SOLUÇÕES DA PROVA N.º 3
Prosseguindo a publicação das soluções oficiais dos problemas, temos hoje as das duas partes da prova n.º 3, respectivamente de Felizardo Lopes e de Rip Kirby.
De salientar a enorme dificuldade que uma grande parte dos nossos “detectives” sentiu para tentarem encontrar a decifração do problema de criptografia que o confrade Felizardo Lopes, em boa hora, nos trouxe!
Na realidade, muito destreinados andam os nossos investigadores neste género de produção, outrora muito importante e saudada, mas hoje quase completamente votada à indiferença. E queremos salientar que se trata de um problema sem dificuldade de maior, bastante linear e directo, o que nos faz colocar a interrogação sobre o que seria da classificação, se o problema tivesse um pouco mais de dificuldade, como seria natural numa competição deste género!
E foi tal a devastação classificativa que somos tentados a desafiar os grandes decifradores e produtores de outrora, para que, de modo sistemático, nos possam trazer mais métodos e exemplos de problemas em que a criptografia seja a estrela principal. Seria certamente interessante para a generalidade dos actuais confrades, que não tiveram acesso aos trabalhos que os grandes mestres nos deixaram, desde logo o citado no problema publicado, A. Varatojo, nos seus livros antológicos “ABC Policial”.
A simples enumeração e demonstração dos principais modos de usar a criptografia já seria um contributo importante para divulgação deste tipo de problemas, realmente em hibernação, se não mesmo em extinção.
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 3
PARTE I
APRENDIZ DE CRIMINOSO, de Felizardo Lopes
Uma mensagem criptográfica decifra-se a partir da identificação do método e da chave utilizados. Neste caso a missão não se apresentava difícil porquanto na "história" onde ela se encontra inserida (que se recomendava que fosse lida com atenção e interpretada para encontrar as directrizes, lembram-se?), aqueles elementos estão muito acessíveis através da palavra transposição (identificadora do método, um dos mais conhecidos da criptografia) e do conjunto numérico 1432 (a chave, também de execução simples).
Mais: lá está ainda uma referência a ABC do crime, uma clara pista a apontar o ABC POLICIAL, de A. Varatojo (nº 3), onde o método de transposição é apresentado e exemplificado.
Posto isto:
a) A mensagem a descodificar possui 32 caracteres, a saber:
NATOSTOSANIOTIREOEVRLTOHEVELIROS
b) o método utilizado é o da transposição;
c) a chave é composta por quatro algarismos: 1432;
Decifrando, comecemos por decompor os 32 caracteres em 8 grupos de 4 cada (pois tantos são os dígitos da chave) efectuando a transposição vertical dos caracteres, de acordo com o que a chave (1432) determina:
1432
NATO
STOS
ANIO
TIRE
OEVR
LTOH
EVEL
IROS
Ora, Aplicando a chave 1432, em que cada algarismo indica a posição da respectiva letra na palavra, a primeira linha apura N (1), O (2), T (3) e A (4). A segunda linha dá S (1), S (2), O (3) e T (4) e assim por diante.
No final obtemos:
NOTASSOTAOINTERIORVELHOTELEVISOR.
Separando as palavras de modo a tornar a frase inteligível:
NOTAS SÓTÃO INTERIOR VELHO TELEVISOR.
PARTE II
“DESVIARAM UM AUTO -TANQUE”, de RIP KIRBY
A resposta certa só pode ser a que está contida na alínea
(A)
O interior da cabine foi todo limpo fazendo desaparecer as impressões digitais do seu habitual condutor.
Poderia pensar-se que essa limpeza fora feita pelos ladrões para não serem reconhecidos pelas suas impressões digitais, porém quem fez a limpeza foi a mulher do condutor que se descuidou e deixou uma no banco do condutor e outra na “manete” exterior da porta do lado esquerdo.
Como ela não está indiciada como suspeita no roubo do Auto-tanque o larápio só pode ser o seu marido que depois lhe ordenou que limpasse o Interior da cabine.
Tanta higiene acabou por o perder.
Portanto, sem dúvida: A
CLASSIFICAÇÕES
Esta época competitiva tem sido marcada por alguma inconstância na divulgação dos resultados das provas, o que, como é óbvio, cria alguma ansiedade aos confrades, sempre ávidos de mais e melhor informação.
Não pretendemos branquear as situações e por isso reconhecemos e assumimos integralmente as culpas pelo sucedido. O elevado número de participantes não explica, por si só, tamanho atraso na divulgação das pontuações obtidas, mas estamos a envidar todos os esforços no sentido de rapidamente recuperarmos todos os atrasos e passarmos à regularidade que já tivemos na época transacta e que foi quase unanimemente reconhecida.
Como é do conhecimento geral, no passado publicávamos neste espaço extensas e monótonas listagens de pseudónimos e de pontuações, quase até à exaustão, situação que foi profundamente alterada com a chegada do “irmão mais novo” da nossa secção, o blogue Crime Público (http://blogs.publico.pt/policiario).
Esse facto, que constituiu mais um marco na nossa relação com os “detectives”, permitiu-nos, por um lado libertar este nosso espaço dessa autêntica barafunda que eram as classificações e por outro criar um novo canal privilegiado de contacto quase em directo com os confrades, com possibilidade de diálogo, de esclarecimento, de discussão.
O que pretendemos deixar aos nossos leitores é a certeza de que tudo fazemos para que a nossa actividade singre cada vez mais, se imponha como uma prioridade diária para cada vez maior número de confrades e para que cumpra aqueles que é o seu objectivo principal: Divertir inteligentemente, contribuindo para a maior satisfação daqueles que, como nós, amamos o Policiário e queremos que ele consiga atrair o maior número de aderentes.
Só assim, com cada vez maior e melhor participação, poderemos assegurar a superior qualidade do policiário, quer na vertente da decifração, quer na da produção de enigmas.
SETE DE ESPADAS
Registamos, uma vez mais, a pronta reacção dos nossos leitores à secção n.º 1026 em que a figura principal foi o inevitável Sete de Espadas, que continua a ser a maior referência do nosso Policiário.
Foram muitas as missivas que recebemos, quer saudando a iniciativa do nosso desaparecido companheiro ao relançar o Policiário em 13 de Março de 1975, na revista de histórias aos quadradinhos Mundo de Aventuras.
Tantos anos depois, apraz-nos registar o apreço que a generalidade dos confrades nutre pela figura do Sete de Espadas, sem qualquer dúvida o grande responsável por hoje podermos estar aqui a falar sobre Policiário.
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