ENGENHEIRO BALEADO NO SEU GABINETE
O confrade Daniel Falcão causou surpresa no Mundo
Policiário com o regresso, na passada semana, dos problemas criptográficos, uma
prática frequente em tempos mais remotos, mas que acabou por cair em desuso,
não só porque muitos dos seus mais acérrimos cultores foram desaparecendo, mas
também porque a internet se assumiu como um aliado poderoso na resolução dos
enigmas, quase dispensando as infindáveis buscas em bibliotecas, na procura da
“chave milagrosa”!
Não satisfeito com esta “maldade”, como alguns
confrades caracterizaram o problema da passada semana e logo nos reportaram os
desabafos, o confrade bracarense resolveu prolongar a “agonia criptográfica”
por mais uma semana e apresentar mais um desafio com a mesma temática, mas
agora com as características de escolha múltipla, integrando a parte II da
prova n.º 8.
Uma agradável incursão, que se saúda e certamente fará
as delícias de alguns (muitos?) e o azedume de outros (poucos?).
CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE
PORTUGAL 2017
PROVA N.º 8 – PARTE II
“QUATRO SUSPEITOS E UMA PISTA” –
Original de DANIEL FALCÃO
Os acontecimentos que hoje vos narramos ocorreram há um bom quarto de
século, num dos primeiros dias de Verão. Como tudo era diferente. Seriam muito
poucos, caso fossem alguns, que imaginariam o modo como as redes sociais e os
telemóveis iriam modificar a nossa forma de agir e relacionar com os outros.
Mas, quem imaginaria que estávamos a poucos horas de um momento marcante na
história do policiário em Portugal.
Mas este assunto não é o foco do texto que me proponho redigir. Em vez
disso, quero falar-vos sobre um homicídio cometido nessa época, nunca até hoje
desvendado. Afinal, parece que existem crimes perfeitos.
Um engenheiro de telecomunicações foi encontrado morto no seu gabinete
de trabalho, situado na empresa de que era o único proprietário. Fora baleado
no peito e tivera morte quase imediata.
A vítima foi encontrada sentada, com o peito e os dois braços sobre a
secretária, estando o braço direito estendido na direção do telefone, tendo
ficado com a mão parcialmente sobre o mesmo. Parecia que a sua derradeira
intenção seria discar um número de telefone, pois a ponta do seu dedo indicador
estava no espaço circular sobre o algarismo oito.
Depois de passarem o gabinete da vítima a pente fino, as autoridades
apenas encontraram, sobre a secretária, uma folha de papel que lhes chamara a
atenção, embora não soubessem entender o seu significado, caso tivesse algum.
Nessa folha apareciam escritos quatro números, cada um com três algarismos. Um
desses números, 374, tinha um círculo em torno dele.
Na época, ninguém conseguiu perceber o que aqueles números, e
concretamente o que era destacado pelo círculo, representaria. Mas algo lhes
dizia que poderia ser uma pista para a identidade do criminoso.
Até porque, no decurso da investigação, o número de suspeitos foi
delimitado a apenas quatro, exatamente tantos quantos os números redigidos pela
vítima. Claro que era possível que não existisse qualquer associação entre os
números e os suspeitos.
Tal como já avançamos, as suspeitas recaíram sobre quatro homens que
tinham tido em tempos ligações com a vítima e que, naquela tarde, como vários
testemunhos puderam confirmar, tinham passado pelo seu escritório. Em todos os
casos, quem naquela tarde passou defronte da porta do escritório, fechada,
percebeu que estava a decorrer uma acalorada discussão.
Confirmou-se, mais tarde, que todos os suspeitos tinham uma desavença
com a vítima e todos eles tinham referido como motivo do encontro naquela tarde
terem decidido resolver, em definitivo, essa desavença.
Francisco Manuel Sousa, residente em Chaves, acusava a vítima de se ter
envolvido com a sua mulher e fora-o avisar para, de uma vez por todas, se
afastar dela. Já José Carlos Vieira, residente em Vila Real, acusava a vítima
de lhe ter pedido emprestada uma grande soma de dinheiro, a qual tardava a ser
devolvida. Por sua vez, Luís Jorge dos Santos, residente em Santo Tirso,
recebera uma sugestão para se envolver num negócio, mas que afinal não passava
de uma fraude. Por fim, Manuel da Costa Antunes, residente em Espinho, antigo
sócio da vítima, tardava em receber o valor pelo qual vendera a sua quota na
empresa.
Será que algum dos detetives que tem concorrido ao longo dos últimos 25
anos na secção Policiário é capaz de indicar quem teria sido o criminoso?
A –
Francisco Manuel Sousa
B – José
Carlos Vieira
C – Luís
Jorge dos Santos
D –
Manuel da Costa Antunes
E
pronto.
Agora
é chegada a vez dos “detectives” regressarem à Criptografia, que o confrade
Daniel Falcão resolveu servir em dose dupla!
Como
habitualmente, nestes problemas de escolha múltipla apenas há que indicar a
alínea que cada “detective” entenda ser a acertada, sem necessidade de mais
explicações, o que, no dizer de alguns, garante uma probabilidade de acerto de
25%!
Até
ao próximo dia 30 de Setembro, impreterivelmente, aguardamos as propostas de
solução de ambos os enigmas (partes I e II), para o que poderão usar um dos
seguintes meios:
-
Pelos Correios: Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
-
Por e-mail: lumagopessoa@gmail.com;
pessoa_luis@hotmail.com; luispessoa@sapo.pt.
-
Por entrega em mão ao orientador do espaço, onde quer que o encontrem.
Boas
deduções!
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