha do Crime”, no sentido positivo, como é óbvio, Agatha Christie.
Escritora de excelentes recursos, com uma capacidade fora do vulgar, conquista o primeiro lugar na galeria dos grande autores policiais, sobretudo graças ao inevitável Hercule Poirot e à extraordinária sexagenária Miss Jane Marple.
Possuidora de um estilo clássico no desenvolvimento dos seus romances, pouco dada a rasgos ou improvisos, urdia a trama de modo muito intricado, revelando nas páginas finais um apurado sentido lógico, ainda que por vezes algo previsível, demonstrando a simplicidade de situações muito complexas.
Nos primeiros tempos da Colecção Vampiro, editada pelos Livros do Brasil, foi enorme a “luta” pela popularidade entre Agatha Christie e Ellery Queen, que dividiam as preferências dos leitores portugueses e esgotavam sucessivas edições. Viviam-se os tempos áureos da literatura policial!
Agatha Christie é, ainda hoje, uma autora de leitura obrigatória para quem queira entender o Policial moderno e uma das suas figuras mais respeitadas em todo o mundo.

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