segunda-feira, 27 de junho de 2011

POLICIÁRIO 1040

OS PROBLEMAS SÃO O "SAL" DO NOSSO PASSATEMPO

Não sendo muito correcto afirmar-se que as competições têm fases mais ou menos decisivas, porque um ponto perdido é sempre um ponto perdido e de difícil recuperação, a realidade é que a partir de certo momento, quando os resultados são bons, começa a custar muito mais abandonar os lugares cimeiros. Digamos que a tensão vai aumentando à medida que o campeonato vai avançando e cada “detective” vai criando maiores expectativas.

Vem isto a propósito da publicação dos resultados das quatro primeiras provas, que já estão no blogue Crime Público, em http://blogs.publico.pt/policiario e na página do confrade Daniel Falcão, no Clube de Detectives, em clubededetectives.net.

Neste último endereço, cada um dos nossos “detectives” pode consultar, não só as pontuações obtidas, mas igualmente situar a sua participação na Taça de Portugal e nas diversas tabelas classificativas.

Entretanto, vamos tomar conhecimento de quem foi que tirou o dinheiro, no problema do confrade Zé, numa das suas raríssimas incursões no campo da produção policiária.

Não sendo um caso raro no nosso passatempo, um decifrador de excelência, como é manifestamente o confrade Zé, só muito dificilmente envereda pela produção de enigmas.

Esperamos que o Zé, agora, ganhe o gosto e comece a aparecer com maior assiduidade no campo de produção, não entrando nas explicações que, num plano diferente, nos recordam o que Artur Varatojo dizia, quando questionado sobre o porquê de não escrever nada de ficção policial e que era no sentido de que como já tinha lido tantos e tantos romances policiais excelentes, não se sentia capaz de fazer nada de aproximado, sequer! Portanto, simplesmente não fazia!

Como muitas vezes temos reforçado, os problemas policiários são a base do nosso passatempo e é na busca de novas ideias que poderemos manter viva a chama e atrair novos aderentes. O aumento enorme dos meios de consulta, com a internet acessível a quase todos, reduziu em muito a possibilidade de alguém encontrar “o pormenor” que fazia as chamadas “hecatombes nas classificações”. São muitos os exemplos da nossa história policiária, de pequeníssimos indícios, que passavam despercebidos aos olhos de todos e acabavam com muitos sonhos de lugares cimeiros nas classificações. Essa busca cirúrgica dos mais ínfimos pormenores criou um grupo de produtores temíveis, de quem já se esperava “o pior” (na óptica do decifrador) e, em contraponto, um grupo de excelentes investigadores que analisavam os problemas linha a linha, palavra a palavra, letra a letra, em enciclopédias, em bibliotecas, etc.

Essa luta, chamemos-lhe assim, entre quem procurava o pormenor para o colocar num problema e quem o procurava para dar resposta ao mesmo, criou muitas histórias que ainda hoje se contam, com respeito absoluto pelos seus protagonistas.

Os tempos hoje são outros. As “chaves” são praticamente todas já conhecidas e muito dificilmente uma nova ideia poderá fazer a diferença. Tudo é pesquisável na internet e para cada palavra há milhares ou milhões de resposta!

Que rumos terá o policiário e sobretudo a problemística de tomar? Como serão os torneios do futuro próximo? Que novos desafios poderemos colocar para que não tenhamos dezenas de confrades empatados nos primeiros lugares? Onde procurar um elemento que não esteja disponível na consulta massificada da internet, mas que seja verificável?

Pela resposta a estas perguntas poderá passar o futuro da problemística policiária, para que não tenhamos de andar a repetir até à saturação os mesmos pormenores, as mesmas “chaves”, apenas com roupagens e envolvências diferentes.


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL

SOLUÇÃO DA PROVA N.º 5 – PARTE II

“QUEM TIROU O DINHEIRO?” – Original de ZÉ


Alínea D. Só pode ter sido o Jorge.

José tinha tanto dinheiro que não precisava de ir à loja buscar aquele de que necessitasse, em emergência, causando estragos na vitrina – abria o cofre e servia-se! Além disso, o texto não permite concluir, sequer, que ele soubesse onde o sócio colocara a verba para o pagamento ao fornecedor, antes dela ter desaparecido...

João não tinha conhecimento da existência do envelope recheado naquele local; só soube pelo telefonema a Jorge, após entrar ao serviço, na Quarta-feira...

Joaquim era o suspeito óbvio (demasiado, não é verdade???). Gastou, no casino, o dinheiro que levava na carteira e tentou ir buscar algum à loja. Mas da loja não o pôde levar, pois tinha emprestado a sua chave ao Jorge e não pode ter tido acesso a mais nenhuma – Jorge deu pela falta da dele mal chegou à loja; José não tinha ido à loja enquanto o sócio lá esteve (Joaquim esteve sempre sozinho); João tinha a sua, pois com ela abriu a loja, no dia seguinte. Com o desespero de não ter nada com que matar o vício, nem se lembrou. Só deu por isso depois de procurar em tudo onde a chave poderia estar...

Ainda terá pensado em pedir a alguém que lhe fosse levar uma, mas não se quis expor (esses assuntos seriam só tratados com o Lopes, a quem não iria incomodar, pois saberia o que ouviria). Cinco minutos também não davam para outra coisa e o texto não assinala qualquer movimento dos outros suspeitos a essa hora.

Foi ao esconderijo do carro, labutou, tirou a nota das emergências e voltou a jogar. Muito? Pouco? Não interessa nem vem ao caso – jogou enquanto duraram os 100€... E até pode ter ganho dinheiro (para variar...).

Resta Jorge. Fechou a porta da loja, por dentro, cerca das 20 horas de Terça; partiu a vitrina como manobra de diversão (apontando para alguém que não soubesse onde estava a chave dela), tirou o envelope com o dinheiro (que embolsou), abriu a porta, saiu e fechou-a à chave. Esqueceu-se de que a loja não revelava qualquer indício de entrada forçada e de que não poderia haver mais nenhuma chave, para além das sinalizadas.

É verdade que havia uma chave "perdida", na casa do Jorge, e alguém (de sua casa) poderia tentar entrar na loja, entre a saída dele e o seu regresso a casa. Mas ... como poderia esse alguém saber que lá estava o dinheiro? Se fosse do cofre, a conversa poderia ser outra! E mesmo que, por "visão", tivesse acertado, não altera o essencial – a responsabilidade (é o que o texto pede) era sempre dele... Além de que, nas opções de resposta, não se contempla (por isso) um estranho à empresa...

É óbvio que se tratou de uma tentação circunstancial. Daí, os erros cometidos...


RECTIFICAÇÃO DA PROVA N.º 6

CORRECÇÃO AO DESAFIO DO PAULO

Alguns confrades ainda manifestaram dúvidas sobre a correcção que efectuámos na passada semana, ao texto do problema do confrade Paulo.

Como referimos, houve um erro na publicação, que, apesar de não ser um daqueles que adulteram e inviabilizam todo um problema, não deixava de ser um factor de perturbação.

Na verdade e em resumo, se é o Miguel quem está a relatar os factos e ele mesmo revela que viu surgir o MIGUEL vindo de cima, algo não pode estar bem.

E o que não está bem é o nome publicado, porque quem o Miguel vê a surgir de cima é o JACINTO.

A alteração é simplesmente essa e no blogue Crime Público, em http://blogs.publico.pt/policiario o texto integral de problema está na sua forma correcta.

1 comentário:

Anónimo disse...

Para mim está melhor porque ficou com mais uma coluna que quase sempre ficava inutilizada pelo C.
Acho melhor
Deco