[Transcrição da secção n.º 1175 publicada hoje no jornal PÚBLICO]
UM CASO AO LUAR DE VERÃO ENCERRA A PRIMEIRA PROVA
Regista-se um certo fervilhar no
Mundo Policiário!
É o início de uma nova época de
competições, que sempre agita os “detectives”, depois de uma pausa prolongada,
por exigência da finalização das classificações da época anterior.
Este lento acelerar da
adrenalina, faz com que quase seja perceptível o mesmo espírito com que, em
tempos idos, esperávamos pelo regresso às aulas, depois de longo período de
férias! As nossas “células cinzentas” estão, agora, em alerta máximo, prontas
para confrontarem as dificuldades que os confrades produtores de enigmas
policiários lhes vão colocar.
Em suma, a competição já começou!
Na passada semana publicámos o
primeiro desafio da época, um problema de características tradicionais, em que
cada “detective” vai ter que elaborar um relatório com as conclusões que retira
do problema. Da qualidade e profundidade do relatório elaborado vai depender a
passagem à segunda eliminatória da Taça de Portugal, já que, como por diversas
vezes referimos, na primeira eliminatória serão apurados os autores das
melhores 512 soluções, só depois passando a haver eliminatórias por sorteio,
que colocarão os “detectives” em “um contra um”, sendo apurado o melhor dos
dois.
Esse primeiro desafio, pode ser
encontrado no blogue CRIME PÚBLICO, em http://blogs.publico.pt/policiario
e o prazo para sua resolução está a decorrer até ao próximo dia 28 do corrente
mês de Fevereiro.
Esta semana, o problema publicado
é diferente, tratando-se de um chamado “problema rápido” ou de escolha
múltipla.
Este tipo de problemas não exige
elaboração de relatório, mas apenas que cada “detective” escolha, de entre as
quatro alternativas apresentadas, aquela que entenda ser a solução do enigma
que é proposto.
Tarefa mais simplificada?
Há quem entenda que sim, mas a
realidade é que muitos dos que defendem essa tese acabam por ser fortemente
penalizados, talvez por encararem estes desafios com uma certa “arrogância”,
que advém de uma errada ideia de facilidade.
Um problema policiário, é sempre
um problema policiário, seja qual for o seu formato e exigirá sempre uma
investigação aturada e metódica. Aqui, no Policiário, não existem problemas
fáceis e quem dessa forma pensar e entender, terá muito mais hipóteses de chegar
ao final melhor classificado.
CAMPEONATO NACIONAL E
TAÇA DE PORTUGAL – 2014
PROVA N.º 1 – PARTE
II
“AO LUAR DO VERÃO…” - Original de LOBO MAU
O detective nem queria acreditar no que lhe
acontecera. Na verdade nem parecia possível que, numa noite tal bela e quente
como aquela, com um luar tão perfeito, com a lua a mostrar toda a sua
plenitude, redonda e brilhante, um qualquer topo, certamente com algum
problema, viesse ter com ele, daquela maneira, a gritar que tinha visto um
lobisomem e outras coisas igualmente incríveis.
O detective olhou o homem com um misto de
interesse e compaixão, logo se arrependendo deste último sentimento. Na
verdade, o homem parecia estar convicto de que tudo acontecera como estava a
contar…
“Mas é verdade, detective, foi hoje mesmo…
Julga que sou algum lunático, não é verdade? Pois não sou… Hoje mesmo, dia 5 de
Junho deste ano de 1993, com esta Lua Cheia que pode ver, que o lobisomem
apareceu… Eu mesmo o vi!”
“Enganou-se, certamente… Deve ter imaginado”,
retorquiu o detective.
“Não, não e não! Eu vi-o. Eram mais ou menos
21h30 e a escuridão invadia já os caminhos ermos por onde tenho de passar, para
chegar a minha casa. Foi ali mesmo, naquele sítio, escuro como breu, como pode
ver, só iluminado pela luz da Lua. Como pode ver, quando a lua se mostra, ainda
se vê alguma coisa, mas quando as nuvens a tapam…”
“E o que é que aconteceu?”
“Ora, aquelas nuvens escuras encobriram a
Lua e ficou tudo escuro. Foi então que me atacou… Só tive tempo de me esquivar,
julgando que era algum cão, ou coisa assim, mas logo a seguiu a Lua descobriu a
sua face redonda e pude ver claramente que era um homem com o corpo coberto de
pelos, com feições de lobo, horrível… Desatei a fugir e tive a sorte de estarem
a chegar outras pessoas, que espantaram o animal, ou homem, ou lá o que ele é…”
“Mas ele chegou a fazer-lhe algum mal?”,
insistiu o detective.
“Não, tive muita sorte!”, respondeu o homem.
Nenhum dos indivíduos que ele apresentou
como tendo chegado a tempo de o safar viu fosse o que fosse e tudo o que sabiam
era pelo que o “nosso” homem contara.
O detective sabia que não podia ser um
lobisomem o que ele vira, mas queria aprofundar se o homem estaria a mentir ou
se estaria de boa-fé, enganado por um qualquer fenómeno…
E pensou…
Poder-se-iam pôr as seguintes hipóteses:
A – O
homem mentiu premeditadamente, inventando uma história que nunca poderia ter-se
passado como ele conta.
B –
O homem mentiu sem querer, confundido por ter visto alguma coisa que
alguém, para lhe meter medo, forjou.
C –
O homem não mentiu, antes viu e
sentiu tudo como indicou, embora não fosse, como é óbvio, um lobisomem.
D –
O homem não mentiu e nada
impede que não haja mesmo lobisomens e que tudo seja, rigorosamente, como
descreveu.
E pronto.
Agora é tempo de interpretar o
texto, decidir a alínea certa e responder, conjuntamente com a proposta de
solução da parte I desta prova, publicada no passado domingo, impreterivelmente
até ao dia 28 de Fevereiro, podendo usar um dos seguintes meios:
-Pelos
Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
-Por e-mail
para um dos endereços:
-Por entrega
em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas
deduções!
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