segunda-feira, 11 de abril de 2011

POLICIÁRIO 1029

UM DESAFIO DE “RÁPIDAS” ESTA SEMANA

Prosseguimos hoje as nossas competições desta época, com a publicação de mais um desafio, desta feita da modalidade de “rápidas policiárias”, que regista a estreia de um novo autor nas nossas páginas: Penedo Rachado.
Recordamos que esta modalidade pretende ser um veículo de captação de novos confrades, uma vez que tem uma exigência menor em termos de desenvolvimento da solução.
É claro que todo o trabalho de investigação e análise das provas é idêntico. No fundo, cada “detective” tem que fazer todo o trabalho normal de recolha de indícios, sua análise e interpretação, para chegar às suas próprias conclusões. Onde há alguma poupança, se assim podemos dizer, é na tarefa final de explanação dos raciocínios, em que cada “detective” apenas tem que mencionar uma de quatro alíneas que são propostas pelo autor do desafio.
Tratando-se de uma prova, dentro de certa medida, simplificada, não deixa de ser, no entanto, responsável por monumentais “espalhanços”, mesmo de confrades favoritos às vitórias finais, que nesta modalidade hipotecam as suas hipóteses.
Razão, pois, para que haja um enorme respeito pelas produções rápidas, porque o próprio nome é muito enganador e muitas delas são imensamente trabalhosas e difíceis, bem diferentes daquelas que alguns confrades, de modo sobranceiro, referem que “se fazem com uma perna às costas”!

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL

PROVA N.º 4 – PARTE II

O MISTÉRIO DA BALA TRANSVIADA – de PENEDO RACHADO

Aquele mês de Julho corria rijamente acalorado.
Frente à esquadra da polícia havia uma fonte ornamental e, talvez para aproveitar a frescura proporcionada pelos jorros de água, o Comissário Liberto Andrade encontrava-se sentado na borda da fonte conversando com alguém das suas relações.
Um pouco mais além, à porta da esquadra, discutindo as peripécias do último Benfica x Sporting encontravam-se dois agentes da PSP.
Talvez devido ao calor abrasador que se fazia sentir, a Praça estava, com excepção dos elementos já citados, completamente deserta e silenciosa, silêncio esse que, repentinamente, foi quebrado pelo som de um tiro disparado a não muito longa distância da esquadra.
O comissário levantou-se como que impulsionado por uma mola e saiu correndo em direcção a umas das vivendas que parecia ser aquela de onde viera o som do tiro. Os dois agentes que discutiam sobre o Benfica e Sporting, esqueceram a sua conversa e, saíram também disparados atrás do seu chefe.
Chegaram junto da porta, bateram e, quase imediatamente esta abriu-se e no seu limiar surgiu a figura alta, mas terrivelmente aterrorizada de um homem já idoso. Cabelo completamente branco e longas suíças. Tinha o aspecto daqueles mordomos que costumamos ver naqueles filmes cuja acção se passa no séc. XIX
Que se passou? Perguntou Liberto ao homem.
Na... na...não sei... Foi no escritório do patrão! Respondeu, gaguejando, o homem que parecia mais aterrorizado a cada minuto que passava.
Guiados pelo velho o Comissário e os dois agentes dirigiram-se ao escritório cuja porta estava fechada por dentro. Era forte a porta e resistiu às três primeiras tentativas de arrombamento, mas à quarta não resistiu ao movimento perfeitamente sincronizado dos três representantes da lei.
Imediatamente viram à sua esquerda, caído de bruços sobre a secretária, o corpo do dono da casa. Liberto aproximou-se, tomou-lhe o pulso e depois apalpou a jugular. Está morto! Foi a informação lacónica que forneceu. Depois desviou a sua atenção para o cadáver.
Havia um orifício de forma irregular com os bordos queimados e muito mau aspecto na têmpora do lado direito. Ao redor do ferimento os cabelos para além de chamuscados apresentavam também resíduos de pólvora.
Na sua mão direita, pousada sobre a secretária, o morto segurava uma pequena pistola semi-automática, por cujo cano ainda saía uma leve coluna de fumo.
A cerca de um metro da secretária, um pouco para a sua direita, sobre o tapete que forrava o chão foi encontrada a cápsula da bala que teria sido disparada.
O comissário tirou a arma da mão do morto e retirou-lhe o carregador que esvaziou. Contadas as balas foi constatado, que para além da que tinha servido para o suicídio, já que era evidente que disso se tratava, havia outra em falta. Liberto voltou a colocar as balas no carregador e este na arma deixando esta junto da mão do cadáver que antes a segurava.
O Comissário pareceu não ligar muito à falta da bala e dedicou-se a percorrer a sala. Esta parecia não ter nada que despertasse a sua atenção. A única coisa que pareceu interessar-lhe foi a janela provida de veneziana que se situava frente à porta por onde haviam entrado e que dava para a praça onde se situava a esquadra da polícia.
As vidraças da janela estavam abertas de par em par, mas, as portas de veneziana encontravam-se fechadas por dentro.
Depois desta observação Liberto virou-se para os seus subordinados e disse:
Um de vocês vai ficar aqui e não deixa ninguém entrar nesta sala. Nós vamos voltar para a esquadra e telefonar para a Judiciária.
Então e não procuramos a bala que falta? Atreveu-se a perguntar o outro agente.
Não interessa! Se estiverem interessados nisso, os da Judiciária que a procurem.

