QUEM LIQUIDOU MENEGUCI?
Vem do Brasil o problema que hoje publicamos para
decifração, de autoria do confrade Rip Kirby, um dos excelentes produtores,
sempre com desafios novos e interessantes.
Ora tomem nota:
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2013
PROVA N.º 8 – PARTE I
“O Último Caso do Inspector Trindade”, de RIP
KIRBY
O Insp. Trindade atendeu o
telemóvel. Escutou, respondeu. Mandem a brigada, já lá vou, desligou dizendo
para mim: acabou o recreio, mataram o Meneguci.
Vicktório Meneguci veio
para Portugal em 1960. Em Itália era desenhador, no nosso país enveredou pela
moda. Opção acertada, não muitos anos após já existiam os ateliês “Império da
Moda”, onde a elite se acotovelava. O ateliê ocupa um quarteirão, forma um cubo
de faces revestidas de espelhos. A meio das arestas há uma larga porta recolhida
da face do edifício, formando nichos. Numa das paredes de cada nicho, há janelas
para o exterior e interior, localizando-se aí o gabinete dos vigilantes. Na
outra há cabines telefónicas para uso dos clientes. No interior a partir das
portas, formados por vitrines, partiam largos corredores, cortados por outros,
que se estendiam até à porta oposta.
A crescente fortuna
levaram-no a chamar para Portugal Giovanni, seu sobrinho e herdeiro para, no
futuro, o substituir na direção do negócio. Um letreiro indicava; “SERVIÇOS
ADMINISTRATIVOS”. Trindade empurrou a porta e entramos num gabinete, uma jovem indicou-nos
onde estava o sargento. Entramos na Sala de Espera. Silveira, e um individuo, de
aspecto requintado, conversavam. Silveira dirigiu-se nos dizendo: “Todas as
portas escadas e elevadores estão vigiados”. Muito bem respondeu o Insp. e
lançando um olhar ao janota fez um sinal que o sargento entendeu e
apresentou-os.
Giovanni teria 1,75m o
rosto bem barbeado tinha um tom azulado. Trajava com requinte.
Frente à porta por onde
entramos havia outras duas, envidraçadas em cujos vidros, gravados o nome de
Vicktório na porta da esquerda. Na outra o nome de Giovanni. Silveira levou-nos
ao gabinete de Vicktório.
O Insp. Olhou o corpo que
se encontrava estendido no chão. Um cinto de seda azul, fortemente amarrado no
pescoço, rosto arroxeado, olhos esbugalhados e a língua exageradamente saindo
da boca eram os sinais de qual a morte.
O Insp, dirigiu-se a uma
porta frente àquela por onde entráramos. Dava para um corredor que comunicava
com o exterior. Ali havia um vigilante da empresa e um agente da PJ. Era a
entrada do pessoal superior. Outra porta semelhante à de Vicktório dá acesso ao
gabinete de Giovanni. Voltamos para o gabinete da vitima, o corpo já tinha sido
levado. Na parede da direita, vindo da sala de espera, há uma porta. Silveira
apontou-a: Há ali um corredor ao fundo do qual há outra porta que dá para o
gabinete de Giovanni. De cada lado desse corredor há um banheiro e um quarto de
vestir. Esta porta estava fechada com chave que estava na mesa da vítima. A
porta do lado oposto está fechada pelo lado do corredor.
O chão do banheiro de
Vicktório está molhado e no lixo há lenços de papel, manchados de vermelho. O
guarda roupa de Giovanni está repleto de fatos. No chão junto deste está uma
toalha de banho usada. As únicas impressões digitais encontradas foram as da
vítima.
O médico legista afirma
que a morte ocorrera, aproximadamente, uma hora antes do alarme.
Silveira passou umas
folhas a Trindade: O resultado dos interrogatórios que. Trindade foi lendo e
passando-as para mim. Giovanni encontrou o corpo, quando chegou ao escritório
às 11 horas, informação confirmada pelo vigilante, e encontrou o tio naquele
estado. Telefonou para a polícia. O mesmo vigilante afirmou que o patrão havia
entrado às 10h.
Clarisse, a secretária
chegou às 9 horas, confirmado no cartão de ponto. Pouco depois chegou uma jovem
pedindo uma entrevista com Vicktório. Trazia
um cartão de Giovanni mandou-a para a sala de espera. Esta declaração foi
confirmada pelo porteiro do lado Sul que viu entrar a jovem tendo acrescentado
que ela mal se equilibrava nos saltos dos sapatos. O patrão costumava chegar às
10 e nessa altura tocava uma campainha, o que não aconteceu nesse dia, para ela
lhe ir dar conta do serviço. A jovem visitante era mais alta do que o normal em
mulheres e envergava um vestido azul. Sem ser feia tinha umas feições grosseiras
e nem o pó que lhe cobria o rosto disfarçava o tom escuro da pele. Às 11h02m
foi chamada pelo porteiro da porta nascente para atender uma chamada nos
telefones para serviço dos clientes. As chamadas para ali não eram transferidas
para o escritório. Não estava ninguém no outro lado. O porteiro confirmou estas
declarações e afirmou que a chamada era de um homem. Às 11h04m o porteiro do
lado poente atendeu uma chamada de um homem que não se identificou. A ligação
era péssima, havia muito barulho, não entendeu o que ele dizia. Todos os
porteiros negaram ter visto a mulher de Azul sair do edifício e esta não foi
encontrada no seu interior. Giovanni negou ter dado o seu cartão a qualquer
mulher, mas os peritos concluíram que a letra era a dele. Neste cartão que
havia ficado com Clarisse foram encontradas apenas as impressões desta e de
Giovanni. Não muito longe do ateliê encontraram um vestido novo, azul, da marca
Meneguci e uns sapatos.
Quem ajuda o Insp.
Trindade no último caso da sua carreira?
E pronto.
Depois do apelo, resta ficarmos a
aguardar as ajudas dos nossos “detectives”, impreterivelmente até ao próximo dia
7 de Outubro, podendo usar um dos seguintes meios:
-Pelos Correios para Luís Pessoa,
Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS
-Por e-mail para um dos endereços: lumagopessoa@gmail.com;
pessoa_luis@hotmail.com
ou luispessoa@sapo.pt.
-Por entrega em mão ao orientador da
secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
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