segunda-feira, 7 de outubro de 2013

SOLUÇÕES DA PROVA N.º 7



SOLUÇÃO DA PROVA N.º 7 – PARTE I

A TIA LAURINDA E A MORTE DE DONA PERPÉTUA - de BÚFALOS ASSOCIADOS

Grave erro cometeu a polícia ao não recolher o telemóvel encontrado debaixo do corpo da falecida Perpétua. Ficou assim privada de obter a informação que determinou a suspeita da Tia Laurinda sobre quem poderia ter sido o autor do crime. Para já não falar de eventuais impressões digitais reveladoras da identidade da proprietária.

Na realidade, ao verificar que na lista de contactos gravados apenas constavam nomes conhecidos e expectáveis com excepção dos da vítima e da filha Mercês, é lógico supor que o telemóvel deverá pertencer a uma dessas duas personagens. Mas a Tia Laurinda sabia bem que a perecida Perpétua era avessa a todas as modernas tecnologias, portanto não possuía certamente telemóvel. No caso contrário até nem seria natural que faltasse na agenda de endereços o nome de apenas uma das filhas. Assim sendo, o aparelho de comunicação aparecido debaixo do corpo da finada Perpétua não podia deixar de pertencer à Mercês, certamente tombado durante a discussão e a luta corpo a corpo testemunhadas pelo jardineiro.

Que pode ter acontecido? As mensagens lidas no telemóvel pela Tia Laurinda revelavam problemas no pagamento de avultadas dívidas, o que a fez então desconfiar de que o conflito daquela noite entre mãe e filha poderia bem ter origem, além da música ouvida demasiado alta, na exigência por parte da Mercês de apoio financeiro para a liquidação das mesmas. Não se esqueça que ela estava desempregada. O adiantado da hora, a existência muito provável de quezílias anteriores e os efeitos produzidos pela ingestão de whisky em doses exageradas, terão mesmo levado a Mercês a mostrar à mãe o testemunho das mensagens gravadas. Os ânimos exaltaram-se, o telemóvel terá caído, o atiçador da lareira estava ali mesmo à mão, e pronto: a ocasião faz a agressão! Depois o grito da agredida Perpétua, a queda do corpo sobre o telemóvel, o alarme provocado pela voz assustada do Zenóbio que nem sequer deu tempo à desnaturada filha para recuperar o aparelho e a fuga precipitada pela escada acima. E foi certamente ela que, perturbada pelo acontecido, nem terá tido a lucidez de mudar de roupa e terá descido a escada sem dar mostras de ter estado a dormir, pois apareceu vestida como tinha andado durante o dia, tal como constatou a Umbelina.

Concluindo, mercê da Mercês verifica-se que não há nada que seja verdadeiramente perpétuo e que ainda não foi desta vez que nem o mau feitio de uma dona de casa desesperada, nem os maus resultados do Sporting, nem uma janela aberta nas traseiras, provocaram um crime.


SOLUÇÃO DA PROVA N.º 7 – PARTE II

A MORTE DA CABELEIREIRA – de PAULO

A hipótese certa é a B- Arnaldo matou a namorada

1- Para chegar a esta conclusão contribuem três pormenores que mostram que Arnaldo mentiu.

a) -Se ele conhecia bem os hábitos da vítima, sabia que esta saía de casa um pouco antes das oito e meia. Não se compreende que fosse a essa hora que ele lá chegasse para falar com ela, correndo até o risco de já não a encontrar.

b) - É incompreensível que ele saísse de casa para chamar a polícia quando tinha um telefone à mão. Seria mais fácil, telefonar. Arnaldo ía a fugir após ter cometido o crime, e ao ser apanhado por Manuela improvisou uma história.

c) - Finalmente, temos que localizar a história no tempo. Vinte anos depois do 25 de Abril, remete para o ano de 1994, e o dia a seguir à noite de S. João é o próprio dia de S. João, 24 de Junho. Nesse dia houve o bloqueio da ponte sobre o rio Tejo, a partir das 6 horas e 55 minutos, como se pode ler na imprensa da época, e à hora a que Arnaldo diz que apanhou o autocarro já este não poderia passar na ponte. Logo, Arnaldo não dormiu em casa nessa noite.

2- Arnaldo terá ficado em casa de Luísa e de manhã, por motivo de qualquer discussão, provavelmente dinheiro, matou-a. Ao tentar fugir, encontrou Manuela e o resto já é conhecido.

3- Quanto a Manuela, o tempo que demorou de sua casa até à casa da amiga, pode ser explicado pela avaria no carro. Não havendo nada que prove o contrário podemos acreditar na sua história.

4- No que se refere a Luís Almeida nada indica que ele possa estar a mentir.



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