Pergunta-se aos nossos amigos, amantes de mistérios e enigmas se, no caso do pessoal da Judite precisar de ajuda, algum é capaz de indicar o sítio exacto onde se encontra a bala em falta:

A) — O carregador não tinha o seu stock completo?
B) — Não foi disparada e encontra-se na câmara da arma?
C) — Encontra-se sob o corpo do suicida?
D) — A arma encravou-se e a cápsula não chegou a ser extraída?









Convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade

Dia 29 de Maio de 2011

A Tertúlia Policiária da Liberdade vai cumprir uma das suas mais sagradas tradições, organizando um convívio, para o qual convoca todos os confrades interessados.
Contando sempre com um programa de grande qualidade, o deste ano está ainda no maior secretismo, fechado a sete chaves!
É a própria Tertúlia que não abre muito o jogo, como verificamos pelo teor da sua comunicação:
“O convívio da Tertúlia Policiária da Liberdade já tem data e local marcado. Convém assinalar, nas agendas, o próximo dia 29 de Maio, domingo. O local de concentração é o Museu do Azulejo, na Madre de Deus, em Lisboa, com almoço no respectivo restaurante.
Aos domingos o Museu tem visitas gratuitas da parte da manhã e vale a pena vê-lo. Oportunamente serão dadas mais pormenores do programa.
Anota-se, desde já, que será difícil encontrar melhor ocasião para preparar o voto para eleições de 5 de Junho do que participar neste convívio policiarista, onde os esquemas da malandragem serão todos postos a nu.”





Coluna do “C”

PRAZO ATÉ 30 DE ABRIL

Com a publicação do problema de hoje, os “detectives” ficam com todos os elementos para poderem responder aos dois desafios que integram a prova n.º 4, o que poderão fazer, impreterivelmente até ao próximo dia 30 de Abril, usando um dos seguintes meios:

- Pelos Correios para PÚBLICO-Policiário, Rua Viriato, 13, 1069-315 LISBOA;
- Por e-mail para policiario@publico.pt;
- Por entrega em mão na redacção do PÚBLICO de Lisboa;
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.

Atenção para a necessidade de justificação de todas as conclusões a que chegarem na parte I, ou seja, no problema tradicional, enquanto que na parte II, tal como já referimos, os confrades apenas terão de indicar explicitamente a alínea por que optam.

Boas deduções!

1 comentário:

Anónimo disse...

Se a malandragem a que você se refere é aquela que eu penso sai um malandro e entra outro
Um abraço
Rip Kirby

PS: Um dia destes escrevi-lhe um e-mail mas parece que não mereceu muito a atenção do meu amigo pois ainda não me deu resposta e o assunto tinha a sua importância